terça-feira, 29 de novembro de 2016

Igualdade


André, irmão de Pedro, também de Betsaida, era pescador de profissão, como seu irmão. Nascera naquela aldeia sob o beneplácito estrutural da religião judaica, modelada pelo famoso profeta judeu-egípcio Moisés, escolhido entre milhões para compor o livro mais conhecido do mundo, no qual todas as religiões, ou quase todas, se baseiam.

Todos os escritores consultam esse livro, ou quase todos. Todas as nações o respeitam, ou quase todas. Todas as leis da Terra nele se assentam, ou quase todas. O próprio Moisés talvez não imaginasse a fama que esse livro sagrado poderia dar a seu nome, nem que as escrituras fossem servir de ponto indicativo das pregações do grande Messias.


André de Betsaida tinha um caráter formado nesse ambiente que tinha como lei central os dez mandamentos, para que todos pudessem disciplinar seus impulsos por eles, amando a Deus para amar ao próximo. André, quando conheceu Jesus, já era discípulo de João, o Batista.


Convidado pelo seu primeiro Mestre, passara com ele aquela noite no deserto, conversando sobre as coisas de Deus, sobre a vida futura, sobre o dever do homem para com a vida na terra, o caminho do arrependimento, no sentido de alcançar melhor e mais profundo entendimento sobre os preceitos de Deus.

Ali, certa hora da madrugada, André, já cochilando, é tocado por João que, com os olhos fitos no infinito, como se estivesse conversando com as estrelas, fala, sorrindo:

André, meu filho, queres saber realmente quando o Messias terá de vir para salvar a humanidade? Eu te falo como se fosse a boca do Senhor que está nos céus. Ele já se encontra na Terra, e eu, em primeiro lugar, já o conheço há muito tempo, sem, contudo, ter a ciência de que Ele era o salvador do mundo. E se queres saber mesmo, esse de que te falo é Jesus de Nazaré, filho de Maria, que tem por companheiro José, o carpinteiro.

André estremeceu nos seus alicerces! Pensara muitas vezes que o Salvador era João Batista. E João fala ao irmão de Pedro com segurança:

Eu, André, vim primeiro abrir as veredas, dar o sinal, abrir as portas dos corações pelo arrependimento, para que o amor encontre acesso na alma faminta das gerações. Esse Messias de que te falo tem a assistência de grande movimento de anjos nos céus, que tomam providências no sentido de que sua palavra seja cumprida.

Não sou digno de ser seu servo. Tudo o que foi dito dele há de se cumprir, para que reconheçamos a sua missão na Terra. André perdeu totalmente a vontade de dormir naquela noite. Não tirava os olhos dos céus, para ver se via alguma coisa, relacionada com o que ouvira de João Batista, acerca de Jesus.

André foi visitar o novo profeta e cientificou-se da verdade, tendo feito todo o empenho para levar Pedro a Jesus. Quem guiou os dois ao Mestre foi Filipe. Foi o guia dos dois irmãos de Betsaida, para depois ser um dos convidados do grande Mestre.

André conversava bastante, mas com pessoas da sua amizade. Logo que começasse a juntar mais gente, calava-se, era introvertido. O acanhamento era uma barreira que o impedia, às vezes, de realizar muitas coisas. Em meio à multidão, mesmo que dominasse um assunto, perdia totalmente a inspiração e corava com facilidade. O seu estado emocional tirava-o de muitas alegrias.

Conversara com João sobre isso e o homem do deserto o aconselhara que esperasse, dizendo que poderia ser uma porta fechada por Deus, para que ele, André, pudesse crescer em determinadas virtudes e saber controlar, mais tarde, suas próprias emoções.

O irmão de Pedro já se encontrava em Betsaida há semanas, em casa de parentes. Não quisera sair dali enquanto se processavam as reuniões com o Divino Mestre e era o primeiro a chegar todas as noites ao casarão.

Suas andanças se limitavam ao trabalho da pesca, no Lago de Genesaré. Enquanto as estrelas piscavam no infinito, emprestando suas claridades à lua, André coloca o seu pé direito dentro do grande rancho dos pescadores, saudando-os com a frase: “A paz seja nesta casa”.

Daí a pouco, todos tomavam assento em torno do Mestre de Nazaré. A visão do Cristo envolve de cheio a Tiago, que logo compreende e ergue aos céus fervorosa oração.

André já havia conversado com Pedro acerca de suas dúvidas na maneira pela qual entendia a igualdade e, na hora, sentiu que alguém que ele não via pedia-lhe para perguntar a Jesus sobre esse tema que tanto fascina os humildes e pequeninos, quanto é desprezado pelos latifundiários. E foi o que fez, com constrangimento, assim discorrendo:

— Mestre! Tomo a liberdade, nesta noite que melhor poderia ser aproveitada por irmãos mais conscientes da verdade, de perguntar ao Senhor qual o papel da Igualdade no seio da comunidade humana e, por assim dizer, no nosso meio, tendo a Tua presença como se fosse o próprio Deus.

Abaixa a cabeça e espera escutar a verdade. Olha várias vezes para Pedro, sorridente, e o discípulo da fé aprova seu gesto e senta-se tranquilo. Jesus, com a ternura peculiar, responde, compreensivo:

— André, meu filho! Sendo Deus todo amor e justiça, não poderíamos acreditar em desigualdade no mundo e no grande rebanho do seu coração. Contudo, assim como tu não és capaz de encontrar uma folha igualzinha à outra, na imensidão da floresta, nem árvores, nem animais, nem insetos, também não encontraste nunca um rosto, chorando, sorrindo ou em estado normal, igual ao outro na sua estrutura física.

E no caráter, na disposição do bem? No fundo, todos somos feitos iguais, como, certamente, as coisas que nos cercam. Porém, cada um de nós e cada coisa está como expressa no sonho de Jacó, em forma de escada: cada um e cada coisa vive em um degrau da vida, expressando o mundo em que vive.

Jesus fez uma pausa, esperando a assimilação dos companheiros, com serenidade. André procurava gravar tudo o que ouvira, mas pouco entendia das comparações do Mestre. Olhava muito para o irmão, que era mais avançado no entendimento. Este, devagarinho, muda de lugar, assentando- se junto a ele e falando ao seu ouvido:

— Não te desesperes, André. Deixa primeiro cozinhar para que tu tenhas maior sabor na comida. Ainda não temos capacidade de entender o Cristo com a mesma facilidade com que perguntamos sobre os nossos problemas. Por vezes, eu tenho dificuldade até de formular as perguntas, e, muito pior, entender o que Ele fala. Não te aflijas, espera.

André sentiu-se consolado. Jesus retoma a palavra, com sabedoria e discrição:

— André, será que quando alimentas o ideal de Igualdade, não pensas somente em seres igual aos que se encontram bem situados no mundo da riqueza e no domínio dos poderes da Terra? Já pensaste na Igualdade daqueles que se encontram nos vales dos leprosos, sem esperança, para que possas, com a fé que tens, consolá-los?

Será que já passou pela tua cabeça seres igual, na posição em que te encontras, aos andarilhos sem destino e, às vezes, sem pátria, passando as maiores necessidades que o destino lhes impõe, para que, junto a eles, possas idealizar meios e movimentar recursos, pelo que já sabes, para aliviá-los dos seus sofrimentos?

