LEITURA ORANTE
Rembrant
Passo a passo, a caminho com Jesus,
Estamos na 2ª Semana da quaresma
quando, hoje, contemplamos
que estamos vivendo um tempo de
conversão.
Caminhemos passo a passo com
Jesus.
Em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou
parte de seu Corpo,
membro da Igreja viva.
Trindade
Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo
-
presente e atuante na Igreja
e
na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.
Em silêncio e na solidão.
Inclinamos a cabeça. Fechamos os
olhos.
Respiramos suavemente, e olhamos
através da imaginação,
para dentro do nosso coração.
Repetimos, respirando:
“Senhor Jesus, tem piedade de
nós".
Agora, ouçamos o que ele, o
Senhor nos diz
Neste tempo de repouso do
nosso coração no de Jesus,
em silêncio,
ouvimos o que ele nos quer
comunicar.
1. LEITURA (VERDADE)
Tomamos
um primeiro contato com a Palavra de hoje, lendo Lc 15,1-3.11-32.
Certa
ocasião, muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama chegaram
perto de Jesus para o ouvir. Os fariseus e os mestres da Lei criticavam Jesus,
dizendo:
-
Este homem se mistura com gente de má fama e toma refeições com eles.
Então
Jesus contou esta parábola:
E
Jesus disse ainda:
-
Um homem tinha dois filhos. Certo dia o mais moço disse ao pai: "Pai,
quero que o senhor me dê agora a minha parte da herança."
-
E o pai repartiu os bens entre os dois. Poucos dias depois, o filho mais moço
ajuntou tudo o que era seu e partiu para um país que ficava muito longe. Ali
viveu uma vida cheia de pecado e desperdiçou tudo o que tinha.
-
O rapaz já havia gastado tudo, qu
-
O que a Palavra diz?ando houve uma grande fome naquele país, e ele começou a
passar necessidade. Então procurou um dos moradores daquela terra e pediu
ajuda. Este o mandou para a sua fazenda a fim de tratar dos porcos. Ali, com
fome, ele tinha vontade de comer o que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava
nada. Caindo em si, ele pensou: "Quantos trabalhadores do meu pai têm
comida de sobra, e eu estou aqui morrendo de fome! Vou voltar para a casa do
meu pai e dizer: 'Pai, pequei contra Deus e contra o senhor e não mereço mais
ser chamado de seu filho. Me aceite como um dos seus trabalhadores.' "
Então saiu dali e voltou para a casa do pai.
-
Quando o rapaz ainda estava longe de casa, o pai o avistou. E, com muita pena
do filho, correu, e o abraçou, e beijou. E o filho disse: "Pai, pequei
contra Deus e contra o senhor e não mereço mais ser chamado de seu filho!"
-
Mas o pai ordenou aos empregados: "Depressa! Tragam a melhor roupa e
vistam nele. Ponham um anel no dedo dele e sandálias nos seus pés. Também tragam
e matem o bezerro gordo. Vamos começar a festejar porque este meu filho estava
morto e viveu de novo; estava perdido e foi achado."
-
E começaram a festa.
-
Enquanto isso, o filho mais velho estava no campo. Quando ele voltou e chegou
perto da casa, ouviu a música e o barulho da dança. Então chamou um empregado e
perguntou: "O que é que está acontecendo?"
-
O empregado respondeu: "O seu irmão voltou para casa vivo e com saúde. Por
isso o seu pai mandou matar o bezerro gordo."
-
O filho mais velho ficou zangado e não quis entrar. Então o pai veio para fora
e insistiu com ele para que entrasse. Mas ele respondeu: "Faz tantos anos
que trabalho como um escravo para o senhor e nunca desobedeci a uma ordem sua.
Mesmo assim o senhor nunca me deu nem ao menos um cabrito para eu fazer uma
festa com os meus amigos. Porém esse seu filho desperdiçou tudo o que era do
senhor, gastando dinheiro com prostitutas. E agora ele volta, e o senhor manda
matar o bezerro gordo!"
-
Então o pai respondeu: "Meu filho, você está sempre comigo, e tudo o que é
meu é seu. Mas era preciso fazer esta festa para mostrar a nossa alegria. Pois
este seu irmão estava morto e viveu de novo; estava perdido e foi achado.
Refletindo
O
filho que se vai é imagem da pessoa que se rebela, que se afasta de Deus.
