quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Compreensão

Filipe estava assustado, em virtude de vários incidentes acontecidos em Betsaida. Junta-se ao povo, procurando algo que pudesse saciar-lhe a fome e a sede materiais e mesmo as necessidades do espírito. É certo que saía dos encontros com Jesus e seus distintos companheiros fortalecidos na fé e no modo pelo qual entendia a vida, nos dois planos que a sua concepção aceitava.


Mas ao se envolver na atmosfera dos homens que negavam as verdades transcendentais do espírito, sentia-se comprometido com determinadas dúvidas, como amarrado a um poste para sacrifício, sem esperança de salvação. O entendimento, nessas horas, fugia-lhe, escapando, igualmente, do seu hábil raciocínio. Era preciso encontrar solução e, para tanto, não existia melhor oportunidade do que as reuniões que se processavam no casarão.


O filho de Betsaida era muito cauteloso nas suas buscas, nunca aceitava idéias sem que, primeiro, examinasse suas propriedades. Tinha verdadeira vigilância contra a influência dos outros para consigo e, quando encontrava uma filosofia, ou mesmo conceitos que o fascinassem, submetia-os à apreciação de outros da sua inteira confiança. A bateia de sua análise não se enganava na escolha do ouro, muito menos da pedra valiosa da verdade, que deveria ser a verdade filosofal dos mestres e dos sábios.


Andando pelos arredores de Betsaida, pensa Filipe, meio incomodado: Será que a mente, principalmente a minha, pode se comparar ao estômago cheio que, depois de certas horas, torna a pedir comida? Quando saio do repasto divino do espirito, nos encontros com Jesus, tenho a segura impressão dê que nunca mais terei fome de entendimento. Depois, com certos acontecimentos, volto quase ao mesmo estado de alma faminta da compreensão dos fatos ocorridos. Vejo que a sabedoria escapa à engrenagem das minhas deduções!

Pensou mais um pouco e surgiu-lhe uma inspiração: Porém, nós temos a quem recorrer, o sábio dos sábios, o Cristo de Deus. Andando mais um pouco, ouviu o balido das ovelhas que brincavam nos campos, algumas delas correndo em sua direção. Uma passa tão rente aos seus braços que o seu ímpeto infantil o convida a agarrá-la. Desliza as grossas mãos no pelo liso e brilhante, falando baixinho com o animal que, sentindo o afeto do apóstolo, corresponde, alisando as pernas de Filipe com a pequena cabeça.

Filipe senta-se em uma pedra próxima e redobra o carinho, entendendo ali, no palco da natureza, que a compreensão podia ser também função de idéias idênticas, pois o animal (raciocinou Filipe com inteligência) estava compreendendo a doação de carinho e retribuindo com o que ele podia dar que, no caso era muito, respondendo, pelo gesto instintivo e a graça de Deus, a algumas das intrincadas dúvidas de Filipe, naquele diálogo simples.

E quem aparece agora, sem que Filipe suspeite, dizendo: A paz seja contigo? Era Natanael, seu grande amigo, que fala em tom de brincadeira: O pastor aproveita todo o tempo disponível para vigiar o seu rebanho e dar de comer a quem tem fome, não é o caso? Filipe retruca, sorrindo: Não, não é o caso. Nas circunstâncias, aqui, o faminto sou eu, o seu servidor mais humilde nos arredores de Betsaida.

E fechando o semblante, diz, emocionado: Natanael! Quando procuramos o Mestre com amor e humildade, mesmo que esse não seja o clima permanente em nossos corações, ele nos atende por intermédio das primeiras possibilidades que surgirem, mesmo que esse meio seja um animal. A natureza, meu irmão, é Deus palpitando no seio da vida!

Natanael, curioso para saber o que se passava com Filipe, aponta para o disco solar que, dando adeus com os últimos raios, anuncia compromissos assumidos. Os dois partem em direção à grande assembléia dos homens que o destino chamara para servir, pela graça de Jesus Cristo. Abraçados e andando em passos cadenciados, notam alguma coisa que os acompanha. Filipe narra a história que se passara entre ele e a ovelha. Aproximando-se da comunidade, escutam os gonzos rangerem, falando, na linguagem dos sons. É hora de entrar!

A alegria dos presentes parecia irradiar-se como melodia que somente a audição espiritual poderia registrar. André, que estava distraído, estremece-se de leve com o forte olhar de Jesus, vendo surgir em sua mente uma vontade irresistível de orar, o que faz, com humildade. Finda a rogativa, Filipe, sem querer, por impulso instintivo, levanta-se e fala, com reverência:

Mestre Jesus! Podes nos explicar a todos, e principalmente a mim, a instabilidade da compreensão? A segurança que esperava e espero, nesta arte de viver com os outros, toma sentidos variados e, se não tomo providências quanto às minhas primeiras atitudes, passo a agredir as pessoas, pelo simples fato de não compreenderem as coisas como eu as entendo!

Há momentos em que não sei o que busco! E aí, luto com a dúvida e, quando estou contigo, como agora, por exemplo, torno-me um gigante, em quase todas as virtudes. Espero a tua benevolência para que eu possa entender a mim mesmo, quando falseio no entendimento dos outros.

Nota-se, em toda a assembléia, que a pergunta de Filipe era a de todos, tal é a insegurança em tudo o que abraçamos. Cristo dispensa um olhar magnânimo a todos, e fala, com amabilidade: “Filipe! Quando pretendes levantar uma casa, primeiro cavas as valas, para que acolham o alicerce. Depois que este já está familiarizado com a argila, é que vêm as paredes, pedindo base para suportar o seu peso. Depois, vem o telhado para em seguida, entrarem os moradores, em segurança, na moradia.

O ser humano precisa construir cada qual a sua própria casa no reino da mente, pois, em primeiro plano, as necessidades exigem a limpeza das valas entulhadas de idéias imprestáveis. Em seguida à colocação das pedras nos alicerces que os ideais superiores nos oferecem, com a liga da boa vontade, mais adiante deveremos levantar as paredes, com cada tijolo representando um conceito que as leis de Deus interligam. Finalmente, aparece o telhado, que é vivência e o tempo chancelando a segurança daquilo que aprendemos”.

Jesus parou um pouco, para que a massa pudesse fermentar e a digestão mental se processasse e continua, com bondade: “Se não fossem os contrastes, Filipe, que encontramos dia a dia, como provar a nós mesmos se aprendemos as lições da vida? Todas as invenções requerem provas incontáveis.

Para nos tomarmos cooperadores de Deus, na vinha infinita da criação, o laboratório do mundo nos testa permanentemente, até chegarmos à condição de sermos servos fiéis do Senhor, respondendo a todos os ataques à verdade, com a própria vida imperturbável no serviço da caridade e do amor dentro e fora de nós, compreendendo e sentindo Deus, pelo bem que não deixamos de praticar, sem interrupção. Nessa disposição, Filipe, não há lugar para as dúvidas que a ignorância faz vicejar”.

Lá fora, pelo silêncio do auditório, escuta-se ao longe o vozerio do tumulto e, no meio da multidão, de vez em quando, distinguem-se berros da ovelha, que parece chamar Filipe para mais carinhos. O filho do lugarejo sorri baixinho, procurando a atenção de Natanael para compartilhar com ele da lição da ovelha.

