Todo ser humano, sendo em sua natureza íntima uma centelha ou expressão da própria divindade, tem dentro de si uma programação, um condicionamento que o leva a buscar sua origem de luz. Não seria esse movimento uma busca intuitiva do Reino de Deus, tão citado nos Evangelhos? Outra não tem sido nossa tarefa na vida que não seja percorrer um longo caminho em busca desse Reino, onde pretendemos chegar qualificados e dignos da condição de Filhos da Luz.
A divindade propõe aos seus filhos um caminho permeado de experiências diversas (leves, instrutivas, alegres, fortes, dolorosas...) todas elas visando um só alvo: o conhecimento de como funciona o mecanismo evolutivo.
Mas onde encontrar os meios facilitadores para essa intensa jornada da alma? Afinal, percorrer os labirintos cósmicos exige habilidades e muita vontade para vencer obstáculos. Entendemos que o "mapa", a "bússola" para nos guiar nessa trajetória é mesmo o Evangelho de Jesus. Não há nenhuma intercorrência durante essa longa viagem que não seja resolvida pelo uso das diretrizes propostas na essência do Cristianismo.
O Evangelho é a base do Terceiro Milênio. Os ensinamentos de Jesus são tão importantes para nossos tempos como foram para os cristãos primitivos. Vou mais longe... penso que são até mais importantes atualmente, pelo fato de estar a Terra em mutação, em passagem para outros níveis vibratórios.
Dá para percebermos a relevância de estudarmos e meditarmos nos ensinos evangélicos, não é mesmo? Sobretudo quando já se tem uma metodologia lógica, inteligente e simples como é a proposta sugerida pelo saudoso irmão Honório Onofre Abreu, que muito atuou na União Espírita Mineira. Ele propôs um método simples de entendimento das verdades do Evangelho chamado "Estudo Minucioso do Evangelho de Jesus". E, às vezes, esse minucioso era tão minúsculo que apelidado foi o método, carinhosamente, de "miudinho". Muitas casas espíritas adotam o sistema proposto formando grupos de estudo com bases no crescimento e na expansão da consciência.
Necessário se faz compreender que as palavras de Jesus podem ser interpretadas como um ensino moral apenas (fase inicial de nosso crescimento espiritual, de nossa busca pelo Reino) mas também podem, e devem, ser interpretadas a partir do que se esconde por trás das letras, ou seja, o verdadeiro ensino cósmico, válido não apenas para nos comportarmos bem numa existência, mas para fixarmos as lições da Eternidade.
Toda história dos Evangelhos revela a longa jornada da alma, desde a criação da centelha divina, sua descida vibratória nos vários níveis dimensionais até seu retorno à "Casa do Pai". Todo esse trabalho divino ou seja, o processo evolutivo, está registrado nos Evangelhos numa simbologia que envolve parábolas, palavras chaves, sinais, comparações. Tudo isso para que compreendamos que, pelo trabalho e registro de experiências, o princípio espiritual vai se qualificando, vencendo os desafios dimensionais do Cosmo e buscando sempre a Luz.
Pode-se perceber que retirar apenas o sentido moral dos ensinos de Jesus é fase primária, sobretudo para quem já conhece as verdades espíritas codificadas por Kardec.
O que é preciso compreender é que a história revelada nos Evangelhos é aplicável não apenas ao Personagem Divino que viveu durante algum tempo entre os homens, mas que possui significado prático para o home de nossos dias.
Em todas as passagens do Evangelho podemos verificar as leis que governam o Universo, e isso nos fornece material para passarmos com proveito pelas experiências terrenas, conquistando valores em favor de nosso crescimento. Cada ensino, cada lição, revela uma lei, que poderíamos chamar de diretriz, regra geral. Estudando as passagens do Evangelho vamos registrando a proposta divina para o ser espiritual e armazenando um conteúdo eterno, o que equivale a dizer que o que rege a vida na Terra em termos espirituais é o que rege a vida em outros planos - a Lei Única.
Para compreender esse significado oculto do Evangelho precisamos desenvolver uma faculdade superior - intuição! Há fatores que facilitam esse desabrochar bem como há comportamentos que dificultam seu surgimento. Entre os facilitadores podemos destacar: intelecto livre de dogmas, vida simples no plano físico e emocional, cultivo da fé, hábito da meditação, estudo perseverante. Com a intuição mais dilatada vamos percebendo o verdadeiro sentido do Evangelho para a Terra e para nossas vidas.
O Cristo demonstrou aos seres humanos a perfeição da tarefa que cada um deve realizar dentro de si mesmo. Eis o sentido intuitivo de toda a história narrada nos Evangelhos.
Vivemos um especial momento para nossas almas. Parece que a ordem planetária sugere muito mais do que esforço no bem, sugere que sejamos bons e, para isso, é preciso compreender nossa história cósmica, as definições do Plano Evolutivo para nossa vida atual e, principalmente, o serviço espiritual que a Divindade delegou a cada um de nós. Assim, o Evangelho de Jesus passará de escritura sagrada com preceitos morais para a categoria de bússola imprescindível para os habitantes da Terra. Isso nos pede entrega, humildade e uso das faculdades superiores.
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