Será que pretendes igualar-te aos velhos sem teto e às crianças órfãs, para que, junto a eles, venhas a colocar a tua inteligência a serviço da segurança desses que sofrem o desprezo na carne e no coração? Por certo que não.

A Igualdade que todos, ou quase todos, pretendem, meu filho, tem algo de egoísmo, tem muito de bem-estar próprio. Todo homem revoltado na vida o é porque não conseguiu atingir o lugar que outros desfrutam nos píncaros dos poderes de César.

Seria muito mais justo e humano, se ele quisesse beneficiar os outros, desfrutando também, que ele trabalhasse em silêncio, em qualquer labor em que a dignidade fosse a meta, em que a sinceridade fosse o comando, em que o amor fosse o interesse. Mesmo assim, não serias igual aos teus semelhantes, por existirem detalhes que não percebes, impedindo essa possibilidade.

Faiscava a expectativa nos corações dos apóstolos. Fervia a ansiedade de todos pelo desfecho de Jesus acerca de Igualdade. André tocara em um assunto que não sabia tão complicado. Pedro esfregava as mãos, por saber que o Mestre colocaria o tema às claras, ao fim da conversa. O Nazareno dá continuidade, com mansuetude:

— Quando o impulso de desigualdade ascende no coração de um homem, é para ser desigual aos pobres, aos párias, aos incultos, mesmo pertencendo a essa faixa de testemunhos.

Devemos lutar com todas as nossas forças no sentido de que todas as camadas da vida, ao se aproximarem de nós, sintam no coração que estamos nos apresentando como se fôssemos eles, em benefício deles, esquecendo posições, caso haja; esquecendo sabedoria, caso a tenhamos; esquecendo fortuna, caso desfrutemos dela.

E sendo igual por amor, pois a caridade se estende sem barreiras. Na verdade, vos digo que todos somos iguais em Deus, mas diversificamo-nos ao infinito, para que possamos fazer parte da criação, na melodia harmoniosa e universal. E Cristo finaliza, com ênfase:

André, procura o amor e ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo, e não queiras modificar as coisas feitas por Deus, porque, por ora, não te é dado entender.

Simão! Abraça teu irmão com entusiasmo e conversa com ele mais longamente. Muito bem, meu amigo, pergunta, pergunta, que todos nós aprendemos com os teus problemas mais urgentes. O colóquio estava encerrado. Os dois irmãos saem confabulando sobre o assunto da reunião inesquecível.

Compilado do livro Ave Luz
Autor: Shaolin (espírito) e João Nunes Maia

EVANGELHO QUOTIDIANO

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


Livro de Isaías 11,1-10.
Naquele dia, sairá um ramo do tronco de Jessé, e um rebento brotará das suas raízes.
Sobre ele repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e de inteligência, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de conhecimento e de temor de Deus.
Animado assim do temor de Deus, não julgará segundo as aparências, nem decidirá pelo que ouvir dizer.
Julgará os infelizes com justiça e com sentenças rectas os humildes do povo. Com o chicote da sua palavra atingirá o violento e com o sopro dos seus lábios exterminará o ímpio.
A justiça será a faixa dos seus rins, e a lealdade a cintura dos seus flancos.
O lobo viverá com o cordeiro, e a pantera dormirá com o cabrito; o bezerro e o leãozinho andarão juntos, e um menino os poderá conduzir.
A vitela e a ursa pastarão juntamente, suas crias dormirão lado a lado; e o leão comerá feno como o boi.
A criança de leite brincará junto ao ninho da cobra, e o menino meterá a mão na toca da víbora.
Não mais praticarão o mal nem a destruição em todo o meu santo monte: o conhecimento do Senhor encherá o país, como as águas enchem o leito do mar.
Nesse dia, a raiz de Jessé surgirá como bandeira dos povos; as nações virão procurá-la, e a sua morada será gloriosa.

Livro de Salmos 72(71),2.7-8.12-13.17.
Ó Deus, dai ao rei o poder de julgar
e a vossa justiça ao filho do rei.
Ele governará o vosso povo com justiça

e os vossos pobres com equidade.
Florescerá a justiça nos seus dias e uma grande paz até ao fim dos tempos.
Ele dominará de um ao outro mar, do grande rio até aos confins da terra.

Socorrerá o pobre que pede auxílio e o miserável que não tem amparo.
Terá compaixão dos fracos e dos pobres e defenderá a vida dos oprimidos.
O seu nome será eternamente bendito e durará tanto como a luz do sol; nele serão abençoadas todas as nações, todos os povos da terra o hão-de bendizer.



Evangelho segundo S. Lucas 10,21-24.
Naquele tempo, Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque isto foi do teu agrado.
Tudo Me foi entregue por meu Pai; e ninguém sabe o que é o Filho senão o Pai, nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar».
Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os olhos que veem o que estais a ver,
porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».

Comentário do dia:

Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
«À espera de Cristo», Sermões pregados em várias ocasiões, n.º 3
«Felizes os olhos que veem o que estais a ver.»

Durante séculos, antes de Jesus vir à Terra, todos os profetas, um após outro, estiveram no seu posto, no alto da torre; todos O esperavam perscrutando a obscuridade da noite, ansiosos pela sua chegada; vigiavam sem cessar, para surpreenderem o primeiro brilho da aurora. [...]: «A Ti, meu Deus, eu busco desde a aurora. A minha alma tem sede de Ti, como terra árida, esgotada, sem água» (Sl 62,2). [...] «Ah! se rasgasses os céus e descesses! As montanhas fundir-se-iam na tua presença» (Is 63,19), como se o fogo as atingisse. [...] Desde as origens do mundo que os olhos nada puderam ver, meu Deus, das maravilhas que preparaste para aqueles que, esperando, permaneceram unidos a Ti (1Cor 2,9).
 
Contudo, se houve jamais quem teve o direito de se apegar a este mundo e dele não se desinteressar, foram os servos de Deus; tinha-lhes sido prometida a Terra como herança e, de acordo com as próprias promessas do Altíssimo, ela seria a sua recompensa. Mas a nossa verdadeira recompensa diz respeito ao mundo que há-de vir. [...] E também eles, esses grandes servos de Deus, ultrapassaram o dom terreno de Deus, apesar do seu valor, para se apegarem a promessas mais belas ainda; e, em nome dessa esperança, sacrificaram aquilo cuja posse já detinham. Não se contentando com nada menos do que a plenitude do seu Criador, procuraram ver o rosto do seu Libertador. E, se para tal fosse preciso quebrar a Terra, rasgar os céus, e que os elementos do mundo se fundissem para que Ele finalmente aparecesse, então, mais valia que tudo se desmoronasse a continuarem a viver sem Ele! Tal era a intensidade do desejo dos adoradores de Deus em Israel que esperavam Aquele que havia de vir. [...] A sua perseverança prova que havia alguma coisa a esperar. 

Os apóstolos, depois de o seu Mestre ter vindo e regressado aos Céus, não ficaram atrás dos profetas na acuidade da sua perceção nem no ardor das suas aspirações. O milagre da espera na perseverança continuou.

