sexta-feira, 15 de maio de 2015

Reagir para quê?



São muitas as ocorrências do dia que nos irritam, nos enfurece,nos estressam e nos deprimem.
Ao final desses dias, chegamos em casa exaustos, sem força ou ânimo nem para fazer algo agradável para nós mesmos.
Mas por que deixamos isso acontecer? Porque somos tão incapazes de abandonar esse estilo de vida?
Dentre muitas explicações, há uma sobre qual quero falar. O nosso vício em se alimentar da energia reativa da mente.
A mente humana tem a característica ou a tendência de ser quase sempre reativa aos acontecimentos.
Reação, diferentemente de ação, é quando simplesmente nos deixamos levar pela onda de pensamentos e raciocínios que já estão programados em nós.
A mente humana raramente age com ação. Na maior parte do tempo, ela obedece à linhas de comando do EGO, o que é comparável a uma verdadeira função matemática.
Por exemplo: Quando alguém grita com você, não é você que escolhe se sentir ofendido e atacado. O "pacote" de pensamentos reacionários que surgem a partir dessa situação já existe em você, e ele vem a tona automaticamente.
Esse "pacote" de pensamentos padronizados, é um efeito do acervo da sua memória e aprendizado humano.
Essa programação não é algo que surgiu ou foi criada no nada. Existem camadas sobre camadas de informações gravadas através dos genes desde os ancestrais. O fato de reagirmos a um grito, por exemplo, pode ter origem no fato dos primatas se sentirem ameaçados quando ouviam o rugido de um urso, ou qualquer animal que os quisesse devorar.
Mas existe um detalhe que talvez pouca gente saiba e esse é o x da questão. Quando a mente age de forma reativa, o Espírito que está ligado a essa mente sente uma espécie de prazer. Pois para reagir, a mente utiliza uma energia que é prazerosa para esse Espírito.
Então você questiona: Como pode haver prazer em se sentir ofendido, se sentir atacado, se sentir humilhado, se sentir raivoso, enfim, todos esses tipos de reações mentais?
A resposta é que esse prazer trata-se de um prazer que não é explícito para a nossa consciência. É um prazer misterioso, e por isso, ele é sentido pelo Espírito. E as coisas do mundo Espiritual nunca são claras e tangíveis para a nossa consciência humana, egoica, e ilusória.
Embora a mente, ao funcionar de forma reativa aos acontecimentos, o Espírito experimente esse prazer, essa energia não lhe dá a Felicidade. Por um motivo muito simples: O Espírito não pode ser feliz sem "agir". O Espírito, feito à imagem e semelhança de Deus, só poderá se sentir vivo, quando agir, assim como o Pai. Vivendo apenas assistindo à sua própria reação aos acontecimentos, ele estará morto, e sendo um escravo da mente. E sendo escravo da mente, sempre estará em sofrimento, mesmo que não saiba.
A única forma do Espírito vencer a correnteza da mente reativa, é tomando a decisão de não desejar mais para si esse estilo de vida. Ou seja, entender que o seu objetivo é maior do que apenas viver em um ciclo de prazer e dor, que é o ciclo gerado pela forma reativa de viver.
Isso não vai fazer com que a mente deixe de reagir de um dia para o outro. Entretanto, uma vez tomada essa decisão, o Espírito vai conseguir "enxergar" os processos reativos, toda vez após eles iniciarem. "Enxergando" a própria mente agindo em seu desfavor, ele poderá cortar esse processo, não permitindo que os pensamentos daquele "pacote" se desenrolem, tomem forma, e se transformem em novas crenças, ideias ou conhecimentos, que formará novos "pacotes" de pensamentos reativos no futuro.
Em situações de estresse, um bom exercício para quem não quer ser uma marionete da mente reativa, e deseja começar a agir ao invés de reagir, por incrível que pareça é: "Não fazer nada"!!!
Sim. A melhor forma de agir, é congelar o corpo e a mente, logo que perceber uma situação de reação da mente. Por exemplo: Suponha que alguém grita com você. Se conseguir identificar que a mente vai reagir a esse grito, não faça nada. Não tome nenhuma ação. Suspenda-se no vácuo da existência e apenas assista o que está acontecendo ao redor. Após esse momento de silêncio interior, virá intuitivamente a melhor ação ou a melhor resposta, que pode também ser ação ou resposta nenhuma.
Quando não reagimos aos acontecimentos, geramos um "curto-circuito" na cabeça das pessoas que estão ao nosso redor, pois elas sempre esperam pela nossa reação. Ao serem surpreendidas, poderão em alguns casos enxergar, contemplar, ou compreender a sua própria ação. Ao contrário, numa situação de ping pong reativo, seus olhos continuariam vendados, cada um tentando defender a sua própria razão.
Pense se você ainda deseja viver se alimentando das energias prazerosas da mente reativa, ou se não quer seguir um caminho mais desafiador, afim de conquistar um objetivo maior nessa vida. Não se deve julgar nem um caminho e nem outro, pois essa é a grande maravilha do livre-arbítrio: ter o DIREITO de escolher, sem que alguém acuse ou reprove sua decisão. Mas tenha consciência de que sem a "escolha", sem "sair de cima do muro", não se conseguirá resultado algum. Pior que isso: viverá uma vida hipócrita, de quem se diz espiritualista ou religioso, mas não põe em prática as ações necessárias para se alcançar um objetivo espiritual, por não abrir mão do estilo de vida antigo.


SALVE DEUS


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