SALVE DEUS! FAÇAM O FAVOR DE SEREM FELIZES. COMAM E BEBAM; A MESA ESTÁ POSTA! SALVE DEUS
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
A Nova Estrada
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A Nova Estrada é a Doutrina de Jesus, que nos trouxe o Sistema Crístico, com precisa manipulação das energias, sem fanatismo, em benefício de nossos irmãos encarnados e desencarnados, dentro da Lei do Auxílio, apresentando Deus clemente e misericordioso, trazendo a esperança aos humildes e aos oprimidos, numa vibração imensurável do Amor Incondicional.
A Doutrina do Amanhecer nos ensina a técnica e a filosofia para enfrentarmos as situações que toda a Humanidade sofre na transição para o Terceiro Milênio, quando temos que reconstruir tudo o que foi destruído por nossas próprias mãos.
No cumprimento de nossa missão, devemos seguir a Nova Estrada do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, com amor, tolerância e humildade, obedecendo à conduta doutrinária e procurando atender, sempre que possível, às necessidades de nossos plexos, especialmente às ansiedades de nossas almas.
A Velha Estrada, sob a Lei Mosaica do “olho por olho, dente por dente”, ainda é aplicada por muitas correntes e até mesmo por legiões espirituais, e compreende fanatismo religioso, violências e matanças sob pretextos de purificações e liberações religiosas, profecias, dogmas e oferendas.
Com o Sermão da Montanha (*) Jesus deu ao Homem o balizamento da Nova Estrada, não modificando as Leis, mas introduzindo o fator AMOR, que dá uma nova dimensão ao relacionamento da Humanidade com o Universo.
§ “Explica-se a diferença entre a Velha Estrada e o Novo Caminho.
A Velha Estrada é cheia de medo, de temor a Deus. A Velha Estrada foi palmilhada por milhares de pessoas, milhares de teorias sempre escritas e nunca praticadas.
O Novo Caminho, entretanto, foi traçado pelo suor, pela própria energia de quem o traçou e vive a emitir com tanto amor.
Vamos sentir o Caminho do Amanhecer, sem superstições nem teorias dos pensadores, e sim pela vivência, na prática, na execução desta Doutrina e de seus fenômenos sensoriais. Vamos senti-lo no respeito à dor alheia, no carinho aos humildes, no afeto das ninfas, no progresso e na compreensão de nossa família.
ESTE É O CAMINHO TRAÇADO PARA O HOMEM NA DOUTRINA DO AMANHECER!”
SALVE DEUS
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
domingo, 27 de janeiro de 2013
sábado, 26 de janeiro de 2013
Palavras do Trino Arakem - 1991
Salve
Deus!Na reunião passada conversamos sobre o que é esta Corrente, sobre o
poder ca...balístico. É necessário que cada um se conscientize de que, se
quiser ser um mestre deste Amanhecer, precisa trilhar passo a passo, degrau
por degrau. Não há limite para cada um de nós aqui dentro, mas depende
daqueles tijolinhos que vamos colocando para construir o nosso alicerce. Um
tijolinho fora do lugar vai apresentar um defeito no alicerce. Nós estamos
construindo algo para a nossa individualidade que é transcendental, estamos
construindo algo que Deus Pai Todo Poderoso, em sua bondade infinita nos deu
e levaremos para a eternidade. Precisamos assim, fazer tudo corretamente, bem
feito, irmanados em nossas vibrações para que, vagarosamente, possamos
cumprir nosso compromisso transcendental. De nada vale fazer nossos trabalhos
por apenas por desencargo de consciência, para satisfazer nosso ego, nossa
vaidade, porque estamos nos enganando a nós mesmos. A grande esperança destas
nossas reuniões é despertar em cada um lá no fundo do seu coração, do seu
ser, de que tudo que se faz é para nós mesmos. Nada o que fazemos é de graça,
nem para os outros. Todos nós assumimos compromissos com Jesus na
individualidade.
O missionário não substitui ninguém. O missionário desce na Terra, vem com sua missão e só cumpre a sua missão, o seu sacerdócio. Ninguém substitui ninguém. Somos seres interplanetários e, pela graça Divina, estamos aqui na Terra e muitos até bem velhinhos. Somos inquilinos da Terra, não pertencemos a ela. Pertence o nosso corpo físico, que é composto de todas as energias da Terra. O nosso espírito é um ser divino. É hora de darmos oportunidade a esta chama divina que existe em nós para que ela venha iluminar o nosso reino. Não estamos mais para delongas nem discussões porque o tempo está esgotado. Aqueles mestres que fizeram Centúria comigo, desde o começo sabem que estávamos nos preparando para uma missão. Agora o tempo acabou para brincadeiras e para experiências. A missão está começando e é bom que saibamos que será exigido muito de nós e em Cristo Jesus temos muito o que dar. Vamos, portanto, pedir a Jesus esta força direta que nos assiste aqui na Terra, que dê forças a cada um para que possamos transpor as dificuldades. Quando nossa querida mãe Tia Neiva dizia “Meu filho não te preocupes com teu vizinho, arma-te contra ti mesmo”, ela queria dizer que o nosso maior inimigo está dentro de cada um de nós. Precisamos compreender e entender, de uma vez por todas, que não conseguiremos enganar ninguém, tampouco enganar a nós mesmos. Somos seres privilegiados, filhos escolhidos para esta missão. Milhares e milhares de espíritos gostariam de estar em nosso lugar, de terem o privilégio que nós temos de sermos seres encantados e podermos, simultaneamente, trabalhar em dois planos – o físico e o etérico. Temos o privilégio de, como físicos ainda, já construirmos, dando os primeiros passos de nossa jornada no plano espiritual. Mas, para que isso aconteça, é necessário a consciência, a fé e a convicção das leis físicas que nos cercam. O amor de um missionário, meus irmãos, não é medido por palavras, mas pelos seus atos. Tia falava no homem suicida, aquele que é colocado no caminho do Bem e da Moral e da Lei do Auxílio, e ele usa este caminho para fazer tudo aquilo que não deveria fazer. Aquele que dá um tiro no ouvido, às vezes é movido por uma cobrança. Mas nós tivemos o privilégio de sermos colocados na ciência dos mundos crísticos, dos mundos etéricos e quando agimos contra os ensinamentos, contra as normas, não sei o que será de nós. Meus irmãos, seria bom se, quando nós transgredíssemos, nós mesmos pagássemos, mas nós nos esquecemos de que em torno de nós estão missionários que Jesus nos confiou para que nascessem, crescessem e estivessem conosco como irmãos. Imaginem o preço que isto vai custar, porque desde o primeiro dia que cada um colocou o pé aqui neste Amanhecer, lhe foi ensinado, lhe foi explicado como fazer para caminhar nesta Doutrina e muitos de nós estamos nos arriscando, estamos brincando com a nossa vida e com o nosso destino. Só para exemplificar, nestes dias, foi um mestre que já recebeu todas as honrarias deste Amanhecer, no Aledá do Sudálio, embriagado. Imaginem o preço que este mestre terá que pagar, porque ali não está um Cavaleiro de Oxosse, nem um Preto Velho. Ali está um convidado de Pai Seta Branca. O álcool, para nós, é veneno, faz mal porque nosso plexo está sendo preparado para acura desobsessiva. Não seja suicida! Se gosta de bebida, graças a Deus, venha para cá como paciente. Não coloque o uniforme, para o seu próprio bem. Tenha respeito por esta Doutrina. Aqui é um pronto socorro universal e, para milhares de espíritos, é a última oportunidade, a última esperança, e ele vai encontrar um mestre encharcado! Pai Seta Branca não movimentou este Universo todo para ver seus filhos aqui na Terra se destruírem, e o preço pode custar esta encarnação. É necessário que haja esta consciência. Vamos começar a bem amar, porque a maioria deste corpo mediúnico está perdendo o sentido do que é este Amanhecer. Pai Seta Branca, na sua divina bondade, com permissão de Jesus, nos deu o trabalho de libertação e nos disse que Jesus prescreverá nossos restos cármicos para melhor cumprirmos nossa missão simétrica. Somos uma tribo, uma família, e estamos nos evoluindo rapidamente. Somos uma família com dívidas enormes, mas que sempre que necessário, estamos presentes na Terra. Temos muitos cobradores que não terão mais oportunidade de nos cobrar, por falta de tempo e pelas suas próprias condições, que não nos alcançam mais. Quando passarmos para o outro lado seremos os espíritos de luz, recebendo as vibrações de cobradores. Na sua divina sabedoria, Pai Seta Branca nos deu a libertação no Trabalho de Prisioneiro, porque dependendo da roupagem que estivermos vivendo naquela faixa, vamos em busca do que deixamos para trás. Demonstrando humildade, pelo Trabalho de Prisioneiro conseguimos bônus e conseguimos, também, o perdão destes espíritos e, em conseqüência, a nossa libertação, para que cada um possa seguir o