domingo, 30 de agosto de 2015

O PAPELZINHO .



O Mestre acabava de sair da Cura e estava na “sintonia do cafezinho” na cantina. Pretendia conversar um pouco e, se tivesse a oportunidade, ainda passaria na Mesa Evangélica e depois encerraria sua jornada.

Ao dirigir-se para a saída do templo foi abordado por um paciente com papelzinho na mão:

- Mestre, preciso colocar estes nomes na Mesa Evangélica, o senhor pode colocar para mim?

- Claro! Ele respondeu.

O paciente se foi, rumo a seguir as outras recomendações da Entidade, e o Mestre olhando para a Mesa Evangélica que estava se formando, pensou: “Na volta do café, passo na Mesa, participo do trabalho e coloco o papelzinho”.

Guardou o papel no bolso e foi para a lanchonete. Não viu que o tempo avançou rapidamente em meio a uma animada conversa.

Quando regressou ao templo verificou que já não haveria mais trabalhos de mesa naquela noite, considerou a missão cumprida, encerrou seus trabalhos e foi para casa. O papelzinho esquecido no bolso foi para a roupa suja, junto com o uniforme que deveria ser lavado no dia seguinte.

Voltemos atrás para ver como a história começou...

- Salve Deus, meu filho – disse Pai João de Enoque – coloque seu nome e de sua família na Mesa Evangélica, que vamos manipular em favor de sua família. Fique tranqüilo que tudo vai dar certo e estes irmãozinhos que necessitam desta energia, vão receber o necessário e seguir suas jornadas em paz. Passe na Indução e Linha de Passes. Tenha fé meu amado filho, os filhos de Seta Branca estão aqui para te servir, aliviar sua jornada e te dar as condições de seguir cumprindo seu destino cármico.

Aquele paciente saiu dali com a fé renovada! Parecia que enfim as coisas iriam melhorar! Acreditava de verdade nas palavras de Pai João. Saiu em busca de uma caneta e papel e lá escreveu com “toda a fé do mundo” seu nome, da esposa e dos três filhos, um dos quais com grave problema de saúde sem explicação médica. Enquanto escrevia sentia as lágrimas escorrerem por seu rosto. Ele e sua família estariam naquela Mesa, recebendo um trabalho que por fim melhoria sua vida e quem sabe... até curasse seu filho! Ele acreditava mesmo que isso poderia acontecer. Ao terminar de escrever, procurou um médium que tivesse muitas “medalhas” no colete! Queria o pedido de Pai João fosse atendido por alguém que soubesse toda a seriedade daquele gesto.

Ao passar às mãos daquele doutrinador seu papelzinho, entregou toda sua fé e energia! Assim, esperançoso, seguiu para a Indução.

Salve Deus! O quê terá acontecido?

Quando recebemos um papelzinho, muitas vezes não temos a menor idéia do quanto aquilo pode significar para o paciente, ou mesmo o quanto de energia que está ali impregnada pela fé de quem o escreveu.

A maioria das vezes não consideramos uma missão entregar um papelzinho na Mesa ou em outro setor de trabalho. Mas dentro do templo, tudo é missão, somos partes de grandes trabalhos que não vemos, mas que deveríamos ter total consciência da responsabilidade que assumimos ao colocar o uniforme. Às vezes, o que parece menos importante é justamente nossa única missão do dia. Para aquele mestre, talvez sua verdadeira missão, naquele trabalho, fosse somente tornar-se mais um elo desta cadeia espiritual, e conduzir não o papelzinho, mas toda aquela energia, aquela fé ali depositada, e entregue nas suas mãos... Que acabou esquecida no bolso do uniforme usado.

Lembro de uma Aula de Sétimo Raio, ministrada pelo Trino Araken, onde ele explicava como se conduzir ao receber um papelzinho. Orientava que deveria ser recebido com sua mão neutra, não a mão de força, e assim que recebido, deveria ser encaminhado para seu destino imediatamente. Depois do relato acima, creio que não há mais necessidade de explicar o porquê.

Salve Deus! Nos perdemos por coisas tão pequenas, e as vezes só o que nos falta verdadeiramente é o conhecimento, que devemos buscar, e a responsabilidade de aplicar o quê já sabemos.

Kazagrande

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