No pequeno intervalo, todos suspiraram e voltaram sua atenção para a alocução do amigo incomparável, que logo retornou com sua fala cativante:

“Filipe, a Compreensão é, mais ou menos, aquilo que pensas, quando podes dedicar alguns instantes à ovelha que ficou órfã ao nascer, conquanto tal atitude seja fácil, por haver carência de afeto e necessidade de troca de calor em todas as partes, na sensibilidade do amor universal. Onde a Compreensão é mais difícil, Filipe, é diante da maledicência, e quando somos ofendidos e caluniados e, sem revolta, o coração nos obriga a transformar nossos sentimentos em perdão, um perdão que não exige condições.

Nesses momentos, por vezes perdemos o ambiente de segurança, assimilando a violência e a intolerância dos ignorantes e, se fizermos a justiça que a razão nos pede, passamos a pensar do mesmo modo de quem nos injuria. E aí, a semente de Deus, que procurava terra fértil na área do coração, é retirada pelos ventos da invigilância, deixando o agricultor à espera de outras oportunidades, para tornar a semear.

Filipe, meu filho: ocupa mais a tua mente com a Compreensão que deves ter com os outros, sem exigir o mesmo dos outros para contigo, a não ser quando isso vem pelas linhas da espontaneidade. Porque se você passar a compreender a quem desconhece a lei do amor e da caridade, mesmo sem palavras, ele passa a te admirar, e esse é o primeiro passo para o alcance da verdade”.

O assunto despertou a atenção de muitos, pois parecia que o Mestre lera em vários corações os fatos recentemente acontecidos. O tempo passa, passando também os sentimentos de culpa dos que não tiveram Compreensão nos ataques recebidos. Jesus continua com a Palavra fácil e serena:

“O entendimento dos que aqui estão tem de alcançar uma feição mais pura, porque a quem muito foi dado, muito será pedido. Vós todos participais de uma claridade que, em outros olhos, produziria a cegueira. Viemos todos, sem exceção, para servir, sem que a exigência perturbe nossa confiança em Deus e em nós mesmos.

O mal maior, mesmo no seio dos que estão despertando para a luz, é dar querendo receber, é perdoar esperando perdão, é sorrir porque precisa receber um sorriso, é dar pousada a um viandante, pensando que o destino poderá colocá-lo viajando também, é amar pensando, primeiro, no amor que poderá receber em troca. Espero que isso não aconteça entre vós outros, que conheceis ao Pai, conhecendo a mim”.

Filipe sai mastigando o naco de pão espiritual que Jesus lhe dera, concentrado em sorver toda a essência, sem perda de um só til. As portas se abrem, dispersando toda a unidade discipular, que pensava em como seria a noite seguinte.

sábado, 26 de setembro de 2015

A Precipitação








A precipitação responde por muitos males que afligem o homem.

Um comportamento ansioso leva a estados de perturbação, geradores de sofrimentos perfeitamente evitáveis.

Sob o estigma da ansiedade as atitudes são incorretas, fomentando resultados inadequados à edificação interior.

O exercício da calma, por isso mesmo, faz-se imprescindível para uma jornada harmônica face às perplexidade que a vida moderna impõe.

A calma ensina a esperar pelos resultados de qualquer realização, que não podem ser antecipados.

O ritmo do tempo é inalterável, razão por que os acontecimentos sucedem naturalmente dentro de espaços que não podem ser modificados.

A instância da precipitação o homem ouve e vê mediante óptica deformada, que mais o perturba, desde que obnubilando-lhe o discernimento, precipita-o em despenhadeiros de infortúnios.

Há tempo de semear, sendo, portanto, compreensível que chegará o tempo de segar.

Inutilmente se pretenderá com êxito precipitar os fenômenos da vida, entre a germinação e a frutescência do grão.

No campo moral, o mecanismo é equivalente.

Cada fase tem um período próprio; cada ocorrência seu instante azado.

Reúne as tuas forças morais na disciplina do equilíbrio, não precipitando sucessos que devem seguir o seu curso normal.

Consciente de que somente te ocorrerá o que esteja na tua programação cármica, não sofras por antecipação, propiciando estados de ansiedade e amargura, que poderiam ser evitados.

Quando suceder que o sofrimento desabe sobre ti, enfrenta-o com nobreza, sabendo que o mesmo se te faz necessário, como forma de crescimento para a vida e de recuperação pessoal, na contabilidade dos valores espirituais.

Disse Jesus: “Somente caem as folhas das árvores pela vontade de Deus”, demonstrando que toda ocorrência está subordinada a leis que comandam todos os fenômenos do Cosmo.

Da mesma forma, sucedem no teu universo pessoal, acontecimentos a que fazes jus e de que necessitas.

Tem, portanto, paciência e não te precipites nunca.

Arrepender-te-às pela decisão arroubada, ansiosa, e nunca por aquela que nasce da reflexão e da calma.

Se parecer-te impossível suportar em paz os problemas que te angustiam, recorre à oração e deixa-te acalmar pela blandícia do intercâmbio entre ti, que rogas, e a Divindade que te responde, asserenando-te e poupando-te à precipitação.



SALVE DEUS

Desobsessão e Autodesobsessão - Yasmin Madeira

Fé Inabalável

"Allan Kardec afirmou: Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade.
Acreditar em Deus, na imortalidade do Espírito, na excelência dos postulados da reencarnação e permitir-se abater quando convidado á demonstração da capacidade de resistência, é lamentável queda na leviandade ou clara demonstração de que a fé não é real...
Permitir-se depressão porque aconteceram fenômenos desagradáveis e até mesmo desestruturadores do comportamento, significa não somente debilidade emocional que apenas tem fortaleza quando não há luta, mas também total falta de confiança em Deus.
Quando a fé é raciocinada, estribada nas reflexões profundas em torno dos significados existenciais, tem capacidade para enfrentar os problemas e solucioná-los sem amargura nem conflito, para atender as situações penosas com tranquilidade, porque identifica em todas essas situações as oportunidades de crescimento interior para o encontro com a VERDADE.
O conhecimento do Espiritismo liberta a consciência da culpa, o indivíduo de qualquer temor, facultando-lhe uma existência risonha com esperança e realizações edificantes pelos atos. Não apenas enseja as perspectivas ditosas do porvir, mas sobretudo ajuda a trabalhar o momento em que se vive, preparando aquele que virá".

SALVE DEUS

Deceções

Uma das maiores decepções que nos atinge, é esperarmos que os outros correspondam à nossa expectativa.
Doamo-nos e nos dedicamos por inteiro sem qualquer tipo de reconhecimento. Ficamos esperando por uma palavra que não vem e por ações que não acontecem. E o erro não é do outro; é nosso, por esperarmos receber o que o outro não tem.
Por isso não devemos esperar nada de ninguém, seja quem for, para que não haja deceções. Sejamos nós mesmos, continuemos agindo de acordo com o que dita a nossa consciência e fazendo o que temos vontade, porém,sem nunca criar expectativas em torno de ninguém. Se você recebeu espinhos, quando doou uma rosa, mas ter doado a rosa lhe fez bem, continue fazendo isso. O que importa realmente é você estar em paz consigo mesmo e não com o outro. Pense no outro como uma pessoa que está aprendendo, junto conosco, a caminhar nesta vida e que você é um dos meios que Deus escolheu para ensiná-lo, através de suas próprias ações.

SALVE DEUS

terça-feira, 22 de setembro de 2015

ANANAU indios do Equador FLAUTAS

Encarnação do Espírito da Verdade

                     Paz a todos!

