quinta-feira, 26 de junho de 2014

Um trabalho de Estrela Candente



Milhares de médiuns se posicionam para dar início ao Coroamento. Sem qualquer stress ou reivindicações de posto, lentamente a desordem do começo da fila vai tomando forma. Em poucos minutos forma-se um cortejo que, olhado do alto, parece uma enorme cauda felina... de jaguar!

A chegada aos esquifes mergulhada no silêncio interior de cada Individualidade dá o necessário tom solene do sublime momento que se aproxima.

As mãos são unidas, o mantra da Iniciação é emitido, e Indú Rei vem a nós!

Mergulhados nos esquifes os Doutrinadores e Doutrinadoras impregnam com sua energia o receptáculo de Luz que abrigará espíritos milenares. Formas hediondas, muitos sem qualquer consciência de suas antigas condições físicas e espirituais, são preparadas para este momento e trazidas pelos Cavaleiros e Guias Missionárias.

São espíritos que não teriam em nenhum outro portal do planeta a possibilidade de retornarem ao Caminho Crístico. Somente ali encontrarão a Paz!

Os Doutrinadores e Doutrinadoras se levantam, abrem o receptáculo com a “puxada” e iniciam a limpeza e doutrinação. Camadas espessas de energia pegajosa são removidas e, ao final da curta apresentação, a pequena fagulha da centelha Divina volta a brilhar no plexo daquele irmão. Um gigantesco portal é aberto e uma poderosa Amacê é posicionada para recebê-los em sua forma original. A primeira parte da missão está cumprida!

Então, elegantemente o Sol convida a Lua sob a força incomensurável das águas. Este povo bendito, de heranças tão antigas e evolução tão distante de nossos padrões de explicação mental, vem trazer a desimpregnação do ambiente e dos médiuns, permitindo que outros trabalhos sejam realizados e os médiuns recebam de acordo com sua sintonia.

Obrigado Tia Neiva por trazer até nós esta grandeza!

Obrigado Tio Beto por unificar médiuns de lugares tão distantes para o ideal de servir a Espiritualidade em uma sintonia e respeito profundo pela obra de sua mãe, de nossa Mãe!

Jamais poderei esquecer as Estrelas dos dias 12/04 e 19/06/2014. Que muitas outras possam ser realizadas e que sua vida física seja longa, sua acolhida fraterna e nossa resposta seja o amor pela Doutrina do Amanhecer!


Kazagrande

domingo, 22 de junho de 2014

O visitante especial

Compilado do livro Transição Planetária
Manoel P. de Miranda (espírito) e Divaldo Franco

Havíamos sido informados anteriormente que nossa comunidade receberia a visita de nobre Entidade residente em outra dimensão, que viria trazer-nos notícias preciosas a respeito do futuro programa de atividades que seriam realizadas proximamente na Terra, no qual nos encontrávamos inscritos Oscar e nós. O dia transcorrera, portanto, assinalado por doces expectativas.



A noite, no horário convencionado, enquanto os Céus bordavam-se com os diamantes estrelares, dirigimo-nos, o amigo e nos, ao recinto dedicado as conferencias especiais. Tratava-se de um edifício semicircular, cercado por jardins bem cuidados, nos quais se destacavam arvores frondosas e fontes luminosas, cujas águas bailavam no ar ao som de deliciosas melodias, em área ampla, no coração da Colônia.


Recebêramos vagas informações a respeito do nobre Órion, que viria da constelação do Touro, particularmente de uma das Plêiades, a fim de apresentar-nos considerações relevantes a respeito do momentoso projeto sobre reencarnações em massa, conforme vinha acontecendo no amado planeta, desde a segunda metade do século passado, e ora se intensificariam.

Observei que, num dos lados da mesa, a distância regular, duas Entidades femininas com longas vestes vaporosas e alvinitentes sentaram-se ao lado de um tubo formado por tênue claridade que descia do teto. O amigo citado, visivelmente inspirado, com uma voz melodiosa como uma flauta habilmente tocada, pôs-se em prece que acompanhamos em silencio. Misericórdia, Senhor!

Quando silenciou, completara-se a materialização do visitante especial no tubo de luz, graças a contribuição das médiuns que lhe ofereceram a substancia própria para o acontecimento. Era de estatura um pouco mais alta do que o terrícola padrão. Os olhos pareciam duas estrelas fulgurantes no céu da face gentil.

Os movimentos corporais faziam-se harmônicos, quando saiu do lugar onde se condensara, seguindo o mestre de cerimônias, que o conduziu a um assento especial e com destaque sobre a plataforma. Ato contínuo, levou-o à tribuna e concedeu-lhe a palavra. O nobre Espírito agradeceu com um sorriso jovial e iniciou a sua exposição:

Veneráveis administradores, almas irmãs nossas de todas as dimensões: Saudamos-vos a todos em nome do Senhor do Universo. Representando a formosa Esfera de amor que se encontra instalada numa das Plêiades, envolta em vibrações especiais constituídas de fótons que formam uma luminosidade em tons azuis, aqui estamos, atendendo à invitação do Sublime Governador do planeta terrestre.

Embora sem condições de falar em nome dos nossos Guias espirituais, trago o compromisso de contribuir convosco no programa de elevação da Humanidade através da reencarnação de servidores do Bem, adrede preparados para o mister sublime.

Esta não é a primeira vez que o mundo terreno recebe viajores de outras moradas, atendendo à solicitação de Jesus-Cristo, qual aconteceu no passado, no momento da grande transição das formas, quando modeladores do vaso orgânico mergulharam na densa massa física fixando os caracteres que hoje definem os seus habitantes. Da constelação do Cocheiro vieram aqueles nobres embaixadores da luz que contribuíram para a construção da Humanidade atual, inclusive outras inteligências, todavia, não moralizadas, que após concluídos alguns estágios evolutivos retornaram, felizes, aos lares queridos.

Em outras oportunidades, luminares da Verdade submergiram nas sombras do mundo terrestre, a fim de apresentarem as suas conquistas e realizações edificantes, auxiliando os seus habitantes a crescer em tecnologia, ciência, filosofia, religião, política, ética e moral. Nada obstante, o desenvolvimento mais amplo ocorreu na área da inteligência e não do sentimento, assim explicando o atual estágio de evolução em que se encontram, rico de conhecimentos e pobre de edificações espirituais.

Periodicamente, por sua vez, o planeta experimenta mudanças climáticas, sísmicas em geral, com profundas alterações na sua massa imensa, ou sofre o impacto de meteoros que lhe alteram a estrutura, tornando-o mais belo e harmônico, embora as destruições que, na ocasião, ocorrem, tendo sempre em vista o progresso, assim obedecendo à planificação superior com o objetivo de alcançar o seu alto nível de mundo de regeneração.

Concomitantemente, a fim de poderem viajar na grande nave terrestre que avança moralmente nas paisagens dos orbes felizes, incontáveis membros das tribos bárbaras do passado, que permaneceram detidos em regiões especiais durante alguns séculos, de maneira que não impedissem o desenvolvimento do planeta, renascem com formosas constituições orgânicas, fruto da seleção genética natural, entretanto, assinalados pelo primitivismo em que se mantiveram.

Apresentam-se exóticos uns, agressivos outros, buscando as origens primevas em reação inconsciente contra a sociedade progressista, tendo, porém, a santa oportunidade de refazerem conceitos, de aprimorarem sentimentos e de participarem da inevitável marcha ascensional. Expressivo número, porém, permanece em situações de agressividade e indiferença emocional, tornando-se instrumentos de provações rudes para a sociedade que desdenha. Fruem da excelente ocasião que, malbaratada, os recambiará a mundos primitivos, nos quais contribuirão com os conhecimentos de que são portadores, sofrendo, no entanto, as injunções rudes que serão defrontadas.

Repete-se, de certo modo, o exílio bíblico de Lúcifer e dos seus comparsas, no rumo de estâncias compatíveis com o seu nível emocional grosseiro, onde a saudade e a melancolia se lhes instalarão, estimulando-os à conquista do patrimônio de amor desperdiçado na rudeza, e então lutarão com afã para a conquista do bem. Ei-los, em diversos períodos da cultura terrestre, desfrutando de chances luminosas, mas raramente aproveitadas, cuja densidade vibratória já não lhes permite, por enquanto, o renascimento em o novo mundo em construção.

O Emissário silenciou suavemente e repassou os olhos luminosos pelo imenso auditório mergulhado em quietude e reflexão, absorvendo-lhe cada palavra, logo prosseguindo: As moradas do Pai são em número infinito, mantendo, como é compreensível, intercâmbio de membros, de modo a ser preservada a fraternidade sublime, porquanto, aqueles mais bem aquinhoados devem contribuir em benefício dos menos enriquecidos de momento. A sublime lei de permutas funciona em intercâmbio de elevado conteúdo espiritual.

Da mesma forma que, da nossa Esfera, descerão ao planeta terrestre, como já vem sucedendo, milhões de Espíritos enobrecidos para o enfrentamento inevitável entre o amor abnegado e a violência destrutiva, dando lugar a embates caracterizados pela misericórdia e pela compaixão, outros missionários da educação e da solidariedade, que muito se empenharam em promovê-las, em existências pregressas, estarão também de retorno, contribuindo para a construção da nova mentalidade desde o berço, assim facilitando as alterações que já estão ocorrendo, e sucederão com maior celeridade.

Nesse sentido, o psiquismo terrestre e a genética humana encontram-se em condições de receber novos hóspedes que participarão do ágape iluminativo, conforme o egrégio Codificador do Espiritismo referiu-se em sua obra magistral “A Gênese”, constituída por todos aqueles que se afeiçoem à verdade e se esforcem por edificar-se, laborando em favor do próximo e da sociedade como um todo.

Desse modo, qual ocorre em outros Orbes, chega o momento em que a Mãe-Terra também ascenderá na escala dos mundos, conduzindo os seus filhos e aguardando o retorno daqueles que estarão na retaguarda por algum tempo, porquanto o inefável amor de Deus a ninguém deixa de amparar, ensejando-lhes oportunidade de refazimento e de evolução. Nesse inevitável esforço, estaremos todos empenhados, experienciando a vivência do amor em todas as suas expressões, formando um contingente harmonioso e encantador.

Ninguém que se possa eximir desse dever que nos pertence a todos, individual e coletivamente, porquanto o Reino aos Céus está dentro de nós e é necessário ampliar lhe as fronteiras para o exterior, dando lugar ao Paraíso anelado que, no entanto, jamais será dentro dos limites territoriais da organização física.

A realidade que somos, Espíritos imortais em essência, tem sua origem e permanência fora das limitações materiais de qualquer mundo físico, que poderia não existir, sem qualquer prejuízo para o processo de evolução. Nada obstante, quando o Criador estabeleceu a necessidade do desenvolvimento nas organizações fisiológicas, à semelhança da semente que necessita dos fatores mesológicos para libertar a vida que nela jaz, razões ponderosas existem para que assim aconteça, facultando-nos percorrer os degraus que nos levam ao Infinito.

Continuando com a mesma tonalidade musical, esclareceu: Qual seria, então, a razão por que deveriam vir Espíritos de outro Orbe, para o processo de moralização do planeta? Primeiro, porque, não tendo vínculos anteriores como defluentes de existências perturbadoras, não enfrentariam impedimentos interiores para os processos de doação, para os reencontros dolorosos com aqueles que permanecem comprometidos com o mal, que têm interesse em manter o atraso moral das comunidades, a fim de explorá-las psiquicamente em perversos fenômenos de vampirização, de obsessão individual e coletiva.

Estrangeiros em terras preparadas para a construção do progresso, fazem-no por amor, convocados para oferecer os seus valores adquiridos em outros planos, facilitando o acesso ao desenvolvimento daqueles que são os nacionais anelantes pela felicidade. Segundo, porque mais adiantados moralmente uns, podem contribuir com exemplos edificantes capazes de silenciar as forças da perversidade e obstaculá-las com os recursos inexcedíveis do sacrifício pessoal, desde que, as suas não são as aspirações imediatas e interesseiras do mundo das formas.

Enquanto outros estarão vivenciando uma forma de exílio temporário, por serem desenvolvidos intelectualmente, mas ainda necessitados da vivência do amor, e em contato direto com os menos evoluídos, sentirão a necessidade do afeto e do carinho, aprendendo, por sua vez, o milagroso fenômeno da solidariedade. Tudo se resume, portanto, no dar, que é receber e no receber, que convida ao doar. A fim de que o programa seja executado, neste mesmo momento, em diferentes comunidades espirituais próximas à Terra, irmãos nossos, procedentes de nossa Esfera, estão apresentando o programa a que nos referimos, de forma que, unidos, formemos uma só caravana de laboriosos servidores, atendendo as determinações do Governador terrestre, o Mestre por excelência.

