sexta-feira, 31 de julho de 2020

O filho do carpinteiro



Iniciemos a  Leitura Orante, rezando:

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Espírito de verdade,
a ti consagro a mente e meus pensamentos:
ilumina-me.
Que eu conheça Jesus Mestre
e compreenda o seu Evangelho.

1. Leitura (Verdade)

Façamos a Leitura do texto do dia:
Mt 13,54-58, e observemos as pessoas, palavras, relacionamentos, lugares. Diz o texto:

Jesus voltou para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. Ele ensinava na sinagoga, e os que o ouviam ficavam admirados e perguntavam:
- De onde vêm a sabedoria dele e o poder que ele tem para fazer milagres? Por acaso ele não é o filho do carpinteiro? A sua mãe não é Maria? Ele não é irmão de Tiago, José, Simão e Judas? Todas as suas irmãs não moram aqui? De onde é que ele consegue tudo isso? Por isso ficaram desiludidos com ele.
Mas Jesus disse:
- Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra e na sua casa. Jesus não pôde fazer muitos milagres ali porque eles não tinham fé.

Refletindo
Jesus está na cidade onde havia sido criado: Nazaré.
Ensina na sinagoga – casa de oração do seu povo - e todos se admiram com sua sabedoria.
É a prova de que Jesus é o Filho de Deus e não apenas filho do carpinteiro, José.
Seus conterrâneos, talvez por baixa auto-estima, mas sobretudo, pela falta de fé, questionam a origem da autoridade dele: “De onde vem a sabedoria dele e o seu poder?” Não conseguem compreender que um conhecido deles seja Filho de Deus. E o rejeitam.. O Mestre vive uma experiência semelhante à dos profetas que também foram rejeitados, desprezados, até mortos de forma cruel. “Porque eles não tinham fé”, Jesus, não pode fazer ali, em Nazaré, muitos milagres.
2. Meditação (Caminho) 

O que o texto diz para nós, hoje?
Qual palavra mais nos toca o coração?

São muitas, mas nos detemos na última expressão: “Jesus não pode fazer muitos milagres ali porque eles não tinham fé”.
Atualizando: hoje o que podemos pensar?

O Papa Bento XVI, na abertura da Conferência de Aparecida, disse que, vive-se, atualmente, uma cultura "líquida", ou seja, dissolve-se a relação com Deus: Vivemos uma mudança de época, e seu nível mais profundo é o cultural. Dissolve-se a concepção integral do ser humano, sua relação com o mundo e com Deus; “aqui está precisamente o grande erro das tendências dominantes do último século... Quem exclui Deus de seu horizonte, falsifica o conceito da realidade e só pode terminar em caminhos equivocados e com receitas destrutivas” (Bento XVI, Discurso Inaugural). (DAp 44).

Compreendemos porque em nossa vida também não acontecem muitos milagres? Temos uma fé fraca, queremos que tudo seja provado, justificado, da forma como pensamos. Não aceitamos o diferente, que o projeto de Deus seja diferente do nosso. Temos dificuldade em aceitar verdades das pessoas com quem convivemos, iguais a nós. 
3.Oração (Vida) 
O que o texto nos leva a dizer a Ele?
Rezamos, agora, 68(69)

Respondei-me, ó Senhor, pelo vosso imenso amor.

1. Mais numerosos que os cabelos da cabeça / são aqueles que me odeiam sem motivo; / meus inimigos são mais fortes do que eu; / contra mim eles se voltam com mentiras! / Por acaso poderei restituir / alguma coisa que de outros não roubei? – R.

2. Por vossa causa é que sofri tantos insultos / e o meu rosto se cobriu de confusão; / eu me tornei como um estranho a meus irmãos, / como estrangeiro para os filhos de minha mãe. / Pois meu zelo e meu amor por vossa casa / me devoram como fogo abrasador; / e os insultos de infiéis que vos ultrajam / recaíram todos eles sobre mim! – R.

3. Por isso elevo para vós minha oração / neste tempo favorável, Senhor Deus! / Respondei-me pelo vosso imenso amor, / pela vossa salvação que nunca falha! – R.

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual o nosso novo olhar a partir da Palavra?
Nosso novo olhar é para ver além das aparências e 
reconhecer a presença de Deus nas pessoas e nas coisas mais simples.
Palavras para lembrar durante o dia: 
Jesus é o Filho de Deus e do carpinteiro

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

“Quando tudo irá acabar”, você pergunta?

Quando tudo irá acabar”, você pergunta?



