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sábado, 4 de julho de 2020
É bíblica a esperança de viver para sempre na terra?
Autor: Jesús Mondragón (Saulo de Tarso)
Fonte: https://www.facebook.com/jesus.mondragon.180
Tradução: Carlos Martins Nabeto
– É bíblica a esperança terrestre? “Você pode viver para sempre na terra”, eis a falsa esperança das Testemunhas de Jeová. Você ficará surpreso em saber quem inventou essa “doutrina”.
Atualmente existem cerca de 70.000 seitas e denominações “cristãs”, e ainda que as suas doutrinas sejam bastante diferentes umas das outras, há uma doutrina em que em maior ou menor medida todas coincidem: falamos da ressurreição, pois como disse São Paulo:
“E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé” (1Coríntios 15,13-14).
Contudo, isto que hoje nos é tão claro, não o era na época de Jesus Cristo. A Escritura nos fala dos fariseus e dos saduceus – as duas principais seitas do Judaísmo. Quanto aos saduceus, a Bíblia nos diz:
“No mesmo dia chegaram junto dele os saduceus, que dizem não haver ressurreição, e o interrogaram” (Mateus 22,23).
Na época de Jesus e dos Apóstolos, a Bíblia era composta apenas pelo Antigo Testamento, já que o Novo Testamento ainda não havia sido escrito, de modo que os judeus, em boa parte da sua história, não acreditavam na ressurreição porque, simnplesmente, o Antigo Testamento não a mencionava. Acreditavam que, ao morrer, o homem inteiro ia para o “Sheol”, a “região dos mortos”:
“Assim como a nuvem se desfaz e passa, assim aquele que desce ao Sheol nunca tornará a subir” (Jó 7,9).
Entretanto, o ser humano intuía que não poderia terminar inteiramente nesta vida. Os escritores sagrados expressam como uma pergunta, como um anseio, esse deseja de vida eterna:
“Quem dera que me escondesses no Sheol, e me ocultasses até que a tua ira se fosse; e me pusesses um limite, e te lembrasses de mim! Morrendo o homem, porventura tornará a viver? Todos os dias de meu combate esperaria, até que viesse a minha mudança. Chamar-me-ias, e eu te responderia, e terias afeto à obra de tuas mãos” (Jó 14,13-15).
Há muitas luzes da vida eterna no Antigo Testamento, porém, mais do que um ensinamento, se trata mais de um desejo expresso da parte do homem e não de uma promessa revelada por Deus. O livro do Eclesiastes, p.ex., busca dar uma resposta a essa pergunta, sem encontrá-la, pois repete 27 vezes a frase “sob o sol”, para se referir a como as coisas aparentam ser aqui na terra, para nós. O livro acaba sem oferecer uma resposta para o que ocorre após a morte: o escritor sagrado não continua a sua dissertação porque o céu está bem além do sol e o Eclesiastes não consegue explicar senão somente aquilo que está “sob o sol”:
“E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Eclesiastes 12,7).
O homem também intuía que haveria um castigo para os maus e um prêmio para os bons, mas tanto o castigo quanto o prêmio eram expressos ocorrendo aqui mesmo, na terra, na vida presente.
O castigo: “E esta será a praga com que o Senhor ferirá a todos os povos que guerrearam contra Jerusalém: a sua carne apodrecerá, estando eles em pé, e lhes apodrecerão os olhos nas suas órbitas, e a língua lhes apodrecerá na sua boca” (Zacarias 14,12).
O prêmio: “Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; olharás para o seu lugar, e não aparecerá. Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz” (Salmo 37,10-11); “E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear” (Isaías 2,4).
Faltava ainda mais revelação, mais luz da parte de Deus, para saber que nada disso seria o fim e que o castigo ou prêmio para o homem iria além desta terra.
A doutrina da ressurreição é relativamente recente, pois o povo judeu chegou ao seu conceito apenas dois séculos antes de Cristo. O primeiro livro do Antigo Testamento a mencioná-la, como uma promessa revelada por Deus, é o livro do Profeta Daniel, escrito tão somente 165 anos antes de Cristo:
“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno” (Daniel 12,2).
A FALSA ESPERANÇA
Hoje em dia nos apresentam essas pessoas que se autodenominam “testemunhas cristãs de Jeová”, tocando nas portas das nossas casas, prometendo o seguinte, segundo o seu livro “O que a Bíblia realmente ensina”:
1) Deus converterá novamente a terra em paraíso terrestre:
“Como vimos no capítulo 3, Deus tem o propósito de converter toda a terra em um paraíso” (p.72/16).
2) Há duas esperanças de ressurreição: uns têm esperança de ressuscitar na terra e apenas 144.000 ressuscitarão no céu:
“Portanto, os mortos não tornarão à vida em um mundo cheio de guerras, crimes e doenças. Melhor: terão a oportunidade de serem felizes e viverem em paz na terra por toda a eternindade” (p. 72/16).