caminho da evolução. Mas, o que nós temos observado no Trabalho de Prisioneiro, são brincadeiras, tem mestres colocando até palavrões nos cadernos de prisioneiros. Mestre, não seja o veículo da destruição e da mesquinharia. Tem mestre que enche o caderno de prisioneiro de rabiscos. Para o prisioneiro, aquele caderno é sagrado. Ali ele está registrando exatamente quantos contatos ele teve, porque o bônus não fica naquele papel, nem quem dá o bônus, o faz de graça, porque não há nada de graça. Enquanto o mestre está assinando aquele caderno, o plexo dele esta emitindo bônus, energia em favor daquele prisioneiro e, simultaneamente, está recebendo. Faça uma experiência: não seja prisioneiro no dia em que não estiver bem, mas fique na praça e dê alguns bônus com amor e veja se não melhora, não porque você deu o bônus, mas porque o plexo daquele prisioneiro a quem você deu o bônus forneceu o bônus para sua melhora. O respeito é adquirido na caminhada que empreendemos e, se não tivermos respeito por nós, não vamos ter por nossos semelhantes. Tia Neiva fez este uniforme de prisioneiro, uma indumentária bonita, o Exê, a rosa, uniforme completo, até com cinto de pano. Mas tem prisioneira que parece que vai para uma festa de carnaval. Costumamos ver mestres preocupados com a vida material, discutindo guerra, política, culpando o nosso presidente, mas ele não tem culpa de nada do que acontece a nós. Vamos voltar um pouco atrás e analisar a nossa parte, a nossa caminhada, Tia nos disse: “Meu filho não te preocupes com a tua vida material. Preocupa-te com aqueles que te chamam para o auxílio”. Ela diz assim porque Pai Seta Branca não vai nos dar nada que não for nosso, como também não vai tirar nada do que for nosso. Se nós estivermos caminhando como mestres deste Amanhecer, nossa mãe em Cristo Jesus, hoje tem muito mais condições de nos ajudar do que quando estava na Terra, porque aqui ela estava presa a um corpo pesado e praticamente acabado, destruído pela enfermidade. Hoje, ela tem um corpo astral iluminado e pode atender a todos nós. Nossos mentores sabem do que nós precisamos. Vamos vencer as preocupações, arregaçar as mangas e vamos trabalhar, ajudando os nossos governantes e a nossa nação, ajudando o povo brasileiro que vive conosco. Nós temos condições porque temos poder cabalístico e cada um vai receber tudo que precisa materialmente. Vão observando, no decorrer destas reuniões, que aqueles nozinhos vão sendo desatados, porque estamos aqui por amor, movimentando forças, sempre em benefício de alguém. Muitos grandes mestres deste Amanhecer estão em desequilíbrio, caindo, porque todos que estão aqui hoje se preparam para receber poderosas forças. Mas estas forças não servem para nós! Elas foram confiadas a nós para serem manipuladas em favor dos menos favorecidos. Nós somos missionários e, se não manipularmos essa força, ela irá nos destruir. Procurem assumir um compromisso e as forças estarão à sua mercê, para serem manipuladas para todos nós. De nada vale conversarmos sobre mundos, sobre poderes, se na maioria não sabemos fazer sequer um Pai Nosso. Nossa Mãe, quando começou a descortinar sua mediunidade, dentro do desequilíbrio de um médium, ela tinha uma revolta muito grande, porque todo aquele castelo que ela construiu, estava ruindo. Um espírito se apresentou numa cadeira de rodas. Era uma mulher, e Tia a chamava de Senhora do Espaço. E ela lhe disse: “Neiva, tira um pouco dessa ira do teu coração! Vamos rezar juntas!”, e começava a emitir o Pai Nosso. Mais tarde ela veio a saber que esta Senhora era Mãe Yara. Mestres, o Pai Nosso quando emitido corretamente, acalma o espírito mais enfurecido que seja. Quando um comandante está emitindo o Pai Nosso, só ele deve emitir, os demais mestres entram em sintonia com ele, emitindo silenciosamente. São poucos os mantras que fazemos coletivamente. Simiromba, o mantra dos três horários, na Estrela é emitido coletivamente. Estes assuntos foram dados no início da nossa vida no Amanhecer, mas nossas fundações estão abaladas por algum tijolinho fora do alicerce. É por isto que estamos revendo tudo. Se o assunto é cabalístico, aí , é ser ou não ser, não há meio termo. Desde os primeiros dias foi ensinado ao médium de incorporação que no paciente não se toca e o que vemos hoje em dia? Os Mentores, Pretos Velhos, antes de virem trabalhar aqui, passam por uma escola em Mayante e recebem todas as técnicas de Amanto. A entidade faz uma triangulação de forças do doutrinador, do apará e do paciente, emitindo a energia luminosa do seu plexo. É uma grandeza, aqui na Terra, o que nos deu o Trono. Ele harmoniza e coordena o trabalho. No trabalho oficial, para equilíbrio da Corrente Mestra, enquanto houver trabalho sendo realizado, por exemplo, Leito Magnético ou Trono Milenar, etc. deve haver sempre um trono com mestre incorporado. Somente quando todos os trabalhos estiverem encerrados é que se libera para encerramento os Tronos e a Mesa Evangélica simultaneamente. Mestres, houve uma época em que nós, quando estivemos encarnados como Mayas, tínhamos um grande poder em nossas mãos, tínhamos voz direta, tínhamos o controle do átomo, éramos homens-pássaros voadores, tínhamos a ciência à nossa mercê, mas nos esquecemos de que átomo por átomo por Deus fomos constituídos. Alguns mestres dessa tribo não se contentavam de ter a luz das Amacês que iluminavam a Terra, nossas festas, e queriam aprisionar uma Amacê para ver o que tinha dentro. Fomos alertados para não o fazermos, mas de nada adiantou. Foi feita uma armadilha. A Amacê veio e, em vez de ser aprisionada, desintegrou todos os corpos daquela tribo e nós procurávamos nossos corpos e não os encontrávamos. Esta é uma das grandes vergonhas da nossa tribo! Hoje, temos os mesmos poderes, só que funcionamos dentro daquele juramento da Pira, aquela espada contra o peito, “fira-me quando me afastar de Ti”, etc. Somos muito poderosos do outro lado mas, aqui, só nos é dado o mínimo necessário para desenvolver nossa tarefa. Imaginem se tivéssemos o nosso poder total, o que teríamos aprontado neste Amanhecer? O que nos foi dado tem que ser guardado sob sete chaves, como uma relíquia, porque é a chave do Céu. Por esse pouco que nos foi confiado é que nós vamos encontrar o caminho de volta para nossa casa, perdido ha trinta e dois mil anos. Vejam bem que o nosso compromisso, o grande compromisso que a tribo Espartana assumiu com Jesus, que foi exatamente o de limpar a Terra, elevar todos os espíritos arraigados a esta Terra, que chegarem ao nosso encontro, para o mundo etérico. Tudo o que nós temos, o que nós recebemos e iremos receber tem um único objetivo: alcançar aqueles irmãos que ainda vão sair do fundo do mar e do fundo da terra. É esse o nosso compromisso e só nós, em Cristo Jesus, temos condições para executar essa missão. É por isso que estamos recebendo todos esses poderes. Realmente, não nos é permitido ter consciência de tudo o que fazemos nem de tudo de que somos capazes, nem da força que realmente nós temos, para não acontecer como aconteceu com os Mayas mas, no além túmulo, cada um poderá admirar a grande obra que realizou ou a oportunidade que perdeu. Esta é a grande verdade. Salve Deus! |
JORNADA EVOLUTIVA
Infelizmente vemos hoje
em dia o culto “extravasar o negativo” como forma de reequilíbrio.
Através de textos e
programas de televisão, muitos pseudo-intelectuais, entre psicólogos,
terapeutas, falsos gurus, apregoam a necessidade de “colocarmos para fora
nossas revoltas, nosso ódio e outros sentimentos negativos”, com a desculpa de
que assim estaremos nos livrando deles.
Ledo engano! Externar o
negativo, que nos envolve momentaneamente, é semear mais negativo, é atrair a
obsessão e colocar a perder todo o acervo de Luz que temos nas mãos, que nos
ensina justamente o contrário: Nosso padrão vibratório é nossa sentença!
Somos envolvidos
diariamente por diversas situações e pessoas que “nos tiram do sério”, que
derrubam nosso padrão e que muitas vezes nos enredam no que consideramos
injusto.
Permitir o
desequilíbrio, deixar o negativo dominar e permitir “extravasar” uma energia
que não beneficia a ninguém, não pode ser considerada uma opção de reequilíbrio!
O médium, por sua
natural definição é o ser que produz energia em “excesso” e necessita
manipulá-la. Existem duas maneiras de manipular este excesso energético:
negativa e positiva.
Quando nos “estressamos”
colocamos o mecanismo de produção energética em plena atividade, porém de forma
negativa...
Da mesma maneira, quando
nos mediunizamos, aceleramos todas nossas funções psicossomáticas, permitindo
uma produção positiva.