“Quando tudo irá acabar”, você pergunta? “Que tal agora?” nós respondemos. No meio de um período histórico, sem precedentes e incerto em seu planeta Terra, você tem oportunidades incríveis de crescimento e de expansão espiritual . Mesmo agora, você pode encontrar a felicidade aceitando o poder, a beleza e a majestade do seu verdadeiro Eu.
Quando você se sente limitado, você tem a oportunidade de descobrir sua alma sem limites. Em um mundo onde correr não é tão fácil como era antes, e será novamente, leva tempo para se interiorizar. Sente-se e respire profundamente, inspire e expire, inspire e expire. Se quiser, ouça uma música suave. Ao inspirar, imagine uma luz interior ficando cada vez mais forte e brilhante e expandindo-se além do seu corpo. Ao expirar, relaxe nesta luz.
Ao relaxar, renda-se e permita que a respiração passe por você, você começará a experimentar sentimentos de profunda paz, expansão e talvez até de flutuação. Alguns de vocês podem até adormecer. Trabalharemos com você, se você estiver disposto, para ajudá-lo a começar a sentir a magnitude de sua alma ilimitada e expandida! 
Quando você se sente confinado, tem a oportunidade de descobrir suas liberdades internamente. Muitos de vocês ainda estão sendo solicitados a permanecer o máximo possível, e ainda dentro dos limites de suas limitações da 3D, você pode encontrar uma liberdade de alma além dos seus sonhos mais extraordinários. Para onde você gostaria de ir nesta terra? O que você gostaria de fazer? Feche os seus olhos e imagine que você está lá agora. Use o máximo de sentidos possível. O que você imagina ver, ouvir, sentir, cheirar? Quem está com você? Qual estação do ano é essa? Você está dentro ou fora de casa?
Você pode visitar a praia, a floresta, a família, ou os amigos apenas fechando os seus olhos. Seu corpo permanecerá onde está localizado, mas seu espírito não será limitado pelo espaço e pelo tempo. Se você pratica essa habilidade frequentemente, começará a sentir como se estivesse realmente no lugar que está imaginando, porque de fato o seu espírito realmente está! Se você deseja ir para lá na realidade 3D, simplesmente tenha esse desejo e realize-o. Suas “visitas internas” irão atrair a experiência na realidade exterior, em perfeita graça e tempo divino.
Quando você se sente fisicamente isolado, tem a oportunidade de se conectar de maneiras que nunca pensou ser possível. Suas almas não estão limitadas pela distância. Você pode viajar em espírito para abraçar alguém, fazer a cura com as mãos, oferecer encorajamento e apoio à alma.
Da próxima vez que você quiser dar um abraço físico em alguém, peça que ele faça um experimento com você. Feche seus olhos. Imagine os seus braços ao redor do outro. Sinta o abraço, sinta-o, esteja com ele e compare suas experiências. Se desejar, você pode praticar isso quando estiver conectado por telefone ou vídeo, para que possa descrever o abraço no outro.
Com a prática, seu Eu não-físico se tornará cada vez mais real para você. Embora um abraço físico seja realmente uma bênção, um abraço de almas pode ser uma experiência incrível e surpreendente de amor espiritual e feliz.
Quando se sente inseguro, você tem a oportunidade de criar.Há pouca certeza se você der seu poder ao mundo externo. As escolhas e desejos de mais de 7 bilhões de pessoas estão criando a realidade de consenso. No entanto, se você simplesmente vive de acordo com o seu coração no presente, pode ter certeza de que experimentará as coisas que sentiu, porque no minuto em que deseja. o universo começa a trabalhar para trazê-lo para você. Seu único trabalho é aproveitar a jornada e manter uma vibração alta, onde podemos orientá-lo.
Quando você sente escassez, tem a oportunidade de aceitar a abundância real.
A Fonte que vive e respira dentro de você não é limitada pelas condições humanas! Se você perdeu um emprego ou possui uma renda afetada pelas condições atuais, não está fadado a sentir falta. Abstenha-se de amaldiçoar o destino e conte as suas bênçãos. Mude sua energia interior para criar uma manifestação externa. Talvez você esteja recebendo uma abundância de tempo para descansar ou se interiorizar e criar um novo futuro. Talvez você precise pedir ajuda para poder experimentar a abundância de amor disponível para você.
Agradeça pela abundância já em sua vida – um lar, o alimento, amigos, família, saúde, o vasto céu acima. Desafie-se a ver um mundo abundante e em breve esse foco interno na abundância atrairá milagres e dinheiro de maneiras surpreendentes e agradáveis.
Se você estiver doente, terá a oportunidade de relaxar, render-se e permitir que a luz Divina seja seu curador. O criador  do mundo vive dentro de você com um modelo perfeito de integridade e saúde da sua alma. Além de sua assistência médica, receba luz solar, mesmo que seja apenas em uma janela ensolarada. Permita-se pedir e receber ajuda de outras pessoas que se preocupam com você. Concentre-se na sua luz interior e imagine-a dissolvendo qualquer escuridão no corpo. Descanse nos braços dos anjos. Estamos sempre aí, concentrando toda a nossa energia no espírito saudável.
Se você é um curador, um “trabalhador essencial”, ou alguém nas “linhas de frente”, por assim dizer, você tem a oportunidade de se concentrar na verdadeira proteção Divina. Deus os abençoe queridos anjos na terra, se vocês estiverem servindo aos outros no mundo da 3D durante esse período. Cuidem-se bem.