“A Bíblia ensina que há outra espécie de ressurreição. Trata-se da ressurreição como ser espiritual, para viver no céu” (p. 73/21).
“A estes 144.000 cristãos – entre os quais estão os apóstolos fiéis de Jesus – Deus os ressuscita para que vivam no céu” (p.74/24).
A seguir, veremos que tais afirmações não são bíblicas, nem tampouco o produto da fantasia dos dirigentes das Testemunhas de Jeová; sua origem é muito mais obscura.
Os líderes jeovistas têm verdadeira mania de empregar textos do Antigo Testamento; se encantam ao citar os livros do Eclesiastes, Isaías, Salmos etc. – quando o povo de Israel ainda se encontrava desorientado em sua infatil ignorância e não possuía conhecimento sobre a vida que há após a vida, nem sobre o céu e o inferno -, confundindo as pessoas que não estão familiarizadas com a Bíblia.
Em primeiro lugar: Deus não planejou reconstruir a terra como paraíso terrestre, onde viveram Adão e Eva:
“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mateus 24,35).
“Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios. (…) Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (2Pedro 3,7.11-13).
É óbvio que esta terra deixará de existir, segundo as palavras de Jesus Cristo, que é muito, muito mais confiável que as mal-chamadas Testemunhas de Jeová. Também o Apóstolo São Pedro afirma o desaparecimento da terra, porém não nos dá maiores informações, apenas nos fala de “novos céus e nova terra”, em uma clara referência aos textos veterotestamentários. Foi São Paulo que, arrebatado ao 3º Céu além do sol, ouviu palavras “inefáveis”, ou sejam, que não podem ser pronunciadas. O que ele nos diz, porém, é que o paraíso encontra-se no Céu e não na terra:
“Conheço um homem em Cristo que há catorze anos (se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei – Deus o sabe) foi arrebatado ao terceiro céu. E sei que o tal homem (se no corpo, se fora do corpo, não sei – Deus o sabe) foi arrebatado ao Paraíso; e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar” (2Coríntios 12,2-4).
O Apóstolo São João também lançou um olhar bem além do sol, onde ouviu palavras que não deveriam ser escritas:
“Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e a primeira voz, que como de trombeta ouvira falar comigo, disse: ‘Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer'” (Apocalipse 4,1).
“E, quando os sete trovões acabaram de emitir as suas vozes, eu ia escrever; mas ouvi uma voz do céu, que me dizia: ‘Sela o que os sete trovões emitiram, e não o escrevas'” (Apocalipse 10,4).
É natural que ao não poderem descrever o que há no Céu, os escritores sagradas empreguem figuras terrenas para que nos dessem uma ideia do que há ali para nós:
“Mas, como está escrito: ‘As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam'” (1Coríntios 2,9).
O que há no Céu não pode ser explicado senão com o que nos é familiar: com coisas terrenas, pois o próprio Jesus Cristo nos disse:
“Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (João 3,12).
No tocante a haver duas esperanças para a ressurreição – a esperança terrestre e a esperança celeste – apenas podemos dizer que é fruto da mentira, pois jamais a Bíblia fala de duas esperanças, mas muito pelo contrário:
“Porque em esperança fomos salvos. Ora a esperança que se vê não é esperança; porque como esperar o que se vê?” (Romanos 8,24).
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1Pedro 1,3).
“Tendo esperança em Deus, como estes mesmos também esperam, de que há de haver ressurreição de mortos, assim dos justos como dos injustos” (Atos 24,15).
“Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação” (Efésios 4,4).
O que realmente ensina a Bíblia contradiz os falsos ensinamentos das Testemunhas de Jeová. A Bíblia é clara: “Uma ressurreição, uma esperança”.
Então, de onde nasce a doutrina jeovista de viver para sempre em uma paraíso na terra?
Toda corrente ideológica sempre tem seus antecedentes na História. Que nos respondam: por que isso agora?
A bondade ou maldade dos criadores de tais doutrinas e ideologias nos ajudam a restabelecer a veracidade ou falsidade dos seus postulados. Quem, em toda História da Criação, foi o primeiro a prometer que viveríamos para sempre na terra?
Vamos ao início: ao livro do Gênesis. Adão e Eva viviam em um paraíso na terra, criado por Deus, sendo o que Senhor lhes havia dito:
“E tomou o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar. E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: ‘De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás'” (Gênesis 2,15-17).
Indo contra a ordem e a palavra de Deus, Adão e Eva desobedecem, seduzidos pela promessa de não morrerem e viverem para sempre no Éden e serem como Deus:
“Então a serpente disse à mulher: ‘Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal'” (Gênesis 3,4-5).
O resto da história todos nós a conhecebemos, bem como as consequências. Pois bem: agora você já sabe quem inventou essa mentira – ele mesmo: Satanás!
Satanás foi o primeiro a prometer “podeis viver para sempre no paraíso na terra”!
Eu tenho esperança de ir para o Céu. E você?
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