Lc 16,19-31
LEITURA
ORANTE
Passo
a passo, a caminho com Jesus,
Estamos na 2ª Semana da quaresma
quando, hoje, contemplamos
que estamos vivendo um tempo de
conversão.
Caminhemos passo a passo com
Jesus.
Em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou
parte de seu Corpo,
membro da Igreja viva.
Trindade
Santíssima
- Pai, Filho, Espírito
Santo -
presente e atuante na Igreja e na
profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.
Em silêncio e na solidão.
Inclinamos a cabeça. Fechamos os
olhos.
Respiramos suavemente, e olhamos
através da imaginação,
para dentro do nosso coração.
Repetimos, respirando:
“Senhor Jesus, tem piedade de
nós".
Agora, ouçamos o que ele, o
Senhor nos diz
Neste tempo de repouso do
nosso coração no de Jesus,
em silêncio,
ouvimos o que ele nos quer
comunicar.
1. Leitura
(Verdade) - Vamos
"conhecer" mais sobre Jesus
O
que diz o texto do dia? Leiamos Lc 16,19-31.
Lucas traz uma parábola
inquietante que aborda a questão dos relacionamentos humanos. Vamos deixar que
esta parábola nos questione e ilumine a nossa vida.
Vemos de um lado um rico fechado
na sua riqueza que perde a sua humanidade e se condena não porque tenha feito
coisas más, mas porque ficou cego e surdo não viu nem ouviu o pobre com o corpo
cheio de feridas e doente à sua porta. Uma parábola de grande atualidade.
Vamos lê-la como Jesus a contou.
Jesus
contou:
-
Havia um homem rico que vestia roupas muito caras e todos os dias dava uma
grande festa. Havia também um homem pobre, chamado Lázaro, que tinha o corpo
coberto de feridas, e que costumavam largar perto da casa do rico. Lázaro
ficava ali, procurando matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do homem
rico. E até os cachorros vinham lamber as suas feridas. O pobre morreu e foi
levado pelos anjos para junto de Abraão, na festa do céu. O rico também morreu
e foi sepultado. Ele sofria muito no mundo dos mortos. Quando olhou, viu lá
longe Abraão e Lázaro ao lado dele. Então gritou: "Pai Abraão, tenha pena
de mim! Mande que Lázaro molhe o dedo na água e venha refrescar a minha língua
porque estou sofrendo muito neste fogo!"
-
Mas Abraão respondeu: "Meu filho, lembre que você recebeu na sua vida
todas as coisas boas, porém Lázaro só recebeu o que era mau. E agora ele está
feliz aqui, enquanto você está sofrendo. Além disso, há um grande abismo entre
nós, de modo que os que querem atravessar daqui até vocês não podem, como
também os daí não podem passar para cá."
-
O rico disse: "Nesse caso, Pai Abraão, peço que mande Lázaro até a casa do
meu pai porque eu tenho cinco irmãos. Deixe que ele vá e os avise para que
assim não venham para este lugar de sofrimento."
-
Mas Abraão respondeu: "Os seus irmãos têm a Lei de Moisés e os livros dos
Profetas para os avisar. Que eles os escutem!"
-
"Só isso não basta, Pai Abraão!", respondeu o rico. "Porém, se
alguém ressuscitar e for falar com eles, aí eles se arrependerão dos seus
pecados."
-
Mas Abraão respondeu: "Se eles não escutarem Moisés nem os profetas, não
crerão, mesmo que alguém ressuscite."
Refletindo
Recordando: a primeira
parte da parábola fala de uma rico poderoso. Suas vestes são finas e elegantes
indicam luxo e ostentação. Só pensa em banquetes suntuosos todos os dias.
Um aspecto interessante: nesta
história o rico não tem nome, pois não tem identidade humana. Não era ninguém.
sua vida era vazia de amor solidário, é um fracasso.
Junto
à porta de sua mansão, está estendido um mendigo. Não está coberto de linho,
mas de feridas repugnantes. Não sabe o que é um banquete. Não lhe dão nem pão que cai da
mesa da rico para matar sua fome. Só alguns cachorros da rua se aproximam para lamber-lhe
as feridas. Não tem ninguém, não possui nada. Só um nome cheio de promessas:
Lázaro, que significa "Deus é ajuda". Estão próximos, apenas um
dentro e outro fora de casa. São poucos metros de distância, mas um abismo os
separa.
