quinta-feira, 4 de março de 2021

É tempo de conversão!

 Lc 16,19-31

LEITURA ORANTE

 Passo a passo, a caminho com Jesus,

Estamos na 2ª Semana da quaresma 
quando, hoje,  contemplamos 
que estamos vivendo um tempo de conversão.
Caminhemos passo a passo com Jesus.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo,
membro da Igreja viva.

Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e atuante na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço. 
Em silêncio e na solidão.
Inclinamos a cabeça. Fechamos os olhos.
Respiramos suavemente, e olhamos
através da imaginação,
para dentro do nosso coração.
Repetimos, respirando:
“Senhor Jesus, tem piedade de nós".


Agora, ouçamos o que ele, o Senhor nos diz
Neste tempo de repouso do nosso coração no de Jesus, 
em silêncio,
 ouvimos o que ele nos quer comunicar.

1. Leitura (Verdade) - Vamos "conhecer" mais sobre Jesus

O que diz o texto do dia? Leiamos  Lc 16,19-31. 
Lucas traz uma parábola inquietante que aborda a questão dos relacionamentos humanos. Vamos deixar que esta parábola nos questione e ilumine a nossa vida. 
Vemos de um lado um rico fechado na sua riqueza que perde a sua humanidade e se condena não porque tenha feito coisas más, mas porque ficou cego e surdo não viu nem ouviu o pobre com o corpo cheio de feridas e doente à sua porta. Uma parábola de grande atualidade. Vamos lê-la como Jesus a contou.

Jesus contou:

- Havia um homem rico que vestia roupas muito caras e todos os dias dava uma grande festa. Havia também um homem pobre, chamado Lázaro, que tinha o corpo coberto de feridas, e que costumavam largar perto da casa do rico. Lázaro ficava ali, procurando matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do homem rico. E até os cachorros vinham lamber as suas feridas. O pobre morreu e foi levado pelos anjos para junto de Abraão, na festa do céu. O rico também morreu e foi sepultado. Ele sofria muito no mundo dos mortos. Quando olhou, viu lá longe Abraão e Lázaro ao lado dele. Então gritou: "Pai Abraão, tenha pena de mim! Mande que Lázaro molhe o dedo na água e venha refrescar a minha língua porque estou sofrendo muito neste fogo!"

- Mas Abraão respondeu: "Meu filho, lembre que você recebeu na sua vida todas as coisas boas, porém Lázaro só recebeu o que era mau. E agora ele está feliz aqui, enquanto você está sofrendo. Além disso, há um grande abismo entre nós, de modo que os que querem atravessar daqui até vocês não podem, como também os daí não podem passar para cá."

- O rico disse: "Nesse caso, Pai Abraão, peço que mande Lázaro até a casa do meu pai porque eu tenho cinco irmãos. Deixe que ele vá e os avise para que assim não venham para este lugar de sofrimento."

- Mas Abraão respondeu: "Os seus irmãos têm a Lei de Moisés e os livros dos Profetas para os avisar. Que eles os escutem!"

- "Só isso não basta, Pai Abraão!", respondeu o rico. "Porém, se alguém ressuscitar e for falar com eles, aí eles se arrependerão dos seus pecados."

- Mas Abraão respondeu: "Se eles não escutarem Moisés nem os profetas, não crerão, mesmo que alguém ressuscite."


Refletindo
Recordando: a primeira parte da parábola fala de uma rico poderoso. Suas vestes são finas e elegantes indicam luxo e ostentação. Só pensa em banquetes suntuosos todos os dias.
Um aspecto interessante: nesta história o rico não tem nome, pois não tem identidade humana. Não era ninguém. sua vida era vazia de amor solidário, é um fracasso.
Junto à porta de sua mansão, está estendido um mendigo. Não está coberto de linho, mas de feridas repugnantes. Não sabe o que é um banquete. Não lhe dão nem pão que cai da mesa da rico para matar sua fome. Só alguns cachorros da rua se aproximam para lamber-lhe as feridas. Não tem ninguém, não possui nada. Só um nome cheio de promessas: Lázaro, que significa "Deus é ajuda". Estão próximos, apenas um dentro e outro fora de casa. São poucos metros de distância, mas um abismo os separa.

A segunda parte da narração apresenta uma reviravolta total. Ambos morrem e a morte os iguala. A riqueza não os diferencia. O pobre se salva pela misericórdia de Deus, por graça. O rico se condena por si mesmo, porque ele escolheu quando se isolou, se fechou, não quis ver, descobrir, ajudar o pobre que estava a seu lado.