Som de Água do Riacho (Alta Definição) - Para Meditar e Dormir (3h00)

Volvamos al pesebre-

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

EVANGELHO QUOTIDIANO

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


Livro de Isaías 4,2-6.
Naquele dia, o gérmen do Senhor será o ornamento e a glória dos sobreviventes de Israel, o fruto da terra será o seu esplendor e alegria.
Os que restarem em Sião e os sobreviventes de Jerusalém serão chamados santos, serão todos inscritos para a vida em Jerusalém.
Quando o Senhor tiver lavado as impurezas das filhas de Sião e limpado o sangue do meio de Jerusalém, com o sopro da sua justiça, um sopro abrasador,
Ele criará sobre todo o espaço do monte Sião e sobre as suas assembleias uma nuvem de fumo durante o dia e um esplendor de fogo ardente durante a noite. Por cima de tudo, a glória do Senhor
será uma cobertura e uma tenda, para fazer sombra contra o calor do dia e servir de refúgio e abrigo contra a chuva e a tempestade.

Livro de Salmos 122(121),1-2.3-4a.4b-5.6-7.8-9.
Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.

Jerusalém, cidade bem edificada,
que forma tão belo conjunto!
Para lá sobem as tribos,
as tribos do Senhor.

Segundo o costume de Israel,
para celebrar o nome do Senhor;
ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.

Pedi a paz para Jerusalém:
«Vivam seguros quantos te amam.
Haja paz dentro dos teus muros,
tranquilidade em teus palácios».

Por amor de meus irmãos e amigos,
pedirei a paz para ti.
Por amor da casa do Senhor,
pedirei para ti todos os bens.



Evangelho segundo S. Mateus 8,5-11.
Naquele tempo, ao entrar Jesus em Cafarnaum, aproximou-se d’Ele um centurião, que Lhe suplicou, dizendo:
«Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico e sofre horrivelmente».
Disse-lhe Jesus: «Eu irei curá-lo».
Mas o centurião respondeu-Lhe: «Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa; mas diz uma só palavra e o meu servo ficará curado.
Porque eu, que não passo dum subalterno, tenho soldados sob as minhas ordens: digo a um ‘Vai!’ e ele vai; a outro ‘Vem!’ e ele vem; e ao meu servo ‘Faz isto!’ e ele faz».
Ao ouvi-lo, Jesus ficou admirado e disse àqueles que O seguiam: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé.
Por isso vos digo: Do Oriente e do Ocidente virão muitos sentar-se à mesa, com Abraão, Isaac e Jacob, no reino dos Céus,

Aproximou-se dele um centurião.

Ó verdadeira Israel, apronta-te para o encontro com o Senhor! Não te aprontes apenas para Lhe abrir a porta logo que Ele chegar e bater (Lc 12,36), mas vai ao seu encontro alegre e jubilosamente enquanto ainda está longe (Lc 14,32) e, tendo, por assim dizer, plena confiança no dia do julgamento (1Jo 4,17), clama com todo o coração que o seu Reino venha. [...] Que a tua boca possa cantar: «O meu coração está firme, ó Deus, o meu coração está firme!» (Sl 56,8) [...]

E Tu, Senhor, vem ao meu encontro, pois estou diante de Ti! De facto, a despeito de todos os meus esforços, não poderei elevar-me à tua altura, a menos que, inclinando-Te, estendas a tua direita para a obra das tuas mãos. Vem pois ao meu encontro e vê se há em mim algum caminho de iniquidade (Jb 14,15); e se achares em mim um caminho de iniquidade que eu ignoro, afasta-o de mim e tem piedade de mim, conduz-me pela via eterna (Sl 124,8), quer dizer, por Cristo, pois Ele é a via por onde se caminha e a eternidade à qual se chega, via imaculada e morada bem-aventurada.


EVANGELHO QUOTIDIANO


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

 Livro de Isaías 2,1-5.
Visão de Isaías, filho de Amós, acerca de Judá e de Jerusalém:
Sucederá, nos dias que hão-de vir, que o monte do templo do Senhor se há-de erguer no cimo das montanhas e se elevará no alto das colinas. Ali afluirão todas as nações,
e muitos povos acorrerão, dizendo: «Vinde, subamos ao monte do Senhor, ao templo do Deus de Jacob. Ele nos ensinará os seus caminhos, e nós andaremos pelas suas veredas. De Sião há-de vir a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor».
Ele será juiz no meio das nações e árbitro de povos sem número. Converterão as espadas em relhas de arado e as lanças em foices. Não levantará a espada nação contra nação, nem mais se hão-de preparar para a guerra.
Vinde, ó casa de Jacob, caminhemos à luz do Senhor.

Livro de Salmos 122(121),1-2.4-5.6-7.8-9.
Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.

Para lá sobem as tribos, as tribos do Senhor,
segundo o costume de Israel,
para celebrar o nome do Senhor;
ali estão os tribunais da justiça,

os tribunais da casa de David.
Pedi a paz para Jerusalém:
«Vivam seguros quantos te amam.
Haja paz dentro dos teus muros,

tranquilidade em teus palácios».
Por amor de meus irmãos e amigos,
pedirei a paz para ti.
Por amor da casa do Senhor,

pedirei para ti todos os bens.


Carta aos Romanos 13,11-14.
Irmãos: Vós sabeis em que tempo estamos: Chegou a hora de nos levantarmos do sono, porque a salvação está agora mais perto de nós do que quando abraçámos a fé.
A noite vai adiantada e o dia está próximo. Abandonemos as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz.
Andemos dignamente, como em pleno dia, evitando comezainas e excessos de bebida, as devassidões e libertinagens, as discórdias e ciúmes;
não vos preocupeis com a natureza carnal, para satisfazer os seus apetites, mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo.

Evangelho segundo S. Mateus 24,37-44.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Como aconteceu nos dias de Noé, assim sucederá na vinda do Filho do homem.
Nos dias que precederam o dilúvio, comiam e bebiam, casavam e davam em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca;
e não deram por nada, até que veio o dilúvio, que a todos levou. Assim será também na vinda do Filho do homem.
Então, de dois que estiverem no campo, um será tomado e outro deixado;
de duas mulheres que estiverem a moer com a mó, uma será tomada e outra deixada.
Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor.
Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a sua casa.
Por isso, estai vós também preparados, porque na hora em que menos pensais, virá o Filho do homem.
«Velai, pois, orando continuamente, [...] para aparecerdes firmes diante do Filho do Homem» (Lc 21,36)

Este tempo do Advento representa as duas vindas do Senhor; em primeiro lugar, a dulcíssima vinda do «mais belo dos filhos dos homens» (Sl 45,3), do «Desejado de todos os povos» (Ag 2,8 [Vulgata]), do Filho de Deus que manifestou visivelmente ao mundo, na carne, a sua presença há muito esperada e desejada ardentemente por todos os Patriarcas — a vinda que O trouxe a este mundo para salvar os pecadores. Mas este tempo relembra-nos também a vinda que aguardamos com uma esperança firme e da qual devemos todos os dias recordar-nos com lágrimas: aquela que terá lugar quando o próprio Senhor Se manifestar na sua glória, ou seja, no dia do Juízo, quando ele Se manifestar para julgar. A sua primeira vinda foi conhecida por muito poucos homens; na segunda, Ele manifestar-Se-á aos justos e aos pecadores, como anuncia o profeta: «E todos verão a salvação de Deus» (Is 40,5; Lc 3,6). [...]