De todas essas comunidades seguirão grupos espirituais preparados para a disseminação do programa, comunicando-se nas instituições espíritas sérias e convocando os seus membros à divulgação das diretrizes para os novos cometimentos. Expositores dedicados e médiuns sinceros estarão sendo convocados a participarem de estudos e seminários preparatórios, para que seja desencadeada uma ação internacional no planeta, convidando as pessoas sérias à contribuição psíquica e moral em favor do novo período.

As grandes transformações, embora ocorram em fases de perturbação do orbe terrestre, em face dos fenômenos climáticos, da poluição e do desrespeito à Natureza, não se darão em forma de destruição da vida, mas de mudança de comportamento moral e emocional dos indivíduos, convidados uns ao sofrimento pelas ocorrências e outros pelo discernimento em torno da evolução.

À semelhança das ondas oceânicas a abraçarem as praias voluptuosamente, sorvendo as rendas de espumas alvas, os novos obreiros do Senhor se sucederão ininterruptamente alterando os hábitos sociais, os costumes morais, a literatura e a arte, o conhecimento em geral, ciência e tecnologia, imprimindo novos textos de beleza que despertarão o interesse mesmo daqueles que, momentaneamente, encontram-se adormecidos.

Antes, porém, de chegar esse momento, a violência, a sensualidade, a abjeção, os escândalos, a corrupção atingirá níveis dantes jamais pensados, alcançando o fundo do poço, enquanto as enfermidades degenerativas, os transtornos bipolares de conduta, as cardiopatias, os cânceres, os vícios e os desvarios sexuais clamarão por paz, pelo retorno à ética, à moral, ao equilíbrio. Frutos das paixões das criaturas que lhes sofrerão os efeitos em forma de consumpção libertadora, lentamente surgirão os valores da saúde integral, da alegria sem jaça, da harmonia pessoal, da integração no espírito cósmico da vida.

Como em toda batalha, momentos difíceis surgirão exigindo equilíbrio e oração fortalecedora, os lutadores estarão expostos no mundo, incompreendidos, desafiados por serem originais na conduta, por incomodarem os insensatos que, ante a impossibilidade de os igualarem, irão combatê-los, e padecendo diversas ocasiões de profunda e aparente solidão. Nunca, porém, estarão solitários, porque a solidariedade espiritual do Amor estará com eles, vitalizando-os e encorajando-os ao prosseguimento.

Todo pioneirismo testa as resistências morais daquele que se atreve a ser diferente para melhor quando a vulgaridade predomina, razão pela qual são especiais todos esses que se dedicam às experiências iluminativas e libertadoras. Nunca, porém, deverão recear, porque o Espírito do Senhor os animará, concedendo-lhes desconhecida alegria de viver, mesmo quando, aparentemente, haja uma conspiração contra os seus superiores propósitos.

O modelo a seguir permanece Jesus, e a nova onda de amor trará de retorno o apostolado, os dias inesquecíveis das perseguições e do martirológio que, na atualidade, terá características diversas, já que não se podem matar impunemente os corpos como no passado. Isso não implica que não se assaquem acusações vergonhosas e se promovam campanhas desmoralizadoras contra eles, a fim de dificultar-lhes o empreendimento superior. Assim mesmo, deverão avançar, joviais e estóicos, cantando os hinos da liberdade e da fé raciocinada que dignificam o ser humano e o promovem no cenário interior.

Trata-se, portanto, de um movimento que modificará o planeta para melhor, a fim de auxiliá-lo a alcançar o patamar que lhe está reservado. Quem não se entrega à luta, ao movimento, candidata-se ao insulamento, à morte. Assim sendo, sob o comando do Cancioneiro das bem-aventuranças, sigamos todos empenhados na lídima fraternidade, oferecendo-nos em holocausto de amor à verdade, certos do êxito que nos está destinado. Louvando, portanto, Aquele que nos convidou, misericórdia solicitamos.

