quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Carta aos Instrutores



                                               Carta aos instrutores

OS PRIMEIROS PASSOS PARA O DESENVOLVIMENTO
Vão entrando os ASPIRANTES! Aspirante é um Médium que, segundo a Espiritualidade, está prestes a se desenvolver.
Vão se sentando em lugar previamente preparado.
Após receberem a prática do 1º Mestre Tumuchy, os Instrutores, contados por
falanges, os vão conduzindo e colocando a palavra em seus corações.
O médium, em geral, tem a mediunidade na mente, e é hora de tirar os seus reflexos negativos pelos positivos, com muito cuidado, sem apavorá-los.
Tudo é Deus, tudo é bom, desde que não se insista em andar errado.
Dizemos que a mediunidade é um factor biológico, que se altera no plexo mil vezes, do seu infeliz condutor, daqueles a quem chamamos de grandes médiuns! Sim, esta mediunidade, alterada por qualquer desequilíbrio psíquico, começa a encharcar o fígado, o baço, enfim, se fazendo cada vez mais infeliz.
Ser um Doutrinador... Ser um Apará... Estão na mesma situação! Não há distinção de mediunidade, porque os plexos são idênticos. Não há diferença, absolutamente, a ponto de levar longe suas manifestações. Agora, por exemplo: o Apará ficar como Doutrinador? Sim!
Enquanto Doutrinador, com manifestações de um Apará, são irradiações de um médium passista e, justamente, os perigos: não recebe directamente do Preto Velho e fica com manifestações alteradas, fato que não se passa aqui na Doutrina. As consagrações lhe modificam, seja qual for o caso.
Quanto ao Apará insistir em ser Doutrina, tudo bem. A perda é bem menor, porque está livre de uma interferência. A interferência é proveniente do aparelho com preocupações, sem conhecimento ou vaidoso. Qualquer espírito penetra, e faz sua maldade. Vejam quantas infelicidades poderá fazer!... E de seu plexo nada poderá oferecer. Geralmente, se descrêem da Doutrina, a ponto de deixá-la.
O Doutrinador é responsável pelo que faz o Apará. A interferência de um espírito cobrador em um Trono, como inúmeros casos que eu conheço, por displicência do Doutrinador, pode arrasar a vida de um Homem. Sim, o Doutrinador é a única testemunha de defesa.
A mediunidade deverá ser desenvolvida somente no Templo, com os Instrutores.
Os médiuns Aspirantes devem, em primeiro lugar, receber as explicações sobre o Desenvolvimento do seu fenómeno mediúnico. Por exemplo, como era feito antes e está sendo feito actualmente: Primeiro, o sermão ou aula de prática; depois a técnica, sob os olhos e ao alcance dos Instrutores, quando e sempre lhes explicando o fenómeno do extra-sensorial, que o Apará não vai ver sua incorporação, e que tudo vem de Deus, e só de Deus.
Filho, procure dialogar com o Aspirante, sem intrometer-se em sua vida particular, ensinando-o a respeitar a família - não o documento de casamento. Seja humano acima de tudo, pois a religião consiste em respeito moral. Respeite uma mulher. Se não houver respeito ou se desrespeitar uma ninfa, é como desrespeitar toda a guarda de Pai João, é tê-lo no seu calcanhar, o que não é bom, porque eles não nos castigam, porém nos deixam à mercê de
nossos carmas!
Certa vez uma mulher, de uns vinte anos de idade, que odiava o marido, sem poder extravasar seus sentimentos, pois ele jurou matá-la se ela o abandonasse, chegou aqui para desenvolver.
Seu mestre Instrutor lhe fez uma proposta, ou avançou o sinal da Doutrina, e a mulher começou a gritar... Levantou-se o problema como fenómeno, porém, o caso era outro... E somente agora, com a Prisão, o Instrutor se libertou de sua tão grande falha.
O médium, quando está aflorando a sua mediunidade, fica perigoso. Seja homem ou mulher. A maioria dos casais se desentendem nesta triste fase, sem observar que neste período é que mais recebem vibrações e podem, inclusive, ser atraídos para terreiros, dependendo de suas mentalidades.