Não deveríamos nunca
“nos estressar”, perder o equilíbrio, mas somos susceptíveis ao meio em que
estamos inseridos, logo, compreendemos que, ao surgir a situação que nos leva
ao negativo, devemos imediatamente buscar a mediunização. Buscar a compreensão espiritual
do fato e partir para sua manipulação de forma positiva.
Não nos libertamos ao
externar nossa fúria! Somente atraímos mais negatividade. Nos libertamos, sim,
ao dominar o negativo e convertê-lo em compreensão e perdão! Liberando a
energia produzida de forma positiva. Beneficiando a todos, inclusive a nós
mesmos!
Jesus, nosso Divino e
Amado Mestre, trouxe a Escola do Caminho. Substituiu o dente por dente, olho
por olho, da velha escola, da tônica das reencarnações pela dor; pela Lei do
Perdão, onde o reequilíbrio se processa pela possibilidade de amar. Não há mais
porque insistir em vinganças e cobranças que nos prendem a um circulo vicioso
de tristeza por séculos de reajustes sofridos.
A vingança e a explosão
da raiva são os símbolos máximos da falta de evolução.
O perdão nos
espiritualiza e aproxima de Deus, traz um pouco de humanidade ao agressor e
deixa uma semente que germinará em seu coração na hora propícia.
Todos tem seu tempo!
Não importa o tempo do
outro, agora importa o seu!
No Vale do Amanhecer, diferente do
Kardecismo, não há uma obrigatoriedade de estudos. A aculturação do médium se
dá pelo seu interesse pessoal em buscar o conhecimento.
Isso se passa porque primeiramente
aprendemos a trabalhar. Para nós o fundamental é colocar em prática a
manipulação energética, reequilibrando o Médium e tornando-o cada vez mais apto
para exercer sua mediunidade na Lei do Auxílio.
Temos um grande acervo de cartas deixadas
por Tia Neiva, livros do Trino Tumuchy e ainda centenas de gravações, que aos
poucos vão sendo copiadas e transcritas. Porém, ler uma carta de Tia Neiva não
é tão simples como parece. Por vezes, se voltarmos às cartas que lemos lá na Iniciação,
iremos ficar maravilhados, pois parece que sempre encontramos algo que “não
estava ali”! Este fenômeno se passa com todos, em maior ou menor intensidade,
de acordo com sua evolução mediúnica, por conta de um fator energético
agregador. Resumindo, as cartas não foram escritas para você, para sua mente ou
sua alma, mais propriamente dizendo. Foram escritas para seu espírito, para a
sua individualidade.
Seu espírito, dotado da cultura de
diversas encarnações e do preparo que recebeu para assumir mais esta jornada no
plano físico, já tem todas as informações que necessita no cumprimento desta
jornada. Só precisa ser despertado!
As cartas têm o dom de fazer isso! Quanto
mais você avança na Doutrina, ao reler as Cartas, encontra informações que
antes eram incompreensíveis aos seus olhos físicos. Quando passar a aprimorar
sua visão espiritual, entrando em contato mais pleno com sua individualidade,
passará a desvendar os mistérios das cartas de Tia Neiva.
Temos muitos médiuns que ainda sequer
sabem ler e escrever, e mesmo assim desempenham funções de comando com grande
maestria. Como explicar?
O conhecimento despertou de dentro de seu
espírito e foi trazido a luz de sua mediunidade. Deste modo, mergulhado na
individualidade, está apto para todos os trabalhos.
Por isso não se preocupe em buscar
imediatamente a todo o acervo disponível. Despertando seu espírito,
gradativamente terá condições de compreender melhor e até mesmo redescobrir o
que já leu.
Não adianta correr atrás de reunir o maior
numero de cartas, livros, gravações e imagens de nossa Doutrina... Não seja um
colecionador de acervos! O conhecimento chega até você, conforme você está se
preparando, ficando mais em contato com sua individualidade. Quando o discípulo
está pronto, o mestre aparece.
Quando nos entregamos à maledicência, emitimos de própria alma
raios de trevas e perturbação que, de retorno, nos cobram com dolorosa e
indefinível tortura íntima chegando a exprimir-se em obscuros processos de
enfermidade.
Quando nos entregamos às sugestões da calúnia, exteriorizamos da
própria mente forças destrutivas que, de volta, nos impelem à aliar-se com os
vales negros e as inteligências perversas que a veiculam, adquirindo uma
passagem para os abismos da obsessão e do crime, da loucura e da morte.
Quando descemos à crítica venenosa, na preocupação de “justiçar” o
caminho dos que te cercam, emitimos do próprio plexo setas penetrantes de
sofrimento e desânimo que, de regresso, nos imobilizam os passos na noite da
dificuldade e do desalento, de vez que, procurando salientar as deficiências e
dores alheias, não fazemos mais que levantar a antipatia gratuita dos outros
contra a segurança e a paz de teu próprio caminho...
O Divino Mestre, cuja mensagem de Amor, Humildade e Tolerância,
agregada à Infinita Misericórdia, nos acompanha em todos os passos e auxilia
sempre.
Lembremos de quantas vezes nossos foram erros apagados pela
Bondade Divina e não esqueçamos mais que Tia Neiva somente cultivou a Bondade.
Vamos emitir Luz para que a luz nos encontre!
Relevemos as faltas do próximo como desejamos sejam as nossas
entendidas e toleradas.
Perdoando sempre, alcançaremos, em nossa jornada, a iluminação de
nosso Sol Interior, encontraremos o Amor Incondicional, cujos Raios Celestes
nos assegurarão todas as bênçãos da vida e que hoje somente aguarda a nossa
compreensão e nossa boa vontade para possibilitar que nossa vida seja
verdadeiramente feliz!!! ... Em todos os Planos!
Quem nunca errou? Quem
nunca pediu desculpas minutos depois de proferir algo que ofendeu a alguém?
Quem de nós conseguiu passar até hoje sem nunca ofender, ou ser mal
interpretado, ou possuir um senso de justiça que transformou-se em julgamento,
que condena até mesmo os que lhe são caros?
Já pedimos tantas
desculpas, rogamos perdão a Deus e aos nossos familiares, amigos e colegas...
Muitas vezes, em um
breve momento de desequilíbrio, outras durante uma tempestade que por vezes
assola nossa vida material ou emocional, nos vemos em posição de pedir o
necessário perdão!
Seu par em desarmonia, a
perda de um ente querido, uma decepção no trabalho, filhos envolvidos em
situações de risco, tudo pode contribuir para um momento que nos leva a baixar
o padrão e errar... e ofender.
Não é possível também
avaliar o quanto somos influenciados, em determinados momentos, pelos nossos
irmãozinhos sem esclarecimento e por aqueles que ainda se dizem nossos
inimigos.
Dessa forma, por que não
colocar-se no lugar de quem nos ofende? Buscar compreender que ninguém é
verdadeiramente mau. Pode estar mau, mas a natureza de todos os espíritos é
Divina. Todos têm a centelha Crística que os une ao corpo físico e que os chama
de volta para Deus, mais cedo ou mais tarde.
Consideremos que em
algum momento de nossas vidas também já fomos aquele ofendeu, magoou e assim poderemos
ver o verdadeiro valor de tolerar, de perdoar.
Pela nossa consciência
desperta não temos mais o direito de negar o perdão, de permanecer nas trevas
da mágoa.
Antes de julgar, de
condenar, de se magoar, dando desta maneira forças a ofensa sofrida, seria
melhor colocar-se no lugar do agressor. Procurar compreender seus motivos e o
que poderia estar o induzindo ao que consideramos erro.
Kazagrande
Charme
Inconfidências: Charme: O Charme, Fagulha Divina ou Centelha Divina é a nossa herança transcendental. O ectolítero, membrana energética que envolve e sep...
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
FRATERNA RECOMENDAÇÃO
“Não interpreteis a Verdade com adapta-la aos vossos caprichos.”
Que tal começar o vosso dia com recomendações do Dr. Bezerra de Menezes como a citada?
Este é o convite do Blog Momentos de Luz: a leitura de uma fraterna recomendação que o Dr. nos deixou em uma de suas diversas palestras.
Ele mesmo nos alerta que se desejamos êxito nos nossos caminhos da Terra é necessário alguns importantes lembretes.
No texto de hoje temos estes lembretes.
Não os esqueçamos.
Paz.
Filhos – principiou a dizer o Benfeitor, que se materializava:
1. Se ansiais pelo êxito em vossos novos cometimentos na Terra, despojai-vos de todo e qualquer interesse de ordem pessoal.
Recordai-vos da palavra do mestre, instruindo aos doze companheiros de apostolado nos primeiros dias do Evangelho:
“Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça daí.
Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão, porque digno é o trabalhador do seu alimento.”
Não conteis com facilidades e nem com o reconhecimento dos homens.
Vigiai-vos em vossas inclinações de caráter infeliz, renovando-vos a cada dia através da abnegação.
exercitai-vos no esquecimento de vós mesmos.
Abaixai o nível de vossas necessidades, porquanto todo excesso é peso desnecessário e perigoso precedente para a alma.
Se vos harmonizardes com a consciência, será grande a vossa probabilidade de triunfo nas lutas indispensáveis à ascensão que pretendeis.