Outro dado da parábola: depois da morte não há mais como mudar as coisas. O tempo de mudança é este, esta vida.


2. Meditação (Caminho) - Amar é necessário.
O que o texto diz para nós, hoje? Qual palavra mais nos toca o coração?

Pergunto-me se não estou deixando o tempo passar, deixando a conversão para depois.

A Igreja  nos fala de "conversão"..
Infelizmente, hoje, crescem cada vez mais as portas que se fecham, os muros que se erguem,  que separam as pessoas, que as impedem de ver e ouvir os gritos dos famintos, doentes, separados, excluídos, no sofrimento, na pobreza, os descartados.
A grande tragédia está nos muros levantados, nas cercas de proteção, nos portões eletrônicos que nos impedem de ver os rostos dos outros, que nos fecham sobre nós mesmos como se ninguém mais existisse.
É preciso escancarar as portas dos nossos preconceitos, da nossa insensibilidade, dos nossos pré-juízos, portas que nos fazem acostumar a ver famintos, necessitados, explorados.
O que Jesus lamenta é nossa insensibilidade, a nossa indiferença diante de quem vive na penúria. A riqueza, as roupas finas podem causar bloqueio do coração, um escândalo no mundo da pobreza. Os grandes banquetes pode ser um insulto num mundo onde reina a fome.
O fosso que separa o rico de Lázaro na parábola, se reflete na desigualdade cada vez maior, hoje, em nossa sociedade.

“No exercício de nossa liberdade, às vezes recusamos essa vida nova (cf. Jo 5,40) ou não perseveramos no caminho (cf. Hb 3,12-14). Com o pecado, optamos por um caminho de morte. Por isso, o anúncio de Jesus sempre convoca à conversão, que nos faz participar do triunfo do Ressuscitado e inicia um caminho de transformação. (DAp 351).

Comecemos como Lázaro, cujo nome  significa "Deus é ajuda", pedindo a ajuda de Deus, invocando o nome santo de Jesus.

3. Oração (Vida) -   Quantas vezes invocando o nome santo de Jesus fomos salvos. Vamos invocá-lo agora  para  ter a graça de viver o amor que partilha

Rezemos com toda a Igreja:   a Oração da Campanha da Fraternidade

Deus, nosso Pai, fonte da vida e princípio do bem viver,

criastes o ser humano e lhe confiastes o mundo como um jardim a ser cultivado com amor.

Dai-nos um coração acolhedor para assumir a vida como dom e compromisso.

Abri nossos olhos para ver as necessidades dos nossos irmãos e irmãs, sobretudo dos mais pobres e marginalizados.

Ensinai-nos a sentir verdadeira compaixão expressa no cuidado fraterno, próprio de quem reconhece no próximo o rosto do vosso Filho.

Inspirai-nos palavras e ações para sermos construtores de uma nova sociedade, reconciliada no amor.

Dai-nos a graça de vivermos em comunidades eclesiais missionárias,

que, compadecidas, vejam, se aproximem e cuidem daqueles que sofrem, a exemplo de Maria, a Senhora da Conceição Aparecida

e de Santa Dulce dos Pobres, Anjo Bom do Brasil.

Por Jesus, o Filho amado, no Espírito, Senhor que dá a vida.

Amém!

4. Contemplação(Vida/ Missão) -   Que o Senhor nos converta e com  Jesus comecemos  a transformar a história.

Nosso olhar de contemplação é um olhar de conversão que cancela tudo aquilo que em nossa vida é acomodação, indiferença, omissão, como evitar as pessoas que precisam de mim. Que Deus tenha piedade de nós.

Para nos fortificar nesta mudança de vida e assumirmos a defesa da vida, recebamos a bênção de dom Sérgio da Rocha

Bênção   DO CARDEAL SÉRGIO DA ROCHA:

Senhor, nosso Deus, concedei-nos nesta quaresma a graça da conversão e da reconciliação por meio da oração, da penitencia e da caridade. Dai-nos a graça de aprender convosco a  ser livres para amar, acolhendo a vida como dom e compromisso, valorizando e defendendo a vida, especialmente onde ela se encontra mais fragilizada e sofrida. Isto vos pedimos, em nome do Pai, e do Filho e do Espirito Santo. Amém.

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