Assim, irmãos caríssimos, sigamos o exemplo dos Patriarcas, reavivando o desejo que eles tiveram e inflamando as nossas almas com o amor e o anseio por Cristo. Bem sabeis que a celebração deste tempo foi instituída para renovar em nós este desejo que os antigos tinham pela vinda do Senhor e para que, seguindo o seu exemplo, possamos nós também suspirar pelo seu regresso. Consideremos todo o bem que o Senhor nos alcançou com a sua primeira vinda — quanto maiores bens nos alcançará Ele quando regressar! Com este pensamento, teremos ainda maior estima pela sua vinda passada e um maior desejo do seu regresso! [...]

Se queremos conhecer a paz quando Ele vier, esforcemo-nos por acolher com fé e amor a sua vinda passada, permanecendo fielmente nas obras que então nos manifestou e nos ensinou; nutramo-nos, de coração, do amor de Cristo e, por ele, do seu desejo, para que, logo que chegue o Senhor, o Desejado de todos os povos, possamos levantar os olhos para Ele com toda a confiança.

domingo, 27 de novembro de 2016

Nenhuma criança deve crescer sozinha_Aldeias de Crianças SOS

EVANGELHO QUOTIDIANO


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68



Livro do Apocalipse 22,1-7.
O Anjo do Senhor mostrou-me a mim, João, um rio de água viva, resplandecente como cristal, que brotava do trono de Deus e do Cordeiro.
No meio da praça da cidade, entre os dois braços do rio, está a árvore da vida; produz doze colheitas, uma em cada mês, e as suas folhas servem para curar as nações.
Toda a maldição deixará de existir. O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade e os seus servos prestar-Lhe-ão culto;
verão a sua face e o seu nome estará escrito nas suas frontes.
Nunca mais haverá noite, nem precisarão da luz da lâmpada nem da luz do sol, porque brilhará sobre eles a luz do Senhor Deus e reinarão pelos séculos dos séculos.
Disse-me o Anjo: «Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor Deus, que inspira os profetas, enviou o seu Anjo para mostrar aos seus servos o que há de acontecer muito em breve:
‘Eu virei sem demora. Felizes aqueles que observam as palavras da profecia deste livro’».

Livro de Salmos 95(94),1-2.3-5.6-7.
Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos a Deus, nosso Salvador.
Vamos à sua presença e dêmos graças,
ao som de cânticos aclamemos o Senhor.

Pois grande Deus é o Senhor,
é um rei poderoso, mais que todos os deuses.
Em sua mão estão as profundezas da terra
e pertencem-Lhe os cimos das montanhas.

D’Ele é o mar, foi Ele quem o fez,
d’Ele é a terra firme, que suas mãos formaram.
Vinde, prostremo-nos em terra,
adoremos o Senhor que nos criou.

O Senhor é o nosso Deus
e nós o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.


Evangelho segundo S. Lucas 21,34-36.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida e esse dia não vos surpreenda subitamente
como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da terra.
Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do homem».

«Vigiai e orai em todo o tempo»

Ora antes de o teu corpo repousar. E depois, a meio da noite, levanta-te, lava as mãos com água e ora. Se a tua mulher estiver presente, orai os dois em conjunto. Se ela ainda não for crente, retira-te para outro quarto para orares, e depois volta para a cama. Não sejas preguiçoso para a oração. [...] É preciso orar a esta hora porque os anciãos, de quem herdámos esta tradição, nos ensinaram que a esta hora toda a criação repousa um momento para louvar o Senhor. As estrelas, as árvores e as águas param um instante, e toda a corte de anjos louva a Deus a esta hora com as almas dos justos. É por isso que os crentes devem ter o cuidado de orar a esta hora.

Dando igualmente testemunho disto, o Senhor disse: «À meia-noite ouviu-se um brado: "Aí vem o esposo, ide ao seu encontro!"»(Mt 25,6). E continua: «Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora» (Mt 25,13). Ao cantar do galo, pela manhã, quando te levantas, ora também.


EVANGELHO QUOTIDIANO


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


Livro do Apocalipse 20,1-4.11-15.21,1-2.
Eu, João, vi descer do Céu um Anjo, que tinha na mão a chave do abismo e uma grande cadeia.
Agarrou o Dragão, a antiga Serpente, que é o Diabo e Satanás, e acorrentou-o pelo espaço de mil anos.
Precipitou-o no abismo, que fechou e selou, para que não seduzisse mais as nações, até se completarem os mil anos. Depois disto, tem de ser posto em liberdade por pouco tempo.
Vi então uns tronos, sobre os quais estavam sentados aqueles a quem foi dado o poder de julgar. Vi também as almas dos que tinham sido decapitados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, assim como aqueles que não se tinham prostrado diante do Monstro e da sua imagem, nem tinham recebido o seu sinal na fronte ou na mão. Eles voltaram à vida e reinaram com Cristo durante mil anos.
Vi depois um grande trono branco e Aquele que estava nele sentado. Da sua presença fugiram a terra e o céu, sem deixarem vestígios.
Vi também os mortos, grandes e pequenos, de pé diante do trono. E abriram-se os livros. Abriu-se também um livro, que era o livro da vida. Os mortos foram julgados segundo as suas obras, conforme o que estava escrito nos livros.
O mar restituiu os mortos que nele estavam, a morte e a sua morada devolveram os mortos que tinham; e cada um foi julgado segundo as suas obras.
A morte e a sua morada foram lançadas no lago de fogo. Esta é a segunda morte: o lago de fogo.
E quem não estava escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.
Vi então um novo céu e uma nova terra, porque o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido e o mar já não existia.
E vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do Céu, da presença de Deus, bela como noiva adornada para o seu esposo.

Livro de Salmos 84(83),3.4.5-6a.8a.
A minha alma suspira ansiosamente
pelos átrios do Senhor.
O meu ser e a minha carne
exultam no Deus vivo.

Até as aves do céu encontram abrigo
e as andorinhas um ninho para os seus filhos,
junto dos vossos altares, Senhor dos Exércitos,
meu Rei e meu Deus.

Felizes os que moram em vossa casa:
podem louvar-Vos continuamente.
Felizes os que em Vós encontram a sua força,
os que caminham para ver a Deus em Sião.



Evangelho segundo S. Lucas 21,29-33.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «Olhai a figueira e as outras árvores:
Quando vedes que já têm rebentos, sabeis que o Verão está próximo.
Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus.
Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo aconteça.
Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão».

«Sabei que está próximo o reino de Deus.»

