domingo, 17 de maio de 2020

Possessão

Possessão demoníaca: os sinais que a medicina não consegue explicar

Será que a psicanálise consegue sempre dar explicações aos casos de alegada possessão diabólica? Ou haverá casos em que a ciência não consegue oferecer um diagnóstico definitivo para supostas pessoas “possuídas”?
O autor Raul Salvucci, no livro “Cosa fare con questi diavoli” (“O que fazer com esses demônios”, ainda sem tradução ao português), menciona dores físicas sentidas por pessoas que sofreram malefícios e que não puderam ser explicadas pela medicina:
“Os efeitos negativos para a saúde são habituais quando ocorre um malefício. Há modalidades diversas; nem sempre estão todas presentes, nem têm sempre a mesma intensidade. Variam de pessoa para pessoa, dependendo da compleição física, e descarregam a maior negatividade sobre os pontos mais frágeis”.
O professor Luigi Janiri, das Universidades Lumsa, de Roma, e Católica, de Milão, é psiquiatra e psicoterapeuta, estudou de perto esses fenômenos e declarou à Aleteia Itália:
“Os fenômenos escassamente explicados ​pela psiquiatria e que se verificam nos casos de possessão considerados demoníacos estão numa espécie de faixa de transição entre as condições francamente psicopatológicas (especialmente a histeria e os transtornos dissociativos) as de possessão propriamente dita. No caso dessas últimas, também deveriam ser diferenciadas as situações em que o ente maléfico age de fora do sujeito, causando vexações ou infestações ambientais”.

Sete sinais

Os fenômenos que, segundo Janiri, são reconhecíveis como “paranormais” ou pelo menos “extraordinários” e interpretáveis ​​como “presença” de uma entidade estranha no corpo de um indivíduo (geralmente demoníaca) são os seguintes:
1) Alterações somáticas: mudanças da cor dos olhos, surgimento de estigmas ou outras “inscrições” cutâneas, marcas de fogo, hemorragias inexplicáveis, mudanças bruscas no tom e no timbre da voz etc;
2) Titanismo: força incompatível com o físico da pessoa ou que a leva a executar façanhas como levantar pesos desproporcionais, arremessar grandes móveis ou lançar objetos muito pesados;
3) Levitação: alçar-se do solo sem apoio;
4) Falar em línguas desconhecidas pela pessoa; com frequência, além do mais, são línguas mortas ou arcaicas;
5) Ler pensamentos alheios: demonstrar saber o que o interlocutor está pensando ou sentindo no momento;
6) “Vomitar” objetos que a pessoa não pode ter introduzido em si mesma, como pregos ou pétalas de flores; neste mesmo conceito, acrescentam-se ainda fenômenos como o surgimento “prodigioso” de objetos do nada ou a transformação de objetos em outros diferentes;
7) Hipersensibilidade aos símbolos sagrados: é frequente que fenômenos como os mencionados acima ocorram espontaneamente durante a missa, em particular durante momentos muito significativos, como a bênção; ou na presença de padres, mesmo que não sejam exorcistas; ou durante a realização de exorcismos.

Dos estigmas às línguas estranhas

Ainda segundo Janiri, alguns desses fenômenos estão no limite entre as condições explicáveis ​​pela medicina e as que são inexplicáveis cientificamente, e, por isso mesmo, atribuíveis a causas sobrenaturais: servem como exemplo as mudanças de voz e algumas manifestações cutâneas, como sangramentos e estigmas, que podem ocorrer em estados de alteração psicossomática (certos tipos de histeria); ou o falar em línguas aparentemente ignoradas, o que pode ter a ver com conhecimentos pré-existentes dos quais a pessoa guarda algum resquício mais ou menos inconscientemente; ou a leitura da mente, que pode ocorrer em relações interpessoais caracterizadas por altos níveis de sugestionabilidade.

Casos inexplicáveis

Pessoalmente”, diz o psiquiatra, “eu testemunhei alguns fenômenos” – e ele os elenca:
  • alterações de voz, em meninas que de repente começaram a falar com voz de homem;
  • sangramentos indeterminados;
  • pessoas franzinas que chegaram a arremessar pesados bancos de igreja;
  • pessoas entrevistadas, no México, dizendo frases em uma língua desconhecida, que depois foi identificada como um dialeto pré-colombiano;
  • pessoas que “captaram” o que o examinador estava pensando ou sentindo no momento.
Conforme já dito acima, porém, tais fenômenos não são necessariamente atribuíveis a uma possessão diabólica, pois têm margem de interpretabilidade psicopatológica.

Alterações bem mais difíceis de explicar

Outras alterações somáticas, conta ainda Janiri, “me foram relatadas por sacerdotes particularmente confiáveis: a mudança súbita na cor dos olhos durante um exorcismo e o aparecimento de uma figura e algumas letras na pele das costas de uma pessoa possuída”.

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