Envolva-se ao sair em uma bolha de uma bela luz. Imagine a luz inundando-o de cima e emanando exteriormente em todas as direções. Ame seus clientes ou pacientes e perceba que você é um dos corajosos que espalham o bem-estar.
Lembre-se também de que não importa o que você faça, o destino de todo ser humano está entre a alma deles e o Divino. Você pode amar. Você pode ajudar, curar e ajudar, mas não pode controlar o resultado para nenhum outro ser humano. Faça o que puder com muito amor e saiba que isso já é o suficiente.
Se você concorda ou não com máscaras, partidos políticos ou com as opiniões de outras pessoas, você tem a oportunidade de encontrar a paz interior.
Este é um momento em que é importante lembrar que “é melhor amar do que estar certo”. Na verdade, querido, o seu “direito” é adequado para você. Todos têm um “direito” único para eles que facilita o crescimento e a expansão de suas almas. Compartilhe suas opiniões, mas nunca as force a outras pessoas; se outros tentarem impor as suas opiniões sobre você, ouça educadamente ou se afaste. Se você precisar dizer alguma coisa, basta dizer: “Obrigado por compartilhar. Eu aprendi muito com o que você disse. Você aprendeu, querido! Você aprendeu sobre o que é importante para eles.
Não perca as oportunidades a cada momento. Este momento maravilhoso está propício para o crescimento, como nenhum outro. Quando isto acabar, é claro que você ainda poderá crescer. No momento, porém, você está em situações que tornam o crescimento uma necessidade. Você descobrirá uma profunda alegria quando escolher se expandir além das limitações da 3D previamente percebidas e aceitar as liberdades felizes de sua alma.
O melhor de tudo é que, ao aceitar o seu espírito ilimitado, você desenvolverá uma mentalidade e habilidades que o levarão adiante com maior graça, facilidade, segurança, abundância, bem-estar e alegria pelo resto de sua vida terrena.

quinta-feira, 30 de julho de 2020

O Reino dos céus é como a rede

Mt 13,47-53 - 

Preparamo-nos para a Leitura Orante, 

rezando com todos os internautas:

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Trindade Santíssima

- Pai, Filho, Espírito Santo -

presente e agindo na Igreja e na profundidade do meu ser.

Eu vos adoro, amo e agradeço.


1. Leitura (Verdade)

O que diz o texto do dia?
Lemos atentamente, na Bíblia,  o texto Mt 13,47-53, e observo as recomendações de Jesus.

O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que pegou peixes de todo tipo. Quando ficou cheia, os pescadores puxaram a rede para a praia, sentaram-se, recolheram os peixes bons em cestos e jogaram fora os que não prestavam. Assim acontecerá no fim do mundo: os anjos virão para separar os maus dos justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo. Aí haverá choro e ranger de dentes. Entendestes tudo isso? – “Sim”, responderam eles. Então ele acrescentou: “Assim, pois, todo escriba que se torna discípulo do Reino dos Céus é como um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”. Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali.

Refletindo

Jesus diz que o Reino é como uma rede lançada ao mar. Deve pescar tudo que for possível. Não importa a qualidade. Não compete aos pescadores julgar. Jesus fala que no final virão anjos para separar justos dos maus. E, no final, Jesus compara os escribas aos pescadores ou, ao pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas. O pai de família "tira" todas as coisas. Não as descarta.


2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, para nós, hoje?

Não é permitido julgar pelas aparências. Os líderes sabem distinguir isso. Porém, há chefes que podem confundir e descartar, jogar fora "peixes bons". A ideia da rede lembra a globalização, lembra solidariedade.


Atualizando

O texto nos faz recordar o que disseram os bispos em Aparecida: "Uma globalização sem solidariedade afeta negativamente os setores mais pobres. Já não se trata simplesmente do fenômeno da exploração e opressão, mas de algo novo: a exclusão social. Com ela a pertença à sociedade na qual se vive fica afetada na raiz, pois já não está abaixo, na periferia ou sem poder, mas está fora. Os excluídos não são somente "explorados", mas "supérfluos" e "descartáveis". (DAp 65).


3.Oração (Vida)

O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com outras orações e 
 concluímos com o 

 

Salmo 145


Feliz quem se apoia no Deus de Jacó!

 

1.    - Bendize, minha alma, ao Senhor! Bendirei ao Senhor toda a vida, / cantarei ao meu Deus sem cessar! – R.

2.     

3.    - Não ponhais vossa fé nos que mandam, / não há homem que possa salvar. / Ao faltar-lhe o respiro, ele volta  para a terra de onde saiu; / nesse dia seus planos perecem. – R.

 

- É feliz todo homem que busca  seu auxílio no Deus de Jacó / e que põe no Senhor a esperança. / O Senhor fez o céu e a terra, / fez o mar e o que neles existe. – R.

 

4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual é agora o nosso novo olhar a partir da Palavra?
Nosso novo olhar é de inclusão de todos, considerando a globalização com a condição ética de pôr tudo a serviço a pessoa humana, imagem e semelhança de Deus.