A
segunda parte da narração apresenta uma reviravolta total. Ambos morrem e a
morte os iguala. A riqueza não os diferencia. O pobre se salva pela
misericórdia de Deus, por graça. O rico se condena por si mesmo, porque
ele escolheu quando se isolou, se fechou, não quis ver, descobrir, ajudar o
pobre que estava a seu lado.
Outro dado da parábola: depois da
morte não há mais como mudar as coisas. O tempo de mudança é este, esta vida.
2.
Meditação (Caminho) - Amar é necessário.
O que o texto diz para
nós, hoje? Qual palavra mais nos toca o coração?
Pergunto-me
se não estou deixando o tempo passar, deixando a conversão para depois.
A
Igreja nos fala de "conversão"..
Infelizmente, hoje, crescem
cada vez mais as portas que se fecham, os muros que se erguem, que
separam as pessoas, que as impedem de ver e ouvir os gritos dos famintos,
doentes, separados, excluídos, no sofrimento, na pobreza, os descartados.
A grande tragédia está nos
muros levantados, nas cercas de proteção, nos portões eletrônicos que nos
impedem de ver os rostos dos outros, que nos fecham sobre nós mesmos como se
ninguém mais existisse.
É preciso escancarar as portas
dos nossos preconceitos, da nossa insensibilidade, dos nossos pré-juízos,
portas que nos fazem acostumar a ver famintos, necessitados, explorados.
O
que Jesus lamenta é nossa insensibilidade, a nossa indiferença diante de quem
vive na penúria. A riqueza, as roupas finas podem causar bloqueio do coração,
um escândalo no mundo da pobreza. Os grandes banquetes pode ser um insulto num
mundo onde reina a fome.
O fosso que separa o rico
de Lázaro na parábola, se reflete na desigualdade cada vez
maior, hoje, em nossa sociedade.
“No
exercício de nossa liberdade, às vezes recusamos essa vida nova (cf. Jo 5,40)
ou não perseveramos no caminho (cf. Hb 3,12-14). Com o pecado, optamos por um
caminho de morte. Por isso, o anúncio de Jesus sempre convoca à conversão, que
nos faz participar do triunfo do Ressuscitado e inicia um caminho de
transformação.
(DAp
351).
Comecemos como Lázaro, cujo nome significa
"Deus é ajuda",
pedindo a ajuda de Deus, invocando o nome santo de Jesus.
3. Oração (Vida)
- Quantas vezes
invocando o nome santo de Jesus fomos salvos. Vamos invocá-lo agora para ter a graça de viver o amor
que partilha
Rezemos
com toda a Igreja: a Oração da Campanha da Fraternidade
Deus,
nosso Pai, fonte da vida e princípio do bem viver,
criastes
o ser humano e lhe confiastes o mundo como um jardim a ser cultivado com amor.
Dai-nos
um coração acolhedor para assumir a vida como dom e compromisso.
Abri
nossos olhos para ver as necessidades dos nossos irmãos e irmãs, sobretudo dos
mais pobres e marginalizados.
Ensinai-nos
a sentir verdadeira compaixão expressa no cuidado fraterno, próprio de quem
reconhece no próximo o rosto do vosso Filho.
Inspirai-nos
palavras e ações para sermos construtores de uma nova sociedade, reconciliada
no amor.
Dai-nos
a graça de vivermos em comunidades eclesiais missionárias,
que,
compadecidas, vejam, se aproximem e cuidem daqueles que sofrem, a exemplo de
Maria, a Senhora da Conceição Aparecida
e
de Santa Dulce dos Pobres, Anjo Bom do Brasil.
Por
Jesus, o Filho amado, no Espírito, Senhor que dá a vida.
Amém!
4.
Contemplação(Vida/ Missão) - Que
o Senhor nos converta e com Jesus comecemos a transformar a
história.
Nosso
olhar de contemplação é um olhar de conversão que cancela tudo aquilo que em
nossa vida é acomodação, indiferença, omissão, como evitar as pessoas que
precisam de mim. Que Deus tenha piedade de nós.
Para
nos fortificar nesta mudança de vida e assumirmos a defesa da vida, recebamos a
bênção de dom Sérgio da Rocha
Bênção
DO CARDEAL SÉRGIO DA ROCHA:
Senhor,
nosso Deus, concedei-nos nesta quaresma a graça da conversão e da reconciliação
por meio da oração, da penitencia e da caridade. Dai-nos a graça de aprender
convosco a ser livres para amar, acolhendo a vida como dom e compromisso,
valorizando e defendendo a vida, especialmente onde ela se encontra mais
fragilizada e sofrida. Isto vos pedimos, em nome do Pai, e do Filho e do
Espirito Santo. Amém.
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