Este tópico tem a finalidade de reunir algumas referências a respeito da encarnação do Espírito da Verdade para o período atual de transição planetária. Não serão mostradas as mensagens na íntegra, mas serão mencionadas as obras das quais os trechos foram extraídos, para quem quiser conferir posteriormente. Muitos estudiosos espíritas, para não dizer todos, fazem uma vista grossa para este magno acontecimento. Sendo assim, fazendo menção à parábola evangélica As Dez Virgens, perguntamos: estamos nos assemelhando às virgens loucas ou às virgens prudentes, quando o Noivo divino já está chegando? O real preparo está sendo realizado para receber Ensinamentos de ordem mais elevada, pelo novo Enviado de Deus à face da Terra? Quando uma nova luz iluminar o entendimento humano a respeito da Verdade Eterna através do Espírito da Verdade encarnado, estaremos preparados para recebê-la, ainda mais se estiver fora das nossas expectativas? Receberemos o Enviado mesmo se ele não estiver vinculado diretamente e atuante no Espiritismo? É, no mínimo, para refletir sobre o assunto.

1 - "Vimos preparar os caminhos para que as profecias se cumpram. Quando o Senhor vos der uma manifestação mais retumbante da sua clemência, que o enviado celeste já vos encontre formando uma grande família; que os vossos corações, mansos e humildes, sejam dignos de ouvir a palavra divina que Ele vos vem trazer; que ao eleito somente se deparem em seu caminho as palmas que aí tenhais deposto, volvendo ao bem, à caridade, à fraternidade." (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VII, Instruções do Espíritos, mensagem O Orgulho e a Humildade, 12º parágrafo, pelo espírito Lacordaire)

2 - "(...) mas há outros [seres] cuja missão é agir sobre a Humanidade inteira, que não aparecem senão nas épocas mais raras, que marcam a era das transformações gerais.
Jesus-Cristo foi um destes enviados excepcionais; do mesmo modo tereis, para os tempos chegados, um Espírito superior que dirigirá o movimento de conjunto e dará uma coesão poderosa às forças esparsas do Espiritismo. (...) Limito-me a dizer-vos: Esperai e orai., porque o tempo é chegado e o novo Messias não vos faltará: Deus saberá designá-lo a seu tempo. E, aliás, é por suas obras que ele se afirmará." (Revista Espírita, ano 1868, mês Fevereiro, Instruções do Espíritos, 3ª mensagem, Os Messias do Espiritismo, pelo espírito Baluze)

3 - "(...) Não fiqueis, pois, admirados de todas as comunicações que vos anunciam a vinda de um Espírito poderoso sob o nome do Cristo; (...) Se o Messias de que falam essas comunicações não é a personalidade de Jesus, é o mesmo pensamento. É aquele que Jesus anunciou, quando disse: 'Eu vos enviarei o Espírito de Verdade, que deve restabelecer todas as coisas', isto é, reconduzir os homens à sã interpretação de seus ensinamentos, porque ele previa que os homens se desviariam do caminho que lhes havia traçado. (...) Quando todas as bases estiverem postas, então virá o Messias, que deve coroar o edifício e presidir à reorganização, auxiliado pelos elementos que tiverem sido preparados" (Revista Espírita, ano 1868, mês Fevereiro, Instruções do Espíritos, 4ª mensagem, Os Messias do Espiritismo, pelo espírito Lacordaire)

4 - "(...) Esse glorioso futuro que vos anunciamos será realizado pela vinda de um Espírito superior, que resumirá, na essência de sua perfeição, todas as doutrinas antigas e novas, e que, pela autoridade de sua palavra, ligará os homens às crenças novas. (...) Perguntais se esse novo Messias é a pessoa mesma de Jesus de Nazaré? Que vos importa, se é o mesmo pensamento que os anima a ambos? (...) Espíritas! Compreendei a gravidade de vossas missão; estremecei de alegria, porque não está longe a hora em que o divino enviado alegrará o mundo. (...) A ignorância e a perturbação ainda vos ocultam uma parte da verdade que só o celeste Mensageiro vos pode revelar inteiramente."  (Revista Espírita, ano 1868, mês Fevereiro, Instruções do Espíritos, 6ª mensagem, Os Espíritos Marcados, pelo espírito São Luís)

5 - "(...) Sim, meus filhos, o povo se comprimirá sobre os passos do novo mensageiro anunciado pelo próprio Cristo, e todos virão escutar essa divina palavra, porque nela reconhecerão a linguagem da verdade e o caminho da salvação." (Revista Espírita, ano 1868, mês Fevereiro, Instruções do Espíritos, 7ª mensagem, Os Espíritos Marcados, pelo espírito Lamennais)

6 - "(...) Novas raças saídas das altas esferas vêm rodopiar em torno de vós, esperando a hora de sua encarnação messiânica (...). Estamos e ficaremos convosco, sob a égide do Espírito de Verdade, meu e vosso mestre." (Revista Espírita, ano 1868, mês Fevereiro, Instruções do Espíritos, 8ª mensagem, Futuro do Espiritismo, pelo espírito Erasto)

7 - "(...)  as virtudes dos céus já se abalam e as estrelas caem de sua abóbada, mas transformadas em Espíritos puros, que vêm, como anuncia a Escritura em linguagem figurada, proclamar sobre as ruínas do velho mundo, o advento do Filho do Homem." (Revista Espírita, ano 1868, mês Fevereiro, Instruções do Espíritos, 10ª mensagem, As Estrelas Cairão do Céu, pelo espírito Dupuch)

8 - "Povos, escutai!... Uma voz se faz ouvir de um extremo ao outro do mundo: é a do precursor anunciando a vinda do Espírito de Verdade, que vem endireitar os caminhos tortuosos por onde o espírito humano se desgarrava em falsos sofismas. (...) O Espiritismo é essa voz poderosa que já repercute até os confins da Terra; todos a ouvirão." (Revista Espírita, ano 1868, mês Fevereiro, Instruções do Espíritos, 11ª mensagem, Os Mortos Sairão de Seus Túmulos, pelo espírito João Evangelista)

9 - "(...) A vinda do Messias, como fato geral, está anunciada, porque era útil que dela se estivesse prevenido; é uma garantia do futuro e um motivo de tranquilidade, mas as individualidades não devem revelar-se senão por seus atos. (...)" (Revista Espírita, ano 1868, mês Março, Comentários Sobre os Messias do Espiritismo, 4º tópico, 8º parágrafo, por Allan Kardec)

10 - "(...) Moisés é o tempo passado; o Cristo, o tempo presente; o Messias a vir, que é o amanhã, ainda não apareceu... Moisés tinha que combater a idolatria; o Cristo, os fariseus; o Messias a vir terá também os seus adversários: a incredulidade, o cepticismo, o materialismo, o ateísmo e todos os vícios que acabrunham o gênero humano... (...) Mas esse Messias que deve vir é o próprio Cristo? questão difícil de compreender no tempo presente, e que amanhã será esclarecida. (...) É o Espiritismo que deve remover as grandes pedras que poderiam dificultar a passagem daquele que deve vir. Esse homem será poderoso e forte, e numerosos Espíritos estão na Terra para aplanar o caminho e fazer cumprir o que foi predito. (...) Esse novo Messias será chamado o Cristo? É uma pergunta que não posso responder; esperai o amanhã. (...) trabalhai sobre vós mesmos para vos regenerardes, a fim de que o Mestre vos encontre preparados." (Revista Espírita, ano 1868, mês Maio, Dissertação dos Espíritos, mensagem Ontem, Hoje e Amanhã, pelo Espírito da Fé)

11 - "(...) Todos somos chamados ao grande labor e o nosso mais sublime dever é responder aos apelos do Escolhido. (A Caminho da Luz, cap. XXV, O Evangelho e o Futuro, 24ª parágrafo, pelo espírito Emmanuel)

SALVE DEUS

ALMA SONORA Canção de Amor ao Planeta

Caridade




Jesus foi um exemplo vivo da prática do amor e da caridade, que se constituem em fundamentos básicos do Cristianismo.