O Instrutor, o mestre que se destina, na Lei do Auxílio, a esta espécie de trabalho, realiza o mais difícil, e sua lei passa a ser Humildade, Tolerância e Amor, e tem que usar um pouco mais de Psicologia.
O médium sempre tem razão, sob seus aspectos, e fica intolerante por isso. Os mestres Instrutores nada têm a ver com a situação dos médiuns. Porém, sim, em se tratando de um obsidiado.
O Doutrinador está se preparando para não ter dúvidas - essa a minha insistência! Nos enfermos, pela actuação de uma projecção negativa, obsessiva, a tendência é confundir o ambiente para que não se obtenha um diagnóstico preciso para levar a vítima ao seu objectivo.
Não é muito fácil distinguir a situação precisa do caso. É verdade que a razão não se afasta de Deus.
Deus é absolutamente Fé e absolutamente Razão! Vem, então, o caso dos esquizofrênicos. A esquizofrenia é o mal mais comum em nossos dias. É um caso perigoso de ser diagnosticado, pois são supersticiosos. É difícil, porém, com carinho e força, tudo evolui. Deve ser analisada sem qualquer comentário ao alcance do paciente. Existe a esquizofrenia por uma pena passiva; a esquizofrenia activa e a esquizofrenia hereditária - a mais perigosa, porque envolve toda a família. É um elítrio em cobrança, anulando a personalidade e se reajustando. Nobres entre nobres, espíritos de reais tiranos! E, por último, a esquizofrenia de Horus: O portador é todo diferente, é o mais complicado de todos os médiuns, criando um porte altaneiro, procurando discutir suas teses e, muitas vezes, nos deixa incapacitados de um raciocínio normal. Chegamos até a pensar que suas explicações são convincentes. É preciso, então, uma
psicologia toda especial: Fazer-se humilde, fingindo gostar de seus esclarecimentos, mas, sem perder tempo, instruí-lo sobre a Doutrina, explicando-lhe a elevação cabalística e fazendo-a em seu favor. Esta eu identifico muito bem, porque Horus foi o mais pretensioso rei
egípcio.
Falamos em animismo. Para nós não existe animismo, isto é, comunicação do próprio aparelho. O aparelho, quando está fora de sintonia espiritual ou anímico, os espíritos sem luz têm mais acesso sobre ele, de maneira que o seu padrão fica obsidiado ou obsedado. O obsidiado tem a possessão, ou melhor, algum espírito perseguindo ou protegendo, chamando-o à responsabilidade.
Vem, então, a história de um médium obsedado. É bem parecido com o esquizofrénico, de maneira que ele vai se desenvolvendo e vai melhorando. O obsedado por elítrio tem sua cura feita pela manipulação de forças mântricas desobsessivas, passes e, também, por medicamentos. Agora, vem a história do obsedado que se diz às portas da morte e, inclusive, leva os médicos a crerem e a encharcá-lo com psicotrópicos, choques, etc. A este, pouco podemos fazer. Vem o psíquico que se sente infeliz, desprezado, mal amado: Este é fácil -
desenvolve, e tudo bem...
Logo que chegamos aqui no Vale, apareceu um casal muito lindo. Ela, granfiníssima, universitária, veio desenvolver com convicções kadercistas. Estes pacientes, cujos pais já tinham feito de tudo parta ajudar, disseram para a gente: Nós não conhecemos isso, pois somos católicos. Contudo, a moça desenvolveu, fez a sua cobrança, e saiu bem melhor. Saiu porque os pais estavam envergonhados com sua filha num ambiente que diziam umbandista.
Por último, ela se apaixonou por outro e deu um grande dissabor aos pais.
Estes que eu falo acima, dificilmente continuam na Corrente. Sim,dificilmente se afirmam.
