sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

"EDUCAR AS CRIANÇAS"

“Educar as crianças, para reabilitar o futuro, e amadurecer os adultos, para as novas etapas da vida”                                             

A evangelização infanto-juvenil deve ser incentivada, pela importância e enormidade de valores que presta à evolução dos Seres e ao equilíbrio da própria comunidade vivente.
Os Centros Espíritas devem ver esta situação de forma especial, porque se trata nada menos de preparar os tempos para a mudança, pela transformação dos espiritos e para isso, as crianças e jovens são foco a rever-se num futuro e que será no fundo um preparo para as gerações vindouras de espíritos para um plano de regeneração.
Estruturar a profitência de pedagogias de cativação das crianças e jovens, é obrigação e não simples vontade, porque serão eles a nossa retaguarda e daí a termos que reflectir em meios que permitam uma sequência dos mesmos pela via da Doutrina Espírita e para isso temos que mudar a postura mental dos adultos, Pais, professores, orientadores, educadores de forma a instituir no seio Familiar essa estrutura.
Jesus difundiu por todo o lado sua mensagem evangelizadora, e de tal forma que ela se faz inata em nós e perante as eras cronológicas seculares, está bem vivo o mesmo reflexo dos seus ensinamentos.
Ora nos Centros Espíritas, Lares, no convívio com os amigos, deve existir  a incumbência de continuar a missão evangelizadora., de formalizar,   cristalizar estrelas que fortaleçam os laços de amor no hoje, pensando no amanhã e revitalizando o futuro. Essa cintilação sublime e generosa passa pela rentabilização de valores educativos e na projecção de responsabilidades de todos educadores como pedra basilar de mudança de atitudes.
Não podemos hipotecar mais a educação, dos nossos filhos e jovens, temos de ser activos, disseminando nos seus corações e pensamentos as lições que permitirão a transformação das sociedades terráqueas, para abertura de um novo Mundo.
As almas estão a tomar o orgulho e egoísmo como bitola e a transformar tudo que os envolve em violência e desamor, mas nenhum de nós está ilibado dessa emergência de atitudes, porque todos mesmo com conhecimento de causa deixamos que outros decidam por nós, quando quem tem que o fazer são os próprios.
Existem ainda Pais, que questionam nos Centros Espíritas, se devem ou não obrigar seus filhos a seguir evangelização, pois muitos deles entendem que os filhos devem ser eles a decidir e isso é um enorme engano , porque eles também não questionam os seus pequenos se devem ir ao médico , ir à escola ou se devem tomar banho ou não!?Eles claro como indivíduos com bom senso fazem-no porque sabem que é para bem deles e que isso lhes proporciona higiene física e comportamental,  mas e a higienização espiritual e moral?!
Os Pais devem levar e incentivar os seus rebentos  à evangelização, ensinar-lhes a orar, a estarem presentes no Evangelho do Lar, sendo assim uma forma de os envolver em energias benéficas  e educativas ,como a semente bem adubada , sempre brota bons frutos , se a tratares com amor e responsabilidade dentro dos princípios de cristalização nas horas certas, tornando-os capacitados para a Sociedade, mas também para serem um gérmen generoso e activo no futuro, digamos que é uma profilaxia obrigatória dos seus progenitores, proporcionar todos os meios que lhes permitam a evolução, para depois não serem creditados e inclusive serem bons espelhos de reflexão para eles, porque só dessa forma crescerão bem estruturados.
Não podemos deixar de lembrar que nossos filhos trazem com eles os comprometimentos do pretérito e que este tirocínio desde o ventre, passando pela infância, adolescência  até ao jovem adulto, é de uma importância enorme.
No Livro Evangelho segundo o Espiritismo, Cap. XVII, nos textos “O Homem de bem” e “Os bons espíritas”, não estabelecem regras, mas traduzem o seguinte “A Obra educativa do homem, passa por a evangelização, se assim não fosse a missão do Consolador, seria inoperante, tal como um templo sem luz.”
Os programas sublimes de educação da alma, são um labor essencial, porque destilam a oportunidade de mudar mentalidades e por consequência abertura ao amor na sua essência. Jesus nunca se cansava de proliferar os ensinos morais , nunca fugiu dos desafios e nos deixou um manancial de amor infindável, e notem não tinha os meios que detemos hoje.
Citações de enorme importância;
Carlos Drumond - ” A educação visa melhorar a natureza do homem o que nem sempre é aceite pelo interessado”.
Aristóteles - “A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces”.
Séneca – “A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida”
Pestalozzi “O Amor é a base do ensino”
Retendo todas estas citas claras e lúcidas, verificamos da importância da acção educadora evangelizadora, por isso, ela deve começar no ventre da Mãe, porque as energias que a envolvem pelo bem, serão sempre nuances de luz e ternura para o feto.
O espírito nesta fase de infância até ao 8anos de idade, está mais propenso ao aprendizado e aberto à educação, inclusive as suas capacidades não podem ser vistas pela idade, porque poderemos estar na presença de um espirito adulto, com varias experiências  vivenciais, daí aparecerem por vezes os filhos sobredotados, mas verifiquem os que os bons Espíritos nos dizem acerca disso no Livro Dos Espíritos de Allan Kardec, Cap VII, “Retorno à Vida Corporal”;

