Farmacêuticos
uruguaios na mira dos narcotraficantes.
Cinquenta farmácias uruguaias manifestaram no mês de
junho disposição de vender maconha em suas lojas. Porém, com a
comercialização legal da droga essas farmácias verificaram terem-se
metido em uma perigosa enrascada.
O pretexto da imoral lei foi que legalizando a droga se
combateria o narcotráfico lhe tirando consumidores. Mas aí começaram os
pesadelos. Os atravessadores da droga, responsáveis pelo maior número
de mortes, ficariam com a maconha ao alcance da ponta de suas armas,
sem precisar procurar mais longe.
Ademais, os farmacêuticos passariam a competir com bandos
extremamente violentos tirando-lhes a clientela das bocas de expedição
ilegal controladas por eles. O preço pago por esse ‘atentado’ às redes
criminosas costuma ser encharcado de cadáveres e sangue.
Não há maconha,
mas temos chazinhos... : medo toma conta das farmácias
O atual presidente, Tabaré Vázquez, continuador ideológico do
presidente Mujica que promoveu a legalização da maconha, manifestou em
entrevista à Televisión Nacional que “na maioria dos ‘territórios’ onde
as farmácias vão vender maconha já existem narcotraficantes, e esses
são implacáveis se alguém disputa seu negócio. Inclusive entre eles
próprios, em ajustes de contas”.
“Suponhamos que o farmacêutico tenha boa saída, e o narco
do bairro começa a perder seu negócio. Certamente vão ir à farmácia e
dizer ao dono: 'olha, se você continuar vendendo, isto pode pegar fogo
ou você poderá talvez ter um acidente'”.
Tabaré Vásquez insistiu na implementação da lei e prometeu
“toda a proteção do Estado aos comercializadores legais. Não podemos
ceder ante o crime organizado. Temos de ser fortes”, acrescentou.
Agora, o que a sociedade uruguaia sente na própria pele,
julgando-se desprotegida, é precisamente a falta de força do Estado
contra o crime organizado. As lindas promessas dos políticos não vão
tirar os farmacêuticos da mira das impiedosas gangues.
Então a lei que dizia ser instrumento contra o narcotráfico
assassino e um fator de paz e segurança, acabará criando o oposto: uma
situação insustentável para os farmacêuticos, sujeitos a requintes da
criminalidade.
( * ) Luis Dufaur é
escritor, jornalista, conferencista de política internacional e
colaborador da ABIM
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário