quinta-feira, 30 de abril de 2015

As Boas Novas: Paz

As Boas Novas: Paz: É provável que você já tenha verificado que existem conflitos em seu coração -- não há paz -- e como é difícil viver sem paz! E se você olh...

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Cavaleiro do Reino Central e Cavaleiro da Lança Vermelha


Tia Neiva, conta a história do Cavaleiro da Lança Reino Central e do Cavaleiro da Lança Vermelha
 
Salve Deus!
Salve Deus, Tia, no Randy, quem é o Cavaleiro Reino Central e o Cavaleiro Lança Vermelha?
Salve Deus!
(TIA NEIVA)
Salve Deus!
O Cavaleiro Reino Central, que inclusive é o senhor dessa Amacê que existe na elipse da Estrela Candente, foi quem realmente colocou a Cruz do Caminho.
A Cruz do Caminho... Foram um casal de Reis, eles foram deportados, era o último descendente de uma dinastia, eles foram deportados, não tinham mais parentes, não tinham ninguém.
E os escravos, aqueles escravos acompanharam, porque era um pessoal muito bom, e acompanharam esse casal que nós chamamos, vamos chamar ele de Reino Central.
Então, chegando lá, eles foram para uma velha Mansão, um reino também já abandonado, e o mundo estava nessa revolução com a vinda de Jesus, o povo ainda não sabia se era Cristão ou o quê que era.
Então eles ficaram lá, foram para lá, e o que fizeram... No meio daquelas guerras, daquelas tropas mercenárias que passavam por ali, eles resolveram, os escravos, aquelas aias, camareiras, não sei o quê mais daquela Rainha, era uma Rainha nova e um Rei novo.
Então, o que fizeram? Eles fizeram uma Cruz e colocaram no Caminho.
Essa Cruz do Caminho, ela vem aparecendo e na deturpação da lei do homem, a Cruz do Caminho ela reflecte também as encruzilhadas, entenderam?
Ali foi até onde o homem alcançou em sua mente, em sua mente deformada, foi feito... Se coloca a Cruz do Caminho.
Mas, na minha Clarividência, em nome de Jesus Cristo que até cheguei a conhecer, e muitos dos senhores aqui! A Cruz do Caminho tinha o seu destino bom.
Aquele pessoal doente daquelas guerras, que vinham arrastados procurando as suas origens, eles mandavam trazer tudo ali para aquela Mansão.
Então já se sabiam aqueles guerreiros sofridos, sabiam que a Cruz do Caminho indicava um hospital, vamos dizer.
Ali eles se espiritualizavam, eles espiritualizavam todo mundo nessa forma iniciática que hoje nós temos aqui.
Mas, acima de tudo o Reino Central e a Lady, eles tinham uma ciência, entenderam? Eles tinham a ciência oculta, eles ocultavam na comunhão dos seus pensamentos, eles ocultavam uma religião que era a vida fora da matéria e desenvolviam seus cultos, trabalhos como nós, faziam as suas preces.
E o Reino Central era um jovem muito bacana, muito preparado, muito espiritualizado e tinha as suas forças positivas do Astral. E assim, a Cruz do Caminho foi uma bênção de Deus! Ela se alastrou por toda aquela planície.
Então, nessa ciência o Reino Central, ele buscava as forças, as forças de muitos lugares, inclusive Delfos, foi o maior conservador de Delfos, Egito, ele sabia captar aquelas forças. Essas elipses, eles formavam as elipses, faziam elipses de madeira.
Tudo que nós temos aqui, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, pelos meus olhos, a Cruz do Caminho... Tanto que eu pensava que o Vale do Amanhecer fosse a Cruz do Caminho!
Mas, como é uma Doutrina Secreta que o Reino Central não gosta de revelar os seus pensamentos, os seus sentimentos, não gostava naquele tempo, ele preparava o povo, mas ele... Era mais aberto.
Então, ele ficou um Grande Iniciado, eles viviam na maior... Na origem mais pura do Espiritualismo, da Força Iniciática, tinham poderes...
E um dia lhe foi revelado, lhe foi revelado que uma filha deles e um filho... Uma filha e um genro iam chegar ali, e que eles iriam preparar muito bem a Mansão porque eles iam chegar.
Essa filha, veio um Espírito iniciado do Astral e avisou que uma jovem, uma jovem que ele havia matado em outras vidas, ela vinha, ela vinha trazida por um Cavaleiro, a sua Alma Gêmea, e teria que ser iniciada, porque eles teriam que sofrer as dores daquela que havia sido a sua vítima.
E assim eles se prepararam. Então, se prepararam muitos anos para a iniciação dessa jovem, quando...
Nisso uma Tropa Mercenária que vivia procurando, naquele tempo estava um rebuliço muito grande em Roma, no Egito, era uma coisa terrível, na Grécia. Então, todo mundo desesperado. Então, aquelas tropas viviam procurando aonde servir.
Um jovem, esse jovem que tinha essa Tropa muito grande, ele se chamava Lança Vermelha, não é isso?
Aí nós vamos entrar no Lança Vermelha.
Ele viu, ele foi pago, ele foi vendido para um Rei que tinha uma moça muito bonita e ele se apaixonou naquele instante por ela, e naquela paixão dos dois, se reconheceram, almas gêmeas, ele o que fez?
Deixou o seu Capitão tomando conta da Tropa e levou a moça, e levou a moça embora. Isso, de longe ele se lembrava da Cruz do Caminho porque tinha passado por lá.
Mas antes de chegar, o Rei deu falta e o fato, pegaram a moça de
volta. E na luta, ele daqui, ali, ele escapou, mas a moça jurava para o pai que não ficava ali.
O pai mandou fazer duas atacas, que eu chamo ataca, de ouro, e prendeu ela pela mão. Só que é diferente dessa nossa, eram dois braceletes e um tinha uma ponta que quando ela dormia eles amarravam no pé da cama ou no braço de uma camareira, e ela dormia acorrentada. (3)
Então ele descobriu, entrou no quarto dela e carregou ela com as atacas e tudo. Carregou e foi parar na Cruz do Caminho.
Quando chegou lá ele foi se espiritualizar e jurou, porque o Randy é um juramento, é um juramento:
“ – Eu sou aquele que falo, e calo quando deve...”
Entenderam? Porquê:
“ – Só Deus conhece Deus...” e tal.
Então ele fez o juramento e esqueceu da Tropa, esqueceu tudo para viver ao lado daquela jovem.
Enquanto o Reino Central e a Lady conheceram a sua filha e agarraram ela com todo amor.
Mas o destino trás nas pessoas, trás também a facilidade das fugas, das faltas, que às vezes você pensa:
“ – Ah, pra quê que eu fiz uma falta dessas!”
Mas não é, já estava escrita aquela falta! Então aconteceu, veio um Cavaleiro e encontra com ele dentro daquela Mansão, escondido. Ele já não queria mais a Tropa, não queria mais nada, e manda pedir a ele pelo amor de Deus que viesse salvar a Tropa que estava morrendo, que estavam todos morrendo de fome, que só ele tinha capacidade de andar com aquela tropa, e ele sai da Cruz do Caminho, sai da Mansão.
E a moça, não conseguiram tirar as atacas das mãos. Aquela jovem teria que pagar tudo, porque hoje é um Espírito de alta luminosidade.
Salve Deus!
Então ela estava amarrada, então ele diz que ainda ia para ver se trazia alguma coisa que pudesse cortar sem ferir, aquelas atacas.
E ele vai e morre no caminho, o Lança Vermelha!
Porque o Rei não perdoava, era uma cilada que estavam com ele, não era verdade que a Tropa estava morrendo. Inclusive a Tropa já estava para outro lado, e mataram ele. Ninguém sabe. Mas o fato é que a moça ficou esperando e ele nunca apareceu.
E ela viveu muitos anos, até que, guerras e guerras, ela ajudando a todo mundo ali que passava na Cruz do Caminho, ela fazia tudo de bom, curava as feridas, sempre com aquelas atacas.
E sempre um pensamento de dor, de dúvida: Porquê que ele não voltou? Havia esquecido dela? Então aquela dúvida: Ele fugiu? Nem notícia... Me abandonou?
E, no entanto os Mentores nunca... Os Mentores, os Grandes Iniciados, inclusive materializavam, e nunca diziam nada, nada que esclarecesse a fuga dele. Então, mas ele foi lá, ele foi pagar suas dívidas...
Porque se ela soubesse que ele tinha morrido ele ficava ali perto dela, não é? É por isso que às vezes a gente não pode ter notícia de um ente querido que desencarna.
Então, eles... Ela nunca pode saber por onde ele andava, porque senão eles prendiam ele ali naquele Mundo Iniciático.
Ele que fez, não achava receptividade, não achava astral para ele, porque o povo ali era muito puro e ele era da Força Desobsessiva, quer dizer, ele matava, ele se vendia para matar os outros em guerras, para vencer, era o conquistador! Então o povo, tudo aquilo que ela ganhava levava para evolução dele.
Então, na hora do desencarne ele veio buscar ela. Ela já velhinha, aí ele já era um Espírito de Luz, ele...
Você imagine o que é a Legião de São Lázaro, quantos anos, mais de mil anos, tem quase... Tem pouco mais de mil anos isso que eu estou contando, acho que não chega mil anos.
Então ele foi para Legião de São Lázaro. Hoje é o Cavaleiro Reino Central e o Cavaleiro da Lança Vermelha!
Salve Deus!