Bênção Bíblica

O Senhor o abençoe e guarde!
O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de você!
O Senhor lhe mostre seu rosto e lhe conceda a paz!' (Nm 6,24-27).
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Debate sobre o papel do Líder e aspectos da Liderança (Liderare)

O medo da morte - ampla e de várias facetas

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Podemos orar aos Santos?

Por Alessandro Lima

Desde os tempos apostólicos a Igreja ensina que os que morreram na amizade do Senhor, não só podem como estão orando pela salvação daqueles que ainda se encontram na terra. Tal conceito é conhecido como a intercessão dos santos.

A Doutrina

Sobre a doutrina da intercessão dos santos, o Catecismo da Igreja Católica ensina:
“Pelo fato que os do céu estão mais intimamente unidos com Cristo, consolidam mais firmemente a toda a Igreja na santidade… Não deixam de interceder por nós ante o Pai. Apresentam por meio do único Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, os méritos que adquiriram na terra… Sua solicitude fraterna ajuda, pois, muito a nossa debilidade.” (CIC 956)

Por tanto para a Igreja Católica, os santos intercedem por nós junto ao Pai, não pelos seus méritos, mas pelos méritos de Cristo Nosso Senhor, o único Mediador entre Deus e os homens.

A Intercessão dos Justos no Antigo Testamento

Deus manda Abimelec pedir as orações de Abraão por ele:
“Agora, pois, restituí a mulher a seu marido [Abraão] porque é profeta e rogará por ti, para que vivias” (Gn 20,7).

O povo de Israel pede as orações de Samuel:
“Roga ao Senhor, teu Deus, pelos seus servos, para que não morramos” (1Rs 12,19).

O Rei Joroboão pediu a intercessão de um justo:
“Então disse o rei ao homem de Deus: ‘Aplaca o Senhor, teu Deus, e roga por mim para que me seja restituída a mão’. O homem de Deus aplacou o Senhor e o rei pôde trazer de novo a si a mão, que se tornou tal como era antes.” (1 Rs 13,6).

Ozias pede a intercessão de Judite:
“Agora, pois, ora por nós, porque tu és uma mulher santa e temente a Deus” (Jdt 8,29).

Disse Deus aos amigos de Jó:
“Tomai, pois, sete touros e sete carneiros e vinde ter com meu servo Jó. Oferecei-os por vós em holocausto e meu servo Jó intercederá por vós. É em consideração a ele que não vos infligirei ignomínias por não terdes falado bem de mim, como Jó, meu servo” (Jo 42,8).

Como se vê é o próprio Deus que recomenda que oremos uns pelos outros.

Com efeito, ensinou também o Apóstolo Paulo:
“Nas contínuas orações que por vós fazemos, damos graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” (Col 1,3).

Jesus mesmo ensinou:
“Orai pelos que vos perseguem e caluniam” (Mt 5,44).

São Tiago ensinou:
“Orai uns pelos outros, para serdes salvos, porque a oração do justo, sendo fervorosa, pode muito” (Tg 5,16).

Tudo isso demonstra que Deus aceita a oração dos justos por nós.

Os Santos defuntos podem orar por nós

Alguém ainda poderia objetar: os exemplos até aqui são de vivos pedindo a oração de vivos e não de vivos pedindo a oração de mortos.

Primeiro, os justos que morreram na amizade de Deus estão vivos e não mortos.

É o próprio Cristo que o afirma:
“Ora, Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos; porque todos vivem para ele” (Lc 20,38).

Com efeito, os evangelhos relatam a presença de Moisés e Elias com Jesus no monte das oliveiras durante a sua transfiguração.

Em Jeremias lemos:
“E o Senhor disse-me: Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, a minha alma não se inclinaria para este povo; tira-os da minha face e retirem-se” (Jer 15,1).

No tempo do Profeta Jeremias ambos Moisés e Samuel já estavam falecidos. O texto bíblico ficaria totalmente sem sentido se os dois servos de Deus não estivessem vivos no mundo espiritual e se não pudessem interceder pelos que estão na terra. Em 1 Sm 28,14 temos mais uma evidência de que o Profeta Samuel estava muito vivo, apesar de falecido.

No Segundo Livro dos Macabeus também lemos:
“Este é o amador dos seus irmãos e do povo de Israel; este é Jeremias, profeta de Deus que ora muito pelo povo e pela santa cidade” (2 Mac 15,12-14).

Não só os santos defuntos rezam pelos que ainda vivem na terra, como também os santos anjos.

Em Zac 1,12-13 um anjo intercede a Deus por Jerusalém e várias cidades de Judá.

O arcanjo Rafael diz a Tobias:
“Quando rezavas com lágrimas, e sepultavas os mortos eu oferecia tua oração a Deus” (Tob 7,12).

Nosso Senhor Jesus Cristo, na parábola do Rico e Lázaro (Lc 16:19-31), nos mostra que mesmo após a morte o Rico (que estava no inferno) pede a intercessão de Abraão (que estava no céu), pelos seus parentes. Jesus não contaria esta parábola se os santos que morreram na esperança do Senhor, não pudessem rogar pelos vivos.

