Manuel Monteiro de Castro é um clérigo católico que amanhã será cardeal. O Correio da Manhã entrevistou-o. Transcrevo a seguinte passagem da entrevista: – Tem acompanhado a situação difícil que Portugal atravessa? – Tenho. Acho que o País vai ultrapassar este momento, mas os governantes têm de ter noção de que é necessário pagar o que se deve. Mas o maior problema de Portugal é outro… – Qual? – O pouco apoio que o Estado dá à família. A mulher deve poder ficar em casa, ou, se trabalhar fora, num horário reduzido, de maneira que possa aplicar-se naquilo em que a sua função é essencial, que é a educação dos filhos. O título da notícia - "Mulher deve ficar em casa” - não me parece correcto. O que é dito, e a ideia subjacente, é a de que a mulher deve poder ficar em casa. Há uma enorme diferença entre obrigar a mulher a ficar em casa (como em certos países muçulmanos) e possibilitar que a mulher fique em casa (por exemplo para criar os filhos). Melhor na escolha das palavras esteve o Público, que titulou "Novo cardeal português defende que função “essencial” da mulher é educar os filhos". Reflecte melhor a posição do cardeal. Não é a descoberta da roda. Há países em que a mulher (ou o homem, se o par assim o decidir), goza de protecção laboral de modo a poder ter isenção ou redução de horário para cuidar da família. Não se justificam, a meu ver, as reacções negativas a esta opinião do futuro cardeal. Não se trata de nenhum retrocesso civilizacional, mas sim de um avanço. Actualmente temos ambos os membros do par a trabalhar fora de casa e mesmo assim o dinheiro muitas vezes não chega para viver dignamente. Temos as crianças a dar entrada no jardim de infância com meses de idade, como jovens soldadinhos que nunca chegam a conhecer outra vida que não a de serem conduzidos em grupo, supervisionados em tudo, até no brincar. Temos uma delinquência juvenil galopante, pois há princípios e valores que só a família pode dar. E temos uma natalidade decrescente, pelos motivos supracitados e por outros. Como aliás o mesmo Correio da Manhã hoje destaca - Baixa natalidade: Portugal está a desaparecer. Custa-me que tantas mulheres ainda tenham vergonha de ser "apenas" donas de casa. Haverá ocupação mais bonita do que ser-se DONA DE CASA? Afinal de contas, ela é a dona... da casa. Não precisa de ter vergonha e camuflar a sua ocupação com esse estranho termo que é "doméstica". Ser a gestora de uma família não é coisa de somenos. E se porventura quem me lê acha que "também estou a querer mandar as mulheres para o fogão", esclareço que tanto se me dá que haja donas de casa como donos de casa. Desde que haja casa! E não uma espécie de "unidade habitacional multipessoal", como sugerem estes tempos de números e estatísticas, onde o conceito de família vai soando caduco. Infelizmente. |
SALVE DEUS! FAÇAM O FAVOR DE SEREM FELIZES. COMAM E BEBAM; A MESA ESTÁ POSTA! SALVE DEUS
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
Defender a Família é ser retrógrado?
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