domingo, 26 de abril de 2015

Amizade

Judas Iscariotes é visto como um personagem traidor, na história do Cristianismo, por religiões que esquecem o cumprimento das profecias. Ele foi mais um instrumento para que o Evangelho se mostrasse vinculado aos dizeres dos profetas do passado, mostrando, com os fatos, a realidade de sua existência divina.



Iscariotes nasceu em uma pequena cidade, situada no ambiente de Judá, que em épocas recuadas fora berço e domínio do famoso rei Davi, conhecido pelas conquistas sem precedentes. A aldeia de Judas era localizada no sul da região e mostrava grande escassez na produção de alimentos de primeira necessidade. Contudo, as encostas das montanhas rochosas aliviavam as necessidades mais imediatas, principalmente com a produção de uvas e batatas. Parece que Judas herdou o sobrenome de Iscariotes do seu berço natal, denominado Quiriotes.

Vamos apresentar o nosso apreço por esse personagem que aceitou, no mundo espiritual, o desempenho de tarefa tão espinhosa. Judas Iscariotes fita o sol que começa a se esconder, refletindo seus raios dourados e mortiços no grande lençol das águas do Lago de Genesaré. Com passos agitados, caminha às margens do histórico lago. Seus pensamentos fervilham com problemas que o fazem esquecer até a esperança.


A subconsciência agita seus mais sensíveis nervos, fazendo registrar na consciência, mais ou menos de leve, desagradáveis ações de um passado distante. Estava em luta consigo mesmo, em sérios conflitos íntimos, para os quais não encontrava solução. Sabia da reunião com o Mestre, naquela noite, mas o impulso de fugir parecia dominar o dever de comparecer, e a luta se mostrava ainda maior. Judas parecia mais uma fogueira humana sob forma de apóstolo. De um lado, pressentia um abismo sem fim, e do outro, vislumbrava o Cristo lhe ofertando as mãos em forma do amor mais puro que conhecera em seus passos no turbilhão da Terra.

Judas, devido ao estado deprimente em que se encontrava, por várias vezes sentia que todos os companheiros eram seus inimigos. Tinha medo de ser traído pelos seus parceiros mais íntimos e nunca confiara em seus próprios pais. A sua depressão era acentuada quando voltava à sua terra natal. A noite chega de mansinho e uma mão invisível toca suavemente sua cabeça agitada, acalmando-a. Judas dobra seus joelhos em uma pequena réstia de areia e busca a Deus pela prece. Lembra-se fortemente de Jesus e dos seus compromissos para com a comunidade apostolar, e parte, mesmo atrasado, para a reunião marcada pelos discípulos com a presença iluminada do Divino Mestre.