A comunhão dos Santos

O Apóstolo Paulo ensina que todos os fiéis cristãos estão unidos entre si como membros do corpo único de Cristo (cf. 1Coríntios 12,12-27), onde Nosso Senhor é a cabeça e nós seus membros:
“Mas, pela prática sincera da caridade, cresçamos em todos os sentidos, naquele que é a cabeça, Cristo. É por ele que todo o corpo – coordenado e unido por conexões que estão ao seu dispor, trabalhando cada um conforme a atividade que lhe é própria – efetua esse crescimento, visando a sua plena edificação na caridade” (Efésios 4,15-16).

Ora, estando Cristo no Céu e sendo a cabeça da Igreja, isso mostra que os fiéis defuntos também fazem parte do mesmo corpo místico de Nosso Senhor. Todos os fiéis sejam eles vivos ou mortos fazem parte do mesmo corpo, que é a Igreja, cuja cabeça é Jesus.

Logo, se todos somos membros do mesmo corpo místico, estamos unidos. E todos os bens e virtudes que um membro tem ou ganha pode ser comunicado a outro, assim como ocorre no corpo. Isso obviamente inclui as orações.

O livro do apocalipse é o livro que mais detalha o serviço que os Santos prestam a Deus. Eles se ocupam na oração (cf. Ap 5,8). Mas por que será que eles oram? Oram por nós que ainda estamos na caminhada.

Encontramos também a seguinte passagem:
“Quando abriu o quinto selo, vi sob o altar as vidas dos que tinham sido imolados por causa da Palavra de Deus e do testemunho que dela tinham prestado. E eles clamaram em alta voz: ‘Até quando, ó Senhor santo e verdadeiro, tardarás a fazer justiça, vingando nosso sangue contra os habitantes da terra?’ ” (Ap 6,9-10).

Os Santos estão pedindo por justiça e podem faze-lo porque estão na presença de Deus.

E não só podem orar, como oram e oferecem suas orações a Deus:
“Outro Anjo veio prostrar-se junto ao altar, com um turíbulo de ouro. Deram-lhe uma grande quantidade de incenso para que o oferecesse com as orações de todos os santos, sobre o altar de outro que está diante do trono.” (Ap 8,3).

O Apóstolo Paulo após referir-se aos Santos Mártires e Heróis na Fé do Antigo Israel (cf. Hb 11), logo em seguida diz que somos assistidos por eles e que são uma multidão de testemunhas nossas (cf. Hb 12,1).

Ora, o texto Paulino não faria qualquer sentido se não existisse a comunhão dos santos, isto é, a união mística dos fiéis vivos e defuntos num único organismo vivo que é a Igreja, corpo místico de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O Testemunho dos primeiros cristãos

Vejamos agora o que professava os cristãos no tempo em que não havia divisão na Cristandade, em relação à doutrina da intercessão dos santos:
“O Pontífice [o Papa] não é o único a se unir aos orantes. Os anjos e as almas dos juntos também se unem a eles na oração” (Orígenes, 185-254 d.C. Da Oração).
“Se um de nós partir primeiro deste mundo, não cessem as nossa orações pelos irmãos” (Cipriano de Cartago, 200-258 d.C. Epístola 57)
“Aos que fizeram tudo o que tiveram ao seu alcance para permanecer fiéis, não lhes faltará, nem a guarda dos anjos nem a proteção dos santos“. (Santo Hilário de Poitiers, 310-367 d.C).
“Comemoramos os que adormeceram no Senhor antes de nós: patriarcas, profetas, Apóstolos e mártires, para que Deus, por suas intercessões e orações, se digne receber as nossas.” (São Cirilo de Jerusalém, 315-386 d.C. Catequeses Mistagógicas).
“Em seguida (na Oração Eucarística), mencionamos os que já partiram: primeiro os patricarcas, profetas, apóstolos e mártires, para que Deus, em virtude de suas preces e intercessões, receba nossa oração” (São Cirilo de Jerusalém, 315-386 d.C. Catequeses Mistagógicas).
“Se os Apóstolos e mártires, enquanto estavam em sua carne mortal, e ainda necessitados de cuidar de si, ainda podiam orar pelos outros, muito mais agora que já receberam a coroa de suas vitórias e triunfos. Moisés, um só homem, alcançou de Deus o perdão para 600 mil homens armados; e Estevão, para seus perseguidores. Serão menos poderosos agora que reinam com Cristo? São Paulo diz que com suas orações salvara a vida de 276 homens, que seguiam com ele no navio [naufrágio na ilha de Malta]. E depois de sua morte, cessará sua boca e não pronunciará uma só palavra em favor daqueles que no mundo, por seu intermédio, creram no Evangelho?” (São Jerônimo, 340-420 d.C, Adv. Vigil. 6).
“Portanto, como bem sabem os fiéis, a disciplina eclesiástica prescreve que, quando se mencionam os mártires nesse lugar durante a celebração eucarística, não se reza por eles, mas pelos outros defuntos que também aí se comemoram. Não é conveniente orar por um mátir, pois somos nós que devemos encomendar suas orações” (Santo Agostinho, 391-430 d.C. Sermão 159,1)
“Não deixemos parecer para nós pouca coisa; que sejamos membros do mesmo corpo que elas (Santa Perpétua e Santa Felicidade) (…) Nós nos maravilhamos com elas, elas sentem compaixão de nós. Nós nos alegramos por elas, elas oram por nós (…) Contudo, nós todos servimos um só Senhor, seguimos um só Mestre, atendemos um só Rei. Estamos unidos a uma Cabeça; nos dirigimos a uma Jerusalém; seguimos após um amor, envolvendo uma unidade” (Santo Agostinho, 391-430 d.C. Sermão 280,6)
“Por vezes, é a intercessão dos santos que alcança o perdão das nossas faltas [1Jo 5,16; Tg 5,14-15] ou ainda a misericórdia e a fé” (São João Cassiano. 360-435 d.C. conferência 20).

