A obsessão representa um estado alterado de consciência, causado por emissão externa determinada por entidade espiritual afinizada com o receptor. Tais irradiações resultantes do processo obsessivo, em sua maioria, mostram-se negativas, isto é, doentias pelo que determinam na organização mental.
Esta conceituação, diante de imensos e variados acontecimentos, foi bem estudada pela Doutrina Espírita que lhe deu condições de veracidade, embora, desatentos e preconceituosos observadores, desconhecendo as razões espirituais, situam o processo obsessivo como sintomas originários, exclusivamente, na zona física dos tecidos cerebrais.
O processo obsessivo vem acompanhando as civilizações e sendo interpretado de acordo com as selagens intelectuais das diversas épocas, quase sempre com coloridos místicos religiosos.
Atualmente, a própria ciência vem apreciando tais mecanismos, pelos mais sérios e criteriosos modelos psicológicos, em que salientamos a psicologia transpessoal, mostrando a interferência espiritual e suas inserções nos lastros espirituais do receptor, quando específicas condições se façam presentes.
Assim, os casos existentes representam as ações-reações diante de acontecimentos infelizes desencadeados e vividos entre os seres, gravados nos lastros do Espírito, quer no tempo presente ou em etapas encarnatórias pretéritas.
Compreende-se que o componente obsessivo, com toda a carga de negatividade, em alcançando determinado indivíduo, visaria, pelo aparecimento do desajuste psicológico e respectivo sofrimento, a drenagem dos campos negativos, propiciando o equilíbrio evolutivo do ser. As variações estariam relacionadas com o biótipo psicológico que o próprio ser carrega, ao lado do teor energético inoculado e absorvido.
O processo evolutivo colhe, diante das forças ações-reações de toda natureza, as experiências dolorosas que ocuparão os campos da vontade e dos sentimentos, tendendo ao equilíbrio psicológico.
O processo obsessivo pode mostrar-se como um acontecimento individual, familiar ou coletivo, tudo dependendo dos fatores desencadeados dessas reações. Quase sempre a obsessão se daria do desencarnado para o encarnado, entretanto, o inverso pode existir mesmo sem o conhecimento consciente do emissor. Também, pode existir entre encarnados e desencarnados, respectivamente.
Na tentativa de explicarmos como o processo se desenvolve, consideremos o tríplice aspecto do ser, constituído de Espírito lastreado em desconhecidas dimensões, apresentaria o centro irradiante de comando – self, que se expressa, energeticamente, após adaptações nas diversas camadas até o Perispírito que, por sua vez, devidamente adestrado, vitaliza a organização física com seus 100 trilhões de células na espécie hominal. Acreditamos que, neste grande centro – o self, haveria a ressonância divina proporcionando a sustentação da vida com sua imortalidade.
O campo emissor do desencarnado, que não possui o campo físico, se daria através de sua organização mais periférica, o perispírito, a buscar as vibrações afinizadas com o perispírito do receptor, este, por sua vez, naturalmente, se escoará pela zona física do receptor onde se aloja, desencadeando as vibrações sob forma distônica por serem vibrações deletérias.
Bem claro que são as células nervosas – os neurônios – o campo receptor. Pensamos que os feixes perispirituais misturados, isto é, emissor e receptor, serão colhidos pelos núcleos celulares, obedecendo orientada trilha.
O ponto inicial de chegada do bloco invasor seria o nucléolo de núcleo celular, como se fora um atrator e coletor de energias, a difundi-las pela fita cromossômica “DNA” onde se encontram os genes, os agentes da herança física que já se afirmou no organismo desde a sua formação.
Desejamos informar que as correntes perispirituais responsáveis pela embriogênese do ser – consequência de impulsos do Espírito – trazem consigo o conteúdo do nível evolutivo, com o arsenal de nossas potencialidades hereditárias.
Daí as tendências com as demarcações de nossas necessidades, grande parte de modo impositivo e outras tantas, oscilantes, atadas ao livre-arbítrio de nossa trilha de encarnados, cujas aquisições estarão diretamente ligadas às nossas atitudes e realizações – crescimento evolutivo e expensas das reencarnações.
Implantadas na fita cromossômica, as energias espirituais orientadoras de mistura com a carga de vibração obsessiva, serão dirigidas para o soalho da célula nervosa, onde seu centro de força, o centro celular, faria a devida distribuição, a fim de alcançarem o quimismo dos neuro-transmissores, substâncias que trafegam pelo soalho celular e responsáveis pelo estofo psicológico da zona consciente.
Bem claro que um processo dessa natureza deve estar revestido de imensa complexidade bioenergética, cuja estruturação ainda estamos longe de avaliar e compreender.
As observações referentes ao campo das obsessões são variáveis e sempre ligadas aos degraus espirituais que cada ser consigo carrega, daí a grande dificuldade de uma classificação, embora Allan Kardec, com seu critério pedagógico, nos desse três variedades básicas:
1. Obsessão simples, de fácil remoção pela psicoterapia espírita, ao lado da vontade pessoal de realizar um trabalho produtivo, condição de neutralização do processo.
2. A fascinação, às vezes de difícil remoção, porquanto o agredido não se considera atingido, achando que seus pensamentos estão certos e normais, apesar de serem distoantes e anárquicos, tudo contribuindo e dificultando o apagamento do processo;
3. A Submissão, onde os campos da vontade e demais equações psicológicas estão neutralizados e manietados pela agressão. O ser perde integralmente qualquer comando, seus impulsos mentais pessoais ficam inteiramente apagados e substituídos pelo componente agressor.
Por aí estamos a sentir a dificuldade de descrever um quadro sintomático que nos forneça uma análise da instalação obsessiva. Ajunte-se a tudo isso, as variações individuais, tornando-se, muitas vezes, difícil uma análise criteriosa.
Na tentativa de darmos algumas informações sobre o quadro obsessivo poderemos dizer que o sintoma básico que sempre acompanha a obsessão é a vampirização das energias do obsidiado, causando lenta desvitalização. Com a progressão, mesmo lenta dessa supressão de energias vitais, poder-se-á instalar um quadro depressivo reativo, sempre merecedor de cuidados.
Ao lado da desvitalização o quadro patológico vai progredindo, com aparecimento de inquietações, indolência, perda da vontade e, o que é importante de análise, manifesta-se como pano de fundo, o medo, refletindo num complexo de culpa indefinido. Outros sintomas podem aparecer e traduzidos como psicossomáticos, por serem indefinidos, sem posição avaliativa, chegando a ser considerados como sintomas fantasmas.
Com o progredir do processo, poderá haver, pela intensidade de inserções negativas, alucinação dos sentidos, com visões esdrúxulas, vozes incoerentes sempre presentes e agressivas, com sensações múltiplas, refletindo ingresso na patologia mental.
Pelo visto, podemos dizer que as obsessões, mesmo dentro dos diversos graus de intensidade, variam desde as inquietações mais corriqueiras até as preocupações paralisantes. Podem responder por simples temores ou carregadas de ideias ansiosas e assuntos que envolvem os pensamentos, caminhando para a síndrome de pânico com processos compulsivos.
As cargas vibratórias deletérias do agressor, absorvidas pela tela física cerebral, afetam os sistemas respiratórios e circulatório e, mais acentuadamente, a rede hormonal, a se refletirem em todo o sistema de defesa orgânica.
Quem sabe, afetando as células-tronco naturais da organização física? Com isso, o sistema imunológico vai se tornando frágil e com defesas, praticamente, nulas.
Os surtos obsessivos podem mostrar-se de modo intermitente, às vezes de tal ordem que o agredido acha que teve um inexplicável e passageiro sintoma sem consequências. A característica da intermitência da agressão obsessiva serve de base, a fim de atinarmos com o processo evitando sua progressão.
É nesta fase intercrítica que devemos direcionar um adequado trabalho, dentro das possibilidades de cada caso, visando, principalmente, desviar o demarcante pensamento, com sua carga de sentimento de culpa para posições construtivas.
Existem casos em que o processo obsessivo é causado exclusivamente pelo próprio indivíduo, com suas atitudes fantasiosas repetitivas e, muitas vezes, com insistentes pensamentos negativos. Referimo-nos ao ciúme, à inveja, desejo de vinganças e desforços diversos com atitudes agressivas; tudo concorrendo para um autêntico processo de auto-obsessão.
Neste patamar, o narcisismo ocupa posição de destaque quando se observa a vaidade sob as mais variadas vertentes. Casos dignos de registro são os excessos de musculação nas academias, a fim de transformar o corpo em perfeição, exigindo exagerados esforços e ocupando muitas horas por dia. Bem claro que exercícios limitados e diários são benéficos e recomendados.
Em nossa sociedade moderna como elemento nutridor de auto-obsessão, as plásticas, sem o sentido equilibrado das precisas indicações, representam deploráveis condições de desajuste fisiológico. Os abusos, de corrente observação, visando a composição do corpo físico com fútil finalidade, bem claro que o ser se condiciona a uma posição narcisista, com deformação dos campos da vontade e dos sentimentos, desorganizando a teia evolutiva.
Muitas dessas desordens, pelos excessos de atitudes, podem descambar na hipocondria quando o ser, pelos excessos de medicações, sem adequada indicação, está visando à saúde perfeita de imediatos resultados que realmente não existem.
Consideremos, de importância, que muitos casos obsessivos pretéritos podem exteriorizar-se em recentes reencarnações, trazendo, com isso, o componente das distonias mentais, em que o desvio de personalidade, as conhecidas reações histéricas, podem ter esta origem.
Alguns casos de epilepsia, bem equacionados, podem estar enquadrados nas demarcações obsessivas do passado, daí a necessidade de apuradas pesquisas e cuidadosas observações.
Pela nossa síntese descritiva os quadros obsessivos são amplos, resultado de amplas e desregradas atitudes humanas. O campo é vasto, oscilante, muitas vezes em consórcio com os distúrbios mentais, dificultando avaliações precisas. Somos daqueles que acreditam que, futuramente, o componente obsessivo melhor compreendido e bem estudado pela ciência fará parte da nosografia psiquiátrica.
Compilado por Harmonia Espiritual
Autor: Jorge Andréa dos Santos
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