Entra sorrateiramente no salão, sem ser visto. Porém, vê duas tochas de luz visando-o com esplendente carinho e, sem querer, é envolvido por aquela incrível suavidade. Já com o coração tranqüilo, toma assento. algumas letras na pequena tora em que Jesus se sentara, que chamam sua atenção: Ave Luz!

Pedro, entendendo a intenção de Jesus, levanta-se e ora com inefável humildade; dentro do salão corria uma brisa portadora de energia espiritual, interligando o amor de Jesus com todos os seus companheiros. E um perfume brando é sentido por todos.

Quando Cristo abre os olhos para abençoar seus discípulos, nota a expressão do olhar de Judas, que se levanta com certo embaraço e fala com interesse: Senhor! O que é Amizade, sobre que tanto escuto dos companheiros de aprendizado e cuja eficácia desconheço quase por completo? Não sinto, Mestre, por mais que eu me esforce, Amizade por alguém, será que nasci desprovido dessa virtude, por herança dos meus ancestrais?

Cristo mira Judas, compadecido, e responde, com firmeza: Amizade, meu filho, nasce de ideais idênticos. Não queiras desprezar a ti mesmo, nem aos outros, por não sentires ainda a segurança de que precisas com relação aos companheiros. E não podes, por tais motivos, julgar inferiores os teus sentimentos por não serem idênticos aos dos teus semelhantes.

Hoje, ao cair da tarde, margeando o Lago de Genesaré, encontravas-te confuso. Ao apelares para a súplica, tudo se clareou para o teu coração torturado. Foi a mão divina que veio ao teu encontro, pela misericórdia de Deus. E depois da súplica, o que fizeste? Tomaste a decisão de nos satisfazer com a tua presença. Continua a usar o poder da prece nas horas de insegurança, sem que tua razão interfira na simplicidade e na espontaneidade desse ato divino.

Judas tornou-se aceso de expectativa. Brilhou no seu íntimo certa esperança. Algo dentro dele dizia do respeito àquele Senhor que falava com tanta sabedoria e que estava presente em lugares nunca suspeitados. Seu pensamento fervilhava de emoção e de encanto. Seus lábios sussurraram baixinho, na cadência da disciplina: Será que este homem é o próprio Deus, entre nós? Estando a sós, somente eu sei o que penso e faço. Como ele me viu andando aflito à beira do Genesaré?

O Mestre deu tempo ao tempo, e prosseguiu sua alocução: Judas, meu filho, não podemos exigir Amizade de pessoa alguma. Ela é como os primeiros laços de amor entre as criaturas e se mãos inábeis não conseguem atar esses laços, é de bom grado que não te esmoreças no grandioso labor da conquista pelo trabalho de auto aprimoramento, no silêncio da caridade.

Nenhum de nós nasce com deficiência, já que isto implicaria na deficiência de Deus, o que seria o absurdo dos absurdos. É justo que creias na paternidade do Senhor, que nos comanda a todos, sem distinção. Vê se há alguma restrição para o ar que respiras, para a água que bebes, para os alimentos que comes. São elementos de vida de caráter universal, semeando a paz e multiplicando a vida em toda a parte, em nome d’Aquele que nos criou por amor.

A assembléia parecia esquecida de que pertencia ao mundo físico, vivendo somente no reino da mente, onde Jesus era a central das emoções espirituais. Judas tentou estender suas indagações, mas o Nazareno prosseguiu, com afabilidade: Se queres confiar nos outros, Judas, prepara-te primeiro para que possas confiar em ti mesmo. A Amizade surge da confiança, da certeza de que estás sendo útil, sem que a usura exija algo em troca.

Quando vires entre teus irmãos que te rodeiam, inimigos, isso é reflexo do inimigo que alimentas dentro do coração, da dúvida, da maledicência, da ambição e da preguiça. Deves estar atento a isso. Não faças aos outros o que não queres para ti mesmo. Se porventura fores atingido por alguma falsidade, é bom que não esqueças do perdão. Se, por acaso, o teu companheiro não te deu a atenção merecida, espera com humildade, que o tempo, diante da tua educação, irá fazer com que o teu irmão compreenda a necessidade da tua companhia, reparando o gesto impensado, com redobrado carinho em leu favor.

Não devemos escolher a quem dedicamos gentileza, e, o sorriso, ao invés de nos enfraquecer, harmoniza nosso campo de vida. Não negues alegria a ninguém, pois a felicidade caminha também por essas vias. O Mestre dava a entender que via as estrelas sem se sujeitar aos obstáculos do telhado. Corria os olhos para cima, estampando em seu nobre rosto uma expressão encantadora. Deixando que o silêncio dominasse o ambiente, espera alguns minutos. Ninguém se manifesta.

Judas, nesse momento, regredia no tempo e no espaço. Fazia viagens em pensamento, descortinando lugares que nunca pensara existir. Lembra-se firmemente de Deus e vê em Cristo a figura mais autorizada para falar sobre as leis do Criador. Deduz então que sua magnânima presença apaga todas as figuras de todos os reis da Terra, de todos os sacerdotes do mundo, e confunde todos os sábios de todas as filosofias.

Jesus, quase transfigurado, acentua com delicadeza: Judas, se queres mesmo ter Amizade, não deixes que falte fidelidade em teus pensamentos, palavras e atos, porque aqueles que queres como amigos, talvez esperem isso de ti. Nós todos temos volumosos compromissos para com os céus e é de justiça que cumpramos os nossos deveres diante de Deus, nosso Pai Celestial, e da nossa consciência, que é Ele, igualmente, dentro de nós. Se o amor nasce da Amizade, a Amizade aparece do esforço que dedicamos à aquisição do amor.

Começa hoje mesmo a sentir amor por toda a criação, para que possas chegar aos homens com acentuada segurança e tenhas a certeza de que não ficará em vão esse exercício espiritual. O sol nasce para todos, assim a chuva, assim a Amizade de Deus para conosco e de nós para com os nossos semelhantes. Trabalha e serve indistintamente, que a vida marcará, sem a figuração dos erros, todos os teus tentos de labor no bem imortal.