Marta e Maria recebem


Preparamo-nos para a Leitura Orante, 
fazendo uma rede de comunicação e 
comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas 
que se encontram neste ambiente virtual.
 Rezamos, em sintonia com a Santíssima Trindade.

Espírito Santo
que procede do Pai e do Filho,
tu estás em mim, falas em mim,
rezas em mim, ages em mim.
Ensina-me a fazer espaço à tua palavra,
à tua oração,
à tua ação em mim
para que eu possa conhecer
o mistério da vontade do Pai.
Amém.
1. Leitura (Verdade) -  Vamos "conhecer"
O que diz o texto do dia? Leiamos o texto: Lc 17,5-10O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Lc 10,38-42 e observo pessoas, palavras, relações com Jesus.
Jesus e os seus discípulos continuaram a sua viagem e chegaram a um povoado. Ali uma mulher chamada Marta o recebeu na casa dela. Maria, a sua irmã, sentou-se aos pés do Senhor e ficou ouvindo o que ele ensinava. Marta estava ocupada com todo o trabalho da casa. Então chegou perto de Jesus e perguntou:
- O senhor não se importa que a minha irmã me deixe sozinha com todo este trabalho? Mande que ela venha me ajudar.
Aí o Senhor respondeu:
- Marta, Marta, você está agitada e preocupada com muitas coisas, mas apenas uma é necessária! Maria escolheu a melhor de todas, e esta ninguém vai tomar dela.

Refletindo

Jesus chama a atenção de Marta. Mas ela não foi censurada porque estava trabalhando, mas porque estava “agitada, ansiosa, inquieta por tantas coisas”.
Maria é elogiada não por estar sentada, acomodada, mas por estar “à escuta da Palavra”.
A escuta da Palavra de Deus deve ter prioridade em relação as nossas ocupações do dia-a-dia.
A preocupação e a correria pelo trabalho, não só causam cansaço e até estresse;mas podem também reduzir nossa atividade a simples barulho, se não houver uma pausa para a escuta da Palavra. Jesus nos quer ensinar que - escuta da Palavra e trabalho - não devem constituir um dualismo. Tanto uma como outra são atividades que nos acompanham e nos sustentam .
O Evangelho de hoje não conclui qual foi a decisão de Marta, após as palavras de Jesus. Provavelmente foi se acalmar aos pés do Mestre. E, no fim deste momento especial, Maria e Marta foram, juntas, preparar a refeição.
2. Meditação (Caminho) 
Amar e imitar Jesus 
O que o texto diz para nós, hoje? 
Qual palavra mais nos toca o coração?

Temos muitas preocupações e agitamo-nos com muitas coisas como Marta?
Ou, somos capaz de escolher a “melhor parte”, à escuta da Palavra? Como Marta implicamo-nos que outras pessoas ficam tranquilas , “sentadas”, em oração ou à escuta da Palavra?
Conseguimo-nos ser  pessoas ativa e reflexiva, ao mesmo tempo?

Meditando

Os bispos na Conferência de Aparecida disseram: “Para ficar parecido verdadeiramente com o Mestre é necessário assumir a centralidade do Mandamento do amor, que Ele quis chamar seu e novo: “Amem-se uns aos outros, como eu os amei” (Jo 15,12). Este amor, com a medida de Jesus, com total dom de si, além de ser o diferencial de cada cristão, não pode deixar de ser a característica de sua Igreja, comunidade discípula de Cristo, cujo testemunho de caridade fraterna será o primeiro e principal anúncio, “todos reconhecerão que sois meus discípulos” (Jo 13,35).” (DAp 138).

3.Oração (Vida) Para  viver a vida trinitária
O que o texto nos leva a dizer a Deus?

Rezamos, espontaneamente, com salmos ou outras orações
e concluímos:
Espírito vivificador,
a ti consagro o meu coração:
aumenta em mim o amor a Jesus,
Vida da minha vida.
Faze-me sentir filho amado do Pai.
 Amém.
4. Contemplação (Vida e Missão) Com  Jesus  transformar a história.
Qual nosso novo olhar a partir da Palavra?

