terça-feira, 21 de julho de 2015

CRÔNICAS ESPÍRITAS - 17

continuamos a história relatada na Crônica da semana passada que relatou um grupo em extremo sofrimento e que buscava a sua libertação a todo o custo, sem olhar a quem.

Temos a experiência noturna da médium, que, durante o sono, buscou algumas respostas aos seus questionamentos.

Nas respostas, a certeza da misericórdia divina, materializada no amparo constante da espiritualidade.


Os atendimentos na reunião mediúnica foram realizados normalmente com a boa e indispensável assistência dos colaboradores Espirituais. O local descrito anteriormente foi trabalhado, envolvido com compaixão em energias luminosas.

Retornei ao lar tranquila e disposta a colaborar, quando no desdobramento do sono físico, com quaisquer atividades que estivessem ao meu alcance, predisposição já incorporada a rotina das quintas-feiras. Adormeci cheia de indagações, tentando compreender melhor o que havia presenciado.

Relato aqui a experiência noturna e algumas das respostas obtidas e que ficaram na memória ao despertar, fornecidos pelos Amigos Espirituais.

Estava numa sala com outras pessoas, onde havia um Instrutor e uma grande tela. A cena da ponte com a turba desgovernada e doente passava com uma nitidez que revelou a minha pequenez. Era como num filme em que cada cena podia ser visualizada lentamente, parar, avançar ou retroceder.

A nova perspectiva rica em detalhes mostrava a presença de inúmeros trabalhadores desencarnados auxiliando o trabalho, e que eu não tinha “visto” antes. Muitos eram os que volitavam e amparavam com suas mãos invisíveis aos sofredores, guiando-os através da ponte.

Todo o local era cercado por uma espécie de cúpula magnética. Havia uma espécie de rede, como uma malha prateada que estava abaixo da ponte, protegendo de uma queda no abismo a aqueles que eram jogados.

Esclareço que uma das minhas perguntas era do porquê passar pela sensação de morte novamente, pois alguns dos sofredores tinham o conhecimento prévio de já estarem desencarnados.

Resposta obtida, pois que eram resgatados sem a necessidade de lesionar ainda mais o corpo perispiritual, que é um corpo sujeito às leis biológicas das esferas dimensionais onde se encontra. Há no perispírito um instinto de sobrevivência análogo ao do corpo físico, que tende a conservar sua integridade. Além do que, se caíssem no abismo precisariam deslocar veículos e trabalhadores para um resgate em zonas muito densas.

Visualizei também alguns artefatos tecnológicos que desconheço, como maquinas grandes que lançavam energia magnética e luminosa.

Numa outra cena, visualizamos um Espírito que, em meio ao terror, sentindo-se empurrado e completamente desamparado, clamou à Misericórdia Divina, revelando que já não aguentava mais. Pedia que, se houvesse algum vestígio de bondade no Universo, tivesse piedade dele. Nesse momento, aquela criatura disforme que não enxergava o amparo a si, dispensado por um Irmão de Luz, acende uma pequena luminosidade no chacra cardíaco e ele é atraído ao outro lado da ponte rapidamente, onde é colocado numa maca e adormece ao ser transportado.

Lembro-me de mais uma cena, onde vimos um sofredor de espírito belicoso e impiedoso, empurrando os demais pensando em salvar apenas a si mesmo. A sua psicosfera era negra, carregada de ódio e revolta. Quando ele pensava que avançava na ponte, a distância parecia ainda maior. Era como se uma energia de repulsão o contivesse e ele tivesse que percorrer um longo e penoso caminho, várias e várias vezes.

Depois me lembro de uma imagem no final, a ponte vazia sendo desintegrada e o local bombardeado com energias luminosas.



Sigo muito grata à Espiritualidade amiga pelas lições, e encerro com um trecho do livro Os Mensageiros, de André Luiz, psicografia de Francisco Candido Xavier, do cap.20 do mesmo: “Defesas contra o mal”, grifos nossos.



“Impressionavam-me, sobretudo, as fortificações. Observei o caminho da ronda, a cisterna, as seteiras e, em seguida, as paliçadas e barbacãs, refletindo na complexidade de todo aquele aparelhamento defensivo. E as armas?

Identificava-lhes a presença na maquinaria instalada ao longo dos muros, copiando os pequenos canhões conhecidos na Terra. Entretanto, vi com emoção, no cume da torre de vigia, a enorme bandeira de paz, muito alva, tremulando ao vento como largo penacho de neve...

O administrador percebeu a estranheza que se apossara de Vicente e de mim. – Já sei a impressão que a nossa defesa lhes causa – disse Alfredo, detendo-se para explicar.

Fixando-nos com o olhar muito lúcido, continuou: – Naturalmente, não imaginavam necessárias tantas fortificações. Conforme vêem, nossa bandeira é de concórdia e harmonia; no entanto, é imprescindível considerar que estamos em serviço que precisaremos defender, em qualquer circunstância.

Enquanto não imperar a lei universal do amor, é indispensável persevere o reinado da justiça. Nosso Posto está colocado, aqui, igualmente, como “ovelha em meio de lobos” e, embora não nos caiba efetuar o extermínio das feras, necessitamos defender a obra do bem contra os assaltos indébitos.

– Mas... e as armas? – perguntei – acaso são utilizadas?

– Como não? – disse Alfredo, pressuroso – não temos balas de aço, mas temos projéteis elétricos. Naturalmente, a ninguém atacaremos. Nossa tarefa é de socorro e não de extermínio.

– No entanto – aduzi, sob forte impressão –, qual o efeito desses projéteis?

– Assustam terrivelmente – respondeu ele, sorrindo – e, sobretudo, demonstram as possibilidades de uma defesa que ultrapassa a ofensiva.

Mas apenas assustam? – tornei a interrogar.

Alfredo sorriu mais significativamente e acrescentou:

– Poderiam causar a impressão de morte.

– Que diz! – exclamei com insofreável espanto.

O administrador meditou alguns instantes e, ponderando, talvez, a gravidade dos esclarecimentos, obtemperou:

– Meu amigo! meu amigo! se já não estamos na carne, busquemos desencarnar também os nossos pensamentos. As criaturas que se agarram, aqui, às impressões físicas, estão sempre criando densidade para os seus veículos de manifestação, da mesma forma que os Espíritos dedicados à região superior estão sempre purificando e elevando esses mesmos veículos.

Nossos projéteis, portanto, expulsam os inimigos do bem através de vibrações do medo, mas poderiam causar a ilusão da morte, atuando sobre o corpo denso dos nossos semelhantes menos adiantados no caminho da vida.

A morte física, na Terra, não é igualmente pura impressão? Ninguém desaparece.

O fenômeno é apenas de invisibilidade ou, por vezes, de ausência. Quanto à responsabilidade dos que matam, isto é outra coisa.

E além desta observação, que é da alçada da Justiça Divina, temos a considerar, igualmente que, nesta esfera, o corpo denso modificado pode ressurgir todos os dias, pela matéria mental destinada à produção dele, enquanto que, para obter o corpo físico, almas há que trabalham, por vezes, durante séculos...”



Muita paz para todos nós.

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