Não cedais à matéria mais do que vos seja conveniente.
Não extrapoleis os vossos zelos subalternos, colocando em plano menor as atividades que vos devem ser prioritárias; que os interesses do mundo não se vos sobreponham ao ideal.
Escutai as críticas que vos forem dirigidas e extraí delas as advertências de que necessitais para que não vos precipiteis na vala escura do desencanto e do personalismo; nos lábios dos nossos desafetos, a calúnia pode se nos constituir em preciosos alvitres contra a vaidade e os delírios do pensamento.
Estais , uma vez mais, sendo chamados a lidar no campo externo da vida para cuidar dos interesses imperecíveis, aqueles que vos dizem respeito à vida íntima.
Por maiores sejam os obstáculos exteriores, somente sucumbireis a partir das próprias fragilidades.
Não vos afasteis da simplicidade e não contempleis o caminho com os olhos do homem comum...
Cedei sempre, mas não contemporizeis com o que não for correto.
Não interpreteis a Verdade com adapta-la aos vossos caprichos.
A mediunidade, que sereis chamados a exercer em louvor da crença na imortalidade, não é tudo.
Sem retaguarda espiritual que vos preserve o equilíbrio, estareis entregues a vós mesmos e à sanha dos vossos opositores encarnados e desencarnados.
Aproximai-vos da caridade e garanti a vossa paz.
Emprestais a vossa instrumentação mediúnica aos mortos, mas não negueis as vossas mãos ao serviço imediato do bem aos que chorarem rente a vós.
Estudai e aperfeiçoa-vos; todavia, por mais se vos alteie o cérebro, não olvideis que os vossos pés jazem ainda fincados no chão.
O trabalho desinteressado é o mais eloqüente dos argumentos em prol da causa que abraçamos.
Esforçai-vos, quando retornardes ao corpo, para não esquecer da palavra empenhada.
Não vos antecipeis ao curso dos acontecimentos.
A maturidade espiritual é pertinente a cada um.
Se permanecerdes de pé, sustentareis o patrimônio comum da fé; se cairdes, fareis cair convosco os que vos elegerem por ponto de referência pessoal na trajetória empreendida...
Não ambicioneis, portanto, o que exceda a vossa capacidade de realização.
Acautelai-vos contra o dinheiro e contra a lisonja.
Mil vezes preferível um instrumento mediúnico limitado, às voltas com os problemas de auto-superação, a um medianeiro de amplas possibilidades intelectuais desprovido de discernimento.
Haja o que houver, não vos isoleis; por maiores os empecilhos e embaraços, procurem acolher-vos sob o teto da casa espírita que coopera com a vossa formação doutrinária; o trabalho em grupo vos imunizará contra as pretensões de infalibilidade: a perturbação que acomete os religiosos de maneira geral, em seus anseios de um Céu só para si!...
Auscultais as vossas carências e não vos creiais missionários, quando quase todos não passamos ainda de espíritos sob o esquema do pesado resgate de nossas faltas.
“Que o Senhor vos fortaleça e vos encoraje!”
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
DR. Sousa Martins
José Tomás de Sousa Martins
Retrato de Sousa Martins (gravura deFrancisco Pastor[1]).
Monumento em homenagem a Sousa Martins, Campo de Santana, Lisboa.
Ex-votos colocados em torno do monumento do Campo de Santana, Lisboa.
José Tomás de Sousa Martins (Alhandra, 7 de Março de 1843 — Alhandra, 18 de Agosto de 1897) foi um médico e professor catedrático da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, antecessora da Faculdade de Medicina de Lisboa. Formado em Farmácia eMedicina, trabalhou intensa, e na maioria dos casos gratuitamente, sobretudo no combate à tuberculose. Orador brilhante, dotado de humor e inteligência, homem de actividade inesgotável e praticante incansável da caridade junto aos mais desfavorecidos, exerceu uma forte influência sobre os colegas de profissão, os alunos e os pacientes que tratou. Esta influência metamorfoseou-se e perpetuou-se no tempo, tendo a figura de Sousa Martins assumido contornos de santo laico, num culto actual, bem visível nosex-votos colocados em torno da sua estátua no Campo de Santana, em Lisboa, e no cemitério de Alhandra, onde está sepultado. Foi sócio correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa.
Índice
[esconder]
1 Biografia
2 Obra
3 Notas
4 Bibliografia
5 Ligações externas
[editar]Biografia
Nasceu numa casa da zona ribeirinha de Alhandra a 7 de Março de 1843, filho de Caetano Martins, carpinteiro, e de Maria das Dores de Sousa Martins, doméstica, uma família com escassos recursos económicos. Viveu a sua infância em Alhandra, onde completou o ensino primário, então os únicos estudos possíveis naquela vila. Ficou órfão do pai aos 7 anos de idade.
Aos 12 anos de idade foi aconselhado pela mãe a partir para Lisboa, onde um seu tio materno, Lázaro Joaquim de Sousa Pereira, se tinha estabelecido como farmacêutico, ao tempo proprietário da Farmácia Ultramarina, sita na Rua de São Paulo.
Ficou instalado em casa do tio, trabalhando como aprendiz na farmácia, ao mesmo tempo que frequentava o Liceu Nacional de Lisboa. A 1 de Abril de 1856 iniciou oficialmente funções como praticante de botica na Farmácia Ultramarina. Tornou-se exímio manipulador de produtos naturais e adquiriu uma experiência que depois muito valorizou como médico e professor de Medicina.
Terminado o curso liceal, concluiu em 1861 os estudos preparatórios da Escola Politécnica de Lisboa, ingressando seguidamente no curso de Medicina da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e no ano seguinte no curso de Farmácia, onde os conhecimentos que adquirira enquanto praticante de farmácia o ajudaram a terminar em 1864, com 21 anos de idade, o curso de farmacêutico com excelente classificação.
Após a conclusão do curso de Farmácia decidiu continuar estudos e concluiu em 1866, com apenas 23 anos de idade, também na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, o curso de Medicina, apresentando como tese de licenciatura o trabalho intitulado O Pneumogástrico Preside à Tonicidade da Fibra Muscular do Coração.
A 13 de Julho de 1864 foi eleito sócio efectivo da Sociedade Farmacêutica Lusitana, por proposta subscrita por José Tedeschi, assumindo em pouco tempo um papel relevante na vida da instituição, elaborando ao longo da década seguinte múltiplos relatórios e pareceres e publicando vários artigos no periódico Jornal da Sociedade Farmacêutica, órgão oficial daquela associação. Foi durante mais de uma década vogal da Comissão de Saúde Pública da Sociedade, tendo um papel relevante na regulação de diversas práticas farmacêuticas potencialmente perigosas para a saúde pública. A 4 de Agosto de 1874 foi feito membro benemérito da Sociedade, com fundamento na maneira brilhante como desempenhou o difícil e honroso encargo de representante de Portugal no congresso de Viena, nos assuntos de quarentenas e medidas sanitárias.
Em 1867 foi feito sócio correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa.
Concluído o curso médico como aluno brilhante, em 1868 foi nomeado, após concurso público, para o cargo de demonstrador da Secção Médica da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Nesse mesmo ano foi eleito sócio da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, iniciando uma carreira ligada ao ensino e investigação na área da Medicina.
No desenvolvimento dessa carreira, em 1872 foi nomeado lente da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e em 1874 médico extraordinário do Hospital de São José.
Entretanto afirmou-se como médico de nomeada e membro relevante de diversas agremiações científicas e cívicas, conquistando um lugar de relevo entre a intelectualidade de Lisboa. Como médico e professor, dava grande importância à componente psicológica e de relação humana da prática médica, ficando conhecido conselho incluído numa das suas lições: Quando entrardes de noite num hospital e ouvirdes algum doente gemer, aproximai-vos do seu leito, vede o que precisa o pobre enfermo e, se não tiverdes mais nada para lhe dar, dai-lhe um sorriso. Mesmo depois da sua morte, as suas lições coligidas foram referência obrigatória durante décadas.
O seu percurso académico e profissional levou-o ao cargo de secretário e bibliotecário da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, catedrático de Patologia Geral, Semiologia e História da Medicina, presidente da Comissão Executiva e da Secção de Medicina da expedição científica à Serra da Estrelaorganizada em 1881 pela Sociedade de Geografia de Lisboa e director efectivo da Enfermaria de São Miguel no Hospital de São José.
A sua actividade no Hospital de São José, e em particular a importante acção filantrópica que exercia a favor dos doentes mais pobres, afirmou-o como um dos médicos mais prestigiados de Portugal. Ganhou enorme prestígio na luta contra a tuberculose, que então atingia proporções epidémicas em Lisboa, que reforçou ao liderar a expedição científica à Serra da Estrela e ao defender a construção naquelas montanhas de sanatórios destinados à climoterapia daquela doença.
A expedição científica à Serra da Estrela foi organizada sob a égide da Sociedade de Geografia de Lisboa, de que Sousa Martins era sócio fundador e vogal do Conselho Central, reunindo em Agosto de 1881 uma plêiade de cientistas e intelectuais que estudaram aquela região portuguesa nas suas vertentes geográfica, meteorológica e antropológica num esforço sem precedentes de exploração sistemática do território português.