Nosso novo olhar é hoje direcionado
à centralidade do mandamento do amor.

Bênção Bíblica
O Senhor o abençoe e guarde!
O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de você!
O Senhor lhe mostre seu rosto e lhe conceda a paz!’ (Nm 6,24-27).

Quanto de bagagem você leva para esta viagem?

Bate-papo Parapsíquico | SINALÉTICA PARAPSÍQUICA

Tertúlia Conscienciologia 5290 - Alexandria (Geopoliticologia)

terça-feira, 28 de julho de 2020

A Lei de Moisés terminou por ocasião da morte de Cristo?

Autor: Jesús Mondragón (Saulo de Tarso)
Fonte: https://www.facebook.com/jesus.mondragon.180
Tradução: Carlos Martins Nabeto

– Não basta dizer: “Está na Bíblia!” O Antigo Testamento era exclusivo para os judeus e o Novo Testamento para os cristãos.

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Compreender a diferença entre Antigo e Novo Testamento é vital para o estudo honesta da Bíblia. Muitas das diferenças doutrinárias entre cristãos católicos e evangélicos são automaticamente resolvidas quando este tema é bem compreendido.

Não basta dizer: “Está na Bíblia!”; o que realmente importa é: em que parte da Bíblia? No Antigo ou no Novo Testamento? Expliquemos:

Com a queda de Adão e Eva, o gênereo humano, mortalmente ferido pelo pecado, cai em tal grau de decadência, maldade e erro que Deus se vê obrigado a exterminar a humanidade pelos excessos a que chegaram:
“E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração. E disse o Senhor: ‘Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito'” (Gênesis 6,5-7).

A fim de brindar a humanidade com um novo e melhor começo, Deus eleva o homem de seu estado de total miséria, sem leis escritas, onde a idolatria (adoração de falsos deuses), a degeneração sexual, os assassinatos e um sem fim de depravações eram o pão cotidiano, sem a lei do mundo pagão, antes e depois do dilúvio universal.

O ANTIGO TESTAMENTO REPRESENTA A ETAPA INFANTIL DA HUMANIDADE
“E o Senhor sentiu o suave cheiro, e o Senhor disse em seu coração: ‘Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice, nem tornarei mais a ferir todo o vivente, como fiz'” (Gênesis 8,21).

Deus forma um povo, o povo de Israel, uma nação entre todas as nações, com quem faz uma “aliança”; a ela dará seus Mandamentos em forma escrita através de Moisés. Mas não devemos nos confundir: esta Lei ou Aliança era única e exclusiva do povo de Israel; todos os demais povos e nações ficavam de fora desta Aliança, que hoje conhecemos como “Antigo Testamento” ou “Lei de Moisés”.
“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êxodo 19,5-6).
“Mostra a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e os seus juízos a Israel. Não fez assim a nenhuma outra nação; e quanto aos seus juízos, não os conhecem” (Salmo 147,19-20).
“Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados ‘incircuncisão’ pelos que na carne se chamam ‘circuncisão’ feita pela mão dos homens; que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo” (Efésios 2,11-12).

CONTUDO, DEUS QUER QUE TODOS OS HOMENS SE SALVEM
“Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade” (1Timóteo 2,3-4).

Como Deus quer a salvação de todos os homens, a Antiga Aliança ou Testamento representa uma superação do homem pagão, sem lei, a uma etapa de lei escrita que busca a elevação da humanidade para chegar em Deus. Porém, o homem é ainda criança e precisa amadurecer, chegar à plenitude dos tempos e comportar-se com adulto:
“Assim também nós, quando éramos meninos, estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo. Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (Gálatas 4,3-5).

O ANTIGO TESTAMENTO ERA UM TREINAMENTO PARA O NOVO TESTAMENTO

O Antigo Testamento apresenta figuras; o Novo Testamento, a realidade:
“Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir” (Romanos 5,13-14).
“E estas coisas [do Antigo Testamento] foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram” (1Coríntios 10,6).
“Os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: ‘Olha, faze tudo conforme o modelo que no monte se te mostrou'” (Hebreus 8,5).
“Que é uma figura para o tempo presente, em que se oferecem dons e sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço” (Hebreus 9,9).
“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados, que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” (Colossenses 2,16-17).

O NOVO TESTAMENTO É MELHOR E SUPERA O ANTIGO TESTAMENTO
“De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a ordem de Arão? Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei. (…) Porque o precedente mandamento é abrogado por causa da sua fraqueza e inutilidade (pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou) e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus” (Hebreus 7,11-19).
“Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam” (Hebreus 10,1).
“Provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados” (Hebreus 11,40).

O ANTIGO TESTAMENTO TERMINOU POR OCASIÃO DA MORTE DE CRISTO E ENTÃO INICIA O NOVO TESTAMENTO
“A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele” (Lucas 16,16).
“Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz” (Efésios 2,15).
“Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus” (Romanos 7,4).
“Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Romanos 10,4).

