domingo, 18 de setembro de 2016

EVANGELHO QUOTIDIANO

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

 1ª Carta aos Coríntios 15,35-37.42-49.
Irmãos: Alguém poderia perguntar: «Como ressuscitam os mortos? Com que espécie de corpo voltam eles?».
Insensato! O que tu semeias não volta à vida sem morrer.
E o que semeias não é a planta que há-de nascer, mas um simples grão, de trigo, por exemplo, ou de qualquer outra espécie.
Assim é também a ressurreição dos mortos: semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível;
semeado desprezível, ressuscita glorioso; semeado na fraqueza, ressuscita cheio de força;
semeado como corpo natural, ressuscita como corpo espiritual. Se há um corpo natural, também há um corpo espiritual.
Assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi criado como um ser vivo; o último Adão tornou-se um espírito que dá vida.
O primeiro não foi o espiritual, mas o natural; depois é que veio o espiritual.
O primeiro homem, tirado da terra, é terreno; o segundo homem veio do Céu.
O homem que veio da terra é o modelo dos homens terrenos; o homem que veio do Céu é o modelo dos homens celestes.
E assim como trouxemos em nós a imagem do homem terreno, traremos também em nós a imagem do homem celeste.

Livro de Salmos 56(55),10.11-12.13-14.
Então os meus inimigos retrocederão
no dia em que eu clamar;
bem sei que o Senhor está por mim.
Enalteço a palavra do Senhor, enalteço a promessa do Senhor.

Em Deus confio e nada temo: que poderão fazer-me os homens?
Oferecer-Vos-ei sacrifícios de ação de graças,
porque salvastes a minha vida da morte; preservastes os meus pés da queda, para andar na vossa presença, à luz da vida.



Evangelho segundo S. Lucas 8,4-15.
Naquele tempo, reuniu-se uma grande multidão, que vinha ter com Jesus de todas as cidades, e Ele falou-lhes por meio da seguinte parábola:
«O semeador saiu para semear a sua semente. Quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho: foi calcada e as aves do céu comeram-na.
Outra parte caiu em terreno pedregoso: depois de ter nascido, secou por falta de humidade.
Outra parte caiu entre espinhos: os espinhos cresceram com ela e sufocaram-na.
Outra parte caiu em boa terra: nasceu e deu fruto cem por um». Dito isto, exclamou: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça».
Os discípulos perguntaram a Jesus o que significava aquela parábola
e Ele respondeu: «A vós foi concedido conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros serão apresentados só em parábolas, para que, ao olharem, não vejam, e, ao ouvirem, não entendam.
É este o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus.
Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem, mas depois vem o diabo tirar-lhes a palavra do coração, para que não acreditem e se salvem.
Os que estão em terreno pedregoso são aqueles que, ao ouvirem, acolhem a palavra com alegria, mas, como não têm raiz, acreditam por algum tempo e afastam-se quando chega a provação.
A semente que caiu entre espinhos são aqueles que ouviram, mas, sob o peso dos cuidados, da riqueza e dos prazeres da vida, sentem-se sufocados e não chegam a amadurecer.
A semente que caiu em boa terra são aqueles que ouviram a palavra com um coração nobre e generoso, a conservam e dão fruto pela sua perseverança».


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
Breviloquium, Prólogo, 2-5
«A semente é a palavra de Deus»

A origem da Escritura não se situa na investigação humana, mas na Revelação divina que provém do «Pai das Luzes», «a quem toda a paternidade no céu e na terra vai buscar o nome» (Tim 1,17; Ef 3,15). Dele, por seu Filho Jesus Cristo, se derrama em nós o Espírito Santo. Pelo Espírito Santo, que distribui os seus dons a cada um de nós segundo a sua vontade (Heb 2,4), é-nos dada a fé e «pela fé, Cristo habita nos nossos corações» (Ef 3,17). Deste conhecimento de Jesus Cristo deriva, como de uma fonte, a solidez e a inteligência de toda a Sagrada Escritura. É, pois, impossível entrar no conhecimento de Escritura sem possuir em primeiro lugar a fé infusa em Jesus Cristo, que é a luz, a porta e o alicerce de toda a Escritura. [...]

O resultado ou o fruto da Sagrada Escritura [...] é a plenitude da felicidade eterna. Porque a Escritura encerra «as palavras de vida eterna» (Jo 6,68); portanto, ela não foi escrita só para que acreditemos, mas também para que possuamos a vida eterna na qual veremos e amaremos, e onde os nossos desejos serão inteiramente satisfeitos. Então, com os desejos satisfeitos, conheceremos verdadeiramente «o amor que ultrapassa todo o conhecimento» e assim ficaremos «cheios da plenitude de Deus» (Ef 3,19). É nesta plenitude que a divina Escritura se esforça por nos introduzir; é em vista deste fim, é com esta intenção que a Sagrada Escritura deve ser estudada, ensinada e entendida.

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