Fixemos o olhar no Pai e Criador do mundo; liguemo-nos aos seus dons de paz e aos seus benefícios, que são magníficos, incomparáveis. Contemplemo-Lo por meio do pensamento e consideremos com os olhos da alma a longa paciência dos seus desígnios; reflitamos na mansidão com que trata a criação inteira. […] Pois distribui os seus benefícios por toda a criação, mas prodiga-no-los de forma superabundante quando recorremos à sua misericórdia. […]

Tende porém, cautela, bem amados, não vão esses benefícios numerosos transformar-se em condenação para nós, se não vivermos de maneira digna dele. […] Consideremos quão próximo Se encontra de nós, não Lhe escapando nenhum pensamento nosso, nenhuma deliberação interior. É justo, pois, que não abandonemos o nosso lugar contra a sua vontade. […] Que ela não seja para nós a palavra que diz: «Infelizes daqueles cuja alma se encontra dividida, daqueles que duvidam em seu coração, daqueles que dizem: "Já ouvimos dizer isto no tempo dos nossos pais; mas eis que envelhecemos e nada nos aconteceu." Ó insensatos! Comparai-vos a uma árvore; tomai um cepo de videira: começa por perder as folhas, depois nasce um rebento, depois uma folha, depois uma flor, depois a uva verde, e em seguida ali está a uva madura.» Vede como, em pouco tempo, o fruto da árvore atinge a maturidade. Na verdade, será rápido e súbito o cumprimento dos seus desígnios! Também a Escritura o testemunha: «A sua hora está para chegar, os seus dias já estão contados» (Is 13,22); bem como: «Imediatamente entrará no seu santuário o Senhor que vós procurais» (Mal 3,1).

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

EVANGELHO QUOTIDIANO

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


Livro do Apocalipse 15,1-4.
Eu, João, vi no Céu mais um sinal, grandioso e admirável: sete Anjos com sete flagelos, que são os últimos, porque eles vinham consumar a ira de Deus.
Vi também uma espécie de mar de cristal misturado com fogo. Sobre o mar de cristal, estavam de pé, os vencedores do Monstro, da sua imagem e do número do seu nome. Tinham na mão harpas divinas
e cantavam o cântico de Moisés, o servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: «Grandes e admiráveis são as vossas obras, Senhor, Deus omnipotente. Justos e verdadeiros são os vossos caminhos, Rei das nações. Senhor,
quem não há de temer e glorificar o vosso nome? Porque só Vós sois santo e todas as nações virão prostrar-se diante de Vós, porque se manifestaram os vossos juízos».

Livro de Salmos 98(97),1.2-3ab.7-8.9.
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.

Ressoe o mar e tudo o que ele encerra,
a terra inteira e tudo o que nela habita;
aplaudam os rios
e as montanhas exultem de alegria.

Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a terra:
julgará o mundo com justiça
e os povos com equidade.



Evangelho segundo S. Lucas 21,12-19.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Deitar-vos-ão as mãos e hão de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome.
Assim tereis ocasião de dar testemunho.
Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa.
Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer.
Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós
e todos vos odiarão por causa do meu nome;
mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá.
Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas».


Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Cipriano (c. 200-258), bispo de Cartago e mártir
«Os benefícios da paciência»
«Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas.»

O nosso Senhor e Mestre deu-nos este mandamento para nossa salvação: «Aquele que resistir até ao fim será salvo» (Mt 10,22). [...] O próprio facto de sermos cristãos é o fundamento da nossa fé e da nossa esperança. Mas, para que a esperança e a fé possam dar frutos, é necessária a paciência. Não é a glória cá de baixo que procuramos, é a glória futura. O apóstolo Paulo adverte-nos: «Nós fomos salvos, mas em esperança. Ver o que se espera já não é esperar; se se vê, como se pode ainda esperar? Mas nós, que esperamos o que não vemos, esperamo-lo com perseverança» (Rom 8,24-25).

Noutra passagem, Paulo dá o mesmo ensinamento aos justos que trabalham para fazer frutificar os dons de Deus, a fim de prepararem para si mesmos maiores tesouros no céu [...]: «Enquanto temos tempo, trabalhemos para o bem de todos. [...] Não nos cansemos de fazer o bem; a seu tempo virá a colheita, se não desistirmos» (Gal 6,10.9). [...] E, quando fala de caridade, Paulo junta-lhe a perseverança e a paciência: «O amor é paciente, o amor é prestável, o amor não é ciumento; não se vangloria, [...] não se irrita, não alimenta rancor [...], tudo suporta, tudo confia, tudo espera, tudo sofre» (1Cor 13,4-7). Mostra assim que o amor é capaz de perseverar até ao fim, pois sabe suportar tudo.

Por fim, diz noutra passagem: «Suportai-vos uns aos outros com amor; esforçai-vos por guardar a caridade, no mesmo Espírito, pelo vínculo da paz» (Ef 4,2-3). Desta forma, mostra que os irmãos não podem conservar a unidade nem a paz se não se encorajarem mutuamente, suportando-se, e se não conservarem o vínculo da concórdia por meio da paciência.


EVANGELHO QUOTIDIANO


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


Livro do Apocalipse 15,1-4.
Eu, João, vi no Céu mais um sinal, grandioso e admirável: sete Anjos com sete flagelos, que são os últimos, porque eles vinham consumar a ira de Deus.
Vi também uma espécie de mar de cristal misturado com fogo. Sobre o mar de cristal, estavam de pé, os vencedores do Monstro, da sua imagem e do número do seu nome. Tinham na mão harpas divinas
e cantavam o cântico de Moisés, o servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: «Grandes e admiráveis são as vossas obras, Senhor, Deus omnipotente. Justos e verdadeiros são os vossos caminhos, Rei das nações. Senhor,
quem não há de temer e glorificar o vosso nome? Porque só Vós sois santo e todas as nações virão prostrar-se diante de Vós, porque se manifestaram os vossos juízos».

Livro de Salmos 98(97),1.2-3ab.7-8.9.
Cantai ao Senhor um cântico novo
pelas maravilhas que Ele operou.
A sua mão e o seu santo braço
Lhe deram a vitória.

O Senhor deu a conhecer a salvação,
revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade
em favor da casa de Israel.

Ressoe o mar e tudo o que ele encerra,
a terra inteira e tudo o que nela habita;
aplaudam os rios
e as montanhas exultem de alegria.

Diante do Senhor que vem,
que vem para julgar a terra:
julgará o mundo com justiça
e os povos com equidade.



Evangelho segundo S. Lucas 21,12-19.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Deitar-vos-ão as mãos e hão de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome.
Assim tereis ocasião de dar testemunho.
Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa.
Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer.
Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós
e todos vos odiarão por causa do meu nome;
mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá.
Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas».


Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Cipriano (c. 200-258), bispo de Cartago e mártir
«Os benefícios da paciência»
«Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas.»

O nosso Senhor e Mestre deu-nos este mandamento para nossa salvação: «Aquele que resistir até ao fim será salvo» (Mt 10,22). [...] O próprio facto de sermos cristãos é o fundamento da nossa fé e da nossa esperança. Mas, para que a esperança e a fé possam dar frutos, é necessária a paciência. Não é a glória cá de baixo que procuramos, é a glória futura. O apóstolo Paulo adverte-nos: «Nós fomos salvos, mas em esperança. Ver o que se espera já não é esperar; se se vê, como se pode ainda esperar? Mas nós, que esperamos o que não vemos, esperamo-lo com perseverança» (Rom 8,24-25).