Judas estava emocionado, por ouvir tantas palavras sábias. Mantinha-se de pé por respeito ao Senhor. De seus olhos cerrados rolavam lágrimas sem conta. Os onze companheiros pareciam tranqüilos, mas também choravam por dentro, de tanta alegria espiritual. Eles escreviam nos corações, com o dedo da inteligência, letras de luz ligadas aos ensinos ministrados pelo divino doador, naquela noite inesquecível em que Judas Iscariotes, pela vidência, descobriu, brilhando na cepa de madeira onde Jesus se sentava, a expressão:
Ave Luz...

Sob os Olhos da Clarividente


ELIETE
Eliete chegou ao Vale do Amanhecer na garupa de uma Honda de 350 cilindradas e com um barulho ensurdecedor. Calça rancheira, cabelo mal cuidado e blusa decotada. Trazia, no rosto jovem, a marca da velhice precoce. Na dureza dos olhos guardava a indiferença gerada pelo uso de drogas e, na face, a marca das intempéries. Foi recebida com o mesmo carinho dispensado aos hippies e, de pronto, se tornou parte integrante do nosso quotidiano. Sempre cortês e com um meio sorriso de indiferença, jamais reclamou ou fez qualquer ato que a tornasse menos simpática. Gerava, porém, em todos nós, um sentimento de tristeza e de abandono. Estar perto de Eliete era como estar próximo de um abismo, de coisas sem princípio nem fim.
Nascera no Rio de Janeiro, filha de um casal jovem e feliz. Antes dela, o casal tivera um menino. A menina, loira e bonita, era como um ornamento na vivência daquele casal, tipicamente carioca, de padrão econômico relativamente estável, de vida descuidada e superficial.
Trabalho, praia, amigos e o carro do último ano eras as preocupações maiores. Eliete assim cresceu, fútil, sem maiores problemas, alimentada, em seu incipiente intelecto, por histórias em quadrinhos, com escolaridade fácil e tendo a única preocupação a de manter-se nas ondas jovens das praias cariocas. Nenhum cuidado tirava o bom-humor constante da família.
Porém, no plano astral, os Mentores se movimentavam em benefício daquele lar. A vida despreocupada os levaria ao estacionamento, à estagnação espiritual e ao não cumprimento de suas obrigações espirituais. Eliete viera com a missão de trazer, àquela família, a mão de Deus! Como missionária, fora escolhida para sacudir a situação aparentemente estável daquele lar, e teve início, então, a série de dissabores nas vidas deles. Delegacias, hospitais, escândalos e toda gama de dores trazidas pelo submundo espiritual, começaram a afligir aquelas pessoas.
Aos quatorze anos, Eliete começou a trazer os primeiros problemas: por seu intermédio, o passado transcendental começou sua cobrança naquele lar despreparado para coisas mais sérias.
Eliete conheceu Félix, rapaz estróina e filho único de uma viúva neurótica. Logo, Félix iniciou-a no mundo dos sonhos e das drogas. O plano espiritual começou, assim, a exercer sua ação catalisadora na faixa cármica familiar. Félix a preparava, “espiritualmente”, para as viagens onde viviam experiências fantásticas.
O lazer constante e a ausência de problemas econômicos lhes dava condições para o luxo de pesquisas místicas, alternadas com pesquisas eróticas, e Eliete tornou-se verdadeira sacerdotisa do vício e dos absurdos. Rapidamente, seu comportamento começou a atingir a tranqüilidade de seus pais, pouco afeitos às questões psicológicas, sem nenhuma preocupação com o mundo dos espíritos, sem religião ou qualquer outra forma coibidora.
A situação de conflito se instalou. Sem saber procurar a solução para o problema, os pais de Eliete estavam preocupados, em primeiro lugar, com a manutenção de seu status de devaneio e despreocupação. A própria Eliete facilitou uma solução: foi morar na companhia de Félix e sua mãe, passando a viver, quotidianamente, num repugnante mundo de depravação. Nesse ínterim, as vidas de seus pais entrou em franca decomposição. Embora se amassem, não tinham tolerância e nem competência para enfrentar problemas mais sérios. A situação gerada pela vida de Eliete, de agressões e acusações mútuas, fez com que o casal se desquitasse.
O clímax da faixa cármica trouxe um princípio de solução: Félix, dopado, subiu, sub-recepticiamente, na carroçaria de um caminhão carregado de madeira. Dormiu e caiu do veículo em grande velocidade, morrendo no asfalto.
Eliete vivera, na companhia dele, três anos de depravação e licenciosidade. Sem o companheiro, ficou desnorteada, e foi viver com o pai. Ambos, porém, não se toleraram por muito tempo, e ela se mudou para a casa de sua mãe, onde o quadro de intolerância se repetiu. Sem saber o que fazer com Eliete, mandaram-na para estudar na Inglaterra, onde, em vez de ir para a faculdade, juntou-se a um grupo de hippies, com os quais viveu cerca de dois anos.
Desencantada e saturada de tudo, Eliete voltou ao Brasil, e passou a perambular pelas estradas, em companhia de outros jovens nas mesmas condições. Freqüentava as praias, as tabernas e vários locais de iniciações misteriosas, com isso adquirindo deformado conhecimento do mundo espiritual e da mediunidade.
Com o cérebro atingido pelas drogas, desenvolveu mediunidade angustiada. Vivia perturbada pelos sonhos fantásticos e por inquietação permanente.
Sua incerta peregrinação a trouxe para o Vale do Amanhecer, em companhia do grupo hippie. A viagem na garupa de uma motocicleta marcou o começo de sua redenção, pois ali ela encontrou amor e compreensão, a aceitação natural, a ausência de críticas e a vivência em meio ao trabalho mediúnico intenso, o que a levou a encontrar uma razão de viver.
Desenvolveu sua mediunidade, entrou em contato espiritual com seus Mentores, abandonou as drogas e, em pouco tempo, transformou-se numa boa moça, saudável física e mentalmente. Ingressou, decididamente, no caminho crístico do amor, da tolerância e da humildade.
Eliete fez sua Iniciação. Voltou para o Rio, mas não quis a companhia dos pais. Arrumou um emprego como balconista, e vive a vida tranqüila de quem sabe direcionar o seu próprio destino.
- É, Neiva, uma história interessante. Só não entendi uma coisa: geralmente, os jovens que aparecem por aqui têm sua desgraça debitada aos traumas de família, pais fracassados, mães desajustadas e coisas assim. Eliete, porém, nasceu num lar feliz, no qual havia amor, padrão de vida e posição elevados na sociedade. Como explicar isso?
- Ausência de um preparo espiritual, Mário, falta de profundidade vivencial. Não se esqueça de que estamos habituados a enfrentar os problemas dos que nos procuram quando existe uma crise, uma eclosão de conflitos. Em nossa preocupação em amainar a angústia, em nossa função de socorristas, não nos ligamos em julgar ou analisar, e, com isso, não vamos às raízes sociais, o que, aliás, não é de nossa competência. Nossa função não é controlar a sociedade, mas, sim, apenas dar amparo aos que nos procuram. O caso de Eliete é o mesmo do de milhares de jovens para os quais as funções do lar são somente de abrigo e proteção. O lar moderno tornou-se apenas isso, embora com muitas e benéficas exceções. É por isso que afirmamos ser a família o maior lugar dos reajustes, onde os espíritos se encontram para cobrar e resgatar suas dívidas espirituais e cármicas. A felicidade no lar tornou-se um padrão abstrato, uma espécie de representação generalizada. Imagine, Mário, um grupo de atores teatrais que fossem obrigados a viver seus papéis vinte e quatro horas por dia, andar na rua e em todos os lugares com suas caracterizações, e você terá uma idéia do Homem moderno. Papéis e mais papéis. No escritório, ele é o chefe; na rua, ele é o transeunte; no volante do carro, ele é o motorista; no clube, ele é o desportista; e em casa, ele é o chefe da família. Na verdade, todos esses papéis escondem seres angustiados, irresolvidos, despersonalizados. O Homem moderno vive a angústia da incerteza e da ausência de resposta para as indagações básica: de onde vem? Para onde vai?
- Neiva, já discutimos isso antes. Vimos que o Mediunismo seria uma solução, mas o simples fato de se falar em Mediunismo já parece fanatismo, superstição. Qual seria a mensagem que iria levar um pouco de lenitivo para tantos milhões de seres humanos? Como poderíamos atingir essas almas sofredoras?
- Mário, Mário! Não se preocupe tanto com isso. Lembre-se de que existe perfeita coordenação nos planos espirituais, e Deus provê a todas as criaturas sua oportunidade. Descrevi um quadro de superficialidade na vida humana, mas o Homem, que está sob a máscara do ator, tem um espírito transcendental a animar sua alma e a exigir o perfeito cumprimento das tarefas cármicas. O próprio caso de Eliete ilustra o que digo. Chegado o momento, as Leis Divinas entraram em ação, e seus pais foram jogados no cumprimento de suas faixas cármicas. Eliete serviu como instrumento, entre a vida que eles levavam, sem dor, sem sofrimento, sem preocupações, e para superação do sofrido quadro atual, eles irão encontrar o caminho de suas realizações espirituais.
- Neiva, será que só pelo sofrimento as criaturas encontram o caminho da realização espiritual?
- Não, Mário, não pelo sofrimento, mas, sim, pela dor!... É preciso saber a diferença entre uma coisa e outra. Aqui, no Vale, padecemos muita dor, não é verdade? Mas você acha que nós sofremos?
- É, pensando bem, é isso mesmo! Eu não me julgo um sofredor, e vejo poucos se queixarem aqui dentro. Entretanto, vivemos mergulhados na dor, sejam as nossas, ou sejam as dos outros. É, isso é muito interessante!
- Mário, há outro ângulo pelo qual esse problema precisa ser examinado, que é o da realização, na faixa da personalidade. Muitas vezes o excesso de bem estar, muita estabilidade e segurança social leva o espírito ao estacionamento, a interromper sua trajetória transcendental. Isso é verdadeiro até no plano físico.
O ser excessivamente perfeito, porém animalizado, só consegue emitir na horizontal do plano físico, e só recebe sua alimentação desse plano. Para que a pessoa se espiritualize, receba as inspirações do Céu, é necessário um certo equilíbrio entre a vida física e a espiritual. É por isso que os jejuns foram preconizados em épocas de maior religiosidade. Também, na vida social, um certo tipo de jejum é aconselhável...