Perde-se, confunde-se, se machuca, sofre, perde o rumo, perde de vista aquele
objetivo pelo qual vive. Uma certeza, porém, garante a recuperação da
identidade original: o reencontro com o Pai.
2. Meditação(Caminho)
-
O que a Palavra diz para mim?
A
parábola do filho pródigo não é a história de um filho perdido, é a história de
dois filhos perdidos. Um perdido fora de casa, e o outro perdido, dentro de
casa, pelo ciúme. Os dois se afastaram do pai.
A
volta do filho pródigo expressa em uma obra de arte de Rembrandt, resume a
grande luta espiritual e as grandes escolhas que essa luta exige. Ao pintar não
somente o filho mais jovem nos braços de seu pai, mas também o filho mais velho
que pode aceitar ou não o amor que lhe é oferecido, Rembrandt nos apresenta o
"drama interior do ser humano".
Em
seu livro sobre a parábola, narrada por Lucas 15, e escrito depois de
contemplar a obra de Rembrandt, Henri Nouwen se coloca, como o filho pródigo, o
mais moço, que esbanjou e perdeu tudo o que tinha, mas que não perdeu a
consciência de que ele ainda era filho e tinha um Pai.
Depois
disso, o autor se coloca na posição do filho mais velho, o que não saiu de
casa, nem aceitou o retorno do irmão.
Nouwen
se coloca também na posição do Pai e afirma que essa é a vocação de todos nós.
Vocação a acolher, perdoar e se alegrar pela volta do que se perdera .
Jesus não
fala nunca de um Deus indiferente ou distante, esquecido de suas criaturas ou
interessado por sua honra, sua glória ou seus direitos. No centro de sua
experiência religiosa não nos encontramos com um Deus “legislador” procurando
governar o mundo por meio de leis, nem com um Deus “justiceiro”, irritado ou
irado diante dos pecados dos seus filhos e filhas. Para Jesus, Deus é
compaixão, e a compaixão é o modo de ser de Deus, sua primeira reação diante de
suas criaturas, sua maneira de ver a vida e de olhar às pessoas, o que move e
dirige toda sua atuação. Deus sente para com suas criaturas o que uma mãe sente
para com o filho que leva em seu ventre. Deus nos carrega em suas entranhas
misericordiosas.
A
compreensão da “parábola do amor paterno-materno de Deus” pode ser para nós uma
verdadeira iluminação. Ela revela não só o “coração compassivo” de Deus, mas
também vemos, refletida nela, de maneira sublime, tudo o que devemos aprender
sobre o “falso eu” e o nosso verdadeiro ser. Os três personagens representam
diferentes aspectos de nós mesmos. (Pe. Adroaldo, sj).
3. Oração (Vida)
O
que a Palavra nos leva a dizer a Deus?
“Eu e o Pai
somos Um”: é a melhor expressão de quem foi Jesus.
Você também
é “Um com Deus”, mas talvez não tenha se inteirado disto; descubra-o e esta
frase saltará do mais profundo do seu ser.
- Descubra
o que há em você do irmão mais novo: deixar-se levar pelo hedonismo
individualista, buscar o mais fácil, o mais cômodo, o que o corpo pede... Seu
objetivo é satisfazer as exigências de seu falso “eu”.
- Descubra
o que há em você de irmão mais velho: distante do coração do pai, fechado na
queixa amarga e incapaz de expressar um gesto de acolhida.
Descubra
as marcas do Deus Pai/Mãe nas profundezas de seu ser: cheio de compaixão,
festeiro, aberto à vida...
E rezemos
Pai Nosso
4.
Contemplação(Vida/ Missão)
-
Qual o nosso novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o
mundo, hoje, com o olhar amoroso e misericordioso do Pai, sempre pronto a
acolher. E também com a disposição do filho reencontrado.
Para
nos fortificar nesta mudança de vida e assumirmos a defesa da vida, recebamos a
bênção do arcebispo dom Sérgio da Rocha
Bênção
DO CARDEAL SÉRGIO DA ROCHA:
Senhor,
nosso Deus, concedei-nos nesta quaresma a graça da conversão e da reconciliação
por meio da oração, da penitencia e da caridade. Dai-nos a graça de aprender
convosco a ser livres para amar, acolhendo a vida como dom e compromisso,
valorizando e defendendo a vida, especialmente onde ela se encontra mais
fragilizada e sofrida. Isto vos pedimos, em nome do Pai, e do Filho e do
Espirito Santo. Amém.
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