Noutra passagem, Paulo dá o mesmo ensinamento aos justos que trabalham para fazer frutificar os dons de Deus, a fim de prepararem para si mesmos maiores tesouros no céu [...]: «Enquanto temos tempo, trabalhemos para o bem de todos. [...] Não nos cansemos de fazer o bem; a seu tempo virá a colheita, se não desistirmos» (Gal 6,10.9). [...] E, quando fala de caridade, Paulo junta-lhe a perseverança e a paciência: «O amor é paciente, o amor é prestável, o amor não é ciumento; não se vangloria, [...] não se irrita, não alimenta rancor [...], tudo suporta, tudo confia, tudo espera, tudo sofre» (1Cor 13,4-7). Mostra assim que o amor é capaz de perseverar até ao fim, pois sabe suportar tudo.

Por fim, diz noutra passagem: «Suportai-vos uns aos outros com amor; esforçai-vos por guardar a caridade, no mesmo Espírito, pelo vínculo da paz» (Ef 4,2-3). Desta forma, mostra que os irmãos não podem conservar a unidade nem a paz se não se encorajarem mutuamente, suportando-se, e se não conservarem o vínculo da concórdia por meio da paciência.


Evangelio de Hoy (Jueves, 24 de Noviembre de 2016) | REFLEXIÓN | Red Cat...

terça-feira, 22 de novembro de 2016

La historia de Adviento

EVANGELHO QUOTIDIANO


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

 Livro do Apocalipse 14,14-19.
Eu, João, vi uma nuvem branca, sobre a qual estava sentado Alguém, semelhante a um filho do homem, com uma coroa de ouro na cabeça e uma foice afiada na mão.
Saiu do templo outro Anjo, que clamava com voz forte para Aquele que estava sentado sobre a nuvem: «Mete a tua foice e ceifa; chegou a hora de ceifar, porque a seara da terra está madura».
Então o que estava sentado sobre a nuvem lançou a foice à terra, e a terra foi ceifada.
Depois saiu do templo celeste outro Anjo, que também tinha uma foice afiada.
Do altar veio ainda outro Anjo, que tinha poder sobre o fogo, e gritou com voz forte para aquele que tinha a foice afiada: «Mete a tua foice afiada e vindima os cachos da vinha da terra, porque as uvas estão maduras».
O Anjo lançou a foice à terra, vindimou a vinha da terra e lançou as uvas no grande lagar da ira de Deus.

Livro de Salmos 96(95),10.11-12.13.
Proclamai entre os povos: «O Senhor é Rei». Sustenta o mundo e ele não vacila, governa os povos com equidade.
Alegrem-se os céus, exulte a terra, ressoe o mar e tudo o que ele contém,
exultem os campos e quanto neles existe, alegrem-se as árvores das florestas.
Diante do Senhor que vem, que vem para julgar a terra. Julgará o mundo com justiça e os povos com fidelidade.


Evangelho segundo S. Lucas 21,5-11.
Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes:
«Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído».
Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?».
Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais.
Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim».
Disse-lhes ainda: «Há de erguer-se povo contra povo e reino contra reino.
Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».

«Não sabeis que sois templo de Deus?» (1Cor 3,16)

«Jesus disse aos judeus: "Destruí este Templo, e em três dias Eu o levantarei." [...] Ele falava do templo que é o seu corpo» (Jo 2,21). [...] Há quem pense que é impossível aplicar ao corpo de Cristo tudo o que é dito acerca do Templo; pensam que se chamou Templo ao seu corpo porque, tal como o primeiro Templo tinha sido habitado pela glória de Deus, também o Primogénito de todas as criaturas é a imagem e a glória de Deus (Col 1,15), e que é justo, portanto, que o seu corpo, a Igreja, seja chamado Templo de Deus, porque contém a imagem da divindade [...]. Aprendemos com Pedro que a Igreja é o corpo e a casa de Deus, construída com pedras vivas, uma casa espiritual em função de um sacerdote santo (1Ped 2,5).

Deste modo, podemos considerar Salomão, o filho de David, que construiu o Templo, como uma prefiguração de Cristo: foi depois da guerra, numa altura de grande paz, que Salomão construiu um Tempo à glória de Deus na Jerusalém terrestre [...]. De facto, quando todos os inimigos de Cristo estiverem «colocados debaixo dos seus pés», e a morte, «o último inimigo», tiver sido destruída (1Cor 15,25-26), então a paz será perfeita, então Cristo será Salomão, cujo nome significa pacífico; e nele se cumprirá esta profecia: «vivo [...] entre aqueles que odeiam a paz, [mas] falo-lhes de paz» (Sl 119,6-7). Então cada uma das pedras vivas, segundo o mérito da sua vida presente, será uma pedra do Templo: um, apóstolo ou profeta, que ficará nas fundações, sustentará as pedras que ficarão por cima; outro, vindo a seguir àqueles que ficam nas fundações, ele próprio conduzido pelos profetas, sustentará outras pedras mais leves; um terceiro será uma pedra que ficará mesmo no interior, onde se situa a arca com os querubins e o propiciatório (1Rs 6,19); um quarto será a pedra do vestíbulo (v.3); e um quinto, ainda, fora do vestíbulo dos sacerdotes e dos levitas, será a pedra do altar onde são feitas as oferendas das colheitas. [...] O desenvolvimento da construção, com a organização dos ministérios, será confiado aos anjos de Deus, essas forças santas prefiguradas nos mestres de obras de Salomão. [...] Tudo isto se cumprirá quando a paz for perfeita, quando reinar uma grande paz.

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Augustto da Paz ( A carta de Deus )

EVANGELHO QUOTIDIANO


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

 NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO - SOLENIDADE


Livro de 2º Samuel 5,1-3.
Naqueles dias, todas as tribos de Israel foram ter com David a Hebron e disseram-lhe: «Nós somos dos teus ossos e da tua carne.
Já antes, quando Saul era o nosso rei, eras tu quem dirigia as entradas e saídas de Israel. E o Senhor disse-te: ‘Tu apascentarás o meu povo de Israel, tu serás rei de Israel’».
Todos os anciãos de Israel foram à presença do rei, a Hebron. O rei David concluiu com eles uma aliança diante do Senhor, e eles ungiram David como rei de Israel.

Livro de Salmos 122(121),1-2.4-5.
Alegrei-me quando me disseram:
«Vamos para a casa do Senhor».
Detiveram-se os nossos passos
às tuas portas, Jerusalém.

Para lá sobem as tribos,
as tribos do Senhor.
Para celebrar o nome do Senhor,
segundo o costume de Israel;

ali estão os tribunais da justiça,
os tribunais da casa de David.


Carta aos Colossenses 1,12-20.
Irmãos: Damos graças a Deus Pai, que nos fez dignos de tomar parte na herança dos santos, na luz divina.
Ele nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado,
no qual temos a redenção, o perdão dos pecados.
Cristo é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura;
Porque n’Ele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, visíveis e invisíveis, Tronos e Dominações, Principados e Potestades: por Ele e para Ele tudo foi criado.
Ele é anterior a todas as coisas e n’Ele tudo subsiste.
Ele é a cabeça da Igreja, que é o seu corpo. Ele é o Princípio, o Primogénito de entre os mortos; em tudo Ele tem o primeiro lugar.
Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude
e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na terra e nos céus.

