Jesus foi um exemplo vivo da prática do amor e da caridade, que se constituem em fundamentos básicos do Cristianismo.
Para o Espiritismo, que é uma Doutrina essencialmente cristã, o amor e a caridade constituem-se em deveres inadiáveis para seus adeptos.
Na realidade, o amor e a caridade inter-relacionam-se estreitamente. O primeiro é o sentimento maior, herdado de Nosso Pai Eterno, que temos por dever engrandecê-lo, cada vez mais, pela sua exteriorização a Deus e aos semelhantes. A caridade é o instrumento que nos possibilita a distribuição de benefícios inúmeros aos semelhantes, externando amor e engrandecendo a nossa faculdade íntima de amar.
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A Caridade no Espiritismo
Em “O Livro dos Espíritos”(1), a caridade cristã está definida como “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.” Já no “O Evangelho Segundo o Espiritismo”(2), Allan Kardec elucida-nos que não podemos amar a Deus sem praticar a caridade para com o próximo; que a beneficência, praticada sem ostentação, presta-se a caridade material e à caridade moral, sendo que só esta resguarda a suscetibilidade do beneficiado, permitindo-o aceitar o benefício sem dano ao seu amor próprio; e que, enfim, todos os deveres do homem podem ser resumidos nesta máxima: “Fora da caridade não há salvação.”
Léon Denis(3) também nos ensina que a caridade é a virtude por excelência; que só ela nos dá a chave dos destinos elevados; que a caridade material tem aplicação limitada, em forma de socorro, apoio e animação aos semelhantes, mas que a caridade moral pode ser estendida a todos os que participam da nossa existência neste mundo; e que tudo o que fizermos pelos irmãos, em atos, sentimentos e pensamentos, fica gravado no perispírito, de modo permanente, garantindo-nos recompensas em existências futuras. Portanto, a prática da caridade, provando amor a Deus e aos semelhantes, é o meio superior e seguro de conquistarmos grandes virtudes e ascensão na hierarquia espiritual, com resultados venturosos.
Ainda, ao adotarmos, no dia-a-dia, a máxima “Fora da caridade não há salvação”, estamos firmemente empenhados na prática do Mandamento Maior, que é a Lei de Amor a Deus e aos Semelhantes. Isso exige, evidentemente, de nós: trilhar, de modo incansável, as sendas da bondade e das virtudes; libertar do egoísmo, da vaidade e do orgulho; tratar, de modo fraterno e justo, todos como irmãos; buscar sempre o aprimoramento pessoal para poder melhor servir; cumprir todos os deveres pessoais e sociais; e respeitar os direitos e as crenças humanas.
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Lições dos Bons Espíritos
Os Bons Espíritos, através de diversos médiuns brasileiros, têm nos ensinado novas lições sobre a caridade e nos estimulado à prática de ações simples, que não envolvam, necessariamente, o uso de dinheiro, mas que são também formas de sermos mais amorosos.
Eis um breve resumo dessas lições dos Espíritos Amigos contida em diversos livros espíritas.
Por essas lições aprendemos que praticar a caridade é:
Fazer o bem, pacientemente. Ser útil, em todas as ocasiões, sem esperar recompensas ou retribuições. Não descuidar dos mínimos atos e gestos cotidianos, a partir do próprio lar. Doar bens que não nos têm mais serventia. Orar pelos necessitados, amigos ou inimigos. Educar e ensinar sempre, principalmente as crianças. Vencer o orgulho, o egoísmo e a vaidade, que tantos males ocasionam a nós e ao próximo. Fazer justiça e defender sempre os indefesos e injustiçados. Não se queixar de situações e de pessoas, dilatando a compreensão das causas e dos benefícios que podemos tirar delas. Enxugar lágrimas e ajudar e consolar as pessoas sofredoras e aflitas. Não distinguir as pessoas por raça, crenças ou posições políticas e sociais, porque todos somos irmãos em evolução, Filhos do mesmo Deus, apenas vivendo experiências diversas e detendo graus diferentes de aprimoramento espiritual. Respeitar as convicções sinceras dos semelhantes, como gostamos de ter as nossas respeitadas.
Usar adequadamente as palavras para não gerar pensamentos, imagens, sentimentos e atitudes indesejáveis. Cumprir os compromissos assumidas. Trabalhar sempre para aliviar os sofrimentos físicos e morais dos semelhantes. Não alimentar sentimentos de ódio, rancor e desejos de vingança contra os próximos, contrariando os ensinamentos de Jesus. Saber perdoar sempre, esquecendo as ofensas. Ser indulgente para com os defeitos e as fraquezas alheias, compreendendo que todos ainda somos imperfeitos, mas em processo de aprendizado e evolução. Combater as próprias imperfeições para não ferir com elas os semelhantes. Usar, com benevolência e sabedoria, os talentos, a riqueza e a autoridade.
Enfim, praticar a caridade, com amor, é, hoje e sempre:
servir, socorrer, auxiliar, compreender, consolar, doar, cumprir, iluminar, falar, ouvir, esclarecer, ensinar, perdoar, tolerar, orar, esperar, confiar, abençoar, reconfortar e trabalhar.
SALVE DEUS
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