O interesse de Sousa Martins na realização da expedição prendia-se com a necessidade de conhecer a meteorologia e as condições sanitárias da região dado a importância então atribuída ao clima no tratamento da tuberculose pulmonar. Essa necessidade levou a que em conjunto com Brito Capelo tivesse requerido ao Governo, em 1882, a instalação de um posto meteorológico na Serra.
Na sequência da expedição Sousa Martins defendeu a implantação de Casas de Saúde na região serrana e foi um dos impulsionadores da fundação do Club Hermínio, uma associação de carácter humanitário que criada em 1888 se manteve activa pelo menos até 1892. Sousa Martins foi aclamado sócio honorário e presidente perpétuo pelos membros fundadores. Afirmando-se como uma instituição de solidariedade, o Club Hermínio tinha por finalidades promover o melhoramento das condições naturais da Serra da Estrela, considerada como estação sanitária através do estabelecimento de casas de saúde sob direcção médica, o socorro aos doentes pobres e o exercício de polícia higiénica em todos os pontos da Serra e nas habitações que fossem usados pelos doentes.
No Verão de 1888, com o patrocínio do Club Hermínio e com o apoio entusiástico de Sousa Martins e de Guilherme Teles de Meneses, esteve na Serra da Estrela o médicoBasílio Freire, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, que ali assegurou acompanhamento médico gratuito aos doentes que o procuravam.
O principal objectivo de Sousa Martins era a construção de um sanatório na Serra da Estrela que de forma permanente pudesse acolher e tratar doentes com tuberculose pulmonar. Apesar do seu esforço e da sua influência junto da Coroa, já que desde 1888 era médico honorário da Real Câmara de Suas Majestades e Altezas, e do Governo, a iniciativa, aclamada por todos, tardou em materializar-se e o sanatório proposto apenas seria construído após a sua morte.
A construção do sanatório da Guarda, ficou a dever-se à Assistência Nacional aos Tuberculosos, a ANT, instituição que sob a presidência da rainha D. Amélia de Orleãesconseguiu reunir os fundos necessários e materializar a construção e equipamento. A inauguração do sanatório, o primeiro a ser construído pela ANT e o terceiro de Portugal, ocorreu a 18 de Maio de 1907, quase uma década após o falecimento de Sousa Martins. A inauguração incluiu uma homenagem àquele pioneiro da luta contra a tuberculose, cuja acção e dinamismo a rainha já evocara 1899 em intervenção pública integrada numa campanha de profilaxia da tuberculose.
Apesar do tempo decorrido após o falecimento de Sousa Martins, em sua homenagem, a nova instituição foi denominada Sanatório Dr. Sousa Martins e por ela passaram muitos milhares de doentes ao longo de mais de meio século de funcionamento. A sua importante acção deixou o nome ligado à zona serrana com tal perenidade que o principal hospital da cidade da Guarda o mantém Sousa Martins como patrono.
Foi também escolhido para representar Portugal em diversos eventos internacionais na área da Medicina: em 1874 foi nomeado delegado à Conferência Sanitária Internacional realizada em Viena; e em 1897 foi delegado à Conferência Sanitária Internacional, realizada em Veneza, onde foi eleito vice-presidente.
Adoeceu quando se encontrava em Veneza, regressando a Lisboa muito debilitado. Diagnosticada tuberculose, partiu para a Serra da Estrela à procura de alívio. Aparentemente convalescendo, recolheu-se a Alhandra, onde se instalou numa quinta, propriedade de amigos, tentando recuperar.
A doença agravou-se e aos 54 anos, tuberculoso terminal e sofrendo de lesão cardíaca, Sousa Martins cometeu suicídio, com uma injecção de morfina. Pouco antes, havia confidenciado a um amigo: "A morte não é mais forte do que eu" e "Um médico ameaçado de morte por duas doenças, ambas fatais, deve eliminar-se por si mesmo".
Na mensagem que enviou ao saber da morte de Sousa Martins, o rei D. Carlos I de Portugal afirmou: Ao deixar o mundo, chorou-o toda a terra que o conheceu. Foi uma perda irreparável, uma perda nacional, apagando-se com ele a maior luz do meu reino.
Também sobre ele, António Egas Moniz, Prémio Nobel da Medicina, disse: Notável professor que deixou, atrás de si, um nome aureolado de prelector admirável, de clínico, de orador consagrado, sempre alerta nas justas da Sociedade das Ciências Médicas.
Por sua vez Guerra Junqueiro considerou-o Eminente homem que radiou amor, encanto, esperança, alegria e generosidade. Foi amigo, carinhoso e dedicado dos pobres e dos poetas. A sua mão guiou. O seu coração perdoou. A sua boca ensinou. Honrou a medicina portuguesa e todos os que nele procuraram cura para os seus males.
O principal hospital da cidade da Guarda tem o nome de Hospital Sousa Martins, em homenagem ao trabalho pioneiro de Sousa Martins sobre a tuberculose e climoterapia que conduziu à promoção da Serra da Estrela como área propícia à instalação de sanatórios para o tratamento de tuberculosos. Para além disso, existem vários sítios que homenageiam o Dr. Sousa Martins, entre os quais um concorrido monumento, de autoria de Costa Motta (tio) no Campo de Santana, em Lisboa; um jazigo no Cemitério de Alhandra, onde se encontra sepultado; a Casa-Museu Dr. Sousa Martins, em Alhandra; e o busto do Dr. Sousa Martins, no Largo 7 de Março, na baixa alhandrense. Também atoponímia da cidade da Guarda, à qual o nome de Sousa Martins está associado desde o início do século XX mercê da estrutura sanatorial que ali existiu, o recorda no nome de uma das ruas do moderno Bairro da Senhora dos Remédios. Um pequeno monumento erguido dentro dos muros do antigo Sanatório da Guarda continua, diariamente, a receber preces e agradecimentos e, à semelhança do monumento lisboeta do Campo de Santana, está quase sempre emoldurado de flores e de ex-votos diversos.
O Dr. Sousa Martins foi um adepto do Espiritismo e muitos dos seguidores dessa crença atribuiem-lhe curas milagrosas por intermédio das suas comunicações mediúnicas.[2] A 7 de Março e a 18 de Agosto de cada ano, aniversários do seu nascimento e morte, milhares de devotos visitam e rezam sobre o seu túmulo.
[editar]Obra
O Pneumogástrico, os Antinomiais, a Pneumonia - Memória apresentada à Academia Real das Ciências de Lisboa, Tipografia da Academia Real das Ciências de Lisboa, Lisboa, 1867.
A Patogenia Vista à Luz dos Actos Reflexos, Tese de Concurso, Tipografia Universal, Lisboa, 1868.
Patogenia e Célula, 1868.
Relatório dos Trabalhos da Conferência Sanitária Internacional reunida em Viena em 1874, apresentado pelo delegado português a essa conferência J. T. Sousa Martins, Imprensa Nacional, Lisboa, 1874.
Relatório dos Trabalhos da Conferência Sanitária Internacional, reunida em Viena, em 1874, Imprensa Nacional, Lisboa, 1874.
A Medicina Legal no Processo Joana Pereira, Resposta a uma consulta, Imprensa da Universidade, Coimbra,1878.
A Febre Amarela Importada pela Barca "Imogene", Tipografia Portuguesa, Lisboa, 1879.
Os Typhos de Setúbal, Relatório sobre a Memória acerca dos typhos de Setúbal do sr. Dr. Francisco Ayres do Soveral e Parecer sobre essa memória por Sousa Martins, Imprensa Nacional, Lisboa, 1881.
"Movimentos Pupilares Post-Mortem e Intra-Vitam", in Revista de Nevrologia e Psychiatria, Lisboa, 1888.
A Tuberculose Pulmonar e o Clima de Altitude da Serra da Estrela, Imprensa Nacional, Lisboa, 1890.
Costumes da Occidental Praia - Evolução de uma Lei no Período Metafísico, Físico e Moral (publicado sob o pseudónimo de Zehobb Cêrvador), Tip. da Companhia Nacional Editora, Lisboa, 1890.
Discurso pronunciado na inauguração do Mausoléu Sobral na cidade da Guarda, Tipografia da Companhia Nacional Editora, Lisboa, 1894.
Comemoração de Louis Pasteur, Discurso feito na Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa, Tipografia Castro Irmão, Lisboa, 1895.
Nosografia de Antero, in Antero de Quental, in Memoriam, Porto, 1896.
Notas
↑ José Tomás de Sousa Martins.
↑ Fernando Dacosta, Os Mal Amados, Casa das Letras, Lisboa, 2008.
[editar]Bibliografia
PAIS, José Machado. Sousa Martins e suas Memórias Sociais. Sociologia de uma Crença Popular. Lisboa: Gradiva, 1994.
REPOLHO, Sara. Sousa Martins: Ciência e Espiritualismo. Coimbra: Imprensa da Universidade, 2008.