Quando terminou a eloquente explanação apresentava lágrimas nos olhos que não se atreviam a romper-lhes as comportas. O governador geral de nossa comunidade acercou-se lhe e o abraçou carinhosamente, qual desejávamos todos fazer. Ato contínuo, conduzido pelo nosso administrador, o emissário retornou ao tubo de luz e diluiu-se delicadamente. Havia cumprido com o dever que lhe trouxera à nossa Colônia.

sábado, 21 de junho de 2014

ESCOLHA E MEDITE!


Escolha um quadrinho e clique.... Foi escrito pra você!!! (reflita...)
 


 
Recebi gostei por isso repasso... Tenha um excelente dia!

 





segunda-feira, 16 de junho de 2014

Os Guardiões

Compilado do livro Os Guardiões
Ângelo Inácio (espírito) e Robson Pinheiro

Pretender lidar apenas com espíritos superiores e viver com o pensamento em regiões sublimes pode redundar em enorme decepção para aqueles que vivem de maneira mística. Os espíritos mais elevados deixaram o céu há muito tempo. Em outras palavras, os céus estão vazios, pois aqueles que se colocaram a serviço da política do Reino, da filosofia de vida do divino Cordeiro, desceram para as regiões sombrias, no intuito de trabalhar duramente pela renovação, reurbanização e reacomodação da humanidade desencarnada, visando realizar ampla limpeza energética, fluídica e quase material no ambiente próximo à Crosta.



É hora do trabalho, e trabalho árduo. Trabalho prazeroso, que provoca imensa satisfação naqueles que querem ver o mundo diferente e melhor. Vamos, meu filho, pois teremos de vencer uma tempestade de energias que poderá atrasar nossa excursão, comentou Pai João, a respeito da sua preocupação quanto aos fluidos densos daquela dimensão. Após reunir os líderes dos guardiões e Pai João fazer as devidas recomendações quanto às atitudes de segurança e como se comportar no ambiente aonde iriam, todos saíram pelo pátio principal do colégio.


Uma luminosidade pálida parecia ser a principal fonte de luz naquelas regiões inóspitas, embora, na cidade propriamente dita, os guardiões houvessem criado uma espécie de sol artificial, que produzia luz e calor para toda a comunidade astral. O aparato tecnológico erguia-se acima da cidade dos guardiões, de maneira a chamar a atenção de quem passasse por aquelas paragens.

Suspenso por forças gravitacionais produzidas a partir de alta tecnologia, o equipamento irradiava uma luz muito parecida com a do Sol, embora em intensidade bem menor. Era tal a suavidade da luz e o aconchego por ela proporcionado que era possível ter a impressão de que se estava numa cidade em planos menos densos.

Porém, os guardiões não ignoravam que ali, onde a cidade estava incrustada, a natureza era sobremaneira inquieta, insólita e assustadora. Era uma região muito próxima da dimensão dos homens, por isso mesmo as formas-pensamento aderiam com facilidade às construções astrais, o que obrigava a equipe a ficar de prontidão, revezando-se em turnos, a fim de evitar que a toxicidade das formas mentais produzidas tanto por “encarnados como por desencarnados” viesse a corroer a estrutura delicadíssima da matéria astral na qual eram erguidas as construções da cidade.

Viam-se escadarias montanha acima. Em cima das montanhas, destacamentos de guardiões montavam guarda, vigiando atentamente os arredores, afinal, ali estava longe de ser um céu. Pairava sobre eles a ameaça constante de ataque repentino de forças contrárias e de opositores do Cordeiro. Os guardiões jamais menosprezavam o quesito segurança, pois a própria razão de ser dessa imensa equipe de servidores da luz estava eminentemente associada a esse fator.

Se dormiam, o faziam com um olho só, enquanto o outro permanecia aberto, como brincavam as sentinelas entre si. Os sentidos estavam constantemente em alerta, com a atenção voltada a cada detalhe, a cada sombra e a cada vulto, fossem animais, homens ou formas mentais invasivas. Aliás, esta era das falas preferidas de Watab: estar alerta sempre, estar sempre acordado, jamais descuidar da segurança, em hipótese alguma confiar que tudo está tranquilo. A Terra ainda não era um paraíso e, enquanto isso fosse verdade, estariam de prontidão, cônscios de seu papel como um destacamento dos poderosos guardiões a serviço da suprema lei.