Evangelho segundo S. Lucas 23,35-43.
Naquele tempo, os chefes dos Judeus zombavam de Jesus, dizendo: «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito».
Também os soldados troçavam d’Ele; aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre,
diziam: «Se és o rei dos Judeus, salva-Te a Ti mesmo».
Por cima d’Ele havia um letreiro: «Este é o rei dos Judeus».
Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-O, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também».
Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Não temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo das nossas más ações. Mas Ele nada praticou de condenável».
E acrescentou: «Jesus, lembra-Te de Mim, quando vieres com a tua realeza».
Jesus respondeu-lhe: «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilia sobre a cruz e o bom ladrão, 1, 3-4
«Por cima dele havia um letreiro: "Este é o rei dos Judeus"»

«Jesus, lembra-Te de mim, quando vieres com a tua realeza». O ladrão não ousou fazer esta prece sem antes, pela confissão, se ter libertado do fardo dos seus pecados. Vê bem, cristão, a força da confissão: ele confessou os seus pecados e o paraíso abriu-se-lhe; confessou os seus pecados e ganhou confiança bastante para pedir o Reino dos Céus, depois de tantos roubos que tinha cometido. […]

Queres conhecer o Reino? Que vês aqui que se lhe assemelhe? Tens debaixo dos olhos os pregos e uma cruz, mas essa cruz, dizia Jesus, é o próprio sinal do Reino. E eu, ao vê-Lo na cruz, proclamo-O Rei. Não é próprio de um rei morrer pelos seus súbditos? Ele próprio o disse: «O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas» (Jo 10,11). Isto é igualmente verdade para um bom rei: também ele dá a vida pelos seus súbditos. Proclamá-Lo-ei portanto Rei por causa da dádiva que fez da sua vida: «Jesus, lembra-Te de mim, quando vieres com a tua realeza».

Compreendes agora que a cruz é o sinal do Reino? Eis outra prova: Cristo não deixou a sua cruz na Terra, ergueu-a e levou-a com Ele para o Céu. Sabemo-lo porque Ele a terá junto de Si quando voltar pleno de glória. Para perceberes quanto esta cruz é digna de veneração, repara como Ele a tomou como um título de glória […]. Quando o Filho do Homem vier, «o sol escurecerá e a lua perderá o brilho». Reinará então uma claridade tão viva que até os astros mais brilhantes se eclipsarão. «As estrelas cairão do céu. Aparecerá então no céu o sinal do Filho do Homem» (Mt 24,29s). Vês bem a força do sinal da cruz? […] Quando um rei entra numa cidade, os soldados pegam nos estandartes, içam-nos aos ombros e marcham à sua frente para anunciar a chegada régia. De igual modo, legiões de anjos precederão a Cristo, quando Ele descer do Céu, trazendo aos ombros esse sinal anunciador da vinda do nosso Rei.

EVANGELHO QUOTIDIANO


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


Livro do Apocalipse 14,1-3.4b-5.
Eu, João, vi o Cordeiro de pé, no monte Sião. Com Ele estavam os cento e quarenta e quatro mil que tinham gravados na fronte o nome do Cordeiro e o nome de seu Pai.
E ouvi uma voz, vinda do Céu, semelhante ao fragor de águas caudalosas e ao ribombar de forte trovão; mas a voz que eu ouvi era também semelhante ao som de harpistas, tocando as suas harpas.
Entoavam um cântico novo diante do trono e na presença dos quatro Seres Vivos e dos Anciãos. Ninguém podia aprender esse cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram resgatados da terra.
São aqueles que seguem o Cordeiro para onde quer que Ele vá. Foram resgatados de entre os homens como primícias oferecidas a Deus e ao Cordeiro.
Na sua boca nunca se encontrou mentira: são irrepreensíveis.

Livro de Salmos 24(23),1-2.3-4ab.5-6.
Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.

Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
que não invocou o seu nome em vão nem jurou falso.

Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a face do Deus de Jacob.



Evangelho segundo S. Lucas 21,1-4.
Naquele tempo, Jesus levantou os olhos e viu os ricos deitarem na arca do Tesouro as suas ofertas.
Viu também uma viúva muito pobre deitar duas pequenas moedas.
Então Jesus disse: «Em verdade vos digo: Esta viúva pobre deu mais do que todos os outros.
Todos eles deram do que lhes sobrava; mas ela, na sua penúria, ofereceu tudo o que possuía para viver».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Beato Charles de Foucauld (1858-1916), eremita e missionário no Saara
Meditações sobre o Evangelho, 263
«Todos eles deram do que lhes sobrava; mas ela, na sua penúria, ofereceu tudo o que possuía para viver.»

Não desprezemos os pobres, os pequenos [...]; para além de serem nossos irmãos em Deus, são os que imitam mais perfeitamente Jesus na sua vida exterior. Eles representam perfeitamente Jesus, o operário de Nazaré. Eles são os mais antigos de entre os eleitos, pois foram os primeiros a ser chamados para junto do berço do Salvador. Eles foram os companheiros habituais de Jesus, desde o seu nascimento até à sua morte; a eles pertenciam Maria e José e os apóstolos. [...] Longe de os desprezar, honremo-los, honrando neles a imagem de Jesus e de seus santos pais; em lugar de os desdenhar, admiremo-los. [...] Imitemo-los e, dado que vemos que a sua condição é a melhor, aquela que Jesus escolheu para Si mesmo e para os seus, aquela que chamou em primeiro lugar para junto do seu berço, aquela que mostrou pelos seus atos e as suas palavras [...], abracemo-la. [...] Sejamos pobres operários como Ele, como Maria, José, os apóstolos e os pastores; e, se algum dia Ele nos chamar para o apostolado, permaneçamos nesta vida tão pobres como Ele nela permaneceu, tão pobres como nela ficou um São Paulo, seu fiel imitador (1Cor 11,1).

Não deixemos nunca de ser em tudo pobres, irmãos dos pobres, companheiros dos pobres; sejamos os mais pobres dos pobres como Jesus, e como Ele amemos os pobres e rodeemo-nos deles.


CONSAGRAÇÃO DE FALANGE






CONSAGRAÇÃO DE FALANGE DO MESTRADO 

Na Doutrina do Amanhecer, pelo plexo iniciático de
  seus médiuns, tornou-se possível a formação de falanges dos mestres e ninfas,
  com seus segmentos nos planos espirituais.