Para o Espiritismo, que é uma Doutrina essencialmente cristã, o amor e a caridade constituem-se em deveres inadiáveis para seus adeptos.

Na realidade, o amor e a caridade inter-relacionam-se estreitamente. O primeiro é o sentimento maior, herdado de Nosso Pai Eterno, que temos por dever engrandecê-lo, cada vez mais, pela sua exteriorização a Deus e aos semelhantes. A caridade é o instrumento que nos possibilita a distribuição de benefícios inúmeros aos semelhantes, externando amor e engrandecendo a nossa faculdade íntima de amar.


*

A Caridade no Espiritismo

Em “O Livro dos Espíritos”(1), a caridade cristã está definida como “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.” Já no “O Evangelho Segundo o Espiritismo”(2), Allan Kardec elucida-nos que não podemos amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo; que a beneficência, praticada sem ostentação, presta-se a caridade material e à caridade moral, sendo que só esta resguarda a suscetibilidade do beneficiado, permitindo-o aceitar o benefício sem dano ao seu amor próprio; e que, enfim, todos os deveres do homem podem ser resumidos nesta máxima: “Fora da caridade não há salvação.”

Léon Denis(3) também nos ensina que a caridade é a virtude por excelência; que só ela nos dá a chave dos destinos elevados; que a caridade material tem aplicação limitada, em forma de socorro, apoio e animação aos semelhantes, mas que a caridade moral pode ser estendida a todos os que participam da nossa existência neste mundo; e que tudo o que fizermos pelos irmãos, em atos, sentimentos e pensamentos, fica gravado no perispírito, de modo permanente, garantindo-nos recompensas em existências futuras. Portanto, a prática da caridade, provando amor a Deus e aos semelhantes, é o meio superior e seguro de conquistarmos grandes virtudes e ascensão na hierarquia espiritual, com resultados venturosos.

Ainda, ao adotarmos, no dia-a-dia, a máxima “Fora da caridade não há salvação”, estamos firmemente empenhados na prática do Mandamento Maior, que é a Lei de Amor a Deus e aos Semelhantes. Isso exige, evidentemente, de nós: trilhar, de modo incansável, as sendas da bondade e das virtudes; libertar do egoísmo, da vaidade e do orgulho; tratar, de modo fraterno e justo, todos como irmãos; buscar sempre o aprimoramento pessoal para poder melhor servir; cumprir todos os deveres pessoais e sociais; e respeitar os direitos e as crenças humanas.


*

Lições dos Bons Espíritos

Os Bons Espíritos, através de diversos médiuns brasileiros, têm nos ensinado novas lições sobre a caridade e nos estimulado à prática de ações simples, que não envolvam, necessariamente, o uso de dinheiro, mas que são também formas de sermos mais amorosos.

Eis um breve resumo dessas lições dos Espíritos Amigos contida em diversos livros espíritas.
Por essas lições aprendemos que praticar a caridade é:
Fazer o bem, pacientemente. Ser útil, em todas as ocasiões, sem esperar recompensas ou retribuições. Não descuidar dos mínimos atos e gestos cotidianos, a partir do próprio lar. Doar bens que não nos têm mais serventia. Orar pelos necessitados, amigos ou inimigos. Educar e ensinar sempre, principalmente as crianças. Vencer o orgulho, o egoísmo e a vaidade, que tantos males ocasionam a nós e ao próximo. Fazer justiça e defender sempre os indefesos e injustiçados. Não se queixar de situações e de pessoas, dilatando a compreensão das causas e dos benefícios que podemos tirar delas. Enxugar lágrimas e ajudar e consolar as pessoas sofredoras e aflitas. Não distinguir as pessoas por raça, crenças ou posições políticas e sociais, porque todos somos irmãos em evolução, Filhos do mesmo Deus, apenas vivendo experiências diversas e detendo graus diferentes de aprimoramento espiritual. Respeitar as convicções sinceras dos semelhantes, como gostamos de ter as nossas respeitadas.
Usar adequadamente as palavras para não gerar pensamentos, imagens, sentimentos e atitudes indesejáveis. Cumprir os compromissos assumidas. Trabalhar sempre para aliviar os sofrimentos físicos e morais dos semelhantes. Não alimentar sentimentos de ódio, rancor e desejos de vingança contra os próximos, contrariando os ensinamentos de Jesus. Saber perdoar sempre, esquecendo as ofensas. Ser indulgente para com os defeitos e as fraquezas alheias, compreendendo que todos ainda somos imperfeitos, mas em processo de aprendizado e evolução. Combater as próprias imperfeições para não ferir com elas os semelhantes. Usar, com benevolência e sabedoria, os talentos, a riqueza e a autoridade.

Enfim, praticar a caridade, com amor, é, hoje e sempre:
servir, socorrer, auxiliar, compreender, consolar, doar, cumprir, iluminar, falar, ouvir, esclarecer, ensinar, perdoar, tolerar, orar, esperar, confiar, abençoar, reconfortar e trabalhar.


SALVE DEUS

Desenvolvendo Robôs


Apesar de nosso Desenvolvimento Mediúnico ser rápido e eficaz no tocante ao ensinamento das Técnicas de Trabalho, existe algo mais a ser despertado nos aspirantes encaminhados por nossos Mentores: O Despertar para Cristo!

Nossas aulas não devem apenas ficar restritas ao ensino das técnicas de doutrinação e incorporação! Os aspirantes devem ser orientados para sempre participarem da palestra inicial, de maneira a estarem mais tempo dentro do Templo permitindo o preparo de seu plexo espiritual e também a absorverem as informações iniciais. Esta palestra possui um leque tão grande de opções que permite falar de Jesus, Pai Seta Branca e Tia Neiva, sempre de uma maneira diferenciada onde qualquer repetição se torna desnecessária (exceto nos três pontos básicos para o ingresso na Corrente).

Na abertura das aulas nos grupos, igualmente, para obter a harmonia e quebrar a natural ansiedade, primeiro falamos de assuntos que despertem a consciência. Não é apenas transmitir a informação, mas a maneira como se transmite! Não é preciso quebrar o perfeito roteiro deixado pelo Trino Araken, mas aproveitar os ganchos e semear o AMOR e o esclarecimento. Do contrário estaremos formando robôs místicos... Uma das maiores preocupações de Tia Neiva!

A responsabilidade em participar do Grupo de Instrutores é imensa! O instrutor responde por tudo que ensinou ao médium e principalmente pelo que NÃO ENSINOU.

Falar do Amor, da beleza da missão! Recordar que cada passo que aprendem significa espiritualmente um conhecimento que permite dar esperança aos corações aflitos e oportunidade a irmãozinhos que esperam há tanto tempo!