“Item 379. O Espírito que anima o corpo de uma criança é tão desenvolvido quanto o de um adulto?

— Pode mesmo ser mais, se ele mais progrediu, pois são apenas os órgãos imperfeitos que o impedem de se manifestar. Age de acordo com o instrumento de que se serve.

Item 380. Numa criança de tenra idade, o Espírito, fora do obstáculo que a imperfeição dos órgãos opõe à sua livre manifestação, pensa como uma criança ou como um adulto?

— Enquanto criança é natural que os órgãos da inteligência, não estando desenvolvidos, não possam dar-lhe toda a intuição de um adulto; sua inteligência, com efeito, é bastante limitada, até que a idade lhe amadureça a razão. A perturbação que acompanha a encarnação não cessa de súbito com o nascimento e só se dissipa com o desenvolvimento dos órgãos.
Uma observação vem ao apoio desta resposta: é que os sonhos de uma criança não têm o carácter dos sonhos de um adulto; seu objecto é quase sempre pueril, o que é um indício da natureza das preocupações do Espírito.”
Isto deixa-nos na responsabilidade de dar prioridades nos Centros Espíritas e lembro que temos de educar os adultos para que estes pelos meios que a via tecnológica nos oferecem, movimentar os valores do conhecimento para a tarefa de evangelização, como ela começa educando orientadores, servidores do terreno espírita para estas tarefas e que são de enormíssima importância.
Relembrando Cap. VII , da Infância L.E. ;

Item 383- Qual é, para o Espírito, a utilidade de passar pela infância?

— Encarnando-se com o fim de se aperfeiçoar, o Espírito é mais acessível durante esse tempo às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir os que estão encarregados da sua educação. (1)

Item 385. Qual o motivo da mudança que se opera no seu carácter a uma certa idade, e particularmente ao sair da adolescência? É o Espírito que se modifica?

— É o Espírito que retoma a sua natureza e se mostra tal qual era.