[editar]Ligações externas
Dr Sousa Martins no facebook
Retrato de Sousa Martins, por Francisco Pastor
Biografia do Dr. Sousa Martins
Museu de Alhandra: Casa-Museu Dr. Sousa Martins
Página dedicada a Sousa Martins
Centenário do Sanatório Sousa Martins
Casa-Museu Dr. Sousa Martins na página oficial da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira
Retrato de Sousa Martins (gravura deFrancisco Pastor[1]).
Monumento em homenagem a Sousa Martins, Campo de Santana, Lisboa.
Ex-votos colocados em torno do monumento do Campo de Santana, Lisboa.
José Tomás de Sousa Martins (Alhandra, 7 de Março de 1843 — Alhandra, 18 de Agosto de 1897) foi um médico e professor catedrático da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, antecessora da Faculdade de Medicina de Lisboa. Formado em Farmácia eMedicina, trabalhou intensa, e na maioria dos casos gratuitamente, sobretudo no combate à tuberculose. Orador brilhante, dotado de humor e inteligência, homem de actividade inesgotável e praticante incansável da caridade junto aos mais desfavorecidos, exerceu uma forte influência sobre os colegas de profissão, os alunos e os pacientes que tratou. Esta influência metamorfoseou-se e perpetuou-se no tempo, tendo a figura de Sousa Martins assumido contornos de santo laico, num culto actual, bem visível nosex-votos colocados em torno da sua estátua no Campo de Santana, em Lisboa, e no cemitério de Alhandra, onde está sepultado. Foi sócio correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa.
Índice
[esconder]
1 Biografia
2 Obra
3 Notas
4 Bibliografia
5 Ligações externas
[editar]Biografia
Nasceu numa casa da zona ribeirinha de Alhandra a 7 de Março de 1843, filho de Caetano Martins, carpinteiro, e de Maria das Dores de Sousa Martins, doméstica, uma família com escassos recursos económicos. Viveu a sua infância em Alhandra, onde completou o ensino primário, então os únicos estudos possíveis naquela vila. Ficou órfão do pai aos 7 anos de idade.
Aos 12 anos de idade foi aconselhado pela mãe a partir para Lisboa, onde um seu tio materno, Lázaro Joaquim de Sousa Pereira, se tinha estabelecido como farmacêutico, ao tempo proprietário da Farmácia Ultramarina, sita na Rua de São Paulo.
Ficou instalado em casa do tio, trabalhando como aprendiz na farmácia, ao mesmo tempo que frequentava o Liceu Nacional de Lisboa. A 1 de Abril de 1856 iniciou oficialmente funções como praticante de botica na Farmácia Ultramarina. Tornou-se exímio manipulador de produtos naturais e adquiriu uma experiência que depois muito valorizou como médico e professor de Medicina.
Terminado o curso liceal, concluiu em 1861 os estudos preparatórios da Escola Politécnica de Lisboa, ingressando seguidamente no curso de Medicina da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e no ano seguinte no curso de Farmácia, onde os conhecimentos que adquirira enquanto praticante de farmácia o ajudaram a terminar em 1864, com 21 anos de idade, o curso de farmacêutico com excelente classificação.
Após a conclusão do curso de Farmácia decidiu continuar estudos e concluiu em 1866, com apenas 23 anos de idade, também na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, o curso de Medicina, apresentando como tese de licenciatura o trabalho intitulado O Pneumogástrico Preside à Tonicidade da Fibra Muscular do Coração.
A 13 de Julho de 1864 foi eleito sócio efectivo da Sociedade Farmacêutica Lusitana, por proposta subscrita por José Tedeschi, assumindo em pouco tempo um papel relevante na vida da instituição, elaborando ao longo da década seguinte múltiplos relatórios e pareceres e publicando vários artigos no periódico Jornal da Sociedade Farmacêutica, órgão oficial daquela associação. Foi durante mais de uma década vogal da Comissão de Saúde Pública da Sociedade, tendo um papel relevante na regulação de diversas práticas farmacêuticas potencialmente perigosas para a saúde pública. A 4 de Agosto de 1874 foi feito membro benemérito da Sociedade, com fundamento na maneira brilhante como desempenhou o difícil e honroso encargo de representante de Portugal no congresso de Viena, nos assuntos de quarentenas e medidas sanitárias.
Em 1867 foi feito sócio correspondente da Academia Real das Ciências de Lisboa.
Concluído o curso médico como aluno brilhante, em 1868 foi nomeado, após concurso público, para o cargo de demonstrador da Secção Médica da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. Nesse mesmo ano foi eleito sócio da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, iniciando uma carreira ligada ao ensino e investigação na área da Medicina.
No desenvolvimento dessa carreira, em 1872 foi nomeado lente da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e em 1874 médico extraordinário do Hospital de São José.
Entretanto afirmou-se como médico de nomeada e membro relevante de diversas agremiações científicas e cívicas, conquistando um lugar de relevo entre a intelectualidade de Lisboa. Como médico e professor, dava grande importância à componente psicológica e de relação humana da prática médica, ficando conhecido conselho incluído numa das suas lições: Quando entrardes de noite num hospital e ouvirdes algum doente gemer, aproximai-vos do seu leito, vede o que precisa o pobre enfermo e, se não tiverdes mais nada para lhe dar, dai-lhe um sorriso. Mesmo depois da sua morte, as suas lições coligidas foram referência obrigatória durante décadas.
O seu percurso académico e profissional levou-o ao cargo de secretário e bibliotecário da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, catedrático de Patologia Geral, Semiologia e História da Medicina, presidente da Comissão Executiva e da Secção de Medicina da expedição científica à Serra da Estrelaorganizada em 1881 pela Sociedade de Geografia de Lisboa e director efectivo da Enfermaria de São Miguel no Hospital de São José.
A sua actividade no Hospital de São José, e em particular a importante acção filantrópica que exercia a favor dos doentes mais pobres, afirmou-o como um dos médicos mais prestigiados de Portugal. Ganhou enorme prestígio na luta contra a tuberculose, que então atingia proporções epidémicas em Lisboa, que reforçou ao liderar a expedição científica à Serra da Estrela e ao defender a construção naquelas montanhas de sanatórios destinados à climoterapia daquela doença.
A expedição científica à Serra da Estrela foi organizada sob a égide da Sociedade de Geografia de Lisboa, de que Sousa Martins era sócio fundador e vogal do Conselho Central, reunindo em Agosto de 1881 uma plêiade de cientistas e intelectuais que estudaram aquela região portuguesa nas suas vertentes geográfica, meteorológica e antropológica num esforço sem precedentes de exploração sistemática do território português.
O interesse de Sousa Martins na realização da expedição prendia-se com a necessidade de conhecer a meteorologia e as condições sanitárias da região dado a importância então atribuída ao clima no tratamento da tuberculose pulmonar. Essa necessidade levou a que em conjunto com Brito Capelo tivesse requerido ao Governo, em 1882, a instalação de um posto meteorológico na Serra.
Na sequência da expedição Sousa Martins defendeu a implantação de Casas de Saúde na região serrana e foi um dos impulsionadores da fundação do Club Hermínio, uma associação de carácter humanitário que criada em 1888 se manteve activa pelo menos até 1892. Sousa Martins foi aclamado sócio honorário e presidente perpétuo pelos membros fundadores. Afirmando-se como uma instituição de solidariedade, o Club Hermínio tinha por finalidades promover o melhoramento das condições naturais da Serra da Estrela, considerada como estação sanitária através do estabelecimento de casas de saúde sob direcção médica, o socorro aos doentes pobres e o exercício de polícia higiénica em todos os pontos da Serra e nas habitações que fossem usados pelos doentes.
No Verão de 1888, com o patrocínio do Club Hermínio e com o apoio entusiástico de Sousa Martins e de Guilherme Teles de Meneses, esteve na Serra da Estrela o médicoBasílio Freire, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, que ali assegurou acompanhamento médico gratuito aos doentes que o procuravam.
O principal objectivo de Sousa Martins era a construção de um sanatório na Serra da Estrela que de forma permanente pudesse acolher e tratar doentes com tuberculose pulmonar. Apesar do seu esforço e da sua influência junto da Coroa, já que desde 1888 era médico honorário da Real Câmara de Suas Majestades e Altezas, e do Governo, a iniciativa, aclamada por todos, tardou em materializar-se e o sanatório proposto apenas seria construído após a sua morte.
A construção do sanatório da Guarda, ficou a dever-se à Assistência Nacional aos Tuberculosos, a ANT, instituição que sob a presidência da rainha D. Amélia de Orleãesconseguiu reunir os fundos necessários e materializar a construção e equipamento. A inauguração do sanatório, o primeiro a ser construído pela ANT e o terceiro de Portugal, ocorreu a 18 de Maio de 1907, quase uma década após o falecimento de Sousa Martins. A inauguração incluiu uma homenagem àquele pioneiro da luta contra a tuberculose, cuja acção e dinamismo a rainha já evocara 1899 em intervenção pública integrada numa campanha de profilaxia da tuberculose.