Explicar que o modelo de doutrinação é um “modelo”,  porque traz todas as informações que precisam ser repassadas, mas a “maneira” como irão falar faz toda diferença! É preciso emoção, sentimento! Não importa a ordem das palavras ou informações, é um modelo! A doutrina deve fluir de seu coração e da inspiração da Princesa que o amadrinha.

Explicar que o Mentor não está sozinho! Que o Apará participa e facilita tudo, que o conhecimento pré-adquirido pelo médium será sempre aproveitado pela Entidade.

É preciso jamais esquecer o Evangelho! Somos uma Doutrina Cristã e devemos falar de Jesus, recordar Pai Seta Branca e suas mensagens, e explicar porque aprendemos a amar Tia Neva não apenas porque foi instrumento para trazer a Doutrina, mas pelo seu exemplo de vida!

Meus irmãos e irmãs! Mesmo os que não são instrutores possuem o compromisso de libertarem-se das travas impostas pelas técnicas e, mesmo respeitando todas as Leis, abrir o coração para o ensinamento da mensagem de Jesus: Amor, Humildade e Tolerância!

Doutrinar com amor! O espirito pode até não ouvir as palavras da doutrina, mas ele sente!!! Sente sua emoção ou sua indiferença.

Mentalizar com amor o espírito sofredor que incorpora sem jamais misturar suas próprias frustrações com os sentimentos dele!

Não desmereço nenhum detalhe das técnicas, pois são precisas e possuem um motivo a cada gesto ou palavra (que deve ser claramente explicado). Velemos pela perfeição, mas sem jamais esquecer o sentimento!

Nos recordemos que ao fazer nossa Preparação fechamos nossos olhos diante da Pira e visualizamos o Deus dentro de nós! Não basta ensinar a Chave, é preciso explicar o que acontece nesta hora! Assim estaremos conscientes da beleza e da força ali presentes e dentro de cada um... e como precisamos encontrar esta beleza... esta força!

SALVE DEUS


O amor nunca põe limites


Nesse instante, duas entidades que cooperavam nas reuniões mediúnicas normais da Sociedade Espírita adentraram-se, trazendo em maca, adormecido, um dos seus diretores. Tratava-se do confrade Anacleto, com um pouco mais de meio século de existência terrestre, que ficara viúvo, há cinco anos, aproximadamente, que fora antes, dedicado servidor do Evangelho, que se constituíra um dos pilares de segurança da instituição.


Segundo pude depreender mentalmente, em razão das emissões do pensamento do nosso mentor, de maneira invigilante ele passou a cultivar ideias de exaltação e comportamento agressivo, tornando-se um espinho ferinte no grupo de trabalho.


Responsável por atividade de relevante importância, manteve-se cauto sexualmente durante o período matrimonial. Após a desencarnação da esposa, igualmente trabalhadora dedicada, passou a cultivar sentimentos perturbadores e tormentos adormecidos, dando largas à imaginação e gerando imagens mentais tóxicas, lentamente absorvidas e transformadas em hábitos psíquicos.


A pouco e pouco, deixou-se embriagar pela sensualidade, no difícil período da andropausa, tornando-se indócil e prepotente. Por qualquer coisa agredia os companheiros com palavras chulas, desviando-se da boa conduta moral, frequentando motéis com jovens aventureiras, igualmente perturbadas.

Narcisista, desligou-se emocionalmente dos deveres espirituais e comparecia ao grupo sem compromisso íntimo, demonstrando desinteresse pela função que exercia. Em consequência, as suas atividades tornaram-se desconsideradas e porque os demais membros da diretoria necessitassem do entrosamento entre todos, quando chamado à cooperação reagia de maneira rude, para não dizer grosseira. Chegará ao cúmulo de estar desviando valores da contabilidade da Casa, a fim de atender a volúpia dos seus tormentos.

A esposa desencarnada, em aflição compreensível, ao constatar os desmandos do consorte aturdido recorreu ao mentor, solicitando-lhe ajuda imediata. Esse, por sua vez, dirigiu a sua rogativa ao Menestrel de Deus, que tomou as providencias agora materializadas na equipe de que fazíamos parte, a fim de serem evitados danos mais graves ao próprio enfermo e à sociedade.

O que nele se apresentava com caráter de maior gravidade, era a alucinação de autopoder que o mesmo se atribuía, não prestando contas dos seus atos administrativos aos demais companheiros, nem aceitando qualquer ingerência ou atitude fraternal que pudesse modificar a situação. Várias tentativas de diálogo foram rebatidas com os comportamentos chocantes, desrespeitando todos aqueles que se lhe acercavam.

Atingindo o ápice, os amigos estavam dispostos a convocar uma assembléia geral e removê-lo do quadro administrativo, o que redundaria, sem dúvida, em um escândalo, porque, certamente, o paciente reagiria de forma inesperada e infeliz, complicando-se mais e afetando o conceito da Casa dedicada ao amor e à caridade.

Trazido a sala de atendimentos, ressonava ruidosamente, demonstrando os conflitos que o afligiam, e agitava-se, como desejando libertar-se de alguma constrição que lhe fazia mal. Observando-o com mais atenção, pudemos notar que se encontrava fortemente submetido a uma injunção obsessiva de natureza grave, porque notávamos diversas formas “ovoidais”, fazendo recordar a medusa da mitologia grega. Essa cabeleira, constituída por seres espirituais inferiores, flutuava em volta da sua cabeça, e emitia ruídos estranhos, peculiares, como sons de animais ferozes.

Tratava-se de espíritos vítimas da monoideia, que lhes fora inculcada em experiências hipnóticas perversas, trabalhada por hábil adversário do bem, que se acreditava responsável por verdadeira legião de desencarnados que lhe sofriam os acicates cruéis.

Detendo-nos, na observação, percebíamos que dois deles fixavam-se no sistema nervoso central, outros dois no aparelho genésico, mais um no chakra cerebral, em verdadeira parasitose exploradora grave. Tão ligados estavam esses espíritos deformados e insanos que não puderam ser desligados anteriormente do enfermo agora trazido ao auxilio espiritual.

A área genésica apresentava-se dominada por verdadeiros vibriões criados pela dissolução moral a que o paciente se entregara, ameaçando-lhe a organização fisiológica, obrigada ao atendimento da mente desvairada. Era natural que o seu fosse o pensamento do desajuste moral, em razão do cérebro sofrer a insidiosa presença do ser infeliz que lhe dominava a nobre região coronária, encharcando-a de energias deletérias.

O sistema nervoso central, por sua vez, sofria a ingerência da mente espiritual desditosa que se nutria do seu tônus energético, exaurindo a vítima com lentidão e segurança. Sem dúvida, com pouco tempo de persistência desse quadro, seria impossível a continuação da existência estável. Com certeza, alguma enfermidade devoradora se aproveitaria da falta de resistências do sistema imunológico igualmente comprometido, dilacerando o corpo já alquebrado.

Concomitantemente, o dislate levaria o pensamento à loucura e as consequências seriam imprevisíveis, não fossem as providencias terapêuticas a que seria submetido a partir daquele momento. A repercussão de um escândalo, de uma agressão física ou de algo mais funesto seria terrível para o grupo de servidores de Jesus, apreensivos e inquietos.

O irmão Anacleto, sem dúvida, era vítima de uma obsessão impiedosa cujo controle encontrava-se distante, mas bem direcionado. A aparência física já denunciava o estado de desnutrição e falta de vigor, em razão do roubo de vitalidade que padecia.