ESPIRITUALISMO - A VIDA DE JESUS - 00 - VIDEOS DA BIBLIA - A VIDA DE JES...


sexta-feira, 24 de abril de 2015

As Ninfas do Amanhecer



AS NINFAS DO AMANHECER
Querida Filha,
Salve Deus!
Minha filha, conheço bem os caminhos que você está percorrendo. Anime-se confiante porque você tem forças suficientes para manter-se sempre em equilíbrio. Os nossos dias estão difíceis e conturbados, precisamos de muita Fé e muito Amor, para conservarmos em harmonia nosso Centro Coronário, que é nosso Sol Interior.
Com o coração cheio de amor você escolheu empreender esta viagem, para enfrentar com otimismo e coragem todas estas dificuldades, no reajuste de seus débitos transcendentais. São nossos "vizinhos" que nos conduzem às alturas e ao mais alto grau de evolução.
Não se deixe levar pelo negativismo, nem pelo desânimo, pois, você tem o Sol interior que precisa expandir sua luz. Após esta fase difícil, tudo irá clarear sua mente, estará firme e você se sentirá segura, realizada e feliz.
Minha filha, é preciso que a cada instante você esteja em harmonia consigo mesma, para que possa ser a irradiação da verdade e do amor, para iluminar àqueles tão carentes de luz e calor. A hora exige de nós, perfeita sintonia em Deus, para que sejamos Magos do Evangelho na Nova Era.
Estou sempre pedindo por você em meus trabalhos para que consiga sua total realização e que sua vida espiritual lhe ofereça segurança e muita luz. Prossiga firme sua jornada confiante em Jesus e Pai Seta Branca, que tudo será mais fácil e menos cansativo.
Com amor da Mãe em Cristo
TIA NEIVA
Vale do Amanhecer, dez/77

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Cuidar do Corpo e do Espírito


A reflexão é do Espírito Georges, ditada em Paris em 1863 em que se revela a perfeição da Doutrina dos Espíritos quanto às necessidades do homem moderno de todos os tempos, contemplando as questões tanto da vida na dimensão material quanto da vida espiritual (Sede Perfeitos – item 11 – Cuidar do Corpo e do Espírito - Capítulo 17 do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec)


Argumenta o lúcido mensageiro que o espírito do homem encarnado é como um “PRISIONEIRO DA CARNE” porque está nesta vida enclausurado em um corpo biológico com especiais necessidades de cuidado a fim de que funcione satisfatoriamente para que possamos cuidar também de nossos interesses de crescimento espiritual.