Apesar do tempo decorrido após o falecimento de Sousa Martins, em sua homenagem, a nova instituição foi denominada Sanatório Dr. Sousa Martins e por ela passaram muitos milhares de doentes ao longo de mais de meio século de funcionamento. A sua importante acção deixou o nome ligado à zona serrana com tal perenidade que o principal hospital da cidade da Guarda o mantém Sousa Martins como patrono.
Foi também escolhido para representar Portugal em diversos eventos internacionais na área da Medicina: em 1874 foi nomeado delegado à Conferência Sanitária Internacional realizada em Viena; e em 1897 foi delegado à Conferência Sanitária Internacional, realizada em Veneza, onde foi eleito vice-presidente.
Adoeceu quando se encontrava em Veneza, regressando a Lisboa muito debilitado. Diagnosticada tuberculose, partiu para a Serra da Estrela à procura de alívio. Aparentemente convalescendo, recolheu-se a Alhandra, onde se instalou numa quinta, propriedade de amigos, tentando recuperar.
A doença agravou-se e aos 54 anos, tuberculoso terminal e sofrendo de lesão cardíaca, Sousa Martins cometeu suicídio, com uma injecção de morfina. Pouco antes, havia confidenciado a um amigo: "A morte não é mais forte do que eu" e "Um médico ameaçado de morte por duas doenças, ambas fatais, deve eliminar-se por si mesmo".
Na mensagem que enviou ao saber da morte de Sousa Martins, o rei D. Carlos I de Portugal afirmou: Ao deixar o mundo, chorou-o toda a terra que o conheceu. Foi uma perda irreparável, uma perda nacional, apagando-se com ele a maior luz do meu reino.
Também sobre ele, António Egas Moniz, Prémio Nobel da Medicina, disse: Notável professor que deixou, atrás de si, um nome aureolado de prelector admirável, de clínico, de orador consagrado, sempre alerta nas justas da Sociedade das Ciências Médicas.
Por sua vez Guerra Junqueiro considerou-o Eminente homem que radiou amor, encanto, esperança, alegria e generosidade. Foi amigo, carinhoso e dedicado dos pobres e dos poetas. A sua mão guiou. O seu coração perdoou. A sua boca ensinou. Honrou a medicina portuguesa e todos os que nele procuraram cura para os seus males.
O principal hospital da cidade da Guarda tem o nome de Hospital Sousa Martins, em homenagem ao trabalho pioneiro de Sousa Martins sobre a tuberculose e climoterapia que conduziu à promoção da Serra da Estrela como área propícia à instalação de sanatórios para o tratamento de tuberculosos. Para além disso, existem vários sítios que homenageiam o Dr. Sousa Martins, entre os quais um concorrido monumento, de autoria de Costa Motta (tio) no Campo de Santana, em Lisboa; um jazigo no Cemitério de Alhandra, onde se encontra sepultado; a Casa-Museu Dr. Sousa Martins, em Alhandra; e o busto do Dr. Sousa Martins, no Largo 7 de Março, na baixa alhandrense. Também atoponímia da cidade da Guarda, à qual o nome de Sousa Martins está associado desde o início do século XX mercê da estrutura sanatorial que ali existiu, o recorda no nome de uma das ruas do moderno Bairro da Senhora dos Remédios. Um pequeno monumento erguido dentro dos muros do antigo Sanatório da Guarda continua, diariamente, a receber preces e agradecimentos e, à semelhança do monumento lisboeta do Campo de Santana, está quase sempre emoldurado de flores e de ex-votos diversos.
O Dr. Sousa Martins foi um adepto do Espiritismo e muitos dos seguidores dessa crença atribuiem-lhe curas milagrosas por intermédio das suas comunicações mediúnicas.[2] A 7 de Março e a 18 de Agosto de cada ano, aniversários do seu nascimento e morte, milhares de devotos visitam e rezam sobre o seu túmulo.
[editar]Obra
O Pneumogástrico, os Antinomiais, a Pneumonia - Memória apresentada à Academia Real das Ciências de Lisboa, Tipografia da Academia Real das Ciências de Lisboa, Lisboa, 1867.
A Patogenia Vista à Luz dos Actos Reflexos, Tese de Concurso, Tipografia Universal, Lisboa, 1868.
Patogenia e Célula, 1868.
Relatório dos Trabalhos da Conferência Sanitária Internacional reunida em Viena em 1874, apresentado pelo delegado português a essa conferência J. T. Sousa Martins, Imprensa Nacional, Lisboa, 1874.
Relatório dos Trabalhos da Conferência Sanitária Internacional, reunida em Viena, em 1874, Imprensa Nacional, Lisboa, 1874.
A Medicina Legal no Processo Joana Pereira, Resposta a uma consulta, Imprensa da Universidade, Coimbra,1878.
A Febre Amarela Importada pela Barca "Imogene", Tipografia Portuguesa, Lisboa, 1879.
Os Typhos de Setúbal, Relatório sobre a Memória acerca dos typhos de Setúbal do sr. Dr. Francisco Ayres do Soveral e Parecer sobre essa memória por Sousa Martins, Imprensa Nacional, Lisboa, 1881.
"Movimentos Pupilares Post-Mortem e Intra-Vitam", in Revista de Nevrologia e Psychiatria, Lisboa, 1888.
A Tuberculose Pulmonar e o Clima de Altitude da Serra da Estrela, Imprensa Nacional, Lisboa, 1890.
Costumes da Occidental Praia - Evolução de uma Lei no Período Metafísico, Físico e Moral (publicado sob o pseudónimo de Zehobb Cêrvador), Tip. da Companhia Nacional Editora, Lisboa, 1890.
Discurso pronunciado na inauguração do Mausoléu Sobral na cidade da Guarda, Tipografia da Companhia Nacional Editora, Lisboa, 1894.
Comemoração de Louis Pasteur, Discurso feito na Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa, Tipografia Castro Irmão, Lisboa, 1895.
Nosografia de Antero, in Antero de Quental, in Memoriam, Porto, 1896.
Notas
↑ José Tomás de Sousa Martins.
↑ Fernando Dacosta, Os Mal Amados, Casa das Letras, Lisboa, 2008.
[editar]Bibliografia
PAIS, José Machado. Sousa Martins e suas Memórias Sociais. Sociologia de uma Crença Popular. Lisboa: Gradiva, 1994.
REPOLHO, Sara. Sousa Martins: Ciência e Espiritualismo. Coimbra: Imprensa da Universidade, 2008.
[editar]Ligações externas
Dr Sousa Martins no facebook
Retrato de Sousa Martins, por Francisco Pastor
Biografia do Dr. Sousa Martins
Museu de Alhandra: Casa-Museu Dr. Sousa Martins
Página dedicada a Sousa Martins
Centenário do Sanatório Sousa Martins
Casa-Museu Dr. Sousa Martins na página oficial da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira
DR. Sousa Martins
Farmacêutico, Médico (Santo?): 1843 – 1897
Sousa Martins
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QUANDO TUDO ACONTECEU...
1843: Em Alhandra, vila à beira-Tejo, a uns 25 quilómetros de Lisboa, nasce José Tomás de Sousa Martins.1856: Passa a praticante na Farmácia Ultramarina, em Lisboa. 1864: Alcança notável classificação em Farmácia, 1866: Brilhante licenciatura em Medicina. 1869: Demonstrador da Secção Médica da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa. 1874: Médico extraordinário do Hospital de São José. No mesmo ano é nomeado membro benemérito da Sociedade Farmacêutica Lusitana pela sua brilhante actuação como representante de Portugal no Congresso Internacional de Viena “Quarentenas e Medidas Sanitárias”. 1876:Na Escola Médica é catedrático de Patologia Geral, Semiologia e História da Medicina. 1888: É um dos fundadores do Club Hermínio que se propõe levantar casas de saúde na Serra da Estrela. 1897: Participa naConferência Sanitária de Veneza, e ali sente-se mal, já está contagiado pela tuberculose. Morte de Sousa Martins.
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Estátua de Sousa Martins |
Em Lisboa, no Campo de Santana (mais tarde chamado Campo dos Mártires da Pátria) cercada de montes de flores, de velas acesas e de placas de mármore gravadas com agradecimentos e homenagens (ex-votos), frente à Faculdade de Medicina está implantada a estátua do Dr. Sousa Martins, obra do escultor Costa Mota, Perto, localiza-se o quiosque da D. Orlanda, florista cabo-verdiana. Todos os dias ela deposita um ramalhete junto aos pés da estátua, Provoco:
- Mas que gentileza é essa, ó D. Orlanda? Olhe que esse aí nem sequer era preto...
Devolve:
- Ele é preto, ele é branco, ele é tudo, ele é santo.
Fico atordoado: passado mais de um século, o médico Sousa Martins continua a cativar devotos? Sinto-me envolvido pela sua história, sugado pela sua vida, arpoado pelo culto popular que lhe é prestado em Lisboa (Campo de Santana), em Alhandra e na cidade da Guarda. Culto aliás abjurado pela Igreja Católica, depois veremos por que motivo.