Apesar de tudo o que vimos até aqui, as seitas afirmam que Jesus Cristo não anulou a lei do Antigo Testamento e tomam por referência o seguinte texto:
“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus” (Mateus 5,17-19).

A LEI RITUAL E A LEI NATURAL OU MORAL

É importante saber que entre as leis que Deus entregou a Moisés existem dois tipos de leis: a lei cerimonial ou ritual; e a lei natural ou moral.

A lei cerimonial refere-se às leis que podem ser alteradas (como, p.ex., o sacrifício de animais) e rituais (como a proibição de se fazer imagens ou o dia de sábado), que não são necessárias para a salvação. Por isso podem ser alteradas.

A lei natural é a que sempre existiu, mesmo antes de Moisés, ainda que não tenha sido escrita (como [a proibição do] assassinato, adultério, incesto etc.). Sempre, em todo tempo e lugar, constitui um pecado; ou seja: a lei natural ou moral refere-se à conduta humana, indispensável para a salvação e, por isso, não altera nunca.

Jesus fala de não alterar a Lei e os Profetas, mas imediatamente começa a alterar os Mandamentos da Lei de Moisés:
“Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás’; mas qualquer que matar será réu de juízo. Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: ‘Raca’, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: ‘Louco’, será réu do fogo do inferno” (Mateus 5,21-22).

E assim continua até o final do capítulo 5 de Mateus, alterando a Lei de Moisés.

Jesus se contradisse? Claro que não! O que ocorre é que no Antigo Testamento a lei moral ainda é deficiente e deve ser aperfeiçoada, a fim de atualizá-la para o novo ambiente cultural cristão. Tanto é verdade, que o versículo 20 diz:
“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mateus 5,20).

Os escribas e fariseus eram escrupulosos cumpridores da Lei de Moisés quanto ao cerimonial, mas não da lei natural ou moral. O próprio Jesus lançará na cara deles seu escrupuloso apego à lei ritual e seu total descumprimento da lei moral:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas” (Mateus 23,23).

Outra passagem da Escritura que põe de manifesto a deficiência da Lei de Moisés no campo moral é esta:
“Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: ‘É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?’ Ele, porém, respondendo, disse-lhes: ‘Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez?’ E disse: ‘Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne?’ Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem’. Disseram-lhe eles: ‘Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?’ Disse-lhes ele: ‘Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim'” (Mateus 19,3-8).

Como vemos, a lei natural ou moral é a mesma desde a criação do mundo. Cristo diz: “ao princípio não foi assim” – não pode alterar; mas a Lei de Moisés era imperfeita, como vimos ao longo deste artigo.

Se os protestantes insistem que a Lei de Moisés não foi cancelada por Jesus, por que eles não a cumprem? A Lei de Moisés estipula numerosos sacrifícios de animais e prescrições que não são em nada compatíveis com a lei do amor e da misericórdia do Novo Testamento; p.ex., a Lei de Moisés manda:
Apedrejar os idólatras, sectários e hereges: Deuteronômio 13,11; 17,5.
Apedrejar os filhos rebeldes: Deuteronômio 21,21.
Apedrejar os adúlteros: Deuteronômio 22,21.
Queimar os fornicadores: Gênesis 38,24; Levítico 21,9.

A lista seria interminável. Ademais, quem cumpre qualquer uma das leis de Moisés está obrigado a cumprí-la inteira, pois quem falha em um dos mandamentos da Lei peca contra toda a Lei:
“Todos aqueles, pois, que são das obras da lei estão debaixo da maldição; porque está escrito: ‘Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las'” (Gálatas 3,10).
“Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos. Porque aquele que disse: ‘Não cometerás adultério’, também disse: ‘Não matarás’. Se tu pois não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei” (Tiago 2,10-11).

Se os protestantes desejam cumprir a Lei do Antigo Testamento de qualquer jeito, devem cumprí-la por inteiro; mas qualquer pessoa pode ver que eles o dizem, mas não a cumprem. A contradição é a nota distintiva dos cristãos evangélicos e das demais seitas. Isto nos faz lembrar uma frase do Apóstolo São Paulo:
“Querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam” (1Timóteo 1,7).

Tudo isso significa que os católicos desprezam o Antigo Testamento? Absolutamente não! Ainda que as suas leis rituais já não estejam em vigor, é Palavra de Deus revelada ao homem e sem o Antigo Testamento não poderíamos compreender o Novo, como já dizia o grande Santo Agostinho:
“O Novo Testamento está oculto no Antigo e o Antigo nos é aberto no Novo”.

Sem o Antigo Testamento a Bíblia não estaria completa. Cristo cumpriu a Antiga Aliança ou Testamento e, ao cumprí-lo, começou uma Nova Aliança, já não apenas com os judeus, mas com toda a humanidade.

Os cristãos católicos não são judeus. São cristãos e não estão sob a Lei de Moisés.

Logo, não basta dizer: “Está na Bíblia”; deve-se ver em qual parte da Bíblia.

Antigo ou Novo Testamento? Novo Testamento!