Nem mortificar o corpo em sacrifícios que nada tem a ver com à perfeição, negligenciando suas necessidades e nem viver totalmente devotado a ele, alienando-se do impositivo de nossa educação moral para a vida imortal. George em sua mensagem assevera que a necessidade de EQUILIBRIO entre essas duas esferas de interesse embora seja evidente e fácil de perceber, nem por isso é fácil.


Nossa natureza ainda primitiva e apaixonada pelos prazeres e gozos que a vida pode oferecer nas esferas da “sensorialidade” (sexo, paladar, olfato, etc.) muitas vezes nos conduz a imaginar que essas satisfações são as únicas e excelentes na vida humana. Mas isso é um equívoco. Todos nós já experimentamos prazeres e satisfações que são realizações puras do espírito: a alegria de uma criança, a satisfação de sentir amor legítimo por alguém, o apreço de um amigo, a chegada de um filho, a vitória sobre um vício ou uma imperfeição moral.

São prazeres da ALMA que sobrepujam muitas vezes a satisfação corporal de um orgasmo, por exemplo, muitas vezes alcançado em ligações fortuitas que semeiam o desrespeito por onde passamos. O sexo em si mesmo nada tem de imundo e os sistemas religiosos que apregoam a mortificação do corpo pela abstinência sexual negam a força biológica do corpo e a importância do prazer sexual como fonte de reabastecimento de forças necessárias à vida.

O prazer do paladar e a escolha do alimento pelo gosto de cada um nada tem de condenável, erram também ai os sistemas religiosos que apregoam o jejum e condenam esta ou aquela dieta sem avaliar a alimentação como fonte de manutenção da vida. O mesmo se dá com o prazer no uso de bebida. O lúcido espírito André Luiz nos ensina que não há nada de errado com “um Brinde”, mas é claro que um brinde não é uma carraspana!

Nesse ponto convergem as religiões que condenam o uso do álcool, não por ser pecaminoso, mas por ser o responsável na Terra por muita infelicidade, morte, mutilações, desagregação de famílias e toda sorte de desgraças. O que nos prejudica então, e é fácil de perceber, é exatamente o “EXAGERO e ABUSO” em todas as áreas da satisfação às naturais necessidades do corpo.

A dedicação exagerada do homem moderno ao sexo tem raiz em nosso primarismo e reclama disciplina, austeridade e auto educação. A necessidade desesperada de sexo foi chamada por Joanna de Angelis (espírito) de “a sede da água do mar” pois quanto mais se tenta saciar essa necessidade mais a sede se multiplica, obrigando o sedento a beber novamente a água que jamais sacia.

Muitos de nós já achamos que nossa carência real é SEXUAL e buscamos satisfazê-la em ligações fortuitas ou não, negligenciando a verdadeira carência em nós: A FALTA DE AFETO. Outros tantos buscamos compensar na mesa (ou em pé no fast food) as nossas frustrações e recalques, sem perceber que também comparece ai a FALTA DE AFETO como desencadeador do vício mórbido da gula, causador de muitas doenças e sofrimento.

 AFETO é uma força que não atinge o corpo, por isso não o alcançamos com o sexo, o alimento. AFETO é comida e gozo para a alma. Sim, o ato sexual quando há afeto sacia realmente a necessidade da alma porque atende nosso anseio por alegrias legítimas e duradouras. Sim, comer um delicioso sanduíche em que o afeto é o recheio principal, pode ser a nutrição perfeita para o corpo e para o espírito. Percebamos que é muito interessante, nunca estamos SÓ COM O CORPO, nem SÓ COM A ALMA. Vivemos num sistema provisório de interdependência em que um e outro se envolvem.

Nunca conseguiremos a plena satisfação de nossos sentidos físicos se a ALMA não for contemplada com sua parcela de AFETO. Nunca a alma estará plena se não for respeitada suas necessidades afins com o corpo biológico. CORPO e ALMA não estão separados, por isso GEORGES o Espírito autor da página em estudo afirmar que as relações entre o corpo e a alma existem e, “é reciprocamente necessário, e indispensável cuidar de ambos”.

O Espiritismo como uma proposta de construção intima do HOMEM NOVO, consciente e integrado com as Leis Divinas, oferece diretrizes seguras para nosso equilíbrio: “Amai, pois, a vossa alma, mas cuidai também do corpo, instrumento da alma; desconhecer as necessidades que lhe são peculiares por força da própria natureza, é desconhecer as leis de Deus”.

Lembra Georges: Todo ABUSO das forças de satisfação são funestas. O abuso do sexo é responsável por muito abandono e feridas emocionais que vitimam milhares de almas equivocadas com o prazer divorciado do respeito. O exagero que conduz ao vício alimentar e às conseqüências orgânicas patológicas na máquina física tanto na compensação da gula da obesidade quanto na perversão da esbelteza nos desatinos da pré-anorexia.

Diz o adágio popular que “A carne é fraca e por isso a ela sucumbimos”. Na verdade o CORPO é o ESPELHO DO ESPÍRITO” e cada célula de nossa máquina física obedece docilmente ao impositivo DA MENTE que em síntese, é o NOSSO EU REAL. Então não é a carne que é fraca, e sim, nós é que não a administramos com amor e respeito ao sagrado destino para qual o CORPO foi projetado.