Em 1976, formaram-se grupamentos reunindo, de acordo
  com suas missões de origem, os espíritos ingressados como médiuns de nossa
  Corrente:

AMANHECER - Falange de médiuns ligados diretamente na condução da Corrente, sob a
  regência de Koatay 108, preparados para a manipulação de todo e qualquer tipo
  de força que se faça projetada para a realização de um trabalho ou ritual.
ANUNCIAÇÃO - Falange que tem, sob a regência da Princesa Janara, como principal
  missão a harmonização mental, o que provoca o perfeito entrosamento e
  harmonia na aplicação das leis e orientações para a realização dos diversos
  trabalhos e rituais. Sua cor é o verde água.
ASCENÇÃO - Sob a regência da Princesa Iramar, os médiuns desta falange se dedicam
  à manipulação das forças desobsessivas, aplicando seus poderes de
  desintegração e reintegração nos diferentes trabalhos e rituais,
  principalmente na ajuda a pessoas desesperadas ou desorientadas, fazendo com
  que recuperem sua visão interior e tenham melhores condições para o
  enfrentamento de seus problemas físicos e psíquicos.
CONSAGRAÇÃO - Reúne médiuns que se realizam com os rituais das grandes consagrações,
  especialmente da Iniciação, Elevação de Espadas e Centúria, atuando sob a
  regência da Princesa Janaína, manipulando forças que se deslocam das Sete
  Raízes para a evolução espiritual de Aparás e Doutrinadores. Sua cor é vinho.
CRUZADA - São médiuns que, regidos pela Princesa Jandaia, atuam na aplicação das
  forças cruzadas que agem nos Tronos, na Mesa Evangélica e na Linha de Passes,
  proporcionando perfeito equilíbrio e harmonização para sua distribuição nos
  plexos dos pacientes. Sua coloração é vermelho e branco.
ESTRELA CANDENTE - Falange de médiuns que, sob a regência do Ministro Janatã, manipulam,
  essencialmente, as forças desobsessivas e balsâmicas da Estrela Candente, da
  Estrela Sublimação e do Turigano, sempre com grande participação na aplicação
  das forças trazidas pelas grandes amacês. Sua cor é o azul piscina.
REDENÇÃO - Sob a regência da Princesa Juremá, são médiuns que manipulam,
  preferencialmente, as forças do desenvolvimento mediúnico e da evolução
  espiritual, centrados no objetivo de mostrar os diferentes caminhos para o
  progresso espiritual dos médiuns, de acordo com as possibilidades de cada um.
RESSURREIÇÃO - Médiuns que conseguem polarizar, sob a regência de Oxalá, as forças
  recuperadoras das deformações de espíritos cobradores, especialmente dos
  elítrios, aliviando os efeitos de suas ações e propiciando a diminuição de
  suas atuações. Esta falange age com maior intensidade nos trabalhos de Cura e
  Junção.
SACRAMENTO - Reúne médiuns que, sob a regência da Princesa Iracema, se realizam com
  os rituais de Casamento, Batizado, Bênção de Pai Seta Branca e dos Ministros,
  ocupando-se na preparação do sal, do perfume, do vinho e das palhinhas usados
  nos trabalhos. Sua cor é o azul pavão.
SOLAR - Sob a regência dos Pretos Velhos, estes médiuns se destaca nos
  trabalhos em que atua a Legião do Divino Mestre Lázaro, especialmente nos
  Abatás e Alabás, proporcionando a harmonização e equilíbrio vibracional nos
  lares e locais de trabalho material dos médiuns.
SUBLIMAÇÃO - Na regência da Princesa Jurema, estes médiuns têm a vocação para a
  manipulação das forças das cortes dos diversos rituais, sendo especialmente
  portadores dos poderes que ajudam os espíritos a se desligarem do plano
  físico, com grande influência, por sua intensa atividade aglutinadora das
  forças cósmica e extra-cósmica, no perfeito equilíbrio das vibrações nos
  diversos setores de trabalho e no Templo, em geral. Sua cor é o preto.
UNIFICAÇÃO - Médiuns que, sob a regência de Olorum e Obatalá, são agentes
  distribuidores das forças destes dois Oráculos, de forma equilibrada e
  polarizada, ampliando a potencialização da dispersão e absorção desses raios
  que chegam, especialmente no Randy, na Junção e na Indução, e atuam, em
  diferentes níveis de concentração e capacidade de participação dos médiuns e
  pacientes presentes naqueles trabalhos.

RITUAL DA CONSAGRAÇÃO DAS FALANGES DE MESTRADO

Preparação para o ritual – Às 15 horas, forma-se uma concentração em frente
  ao Templo, e os mestres se posicionam em suas falanges, como segue:    
 FALANGE DESTE AMANHECER, SUBLIMAÇÃO, CONSAGRAÇÃO, SACRAMENTO, CRUZADA, ESTRELA
  CANDENTE, REDENÇÃO, ANUNCIAÇÃO, ASCENÇÃO, UNIFICAÇÃO, RESSURREIÇÃO e SOLAR.
Os 1ºs Mestres de cada falange se posicionarão à
  frente, na seguinte ordem: 1º Mestre Sol, 1º Mestre Sol Evangélico, 1º Mestre
  Sol Curador, 1º Mestre Sol Arte, 1º Mestre Luz, 1º Mestre Luz Evangélico, 1º
  Mestre Luz Curador, 1º Mestre Lua, 1ª Ninfa Sol, 1ª Ninfa Lua, os Adjuntos
  Arcanos e os outros mestres.
Os Trinos Triadas deverão ocupar suas cassandras. No
  Radar deverá estar presente um Mestre Devas, para anunciar as falanges.
Os Trinos Herdeiros e as Representantes de Koatay
  108 se deslocarão para a Estrela Candente, às 16 horas, onde aguardarão a
  chegada das falanges. No Radar da Estrela Candente deverá estar presente um
  Mestre Devas, para anunciar a chegada das falanges.
No portão da Unificação deverão estar presentes duas
  Muruaicys e quatro Samaritanas (mínimo). A corte será formada por Nityamas e
  Magos previamente designados pelos Devas.
O Adjunto Japuacy deverá orientar os Mestres
  Recepcionistas para auxiliar o ritual do Turigano à Estrela Candente.
Ritual no Templo – A corte conduz as falanges, entrando no Templo pela direita, passando
  em frente ao Pai Seta Branca. Chegando ao Radar, o Mestre Devas anuncia a
  falange, e o seu representante cumprimenta os Trinos, saindo do Templo pelo
  Turigano, com destino à Estrela Candente.
No percurso do Turigano à Estrela Candente, o ritual
  será orientado através dos Mestres Recepcionistas, passando em frente ao
  Orfanato e seguindo em direção ao portão próximo à pirâmide.
Após sair a última falange do Templo, os Trinos
  Triada serão conduzidos por uma corte de Nityamas e Magos até a Estrela
  Candente.
Ritual na Estrela Candente – A corte conduz as falanges, entrando na Estrela
  pelo Portão Grande, sobe a rampa e, chegando em frente do Oráculo de Pai Seta
  Branca, pára, e o Mestre Guto ou o seu representante, dará início à abertura
  do Oráculo, com a incorporação do Pai Seta Branca.
Em seguida, o Mestre Devas anuncia a falange. A
  Representante de Koatay 108 deverá ocupar o seu projetor. Chegando o ritual
  em frente à Representante de Koatay 108, o 1º de cada falange sobe o degrau
  do projetor e se apresenta: 1º Mestre Sol da Falange de.... Todos os mestres
  e ninfas deverão fazer reverência à Representante de Koatay 108.
A jornada prossegue, passando sobre a Cachoeira, em
  frente a Mãe Yara, em direção à Unificação, onde serão servidos de sal e
  perfume pelas Samaritanas.
Na Pirâmide, o 1º Mestre representante de cada
  falange se posiciona de pé, e aguarda a passagem de todos os componentes de
  sua falange, sendo substituídos pelos mestres da falange seguinte