No que concerne ao trabalho dos servidores da luz no plano físico, enquanto encarnados, os guardiões também não dormem jamais. O simples fato de estar imerso na carne oferece grande risco para os agentes da justiça e da misericórdia divina, já que, muitas vezes, acabam por se distrair do foco central de suas vidas e das metas traçadas antes do mergulho no mundo físico.


São humanos e, por isso mesmo, passíveis de muitos erros, próprios da caminhada. Em razão disso, os guardiões ficam atentos para preservar seus aliados de certos tropeços no caminho, tais como ataques energéticos, emocionais ou espirituais que possam causar impacto devastador sobre suas vidas. Entretanto, não podem tudo, não evitam tudo, pois, entre eles, os guardiões, sabe-se que sem a parceria e a participação de seus protegidos não há como preservá-los indefinidamente dos riscos se a eles se expõem repetidas vezes. O Trabalho é de parceria. Sem imposições, mas sem tirar das pessoas que merecem assistência a oportunidade de vivenciar situações que lhes possam trazer algum aprendizado ou conhecimento, mesmo que tais experiências sejam amargas, algumas vezes.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Liberta-te do mal

Vive-se a hora angustiante das buscas intérminas que atendem às paixões imediatistas, mas não resolvem as questões profundas do ser espiritual. O homem e a mulher modernos atiram-se na desvairada correria do prazer, como se as únicas finalidades existências fossem as sensações que exaurem em detrimento das emoções dignificadoras que renovam e fortalecem o caráter, facultando tranqüilidade e alegria de viver.




Em conseqüência, predominam a insatisfação, o mau humor, os comportamentos alienantes, as fugas psicológicas da realidade, a solidão, em lamentáveis mergulhos interiores de desencanto e de frustração. Multiplicam-se as denominações religiosas, especialmente no Cristianismo, sem que os indivíduos se estabilizem emocionalmente, estando, pois, influenciados pelos veículos de comunicação de massa que oferecem as fantasias e as quimeras de fácil aquisição, resultando em comprometimentos espirituais de alta gravidade.


Preocupados com os lucros financeiros muitos pastores de almas, ao invés de as conduzirem às reflexões interiores, derrapam no mercado da simonia, vendendo a salvação a preços módicos, sem o menor pudor pela responsabilidade que assumem enganando a ingenuidade daqueles que preferem o reino dos céus na Terra, olvidando-se dos valores espirituais de alta significação.

Desse modo, aumentam as estatísticas de criaturas vinculadas às religiões sem o sentimento de religiosidade, umas em lamentável fanatismo, outras apenas formalmente, enquanto mantêm a conduta materialista, distanciando-se cada vez mais da fraternidade e da solidariedade que devem caracterizar os sentimentos de vinculação com a fé.

O grande rebanho humano, embora esclarecido nos programas de tecnologia e de algumas doutrinas científicas, permanece sem rumo e sem crença real em torno da sua imortalidade e dos objetivos essenciais significativos. A morte se lhe apresenta como a tragédia do cotidiano que deve ser evitada a qualquer esforço e preço, como se a indumentária carnal estivesse elaborada para a eternidade.

As ilusões e fantasias que se divulgam a respeito da vida-além-do-corpo atemorizam grande número de ingênuos e produzem rios de zombaria nos mais cépticos, dando a impressão de que o mundo espiritual pode ser manipulado pela astúcia e prepotência daqueles que se apresentam como intermediários das informações imortalistas.

Iludidos em si mesmos, cercam-se de incautos que lhes prestam culto de servilismo doentio, assumindo postura ridícula de condutores de outros, olvidados do ensinamento de Jesus a respeito dos cegos que conduzem cegos e ambos tombam nos abismos. Há, sem dúvida, expressiva fome da verdade e buscas honestas que nem sempre são bem-sucedidas, provocando desencanto e amargura.