“Não conheceis o mistério que as crianças ocultam em sua inocência; não sabeis o que elas são, nem o que foram, nem o que serão; e no entanto as amais e acariciais como se fossem uma parte de vós mesmos, de tal maneira que o amor de uma mãe por seus filhos é reputado como o maior amor que um ser possa ter por outros seres. De onde vêm essa doce afeição, essa terna complacência que até mesmo os estranhos experimentam por uma criança? Vós sabeis? Não; e é isso que vou explicar.
As crianças são os seres que Deus envia a novas existências, e para que não possam acusá-lo de demasiada severidade, dá-lhes todas as aparências de inocência. Mesmo numa criança de natureza má, suas faltas são cobertas pela não consciência dos atos. Esta inocência não é uma superioridade real, em relação ao que elas eram antes, não, é apenas a imagem do que elas deveriam ser, e se não o são, é sobre elas somente que recai a culpa.
Mas não é somente por elas que Deus lhe dá esse aspecto, é também e sobretudo por seus pais, cujo amor é necessário à fragilidade infantil. E esse amor seria extraordinariamente enfraquecido pela presença de um carácter impertinente e acerbo, enquanto, supondo os filhos bons e ternos, dão-lhes toda a afeição e os envolvem nos mais delicados cuidados. Mas quando as crianças não mais necessitam dessa protecção, dessa assistência que lhes foi dispensada durante quinze a vinte anos, seu carácter real e individual reaparece em toda a sua nudez: permanecem boas, se eram fundamentalmente boas, mas se irizam sempre de matizes que estavam ocultos na primeira infância.
Vedes que os caminhos de Deus são sempre os melhores, e que, quando se tem o coração puro, é fácil conceber-se a explicação a respeito.
Com efeito, ponderai que o Espírito da criança que nasce entre vós pode vir de um mundo em que tenha adquirido hábitos inteiramente diferentes; como quereríeis que permanecesse no vosso meio esse novo ser, que traz paixões tão diversas das que possuís, inclinações e gostos inteiramente opostos aos vossos; como quereríeis que se incorporasse no vosso ambiente, senão como Deus quis, ou seja, depois de haver passado pela preparação da infância? Nesta vêm confundir-se todos os pensamentos, todos os caracteres, todas as variedades de seres engendrados por essa multidão de mundos em que se desenvolvem as criaturas. E vós mesmos, ao morrer, estareis numa espécie de infância, no meio de novos irmãos, e na vossa nova existência não terrena ignorareis os hábitos, os costumes, as formas de relação desse mundo, novo para vós, manejareis com dificuldade uma língua que não estais habituados a falar, língua mais vivaz do que o é actualmente o vosso pensamento, (Ver o item 319).
A infância tem ainda outra utilidade: os Espíritos não ingressam na vida corpórea senão para se aperfeiçoarem, para se melhorarem; a debilidade dos primeiros anos os torna flexíveis, acessíveis aos conselhos da experiência e daqueles que devem fazê-los progredir. É então que se pode reformar o seu caráter e reprimir as suas más tendências. Esse é o dever que Deus confiou aos pais, missão sagrada pela qual terão de responder.
É assim que a infância é não somente útil, necessária, indispensável, mas ainda a consequência natural das leis que Deus estabeleceu e que regem o Universo”.

Item 319. Desde que o Espírito já viveu a vida espírita antes da sua encarnação, de onde vem o seu espanto, ao reentrar no mundo dos Espíritos?

— Esse é apenas o efeito do primeiro momento e da perturbação que se segue ao despertar. Mais tarde ele reconhece perfeitamente o seu estado, à medida que lhe volta a lembrança do passado e que se desfaz a impressão da vida terrestre.
Na realidade o espírito é moldável até determinada fase da vida no corpo físico, geralmente no período da infância, porque após esse espaço de abertura, ele vai ao encontro do espírito de si mesmo, ou seja passa a ser ele pela adolescência, e a exemplo disso temos as mudanças que se começam a sentir nas suas decisões, como começar a a ter suas opções, daí a ser oportuno dedicar-lhes um maior tempo no período de sensibilidade à educação e isso passa pela infância.
A evangelização infanto-juvenil, é de extrema importância, os Pais tem que começar a perceber isso, porque a forma de moldarmos a Humanidade para o bem e prepararmos o futuro, é pegar nas rédeas educativas e desenvolver nas crianças o hálito do amor pelo amor, na justiça e igualdade de direitos, de forma a fazermos a reforma intÍma e revigorar o conhece-te a ti mesmo, para alimentar o Universo de luz e esperança, na condução de valores de Amor e respeito duns pelos outros.
Os espíritos nos dizem, no sentido da evolução, moral, espiritual e intelectual, que o meio de destruirmos, a ignorância, o orgulho e egoísmo, espada que dizima as almas e as leva à dor, é educando. Vejamos o sentido dessas palavras;