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FARMÁCIA ULTRAMARINA | |
Elevador da Bica | A 7 de Março de 1843, em Alhandra, vila a dois passos de Lisboa, a doméstica Maria das Dores dá a luz um menino que é baptizado com o nome de José Tomás de Sousa Martins. Caetano Martins, carpinteiro, pai de José Tomás, morre quando o garoto tem apenas sete anos. Maria das Dores, sozinha, toma conta do filho até ele completar a Instrução Primária. Só então pede ajuda ao seu irmão Lázaro, que vive em Lisboa e ali é dono da Farmácia Ultramarina,
Lázaro recebe o sobrinho em sua casa, matricula-o no Liceu Nacional e convence-o a praticar na farmácia.
Seduz-me cotejar o que já lá vai com o meu presente. Em Lisboa alcanço o Largo do Chiado e, logo a seguir, as duas igrejas, uma frente à outra, a do Loreto e a da Nossa Senhora da Encarnação. Atravesso a Rua da Misericórdia, cruzo o Largo Camões e sigo pela Rua do Loreto. Mais uma centena de metros e arribo ao Largo do Calhariz, Daqui parte, ladeira abaixo, o Elevador da Bica. Embarco. Talvez uns dois minutos para chegar ao fim da linha. Desço. Estou na Rua de São Paulo, frente à Farmácia Ultramarina. Mas não vejo o Sousa Martins, não posso vê-lo, apagou-se há mais de um século. Porém um golpe de imaginação e vislumbro que o rapazinho está ali a manipular produtos naturais, com rigor e entusiasmo, sempre.
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CURSOS | |
Concluído o curso liceal em 1861, Sousa Martins faz a admissão à Escola Politécnica de Lisboa e dali salta para a Escola Médico-Cirúrgica.
A seguir matricula-se em Farmácia, junção de cursos.
Em 1864, com apenas 21 anos, obtém notável classificação final em Farmácia, Para alguma coisa valeu o muito que praticara com o seu tio Lázaro.
Em 1866, com 23 anos, conquista brilhante licenciatura em Medicina.
Diplomas e conhecimento profundo, armado está Sousa Martins.
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TORRENTE | |
Hospital de São José | Afoito, vejo que nada pela vida fora.
Atira-se de cabeça, mergulha. Ainda em 1864 é nomeado sócio efectivo da Sociedade Farmacêutica Lusitana.
Dá quatro braçadas a favor da corrente. Em 1867 é nomeado Sócio Correspondente da Academia Real de Ciências (de Lisboa),
Evita um escolho. Em 1868 vai a concurso e é chamado para demonstrador da Secção Médica da Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa.
Mergulha, sustem a respiração. Em 1874 é convidado para médico extraordinário do Hospital de São José.
Contorna um promontório, Ainda em 1874 é nomeado membro benemérito da Sociedade Farmacêutica Lusitana pela sua brilhante actuação como representante de Portugal no Congresso Internacional de Viena “Quarentenas e Medidas Sanitárias”.
Exausto, embora tranquilo, aproxima-se da meta. Em 1876 a Escola Médica convida-o para leccionar as cátedras de Patologia Geral, de Semiologia (estudo dos sintomas das doenças) e da História da Medicina.
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MÉDICO E DOENTES | |
Sousa Martins e a sua bondade sempre a jorrar. Entretanto, o que está a acontecer no resto do mundo? Consulta a TÁBUA CRONOLÓGICA.
| Com o seu diagnóstico certeiro e célere, em cada mês Sousa Martins consegue atender um rancho alargado de pacientes.
A sua bondade, que não pára de jorrar, incita os doentes a guindá-lo a santo milagreiro. Até lhe dirigem orações. Eis uma, entre as centenas recolhidas:
Nada me alegra tanto
Como ouvir-Te Sussurrar como devo Encaminhar Os meus passos. Só pensando em Ti Consigo Caminhar na vida. Obrigado Dr. Sousa Martins
Eis outra:
Dr. Sousa Martins,
Ajuda-me a não desistir Quando as dificuldades São muitas E os escolhos são enormes Mas o caminho está certo E tenho de prosseguir. Ajuda-me, Dr. Sousa Martins, Eu quero vencer na vida.
E ainda uma terceira:
Este louco coração
Corre como um cavalo Sem freio E atinge níveis descomunais. Para o acalmar Dou-lhe alfazema ou erva-cidreira E ela abranda Tal como disseste. Obrigado, Dr. Sousa Martins.
E uma quarta:
Falta me a luz
Para entender Como hei de proceder Tento tudo Mas tudo sai errado E é cada vez mais complicado. Por favor, Ajuda me, Dr. Sousa Martins.
E ainda:
Tudo me mete medo
Não sou capaz de arriscar Mais do que vejo À frente dos meus olhos. Só passo a passo Consigo avançar E mesmo assim hesito Em tudo quanto faço. Dr. Sousa Martins Diz-me como hei de proceder E este medo perder Para ser igual A toda a gente feliz. Ajuda-me Dr. Sousa Martins.
José Tomás de Sousa Martins debruça-se, fundamentalmente, sobre os pobres e desprotegidos, sobre os espezinhados nesta vida porque ele, apesar de se dizer maçon, acredita que há outras para além daquela que ora estamos a percorrer.
Para ele, a alma, o espírito, será portanto um pássaro sempre em busca de um ninho mais acolhedor. Os coitados que estão para ali à espera do fim, mais tarde irão reencarnar, umbral distante mas que um dia será alcançado.
Adverte:
- Quando entrardes de noite num hospital e ouvirdes algum doente gemer, aproximai-vos do seu leito, vede o que precisa o pobre enfermo e se não tiverdes mais nada para lhe dar, dai-lhe um sorriso.
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AMORES
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Serra da Estrela
Ex-votos para o Dr. Sousa Martins | Vários amores porém Sousa Martins não casa, coração excessivo para aturar uma rainha absoluta.
TUBERCULOSE
Em Lisboa, doença epidémica é a tuberculose pulmonar. Os antibióticos ainda não existem e Sousa Martins acha que só a climoterapia pode enfrentar essa terrível doença. Ou seja: é urgente deslocar para lugares altos como a Serra da Estrela e a cidade da Guarda, os doente atingidos pelo bacilo de Koch.
Com o apoio da Sociedade de Geografia de Lisboa, Sousa Martins, o geógrafo Brito Capelo e o médico Basílio Freire da Universidade de Coimbra, em 1888 estruturam o Club Hermínio, fundação que se propõe levantar várias casas de saúde na Serra da Estrela. A primeira a ser construída é nas Penhas da Saúde, local assim denominado porque ali vão pousar os que sofrem de doenças respiratórias.
Apesar das promessas da Coroa o sanatório da Guarda é que tarda a ser erguido.
SUICÍDIO
Em 1897 Sousa Martins participa na Conferência Sanitária de Veneza, onde é eleito vice-presidente, Durante os trabalhos sente-se mal, mordido já está pela tuberculose, contágio dos seus pacientes,
Quando chega a Lisboa logo trata de partir para a Serra da Estrela, em busca de alívio,
Ao sentir-se melhor regressa a Alhandra e ali instala-se na quinta de uns amigos.
Diagnóstico: tuberculose e lesão cardíaca!
Diz para um colega:
- A morte não é mais forte do que eu,
E sussurra para outro:
- Um médico ameaçado de morte por duas doenças, ambas fatais, deve eliminar-se por si mesmo.
É o que ele faz em 18 de Agosto de 1897, injecta-se, overdose de morfina. 54 anos, vida curta, porém ardente,
Diz El-Rei D. Carlos I de Portugal:
- Sousa Martins, ao deixar o mundo, chora-o toda a terra que o conheceu. Foi uma perda irreparável, apagando-se com ele a maior luz do meu reino.
A Rainha D. Amélia trata de apressar a construção do Sanatório Sousa Martins na cidade da Guarda.
Diz o poeta Guerra Junqueiro:
- Eminente homem que radiou amor, encanto, esperança, alegria e generosidade, Foi amigo, carinhoso e dedicado dos pobres e dos poetas, A sua mão guiou. O seu coração perdoou, A sua boca ensinou. Honrou a medicina portuguesa e todos os que nele procuraram cura para os seus males.
OUTRA VEZ NO CAMPO DE SANTANA
Não me cativam as tais revoadas de ninho em ninho. Se elas seduziram o Sousa Martins, problema dele, só dele, a cada qual a sua própria intuição....
Apesar do culto popular a Igreja Católica continua a recusar a santidade a Sousa Martins porque ele foi, sem vacilar, espírita e suicida. .
Torno ao Campo de Santana. Aponto a estátua e outra vez meto conversa com a florista cabo-verdiana:
-D. Orlanda, esse aí já não é santo.
Ela benze-se e eu continuo:
- Tenha calma! Não é, mas foi. Há cem anos ele foi santo e dos grandes. É essa a homenagem que lhe presto.
Sorri, aliviada. Suspira:
- Ao menos isso, valha-nos Deus...
SALVE DEUS
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