No silêncio natural em que a sala estava mergulhada, envolta em dúlcidas vibrações harmoniosas, Dr. Bezerra exorou o auxílio de Jesus para a atividade que ia iniciar-se, suplicando as Suas bênçãos em favor de todos aqueles que se encontravam envolvidos no quadro desolador da obsessão: a vítima e os seus algozes. Uma diáfana claridade tomou todo o recinto como a resposta dos Céus ao apelo da Terra.

O médico espiritual aproximou-se do doente encarnado e fixando-lhe o centro genésico, no qual se hospedavam duas entidades deformadas, pôs-se a aplicar uma energia especial em movimentos anti-horários, como se estivesse desparafusando o tentáculo de cada uma delas que se fixava, respectivamente, nas gônadas.

Pude perceber que se apresentavam como ventosas comuns aos polvos com alto poder de fixação e absorção dos conteúdos em cujo exterior se prendiam. Todos encontrávamo-nos profundamente concentrados, direcionando nosso pensamento como força atuante em favor da operação que estava sendo levada a efeito.

Por mais de cinco minutos o dedicado benfeitor permaneceu no processo libertador, até quando foram desligados os tubos fluídicos que serviam de duto nutriente aos infelizes. Automaticamente, e com carinho as formas ovoidais que flutuavam foram seguras pelo nobre cirurgião e por José Petitinga que funcionava como seu auxiliar direto.

Ouvíamos os estranhos ruídos que se exteriorizavam daqueles seres degenerados, que haviam tido modificado o períspirito e se apresentavam na condição degenerada, fruto espúrio do comportamento que ser permitiram nas jornadas anteriores, culminando com a queda nas armadilhas do soez hipnotizador que os manipulava. Ato contínuo, foram conduzidos e localizados na aura da dedicada Sra. Celestina e de outro médium, ambos em profunda concentração.

Ao ligarem-se energeticamente aos dois médiuns disciplinados, logo puseram-se a agitar-se, movendo-se continuamente, apresentando alguns estertores e emitindo sons animalescos que denotavam um sofrimento inenarrável, porque impossibilitados de exterioriza-los por meio da verbalização. Recebendo energia que se estendia das mãos de Hermano, Petitinga e Jésus, num contato transcendente e de natureza calmante, com voz suave e mentor falou-lhes:

“A libertação de que necessitam começa agora, embora se prolongue por algum tempo. É necessário recuperar a forma perdida, utilizando-se do involucro perispiritual desses que se lhes transformaram em intermediário, de modo que, no futuro, em processo de reencarnação dolorosa, possam voltar ao estado anterior que usaram indevidamente.

Têm sido longos os anos dessa radical transformação, mas soa o momento para a recuperação da vida normal. Todo o patrimônio armazenado através dos tempos e que hoje se encontra arquivado no cerne do ser, volverá lentamente e ser-lhes-á possível avançar pela estrada do progresso.

Jesus sempre vai em busca da ovelha tresmalhada, e os irmãos são bem o exemplo daquelas que tombaram, renitentes, no fundo do abismo onde ora se encontram. Como são capazes de pensar, embora não se possam expressar, voltem-se para Deus e supliquem-lhe misericórdia. Os dias de horror e de desventura estão prestes a ceder lugar ao período de esperança e da alegria de viver”.

Enquanto falava e transmitia energias saudáveis aos espíritos disformes, podíamos captar-lhes o desespero que expressavam pelo pensamento, embora a monoideia que, em cada um degenerava a forma perispiritual, mantendo-os naquela deplorável situação. Havia nessas mensagens mentais desespero e alucinação, ansiedade e angústia.

Voltando à palavra articulada, a fim de que pudessem captá-la por intermédio da faculdade mediúnica dos abnegados instrumentos, informou-lhes o benfeitor: Vocês serão conduzidos com carinho a um núcleo espiritual hospitalar, onde serão tratados de maneira conveniente, preparando-os para a reencarnação na Terra, onde a bênção da expiação lhes devolverá a harmonia perdida. Nunca se olvidem do amor, considerando que o erro é uma sombra que acompanha indelevelmente aquele que o comete.

O amor de nosso Pai, no entanto, não tem dimensão nem fronteira, permanecendo como força motriz do Universo. Deixem-se inundar por essa energia sublime e facilmente conseguirão a paz. Mesmo que, aparentemente, demore o processo de total libertação, logo sucederá a vitória, pois que longos foram os tempos de fixação do mal, assim como da sua execução, especialmente nas aberrações praticadas na louca busca do prazer sensorial irresponsável e criminoso. Acalmem-se e deixem-se conduzir pela misericórdia do Senhor, não recalcitrando contra o aguilhão que se impuseram”.

Lentamente as oscilações e pequenas convulsões dos médiuns foram diminuindo, à medida que os comunicantes eram desvencilhados dos fluidos generosos em que se encontravam mergulhados. A seguir, foram acomodados em maca adrede preparadas e transferidos para o local próprio na sala de onde seriam levados para a assistência hospitalar de longo curso.

Imediatamente, o generoso guia retornou à proximidade da cama em que se encontrava Anacleto ainda adormecido e gemendo sempre, vítima da contínua constrição dos inimigos desencarnados e repetiu a experiência com as duas expressões ovoidais que se fixavam no sistema nervoso central, presos na base posterior do cérebro, no ponto em que nasce a medula, procedendo de maneira idêntica.

As entidades pareciam perceber o que estava se passando porque, flutuando no espaço pareceram agitadas, de maneira negativa, como que insistindo para permanecer na mesma situação vampiresca. Imperturbável e consciente, o cirurgião do amor e da caridade prosseguiu no seu ministério por tempo um pouco mais dilatado, conseguindo retirá-las e procedeu de maneira semelhante, levando-as à comunicação atormentada através dos dois médiuns em concentração, condição essencial para a ocorrência feliz.

Quando a agitação se apresentou maior e mais angustiante, o mentor falou-lhes: Nada permanece conforme nossos caprichos, porque a vida tem uma finalidade sublime, e mesmo quando o ser humano se compromete com a desdita é-lhe concedida a oportunidade redentora. A compaixão do Pai pelos filhos enganados ultrapassa tudo quanto a mente humana é capaz de conceber.

Desse modo, é chegado também o momento de ambos que, a partir de agora, enfrentarão as consequências da própria incúria, a fim de despertarem para realidades novas e inadiáveis. Inutilmente o mal permanecerá na Terra e o seu curso, por mais longo se apresente, será sempre de breve duração, porque somente o bem possui caráter de permanência, por proceder de Deus.

Seduzidos pelo seu sicário, ainda se rebelam por haver perdido a exploração energética do nosso pobre equivocado, sem dar-se conta de que todos merecem misericórdia e compaixão no estado em que se encontram. Nossa preocupação, nesse momento, é com vocês, irmãos queridos, desde que largos já se fazem os tempos dessa brutal deformação que os degrada.

A melhor conduta, neste instante, é o abandono da ideia de vingança, assim como a do prazer criminoso que os transformou em degenerados diante das divinas leis”. Na pausa inevitável, podíamos captar-lhes as ondas de revolta e de indignação, bem diferentes dos dois anteriormente atendidos.

O benfeitor prosseguiu: Impossível a treva resistir à luz e o ódio contrapor-se ao amor. A vitória, sem dúvida, será sempre do Eterno Bem. Agora adormeçam, repousando um pouco, em face do desvario que os consome. Logo mais será novo dia e a oportunidade que surge é bênção incomum em favor da felicidade futura de suas vidas.

