segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Deixe cair as escamas da revolta



"E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas,
e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado."
Atos 9:18



   Revolta é um sentimento que faz parte do grupo das emoções mobilizadoras que, na ecologia emocional, são as emoções cujas finalidades luminosas são: agir, entrar em atividade, realizar e criar alternativas sadias diante daquilo que não se concretiza conforme sua vontade ou intenção. Em outras palavras, ela serve para motivar a busca de soluções, quando as coisas na vida não acontecem como você necessita ou deseja.

Muitas vezes, quando surpreendido pelo desgosto ou por algum dissabor, você reage com revolta, como uma manifestação da contrariedade e da insatisfação. Por não saber triturar e digerir os episódios geradores de tribulação e dor há uma perturbação emocional que o leva a caminhos interiores muito dolorosos.

A revolta é uma das expressões da mágoa que sustenta a raiva embutida diante das situações e que, se não for tratada, pode prolongar-se por uma vida inteira em um sentimento de fixação tóxica e desgastante. Nesse clima, sua personalidade tende a produzir estados de mau humor, teimosia, irritação, ansiedade, secura afetiva e até sexual, que repercutem violentamente no corpo físico e nos corpos mais sutis.

No corpo físico, uma das regiões propensas a sofrer os efeitos dessa energia destrutiva é a região da garganta, que sofre com doenças respiratórias, causando, na maioria das vezes, uma sensação de sufocamento. No campo psíquico, a revolta é, sem dúvida, um dos caminhos para a depressão e doenças afins.

Em muitos casos, a revolta é uma dificuldade que se tem para assumir uma raiva contra si mesmo, por não ter feito boas escolhas, não ter acertado o quanto gostaria ou não ter planejado os caminhos mais apropriados para suas metas e sonhos.

A função luminosa das emoções mobilizadoras não é aprisioná-lo internamente em suas vivências emocionais com toda essa dor, mas, sim, tomar atitudes na vida prática, investir em comportamentos que o ajudem a construir uma nova maneira de ver sua vida, seu passado e a si próprio. A revolta é um pedido de revisão de conceitos, de interesses, costumes e, sobretudo, de atitudes. E essa mudança libertadora chama-se perdão. Perdoar, sobretudo, você mesmo, reconhecendo sua parcela de responsabilidade nos seus dissabores e desgostos, e tocar sua vida para frente. Se você se soltar dessas amarras de seu passado e de sua forma de ver as coisas, sua vida será bem melhor.





   Saulo perseguia Jesus supondo servir de forma leal à verdade e à justiça. Seus conceitos eram de uma lei aplicada nas multidões por meio de ações repressoras de fora para dentro. Cego, diante da visão resplandecente do Mestre nas portas de Damasco, ele se submete à ajuda de Ananias, que lhe impõe as mãos sobre os olhos. Nessa hora, ele sente que escamas caem dos seus olhos e recupera a visão.

A partir desse episódio, Ananias aparece muitas vezes no caminho de Paulo para promover a revisão de sua forma de enxergar os fatos e as pessoas e para ajudá-lo a construir outra forma de ver a vida.

Na prolongada perseguição de Saulo aos seguidores de Jesus e Sua mensagem, encontramos uma reflexão muito oportuna sobre a sua rebeldia em aceitar a boa nova da mensagem cristã. A revolta expressa a ausência da aceitação ao contexto natural da vida, é uma venda escura que você coloca no modo de entender a existência e suas expressões, é conflitar com a realidade em função de uma forma radical e egoística de olhar a sua existência. Essas atitudes são grossas escamas que impedem uma visão superior e renovadora.

Mude seu foco e você verá que a revolta quer apenas lhe mostrar um novo caminho, porque nem sempre as coisas precisam ser de seu jeito.





   Frase terapêutica
Tempos ruins também passam.
Tudo pode mudar, dependendo do seu olhar.

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