De um lado a predominância materialista e de outro as informações sem fundamento a respeito do ser espiritual. Para atender a essa expressiva necessidade, urgente e significativa, chegou à Terra o Espiritismo, conforme Jesus o prometera antes de se despedir dos Seus discípulos. Portador de saudáveis notícias do mundo espiritual que é causal e de onde procedem todas as criaturas antes da sua viagem carnal, o Espiritismo apresenta um programa seguro de esclarecimento e de paz, fundamentando-o na análise daqueles que vadearam o Letes mitológico e aportaram na Realidade.

Demonstrando a necessidade da autoconsciência, esclarece que a vida física é uma experiência educacional no processo de iluminação interior sempre crescente. As dificuldades existenciais fazem parte do cardápio evolutivo, efeito natural dos comportamentos doentios ou grosseiros das experiências passadas, nas quais houve comprometimento de natureza moral, seja prejudicando o próximo ou a si mesmo cada qual se prejudicando.

Na condição de ensementador, o Espírito é o ceifador daquilo que produz, sendo sempre convidado a retornar pelos campos de ação executada, a fim de reunir os bons e os maus frutos que ficaram aguardando-o. Desse modo, o conhecimento espírita propicia a renovação do indivíduo, que vem tardando a sua recuperação moral, facultando-lhe entender as leis que regem a vida e às quais se deve submeter, porquanto elevam e dignificam os seres humanos.

A primeira característica daquele que se propõe à renovação é a irrestrita confiança em Deus, que se exterioriza em forma de tranqüilidade em relação a todos os acontecimentos existenciais, entregue à diretriz superior e feliz pela oportunidade de elevação espiritual. Ante a adversidade não se entregue à blasfêmia nem ao desespero, compreenda que o oceano agitado, é constituído pelas mesmas águas que lhe dão calmaria, sendo a ocorrência afligente o resultado dos ventos tempestuosos das ações perturbadoras.

Convidado à construção do Bem onde quer que se encontre, agradece a oportunidade, tornando-se partícipe da equipe operadora da fraternidade, ao mesmo tempo empenhando-se a produzir o melhor que lhe esteja ao alcance, porque sabe que todo processo de iluminação é feito por meio de esforço pessoal e da entrega a Deus.

Naturalmente, como as demais pessoas, momentos surgem em que o estresse, o desânimo, a aflição surpreende-o. Mas, isso é natural, porquanto é constituído da mesma estrutura que caracteriza todas as criaturas, não se permitindo   porém, permanecer nesses desvios de comportamento que após superados mais o fortalecem para os futuros cometimentos.

Nesse indivíduo em renovação, os sentimentos superiores expressam-se em forma de paciência em relação aos demais, de autoconfiança, e porque consciente da transitoriedade da existência física empenha-se em aproveitar ao máximo o tempo de que dispõe para o encontro consigo mesmo e, naturalmente, com Deus.

Aquele que conquista a tranqüilidade defluente da fé religiosa edificante e saudável vive em harmonia com tudo e com todos, não se alienando da sociedade a pretexto de encontrar a plenitude, tampouco mergulha na efervescência das futilidades sob a justificativa de estar participando da vida mundana. Vive no mundo, mas não é do mundo, perdido nas suas falsas apresentações.

Toma decisões seguras e, quando, por acaso, equivoca-se, refaz o caminho e tenta novamente tantas vezes quantas se façam necessárias ao aprendizado que persegue. Tais características programam a mulher e o homem de bem, cuja existência é perfeitamente de acordo com as convicções que mantêm no íntimo. A pessoa que se alimenta de tranqüilidade é estável e harmoniosa, sempre afável e útil, pois que aprendeu com Jesus a viver solidária com o Universo.

Muitas vezes é frágil na aparência, mas resistente nas ações e perseverante nos objetivos abraçados. Nunca desiste dos objetivos a que se dedica, mesmo quando tudo, encontra-se, aparentemente, em postura contrária. O seu é um entusiasmo sereno e vigoroso que a ajuda a manter o mesmo clima de alegria, seja nos momentos de triunfo ou naqueles de sofrimento. O importante é não deixar de porfiar, aguardando o instante próprio para dar prosseguimento ao programa a que se dedica.

Encontrou em Jesus a segurança que antes lhe faltava e, por isso mesmo, reconhece que esse é o seu momento de renovação interior e de aquisição da felicidade real.

Compilado do livro Liberta-te do Mal
Joanna de Ângelis (espírito) e Divaldo Franco