Falando melhor no obsidiado, um espírito de Luz pode obsidiar um médium. Um Caboclo, da Falange Pena Branca, que tem as suas técnicas, pode permitir que um cobrador se infiltre no seu tutelado e levá-lo à obsessão, caso ele esteja caminhando para a sua própria destruição.
Este médium, cuja obsessão foi permitida pelo seu próprio Mentor, entra sempre carregado pelos seus familiares, que o acham muito mal. A falta de religião dos seus pais o fez assim.
Sua cura pode ser bem difícil, ou bem fácil, desde que ele, o portador, se consciencialize.
Ocorre, ainda, o médium epiléptico. É uma das cobranças mais sofridas, em determinadas fases da Lua. Na Lua Nova, por exemplo, o portador fica vulnerável e a passagem é segura.
Não há Doutrina. Porém, as energias de suas heranças transcendentais o curam.
Há, também, meu filho, o perigo dos videntes, que muito nos fascinam. Cuidado, porque, no médium em decadência, a deformação da mente é total. Em consequência, por este desequilíbrio, se apresentam projecções, vozes, etc.
No caminho desta nova jornada, por momentos, podemos sentir o absurdo e o contraditório em nossas condições humana e social. Porém, tão logo haja uma disciplina doutrinária ao alcance deste mundo, veremos juntos o Céu e a Terra.
Teremos que sofrer para vencer as superstições das religiões mal acabadas, religiões que perderam a confiança pela falta de doutrina, religiões que pararam no tempo e no espaço!
Falamos nos fanáticos: São fáceis de curar, caso a sua família não lhe aborreça e comece a amá-lo. Estes médiuns carregam consigo enorme falange de sofredores religiosos. Não podemos comentar, abertamente, na presença de parentes ou dos enfermos psíquicos. Temos que trabalhar sem comentários na Lei do Auxílio.
O médium em desenvolvimento se manifesta pela projecção luminosa e nunca pela projecção de espíritos sofredores, isto é, nunca pelas trevas. Somente os luminosos Iniciados podem, com seus instrumentos, fazer uma projecção em fonia e manifestar-se em um aparelho. É algo tão puro que eu tenho ordens de Jesus para dizer: Está incorporado! Posso, também, deixar de dizer ou de revelar um quadro, com medo da repercussão. As grandes questões que se
apresentam às mentes e como são aplicadas ficam gravadas.
Podemos dizer, também, que as vibrações simples ou individuais podem juntar-se em harmonia e formar, colectivamente, um círculo maior. Quanto maior o número de vibrações positivas, maior o poder de resistir à acção das forças contrárias.
A força, seja qual for o modo de aplicar, é o poder de todas as coisas. Destaca-se que, quanto maior for o círculo das forças espirituais que rodeiam o Homem, maior será sua protecção das forças contrárias. As forças harmoniosas se atraem e as contrárias se repelem. Meu filho, a
mais grandiosa tarefa que temos é a conquista silenciosa desta Doutrina, cultivando a conduta doutrinária.
Vamos dar prosseguimento à exposição relativa aos fluídos, chegando-se sempre na sua actuação no seio da individualidade. Estamos na matéria densa e na análise de suas doutrinas tenham toda a consideração e psicologia possíveis. O narrador conta a sua história com amor
para transmitir o máximo de seu encanto.
O Doutrinador não é simplesmente um Doutrinador, porque o coração do Homem é um santuário de Deus vivo. O certo é que todas as vidas individuais são centros de consciência na vida única. A sensibilidade afectiva se encontra em todas as formas de vida, pois em tudo existe a essência divina e, por conseguinte, aí proliferam o amor e a sabedoria.
Meu filho, nossa obra chegou, agora, a um plano superior de desenvolvimento espiritual, superior aos ensinamentos elementares e às simples manifestações.
É chegada a hora dos Grandes Iniciados. Veremos, num futuro próximo, grandes acontecimentos que se desencadearão aos nossos pés, fenómenos que vão nos ligar deste mundo a outro.
Salve Deus, meu mestre Instrutor! Tenha esta cartinha para a sua individualidade.
(Tia Neiva, 13.9.84)

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