O
Espírito é algo que se destacou do Todo e, como consequência, se
individualizou, se tornou uma “Individualidade”. O
Indivíduo-Espírito pela própria natureza, apresenta características,
tendências, preferências e objectivos que são somente seus, que o destacam de
outros Indivíduos-Espíritos.
Para
encarnar, isto é, para percorrer por certo tempo este Planeta, seguir a
estrada que o levará, num futuro talvez remoto, à desindividualização, isto
é, à sua reintegração no Todo, ele é obrigado a se adaptar ao corpo físico,
cujas manifestações se fazem pelo processo sensorial de estímulo-resposta,
chamado Alma.
Esse conjunto Corpo-Alma forma a Personalidade. Personalidade
significa a aparência física, a constituição do corpo, as tendências, a educação
recebida, ou seja, “aquilo” que foi feito ou se fez no mundo físico, no
Planeta, para a manifestação do Indivíduo-Espírito.
Essa
é a lei da Terra, a Lei crística, em seu aspecto peculiar da encarnação.
Ao
se submeter a esse processo, o Espírito aceita completamente o facto de que
terá que se manifestar, exercer a sua programação, caminhar para seus
objectivos, dentro dessas condições difíceis. A formação da Personalidade já
é meio caminho andado na realização cármica.
Por
mais que faça, o HOMEM, dificilmente pode modificar sua personalidade, a não
ser em termos de mudança de comportamento. Essa mudança entretanto, a não ser
que seja feita em consonância com os objectivos do seu Espírito, será
angustiosa, transitória ou auto aniquilante.
O
conhecimento e a utilização da Força Mediúnica devem ser paralelos ao
reconhecimento da existência do Espírito Transcendental, do próprio Espírito,
sob pena dela ser apenas a exteriorização da Personalidade. Em resumo, o
desenvolvimento da Mediunidade apenas fenoménico, sem um objectivo Crístico,
ressalta as qualidades ou defeitos do Médium e o torna apenas intermediário
entre ele e o mundo que o cerca.
Pode
ainda acontecer dele, na sua cegueira personalística, ser intermediário de
Forças Horizontais, não criativas e às vezes até destrutivas. Nesse caso ele
se torna um Médium apenas psíquico, isto é, ele dá vazão a conceitos,
ideias e conselhos de sua própria lavra ou de Espíritos do Plano Terreno, ou
seja, formas e valores não criativos, apenas transformistas.
Esse
fato simples e objectivo é que separa o joio do trigo, o que é Crístico e o
que apenas não é. É fácil de se saber quando isso acontece, bastando
seguir-se a regra evangélica de que a “árvore se conhece pelos frutos”… A
Mediunidade desenvolvida paralelamente ao esclarecimento doutrinário,
apresenta um quadro totalmente diferente.
O
Médium começa por apreender as emanações e os anseios transcendentais de seu
próprio Espírito e, graças a isso, ele se harmoniza com sua linha cármica.
Ele muda as perspectivas, a visão da vida e muda seu comportamento por um
processo íntimo de plena convicção. Ele passa a ver o Mundo com maior
descortino, se torna mais abrangente e com isso sua vida se equilibra. Ele
passa a ser uma pessoa que irradia simpatia e interesse pelo seu próximo. A
partir daí se torna possível seguir a Lei do Perdão, do Amor, da Tolerância e
da Humildade.
Nessas
condições isso é feito sem constrangimento, sem que a pessoa tenha que se
violentar, sem provocar tensões internas, geralmente causadoras de revolta.
Nessa linha de sintonia com seu Espírito transcendente ele atrai para si as
emanações dos Espíritos Superiores, de seus Guias, seus Mentores, e passa a
ser porta-voz desses Espíritos. Esse é o Médium Espiritualizado, o Médium
através do qual vem a cura, o alívio e a esperança dos que são atendidos por
ele. Temos assim uma ideia clara do que seja a Mediunidade puramente Psíquica
e a Mediunidade Espiritual. Entretanto é preciso saber que o Ser Humano não é
estático, sempre o mesmo. Ele varia a cada momento e seus estados se alternam
conforme as influências a que é submetido.
Como
consequência, sua Mediunidade pode variar e se apresentar ora de uma forma,
ora de outra. Por
isso
é que a prática da Mediunidade deve ser feita no âmbito de um conjunto
doutrinário, com regras ritualísticas e a vigilância dos Mentores. Em nossa
Corrente, para melhor garantir a autenticidade, todo trabalho mediúnico é
feito pela unidade dupla Apará – Doutrinador.
Só
o Doutrinador tem as condições necessárias para discernir as manifestações e
saber quando as coisas vêm do Médium ou dos Guias, qual a dosagem de
Psiquismo existente no trabalho e até que ponto esse Psiquismo não prejudica
o trabalho. Afinal ninguém é perfeito e qualquer um pode cometer erros.
O
importante é tirar o melhor partido de cada situação e fazer com que o Médium
ajude a si mesmo, enquanto ele está ajudando o seu próximo. Só uma atitude de
Amor e paciência pode conduzir o fenómeno mediúnico para resultados positivos
a todos que dele participam. Para isso é preciso haver uma atitude
desassombrada e de compreensão, de que somos todos Espíritos a caminho e que
o Ser Humano dificilmente mistifica deliberadamente.
Trino
Tumuchy, Mestre Mário Sassi – IPM 04
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Perfeito! Principalmente não se deslumbrar, se achando mais do que qualquer outra pessoa. Muitas maneiras de exteriorização da mediunidade podem confundir seus sentimentos com os que não são seus, seus pensamentos mais completos e abrangentes e ações aparentemente contrárias ao que você faria... Por isso o conhecimento se torna importante e a confiança em alguém que já tenha se desenvolvido (embora esse processo nunca termine) é fundamental. Gratidão, Vitor Cunha!
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