Mantenham-se em paz, porquanto, ninguém foge por tempo ilimitado em relação ao próprio destino, fruindo de plenitude que todos alcançaremos um dia. Deus os abençoe, irmão queridos! Repetiu-se o procedimento realizado em relação aos anteriores socorridos.

Terminada essa tarefa, o mentor acercou-se de Anacleto e despertou-o com palavras suaves e gentis. Visivelmente atordoado, com fácies congestionada, no desar que sofria, interrogou: Estou em algum tribunal de justiça? Qual é a acusação?

Muito calmo, Dr. Bezerra respondeu-lhe: O amigo encontra-se em nosso santuário de amor e de caridade. O tribunal a que se refere permanece na sua consciência, onde está escrita a lei de Deus. Os conflitos de conduta assustam-lhe a consciência temerosa da divina justiça por causa das infrações cometidas contra os deveres espontaneamente assumidos. A resposta oportuna fê-lo acalmar-se e dar-se conta de que se encontrava em desdobramento espiritual na sociedade em que era diretor.

Conscientizando-se e percebendo a figura veneranda do diretor dos trabalhos, assim como a presença do pequeno grupo de trabalhadores espirituais, foi tomado pelo pranto em quase desespero, reclamando: As trevas tomaram conta de mim. Encontro-me abandonado pelos meus guias, eu que lhes tenho sido muito fiel, e já por um bom tempo.

Não assuma a atitude de mártir ou vítima de abandono, elucidou o amorável mentor, quando o irmão sabe, perfeitamente, que tem sido o responsável por vários transtornos de conduta e pelo perigo que vem rondando a venerável instituição em decorrência da irresponsabilidade e da insânia moral que se vem permitindo.

A voz era enérgica, necessária para o despertamento do embusteiro, que agora se passava como esquecido da Providência. Ato continuo, o mentor explicou: Aqui estamos tomando providencias para minimizar os danos causados pelos descalabros do caro irmão, também com o objetivo de chamá-lo à atenção para a responsabilidade dos seus compromissos, de modo a mudar de conduta e, dessa forma, libertar-se das trevas, sim, que o têm envolvido por anuência total de sua parte.

Onde está a sua responsabilidade em relação ao trabalho de Jesus e à firmeza da fé, se logo se permite percorrer a senda de espinhos da insanidade, tornando-se instrumento de perturbação e de desastre para um trabalho que é piloti de sustentação na edificação do Espiritismo na Terra? Não se brinca com as questões do Espirito imortal, nem se podem abandonar graves responsabilidades sem sofre-lhes as consequências do ato leviano. Portanto, mude o foco do seu pensamento e conversemos.

O paciente, que despertava emocional e psiquicamente para aquilatar os disparates que se vinha permitindo, foi tomado pelo pranto natural de arrependimento, manifestando desejo de recuperar a paz. Enfrentando a realidade com lucidez ouviu o bondoso guia informa-lo: A oração e a disciplina moral deverão constituir lhe roteiro de segurança, em reflexão positiva e contínua, mantendo-se vigilante em relação às façanhas do prazer doentio e prejudicial.

Reconquiste o caminho perdido, avançando com harmonia interior pela senda redentora ao lado dos amigos e cooperadores, sem transformar-se em abismo ou impedimento à realização dos elevados objetivos espirituais que nos dizem respeito.

Agora, repouse e preserve a lembrança deste momento que deverá ser-lhe inolvidável. Amanhece-lhe a oportunidade nova que deverá ser aproveitada com sabedoria. Deus o abençoe!

Envolvido em enternecimento e harmonia, Anacleto adormeceu sem convulsão, em paz, sendo conduzido de retorno ao lar, por nosso Jésus Gonçalves e outro auxiliar da atividade mediúnica.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Reajuste injusto?



Lembro sempre de um atendimento que fiz nos Tronos, há muito tempo atrás:

Estava com minha Ninfa incorporada com Vovó Catarina e quando um paciente saiu e o Comandante encaminhou outro, eu senti de imediato a mudança da energia. O paciente, de muletas, caminhava lentamente para os Tronos, enquanto eu identificava em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo a Entidade que chegava: Pai Joaquim das Cachoeiras!

O paciente sentou e relatou sua história. Estava voltando ao Templo depois de seis meses na cama de um hospital, havia sofrido um acidente de moto e sua perna quebrou em três partes. Ainda teria mais um ano de muletas até que estivesse restabelecido. Era um Jaguar, médium antigo e muito bem visto pela maioria de seus irmãos. Eu, pessoalmente, não o conhecia.

Relatou o acidente e pediu a Pai Joaquim um esclarecimento: Por que havia passado isso com ele? Não conseguia compreender! Era um bom médium, se dedicava com amor a todas as escalas, vinha ao Templo pela missão e não encontrava uma justificativa para passar por tanta dor! Sempre havia trabalhado muito e se dedicado a família, sentia-se amado e acolhido e procurava retribuir tudo o quê recebia de Deus, através de sua dedicação ao próximo. Por que ele, que deveria ter a proteção do Pai, havia se arrebentado todo e o amigo “ateu”, que estava na mesma moto, saiu ileso?

Relatou todo o drama de sua vida! O quanto estava sofrendo por conta daquele acidente. As dificuldades financeiras, a falta de apoio dos irmãos de Doutrina, o descaso de seu Adjunto, etc.

Pai Joaquim ouviu tudo pacientemente e, depois de deixar que ele desabafasse, colocasse para fora toda aquela energia pesada, passou a falar:

- Salve Deus, meu filho! Verdadeiramente você é um Jaguar dedicado e fiel aos seus compromissos, e sei da pureza de seu coração. Agradeça, mas agradeça muito ao Pai a proteção que você recebeu.

- Proteção? Mas meu Pai, eu me arrebentei todo, e o outro saiu ileso! Não que eu quisesse trocar de lugar com ele, só não consigo compreender a justiça de Deus nesta hora.

- Meu filho, pela sua dedicação e amor ao próximo, este Preto Velho está autorizado a lhe contar uma parte disso que você ainda não vê. Agradeça com todas suas forças ao Pai, e pelo resto de sua vida, esta proteção que você teve. Pois, meu filho, em seu destino cármico estava traçado que você perderia sua perna, sua família e ainda seria responsabilizado pelo desencarne deste seu companheiro que saiu ileso. Esse era o reajuste que você mesmo pediu, quando tomou conhecimento dos erros de suas encarnações anteriores. Porém, pelas bênçãos de Deus, você veio médium e assumiu com todo amor esta missão! Seu destino foi recartilhado, e seu mais terrível cobrador ficou satisfeito com o reajuste desta forma. Não vou lhe contar a dor que você causou a este espírito, pois de nada lhe serviria saber, mas agradeça! Agradeça de coração por seu amigo ter saído ileso, por você não ser considerado culpado e por continuar com sua perna! Foi considerado importante que você a mantivesse para auxiliar no cumprimento da missão tão bonita que já iniciou nestes últimos anos. A perna vai sarar logo, mais rápido do que parece, mas sempre que você sentir uma “preguicinha” ela vai “reclamar”... Mas só para lembrar do compromisso, viu meu filho? Nada de fazer “preucupador”. Só “agradecedor”.

Chorando muito o médium agradeceu! Chorou de soluçar, como que se estivesse relembrando a passagem espiritual de antes da reencarnação, onde assumiu o compromisso e se sujeitou ao reajuste.

Na semana seguinte, eu estava no comando da Mesa e o vi novamente, de muletas, o pé meio roxo, mas de uniforme, doutrinando! Não sei se foi impressão, mas tinha a sensação de que a cada elevação que ele fazia na Mesa, uma pequena lágrima lhe escorria pelo canto do olho.

Salve Deus!
Kazagrande

Nas margens do Titicaca eu chorei



Remontar os séculos, reviver as heranças... Nas margens do Titicaca eu chorei!

Chorei pela história não contada, perdida entre lendas e mistificações.

Chorei ao sentir o espírito livre e desperto, aberto além dos mistérios da mente e atento a tudo que verdadeiramente o cerca.

Não foi triste e nem alegre, apenas consciente do tanto que existe a ser feito e quanto já foi abandonado em outras civilizações.

Como é grande nossa responsabilidade! Muito grande para se perder em banalidades do físico, entre fofocas, maledicências e improfícuas divisões. Ainda nos perdemos em busca de um poder temporal que não é regido pela Espiritualidade.

Mesmo com tanta responsabilidade, nossa missão é tão simples: Amar e Curar! Nada mais verdadeiramente importa, pois não nos trará evolução. O poder não evolui, o quê evolui é a nossa capacidade de amar. Se perguntássemos a cada nova atitude: Estou amando? Ou simplesmente: Meus atos, palavras e pensamentos estão fazendo o bem? Saberíamos exatamente como agir, como sermos felizes!!!

Para muitos a felicidade ainda está ligada diretamente ao “ter”, pois eu afirmo: você terá!

Para outros ainda existe a necessidade de ter alguém ao seu lado, e novamente afirmo: você encontrará!

Tudo o quê precisamos para bem cumprir esta missão, estará em nossas mãos, sim: é possível!

Não escrevo com a mente sonhadora, mas com a experiência de quem viveu e sabe que despertar o espírito lhe traz tudo para sua felicidade. Já somos Jaguares, e temos o poder de plasmar nossos pensamentos em realidade. As palavras proferidas tem um poder incalculável na realização de nossos sonhos e no cumprimento desta jornada.

As chaves são: o equilíbrio de nossa tríplice balança e o padrão vibratório!

Ser Doutrinador, ser Apará, ser Médium!!! Despertar o poder adormecido, a herança abandonada por não saber amar... Aprender a amar!!! É o quê basta! Não importam opiniões e posições. Está em nossas mãos e pronto! Cumpra sua jornada, Jaguar! Desperte para sua missão e seus caminhos se abrirão. Não se envolva em energias que não fazem parte do que deve ter aprendido. Disputas, intrigas e questionamentos são inúteis. Vá ao Templo para trabalhar e depois volte para sua casa. Forme seu lar e traga felicidade aos seus familiares. Dedique-se no seu trabalho material ou abra sua mente para as oportunidades que chegam naturalmente, não importa quão pequenas ou “humilhantes” possam parecer.

Sei que não sou a voz solitária que clama a beira da lágrima da Estrela Candente, somos muitos e aos poucos vamos despertando, cada um no seu tempo. Sei apenas que meu tempo chegou e não posso mais brincar.


Kazagrande

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Nosso Lar - O Filme

VALE A PENA VIVER!

Inglesa de 75 anos põe fim a vida em uma clínica especializada em suicídios assistidos, na Suíça, por não desejar chegar à velhice. A notícia, amplamente divulgada ao redor do mundo, vem levantando debates acerca do tema.
Depois de vários anos tratando de idosos, a enfermeira inglesa G.P. decidiu colocar um ponto final na sua vida. Plenamente saudável, apenas não queria vir a ser um problema para os dois filhos, nem passar pela decrepitude comum na velhice, como deixou escrito.
A antiga enfermeira, que trabalhou vários anos na área de cuidados paliativos e escreveu dois livros sobre a melhor forma de cuidar de idosos, também não queria vir a receber cuidados de um estranho, mesmo que profissional. Por isso, escolheu uma clínica suíça que faz suicídio assistido e, plenamente consciente do seu ato, concretizou a sua decisão. Seu companheiro com quem vivia há 25 anos a apoiou, pois sabia que a ideia de não se submeter às dificuldades da senilidade fora acalentada por mais de duas décadas. A filha, ao contrário, era a que mais lutava contra a deliberação da mãe.
Ela mantinha um BLOG e na última postagem fez uma longa declaração acerca dos seus motivos. Todos muito racionais: a vida é boa até os 70 anos, depois começam as limitações , tais como ir ao shopping, cultivar o jardim, preparar jantares para os amigos, viajar..." Eu não acho que a velhice é divertida. Ela não vai começar a ficar melhor. Eu percebi que as pessoas envelhecem por dentro e por fora". E mais: "filhos que precisam tomar conta de pais idosos ficam tolhidos nas suas atividades de lazer". "O pensamento de que eu possa precisar da ajuda de meus filhos me apavora . Sei que muitas pessoas velhas esperam, até mesmo exigem, a ajuda de seus filhos, mas eu acho que esta é uma visão muito egoísta e irracional". Em relação aos amigos e a família, declarou preferir ser lembrada como era atualmente do que envelhecida. Afirmou, ainda, não estar se lamuriando de nada nem tão pouco deprimida". "Vivi bem até aqui : uma vida completa e feliz".

Chama a atenção no seu depoimento

a total descrença em Deus. Seu olhar se restringe exclusivamente à vida material. E talvez seja este o ponto crucial de toda essa história.
Sabemos que a visão materialista da vida pode levar a raciocínios desse tipo. Sem noção da imortalidade da alma, o ser não consegue ver nada além da presente existência.Tudo se resume ao mundo material. Negando a assistência divina e todas as implicações daí decorrentes. Supondo que tudo acaba com a morte do corpo, ignora as consequências espirituais que tal ato pode acarretar.
Aqueles, no entanto, que creem haver continuidade da vida no mundo espiritual, utilizam outros parâmetros ao analisar as consequências inerentes à velhice. Ancorados nos preceitos evangélicos que relacionam os sofrimentos terrenos às bem aventuranças no Mundo Maior- " bem aventurados os que choram porque serão consolados", e esclarecidos quanto às leis divinas, aceitam como natural o envelhecimento e a dependência que muitas vezes os acompanham. 

Nas famílias onde reina o amor entre seus membros, filhos cuidam dos seus pais idosos sem que isto constitua um fardo, um sacrifício. Ao contrário, encaram a tarefa como uma oportunidade de servir, de retribuir todos os cuidados recebidos desde a infância. Talvez seja este o sentimento alimentado pela filha da referida mulher, que não concordava com a atitude tomada pela mãe.
O mais preocupante neste caso é saber que aumenta, ano a ano, o número de pessoas que procuram o suicídio assistido como forma de superar dificuldades, quer físicas, quer morais, quer materiais. São aquela que não conseguem ter uma visão do ser humano englobando espírito e matéria e ignoram que, diante da justiça divina, somos responsáveis pelos próprios atos.
No livro O céu e o inferno de Allan Kardec vemos a situação lamentável em que se encontram os Espíritos provindos do suicídio.
Educar a criança à luz da Doutrina Espírita é, sem dúvida, uma forma de contribuir na diminuição de equívocos como esse aqui relatado. É, principalmente, um meio seguro para se entender o sentido da vida e compreender que vale a pena viver. Sempre!


SALVE DEUS