Ainda escreverei muito mais sobre o
que aprendi, mas, por enquanto, gostaria de fazer aos pais um breve apelo,
que praticamente todos os palestrantes fizeram e eu faço questão de repetir: não dê um
smartphone ao seu filho.
Parece loucura imaginar que, uma
década atrás, smartphones eram incomuns. Muitas pessoas sequer tinham um
celular em mãos. Agora, de acordo com a premiada jornalista e escritora Nancy
Jo Sales — autora de American Girls: Social Media and the Secret
Lives of Teenagers —, praticamente todas as
interações sociais (e sexuais) dos adolescentes foram canalizadas para os
pequenos e frenéticos aparelhos que eles carregam consigo para onde quer que
vão. Isso tem feito crescerem ocyberbullying, o consumo e a
produção de pornografia e até mesmo o suicídio e a exploração sexual entre
jovens. Adolescentes — e crianças — são puxados para dentro das redes
sociais, do Facebook ao Instagram, do Snapchat a outra meia dúzia de
aplicativos desconhecidos, onde as interações e os conteúdos são selecionados
apenas pelas crianças que os acessam, livres de qualquer supervisão dos pais
ou adultos.
Os adolescentes sabem que isso está
tornando as suas vidas miseráveis. As meninas com quem conversou a jornalista
Nancy Sales também lhe contaram isso. Mas elas também revelaram não ter
saída. Como hoje a maior parte da vida das pessoas se passa online,
optar por sair é como escolher o isolamento voluntário. As “moedas de troca”
geralmente envolvem imagens de nudez, sexo explícito ou “selfies” — e, cada vez
mais, também isso deixou de ser opcional.
Os pais são incapazes de controlar
esse novo mundo dos adolescentes. Em muitos casos, eles sequer conseguem
penetrar o seu interior. É por isso que um pai ficou tão perplexo quando sua
filha se enforcou depois de um adolescente cruelmente publicar um vídeo seu
tomando banho no Snapchat — aquela tinha sido, na verdade, a primeira vez em
que o pai, desolado, ouviu falar de “Snapchat”. Para os pais que desejam
resgatar os seus filhos da “selva da Internet” ou poupá-los do sofrimento que
está devastando milhões de pessoas, há algumas alternativas. Diálogo honesto
e conversas francas. Fiscalização atenta do uso das redes sociais. Programas
especiais e filtros de Internet em todos os aparelhos de tecnologia.
Mas, por hoje, eu gostaria de
indicar apenas uma coisa: não dê um smartphone ao seu filho.
Esse conselho tem me tornado
bastante impopular em alguns ambientes. Um dia desses, durante apresentação
em uma escola, um adolescente me cumprimentou com sarcasmo: “Então você é
aquele que disse aos meus pais que eu não deveria ter um celular”. Mas isso é
essencial. As crianças e a maior parte dos adolescentes não precisam de um
celular com acesso à Internet. Eles não precisam de acesso ininterrupto aos
sites de mídia social que os submetem mais à influência de seus colegas que à
de seus pais. Eles não precisam da pressão social que
inevitavelmente —inevitavelmente — advém da entrada em um mundo com novos
padrões e novas “moedas de troca”. E, acima de tudo, eles não devem
ter acesso a toda a pornografia que a web pode oferecer, a todo
esse material sujo criando novos e destrutivos modelos de comportamento —
modelos com os quais toda a juventude, para além dos Estados Unidos, está
começando a se conformar, seja por pressão, por violência ou por escolha
própria.
Escutei dezenas de histórias nesse
fim de semana, de pais que se surpreenderam encontrando os seus filhos
assistindo a pornografia pesada em seus smartphones. Crianças com idade menor
que a média de primeira exposição a pornografia, que costumava ser 11 anos.
Agora são 9. Essas crianças, em alguns breves momentos de espanto e terror,
têm roubada a sua inocência. Seus mundos mudam por completo naquele momento.
Elas não podem “desver” o que viram. Elas sequer deveriam ter acesso a isso,
para começo de história.
Por isso, não coloque
um smartphone na mão do seu filho.
Eu entendo que os adolescentes
tendem mais a precisar realmente de um celular. Meus pais me compraram um
telefone celular quando eu tirei a carteira de habilitação — não para que eu
interagisse com meus amigos e entrasse na Internet, mas para que eles
entrassem em contato comigo e eu tivesse um meio de me comunicar quando
estivesse fora, essas coisas. Meus primeiros celulares não tinham acesso à
Internet, e eu não perdi nada com isso. Confesso que às vezes gostaria que
meu telefone atual também não tivesse Internet, porque eu sou culpado,
juntamente com esta geração, de desperdiçar tempo no meu telefone quando
poderia estar fazendo alguma coisa (qualquer coisa, na verdade) mais
produtiva. Mas, quando adolescentes precisam de um telefone, mesmo assim eles
não precisam de um telefone com acesso à Internet. Um telefone que lhes
permita fazer ligações e mandar mensagens é bom o suficiente. Eles não
precisam estar constantemente conectados às redes sociais, não precisam de
Snapchat (um aplicativo que pode arruinar vidas em questão de segundos) e
eles definitivamente não devem ter acesso à pornografia selvagem com a qual
quase inevitavelmente irão se deparar.
Não dê aos produtores pornográficos
o acesso que eles tanto procuram aos seus filhos. Eles sabem que crianças e
adolescentes são mais propensos a encontrar pornografia em seus celulares, e
é por isso que eles fizeram um esforço gigantesco nos últimos anos para criar
material pornô que pudesse ser visto e transmitido via aparelhos móveis. Eles
sabem como chegar aos seus filhos: por meio de um smartphone.
Não
dê um ao seu filho.
Fonte: LifeSiteNews.com | Tradução: Equipe Christo
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smartphone ao seu filho apareceu primeiro em Bíblia Católica News.
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terça-feira, 29 de agosto de 2017
Não dê um smartphone ao seu filho
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