Abstinência e celibato
segundo Emmanuel e Joanna de Ângelis
segundo Emmanuel e Joanna de Ângelis
O sexo foi colocado a serviço da vida e não esta à sua servidão
– O celibato voluntário representa um estado de perfeição meritório aos olhos de Deus? "Não. E os que assim vivem, por egoísmo, desagradam a Deus e enganam o mundo.”
(O Livro dos Espíritos, questão 698.)
– O celibato voluntário representa um estado de perfeição meritório aos olhos de Deus? "Não. E os que assim vivem, por egoísmo, desagradam a Deus e enganam o mundo.”
(O Livro dos Espíritos, questão 698.)
Lembra-nos Divaldo Pereira Franco[1] que “(...) um dos nossos desafios é manter o equilíbrio sexual, mesmo que sejamos estimulados pela sociedade contemporânea à vulgaridade.
Quando exercemos o sexo, sem educação mental, dando azo à pornografia e à utilização de recursos esdrúxulos, produzimos mecanismos de desajuste psicoemocional. A mídia e os meios de difusão da arte projetam conceitos ilusórios em torno do sexo, que contribuem para o nosso desequilíbrio.
(...) Somente os estímulos sexuais produzidos pela mente bem direcionada, acompanhada do toque do amor, são capazes de gerar saúde integral...”
Compromissos Ético-Morais em relação à conduta sexual [2]
“Os saudáveis relacionamentos sexuais favorecem equilíbrio emocional entre o ego e o Self, proporcionando real alegria de viver...
Lamentavelmente, porém, a vulgarização do ato sexual, apresentado mais como resultado de condimentos eróticos do que resultado de sentimentos que se fundem através do amor, gera expressivo número de comportamentos alienantes, que culminam por transtornos de vário porte. Não são poucos os desconfortos defluentes do ato sexual em face dos distúrbios entre a imaginação, os fetiches, os condicionamentos emocionais e a realidade... A timidez de uns e o atrevimento de outros facultam choques de conduta que se revelam profundamente perturbadores nos relacionamentos, quando se deveria primar pelo equilíbrio, mediante condutas ético-morais pertinentes a uma função de tão complexo significado, qual a de natureza sexual.
Os vícios a que se acostumam os indivíduos, mediante a autossatisfação e a exacerbação dos estímulos pela imaginação, os desvios de conduta sexual, raiando para verdadeiras aberrações criam dependências emocionais, que não encontram satisfação quando no uso equilibrado das funções genésicas... Ademais, trazendo no inconsciente profundo as marcas dos compromissos infelizes do passado, a atual existência faz-se assinalada por inseguranças e medos, quando não por distúrbios do sentimento e dubiedade de conduta, mantendo um comportamento social correspondente às exigências do grupo em que se encontra e outro de natureza mental, vicioso, vulgar, promíscuo...
As paisagens mentais de incontável número de pessoas apresentam-se ricas de imagens chulas e atentatórias ao pudor, impondo devaneios que se tornam cada vez mais inquietantes, pela impossibilidade de se tornarem realidade no mundo das formas. Estorcegam, esses, que se permitem o prolongamento da anomalia, sem buscarem psicoterapias convenientes, em verdadeiros conflitos que defluem da viciação mental em que transitam.
Negando-se a situação de enfermos em processo de recuperação, fogem da realidade para os guetos morais dos lupanares e motéis onde se encontram à disposição os instrumentos do prazer doentio, ampliando a área emocional de insatisfação e desatino que culminam por danos psicológicos, às vezes, irreversíveis.
O Self acumula as experiências e as amplia em cada jornada reencarnatória, propiciando as condutas compatíveis com os hábitos armazenados. Por essa razão, cada qual vivencia aquilo a que está acostumado, embora deva buscar a renovação e a aprendizagem de novas experiências que conduzam à saúde moral e física, mental e emocional, para a qual a função sexual desempenha um papel de significativa importância.
O relaxamento dos valores éticos e morais dá margem aos voos da imaginação exacerbada, propondo prazeres exaustivos de qualquer forma, que não conseguem acalmar os seus aficionados. Quanto mais se vulgarizam os atos sexuais, mais necessidades falsas se apresentam para o seu atendimento. Por isso que a lamentável contribuição da pornografia com todos os seus derivados torna-se de resultados danosos ao saudável relacionamento entre dois indivíduos masculino e feminino. Certamente, não se torna necessária qualquer técnica de castração, de impedimento à realização sexual. Nada obstante, a liberação exagerada e os ingredientes que são oferecidos para os bons resultados são mais morbosos do que salutares.
O sexo deve ser considerado como órgão proporcionador de alegria, mas também de funções específicas, ou seja, aquelas que lhe são pertinentes, e não apenas de prato apetitoso de gozos infindáveis. Não é, portanto, o sexo que aturde o indivíduo, mas a sua mente e conduta depravada que o levam ao desvario. Como justificativa para a alucinação que toma conta de grande parte da sociedade, facilitam-se as condutas sexuais conforme os padrões de cada pessoa, dando lugar aos abusos da função e aos desvarios da prática.
Tudo quanto violenta a natureza em si mesma, nas suas construções e apresentações, nas suas finalidades orgânicas, transforma-se em motivo de desordem, afetando o ser humano de maneira significativa.
O sexo foi colocado a serviço da vida e não esta à sua servidão...
O ser humano, possuidor de inteligência e de consciência, dispõe de mecanismos superiores para o trânsito evolutivo pela área da razão, utilizando-a para a vivência equilibrada das funções de todos os órgãos, ao invés da exaltação e preferência de um deles, em detrimento dos demais. Decorre desse abuso o exaurimento de energias, a saturação do tipo do prazer experimentado, o desinteresse emocional pela vida fora dessa única realização, o tédio existencial, fugindo-se, então, para o alcoolismo, a drogadição, a revolta...
Quando se descamba no rumo das dependências referidas, começam a desagregação da personalidade, a instalação de transtornos depressivos profundos, de alienações da realidade, até o momento infeliz do surto que empurra para o suicídio ou para o homicídio. Por outro lado, a vivência desregrada pelo abuso sexual ou pelo seu uso indevido, antiético, já é uma forma de distúrbio de conduta e uma indireta opção mesmo que inconsciente, às vezes, pelo suicídio a que se lança o paciente.
A vida é rica de objetivos elevados, cabendo ao Self estruturar-se de forma que a sombra escura ceda passo à claridade do discernimento das finalidades existenciais, além da eleição de uma área de comportamento especial. Toda vez quando o ser cinge-se a um tipo de conduta com desligamento da complexidade delas, que produz a saúde emocional e mental, experimenta inquietação íntima e insatisfação por mais se afervore no que faz, às vezes, fanatizando-se, como mecanismo de fuga do conflito em que se debate.
Nesse sentido, quando se apresentam conflitos entre a polaridade física e a psicológica, facultando a afetividade homossexual, cabe aos indivíduos a vivência da ética-moral, deixando-se inspirar pelo amor real e sublimando os sentimentos. Quando essa meta não é conseguida, o afeto e o respeito devem constituir recursos valiosos para a parceria, evitando-se a promiscuidade, o comportamento exótico e provocador, que caracteriza transtorno da emoção, agressividade contra a sociedade que, afinal, não é responsável pelos conflitos de cada cidadão.
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