Cap. XII – Perfeição Moral

Egoísmo

 Item - 917. Qual é o meio de se destruir o egoísmo?

— “De todas as imperfeições humanas a mais difícil de desenraizar, é o egoísmo, porque se liga à influência da matéria, da qual o homem, ainda muito próximo da sua origem, não pode libertar-se. Tudo concorre para entreter essa influência; suas leis, sua organização social, sua educação. O egoísmo se enfraquecerá com a predominância da vida moral sobre a vida material, e sobretudo com a compreensão que o Espiritismo vos dá quanto ao vosso estado futuro real e não desfigurado pelas ficções alegóricas. O Espiritismo bem compreendido, quando estiver identificado com os costumes e as crenças, transformará os hábitos, as usanças e as relações sociais. O egoísmo se funda na importância da personalidade; ora, o Espiritismo bem compreendido, repito-o, faz ver as coisas de tão alto que o sentimento da personalidade desaparece de alguma forma perante a imensidade. Ao destruir essa importância, ou pelo menos ao fazer ver a personalidade naquilo que de fato ela é, combate necessariamente o egoísmo.
É o contacto que o homem experimenta do egoísmo dos outros que o torna geralmente egoísta, porque sente a necessidade de se pôr na defensiva. Vendo que os outros pensam em si mesmos e não nele é levado a se ocupar de si mesmo mais que dos outros. Que o princípio da caridade e da fraternidade seja a base das instituições sociais, das relações legais de povo para povo e de homem para homem, e este pensará menos em si mesmo quando vir que os outros o fazem; sofrerá assim a influência moralizadora do exemplo e do contacto. Em face do atual desdobramento do egoísmo é necessária uma verdadeira virtude para abdicar da própria personalidade em proveito dos outros que em geral não o reconhecem. É a esses, sobretudo, que possuem essa virtude, que está aberto o reino dos céus; a eles sobretudo está reservada a felicidade dos eleitos, pois em verdade vos digo que no dia do juízo quem quer que não tenha pensado senão em si mesmo será posto de lado e sofrerá no abandono”.
Já verificamos como é importante a evangelização infanto-juvenil, mas existem irmãos que se queixam de ser difícil levar a Codificação Espírita às crianças, aos jovens e mais adultos!
Sei que muitos companheiros de Filosofia condenam as Artes no seio espírita, e isso é puro engano, porque a Arte, tal como André Luís diz;” A Arte deve ser o belo a criar o bom”,e isto diz muito, a musica, o teatro, pintura , escultura, são formas de eleição para uma pedagogia a nível infantil, a cativação pelas historias , pela acção da troca de efeitos pelo sorriso nas acções, permitem enormes ganhos com a pequenada, ou não fossem eles a alegria dos lares, e claro seguidos de exemplo dentro dos mesmos, será mais fácil , levar até eles a felicidade de se sentirem úteis, a exemplo, leva-los a uma acção de caridade, sensibilização para o meio ambiente, para os doentes, enfim  dar valor aos que o envolvem, retirando-lhes preconceitos, melindres e fazendo deles Seres com um amanhã mais limpo das mazelas, que estão destruindo o planeta e a vida feliz , mesmo que relativamente.

“ Educar hoje, é preparar o amanhã, para restituir um futuro, melhor” cravo

Bibliografia;
Livro Dos Espíritos de Allan Kardec
Livro Evangelho segundo Espiritismo

sALVE dEUS

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