Não existe este ou aquele CORPO compulsivo sexual, mas um espírito que submete seus equipamentos genitais à tirania do desrespeito e ao egoísmo exclusivista na ânsia se gozar e gozar sem perceber que carece de educação interior. Você não é seu corpo nem seu corpo é você. Ele é divina concessão da SABEDORIA DE DEUS que lhe empresta como abençoada oficina-escola para a educação de seu Espírito.

Estamos falando isso no campo do sexo e da nutrição, e nem tocamos ainda no assunto dos que submetem seu corpo às tempestades da ira, da mágoa, do ressentimento, do excesso de trabalho. O dócil e obediente corpo que provoca uma DOR DE CABEÇA como sinal de alerta de nossas emoções descontroladas recebe um CALA BOCA na forma de uma aspirina, por ele não deve nos toldar o tempo com seus caprichos.

O fígado ganha um regulador hepático quando tenta mostrar a você que o “Ódio e a Falta de Perdão” estão destrambelhando seu equilíbrio em ondas de energias a lhe corromper as funções nobres. Ele deve obedecer e aceitar o que você escolher comer e pensar sem reclamar. Aquela azia e desconforto gástrico são silenciados à custa de antiácidos toda vez que seu estômago tenta alertar-lhe de que A VIDA é assunto que você não está digerindo bem. Mas ele também deve calar-se e digerir à força o que você quiser, naturalmente prosseguindo os alertas até a úlcera exigente.

SEU CORPO SÓ TEM UM INIMÍGO, e ele não é um vírus, nem um agrotóxico, nem uma bactéria, nem um aditivo químico alimentar. O INIMIGO DE SEU CORPO É SEU ESPÍRITO INDISCIPLINADO! Promover as pazes entre o CORPO e a ALMA é o desafio de todos os tempos, e plenamente e mais do que nunca, ao nosso alcance hoje. O Espiritismo ensina que a REFORMA ÍNTIMA através do autoconhecimento e da adesão a diretrizes de auto-educação são ferramentas fantásticas de equilíbrio.

No hábito da oração – tão útil para a alma quanto a escovação dos dentes é para a saúde bucal – traz para cada um de nós a companhia preciosa dos instrutores espirituais sempre interessados e comprometidos com o nosso crescimento perante a VIDA seja em sua expressão material ou espiritual.

Prossigamos vivendo e usufruindo no corpo os prazeres que a vida material nos prodigaliza e que são nosso direito. Mas que tal acrescentar AMOR na forma de AFETO e EDUCAÇÃO na forma de RESPEITO. Acrescentemos AFETO POR NÓS MESMOS juntamente com o RESPEITO AOS OUTROS na satisfação de nossas necessidades, cientes de que perante a LEI IMORTAL ninguém lesa o outro sem comprometer-se perante a vida a resgatar a dor e sofrimento provocados.

JESUS nosso Mestre incomparável é para nós modelo incomparável de sobriedade e equilíbrio. Comia quando o corpo tinha fome, bebia quando o corpo tinha sede. Fez de suas forças sexuais um instrumento de trabalho para a redenção da humanidade, conduzindo todo seu erotismo para a Missão de nos deixar a sua mensagem imortal: AMA, disse ele a todos nós! É o amor a sua herança, seu legado e é o AMOR que nos há de levar à felicidade que tanto desejamos.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

AULAS DE EVANGELIZAÇÃO




Salve Deus! Nossa Corrente entrou em uma forma interpretativa completamente diferente e vai se encontrando, na sua forma expressiva, com o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
É o caso da frase: “Eu sou o Caminho da Verdade e da Vida!” Houve, inicialmente, uma dúvida quanto à semântica desta frase, com a versão: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida!” Mas, nossa intuição mediúnica nos dizia que a primeira versão seria a mais correta.
Coloquemos de lado a parte intelectual, uma vez que, em nosso meio mediúnico, todos são semelhantes e aprendemos pelo processo do ensino intuitivo mediúnico. Aprendemos pela nossa mediunidade, e não pelo nosso intelecto.
Nossa memória não seria capaz de gravar todas as coisas que são ditas em nossa Doutrina. Se isto acontecesse, seríamos doutores em Teologia.
Em nossa individualidade, estamos alertas às coisas que se passam. Mesmo considerando nossos conhecimentos, nossos problemas e o nosso cansaço, vamos recebendo uma emanação e uma imantração das mensagens que deveremos ouvir.
Em nossas mensagens, somos sempre assistidos por espíritos maiores, que nos orientam. Na última aula, fomos assistidos pelo Mago de Arimatéia, um espírito extraordinário, do tempo de Jesus.
Nós deixamos, então, a transmissão dos conhecimentos por conta dos mentores, que vêm e transmitem, através de nossa mediunidade.
Todos os seres humanos partiram de um átomo crístico. É uma partícula divina que, segundo informações, fica situada no ventrículo do coração. Jesus, quando disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida!”, quis dizer: “Eu sou a própria Verdade!” Mas Jesus, falando assim na primeira pessoa – Eu – não ficaria muito de acordo com sua humildade.
Há, portanto, alguma coisa diferente na interpretação destas palavras. Aí, surge, então, a individualidade, o espírito, é que seria o caminho da Verdade e da Vida. O “Eu”, no caso, é a nossa individualidade, o nosso espírito, a parte superior do nosso ser.
Nossa parte negativa, isto é, a parte inferior do nosso Triângulo, é representada por dois ângulos, que seriam a vida positiva e a vida negativa, o Jeová Branco e o Jeová Negro. As duas partes caminham para a nossa individualidade, lá em cima, no terceiro ângulo do Triângulo.
O tamanho do Triângulo corresponde à evolução de cada um. Todas as virtudes daqui da Terra, os sistemas de vivência, moral, etc., a Lei do Perdão, a Lei do Evangelho, formam esta parte humana que tende a se absorver na individualidade.
Os conflitos da Terra não existem na individualidade, porque esta é o ponto de encontro, o símbolo do transcendental, é eterna e está muito acima destes valores.
O caminho da Verdade está situado na ponta superior deste Triângulo.
O nosso espírito não é afetado pela vida. Ele afeta o plexo físico e o microplexo, mas não é afetado pelos dois. O espírito traduz sempre, em todos os atos, a nossa transcendentalidade, nossa individualidade, e nessa individualidade nós mergulhamos no Triângulo, aqui na Terra. Então, o “Eu” é o ser superior que contém a partícula crística.
Naquela época, o próprio Jesus, que estava na Terra e que, apesar de ser um espírito muito evoluído, se submeteu a todas as condições da Terra, inclusive da destruição da matéria, através da morte física.
Nós, na nossa individualidade, somos, também, o caminho da Verdade e da Vida – mas, da nossa Verdade e da nossa Vida! Através da individualidade é que vamos ter a percepção da nossa personalidade, dos nossos compromissos, do dia a dia da nossa vida.
A Verdade é um problema individualizado. Cada um tem a sua Verdade, de acordo com suas possibilidades, dentro do universo das coisas. E, por isso, temos que cuidar de nossa individualidade, para termos nosso espírito iluminado, Ele só estará bem quando emitir em harmonia com a nossa Verdade.
Todos nós vivemos subordinados aos vários padrões de comportamento e pontos de referência, onde medimos nossos critérios de certo e errado. Quando passamos a admitir que somos uma vítima do destino, é porque tudo está errado e estamos sob a ação do nosso carma.
A falta de aceitação dos nossos problemas provém do desconhecimento da nossa Verdade. À proporção que vamos conhecendo nossa Verdade, vamos, também, começando a orientar nossa vida particular. O conhecimento de nossa vida – nossa Verdade – depende do nosso esforço, trabalhando na Lei do Auxílio, e da nossa conduta doutrinária.
Através do trabalho adquirimos uma série de bônus, que são traduzidos em energia celular. Esta energia, então, é traduzida em pranas, adquiridos pela nossa permanência dentro do ambiente da Corrente.
À medida que vamos penetrando em nossa individualidade, nossa luz interior vai ficando mais intensa. Ela ilumina nossa consciência, e vamos ficar sabendo o porquê e a resposta de tudo em nossas vidas.
A vida mediúnica é o desenvolvimento da vida intuitiva, à revelia da dedução e da indução. O pensamento humano, adotado na nossa civilização – civilização que adotou oficialmente esta posição filosófica do conhecimento que os gregos tinham do conhecimento humano – basicamente, é o seguinte: ou se aprende do particular para o geral, ou se aprende do geral para o particular.
O Vale do Amanhecer não se preocupa com estes fundamentos de dedução e indução. Aqui, nos preocupamos com a intuição. Não nos preocupamos em discriminar as pessoas. Perante nossa Doutrina, todos são iguais e procuramos ensinar pelo processo intuitivo. Cada um vai recebendo os ensinamentos e vai construindo o seu conhecimento, porque cada um é uma Verdade e uma Vida. A nossa individualidade é o caminho para encontrarmos nossa Verdade e nossa Vida. É isto o que significa “Eu sou o caminho da Verdade e da Vida!”
Nossa individualidade se assemelha a um computador, que vai acumulando cargas de informações. Nosso computador é como se estivesse ligado em série com outros computadores. Para o nosso computador convergem as informações de nossas encarnações anteriores. Mas só temos acesso a essas informações quando mergulhamos em nossa individualidade.
O maior problema que se apresenta para a vida de nossos médiuns e para o progresso desta Corrente é a capacidade, que um numero cada vez maior de médiuns tem, de mergulhar na sua individualidade e, através dela, adquirir a clareza, o esclarecimento e o conhecimento da sua Verdade, de maneira que, ao conhecê-la, se harmoniza com o seu próprio destino.
A adaptação à realidade é muito simples, mas, ao mesmo tempo, muito difícil. Toda explicação e todo conhecimento dos problemas que estão contidos dentro de nós têm, como solução, nada mais, nada menos, do que a nossa adaptação a uma realidade. Se quisermos nos equacionar para vivermos felizes, precisamos nos harmonizar com a nossa Verdade! Ao fazermos isso, estaremos nos enquadrando completamente no processo evangélico.
Estas explicações não são para os intelectuais – são para serem entendidas por todos nós. Assumimos compromissos muito sérios com a espiritualidade e vamos ter que deslanchar com observadores presentes ininterruptamente. Vamos ter que nos deslocar, e dar respostas a todos que nos abordarem.
O Vale do Amanhecer começa a se apresentar como uma opção de vida, e teremos que equacionar os problemas, tanto no sentido da experiência de vida como retransmitindo os ensinamentos àqueles que serão instruendos.
Vamos nos preparar, porque vamos receber discípulos com condições intelectuais muito superiores às nossas, e estas pessoas só aceitarão os ensinamentos se eles tiverem um mínimo de coincidência com a maneira que eles têm de encarar a vida.
Não poderemos mais ser agressivos, como vem ocorrendo. Precisamos transmitir os conhecimentos de acordo com as pessoas que vão recebê-los, pela intuição e com muito amor, tolerância e humildade.
Para terminar, lembramos a história daquele barqueiro, que sempre viveu à beira do rio. Um professor foi atravessar o rio e começou a brincar com o barqueiro: “Você conhece São Paulo?” O barqueiro, muito humilde, disse que não. O professor continuou: “Então, você está perdendo a sua vida... Você já leu Homero?” O barqueiro respondeu que não sabia ler. De novo, o professor disse: “Você está perdendo a sua vida...” A viagem continuou e, quando estavam no meio do rio, surgiu uma tempestade. O barqueiro perguntou ao professor: “O senhor sabe nadar?” O professor respondeu que não. Então, o barqueiro disse: “O senhor já perdeu a sua vida!...”
Para apresentarmos nossa Doutrina, só precisamos ter amor, tolerância e sermos humildes. Assim, não teremos nenhum problema ao transmitirmos os ensinamentos. Precisamos conhecer o Evangelho que praticamos para poder explicá-lo aos que chegam e só conhecem o Evangelho do livro.
A maioria das pessoas conhecem o Evangelho em torno de frases e não sabem o que é uma experiência mística, que é a nossa especialidade.
É por isso que Pai João determinou a execução dessas aulas evangélicas.
Salve Deus!