LEITURA ORANTE
Passo a passo, a caminho com Jesus,
Estamos
começando a 3ª semana da quaresma
quando,
hoje, contemplamos algo estranho:
Jesus
é rejeitado em sua própria casa
Também
ali, caminhamos passo a passo com Jesus.
Em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio,
Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo,
membro
da Igreja viva.
Trindade
Santíssima
-
Pai, Filho, Espírito Santo -
presente
e atuante na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu
vos adoro, amo e agradeço.
Em
silêncio
fechemos
os olhos.
respiremos
suavemente, e olhemos
através
da imaginação,
para
dentro do nosso coração.
Repitamos,
respirando:
“Senhor
Jesus, tem piedade de nós".(pausa)
E
ouçamos o que ele nos diz
1.
Leitura (Verdade)
-
O que a Palavra diz?
Lemos agora, o texto Lc
4,24-30
E Jesus diz:
- Eu afirmo a vocês que
isto é verdade: nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra. Eu digo a
vocês que, de fato, havia muitas viúvas em Israel no tempo do profeta Elias,
quando não choveu durante três anos e meio, e houve uma grande fome em toda aquela
terra. Porém Deus não enviou Elias a nenhuma das viúvas que viviam em Israel,
mas somente a uma viúva que morava em Sarepta, perto de Sidom. Havia também
muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu, mas nenhum deles foi
curado. Só Naamã, o sírio, foi curado.
Quando ouviram isso,
todos os que estavam na sinagoga ficaram com muita raiva. Então se levantaram,
arrastaram Jesus para fora da cidade e o levaram até o alto do monte onde a
cidade estava construída, para o jogar dali abaixo. Mas ele passou pelo meio da
multidão e foi embora.
Refletindo
Os ouvintes de
Jesus entenderam que
teriam que mudar, se transformar. Eles estavam tranquilos até então. Na
verdade, os moradores de
Nazaré estavam fechados e nos oferecem uma imagem daquilo que com frequência,
também nós vivemos: fazemos julgamentos, somos preconceituosos, intolerantes a
quem pensa diferente, sente e vive de maneira diferente.
As palavras de Jesus na
sinagoga de Nazaré nos questionam também hoje. Para que vivemos? Para quem
vivemos? Nossa maneira de viver é provocativa ou inspiradora?
Nas sinagogas
modernas (os meios de comunicação, o rádio, as redes
sociais.) temos
oportunidade de dizer coisas que ampliam a vida. elevam o outro, abrem
horizontes, oportunidade de despertar
mudanças, buscar o novo.
A incredulidade provocou
o ensinamento de Jesus. Este, por sua vez, incomodou. Na sinagoga de Nazaré,
Jesus diz: "Eu afirmo a vocês que isto é verdade: nenhum profeta é bem
recebido na sua própria terra". E ali, em sua terra natal, é rejeitado.
Inclusive, é expulso da cidade e tentam matá-lo.
Infelizmente,
como no tempo de Jesus, também entre nós, existem estas atitudes ásperas de
julgamento, indiferença, preconceito e intolerância.
Olhemos
para o papa Francisco. Em relação a ele encontramos atitudes de soberba
disfarçada de verdade, o conservadorismo farisaico
que provoca distâncias, o medo camuflado de firmeza, as inseguranças,
julgamentos
alimentando divisões. Estas atitudes nunca deixam espaço para o novo, o "aggiornamento"
(atualização) como dizia o Santo João XXIII. A renovação torna-se
impossível. Nesses ambientes disfarçados em ortodoxia, prevalecem o
fundamentalismo, o moralismo, o legalismo... Nem o Espírito Santo tem espaço
para atuar e inspirar "palavras de vida".
Jesus
foi deletado da sua comunidade porque quis pensar e agir de maneira diferente.
Seu anúncio e suas opções rompiam com os esquemas mentais arcaicos e
petrificados, enrijecidos.
2. Meditação(Caminho)
-
O que a Palavra diz para nós?
A
rejeição pelos conterrâneos, que deveriam acolhê-lo por primeiro, fez com que
Jesus se dirigisse a outras pessoas que queriam ouvi-lo e viver sua proposta.
Uma pergunta que podemos nos fazer: Estamos entre os conterrâneos de Jesus ou
entre as "outras pessoas"?
Dentro das nossas
sinagogas modernas é preciso alimentar mais o respeito, o cuidado, a irradiação
não da rejeição, mas do amor.
Jesus
não quis deixar o mundo como o encontrou. Por isso envolveu-o de
misericórdia, paz e amor sem medidas.
Meditando
Vamos
convidar o papa Francisco para nos ajudar na meditação. Ele diz na
Evangelii gaudium: "No mundo atual, com a velocidade das
comunicações e a seleção interessada dos conteúdos feita pelos mass-media, a
mensagem que anunciamos corre mais do que nunca o risco de aparecer mutilada e
reduzida a alguns dos seus aspectos secundários. Consequentemente, algumas
questões que fazem parte da doutrina moral da Igreja ficam fora do contexto que
lhes dá sentido. O problema maior ocorre quando a mensagem que anunciamos
parece então identificada com tais aspectos secundários, que, apesar de serem
relevantes, por si sozinhos não manifestam o coração da mensagem de Jesus
Cristo. Portanto, convém ser realistas e não dar por suposto que os nossos
interlocutores conhecem o horizonte completo daquilo que dizemos ou que eles
podem relacionar o nosso discurso com o núcleo essencial do Evangelho que lhe
confere sentido, beleza e fascínio." (EG 34).
No núcleo fundamental da Palavra sobressai
a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e
ressuscitado" (EG 36).
O papa fala de um mundanismo espiritual na
Evangelii gaudium:
"O mundanismo espiritual, que se
esconde por detrás de aparências de religiosidade e até mesmo de amor à Igreja,
é buscar, em vez da glória do Senhor, a glória humana e o bem-estar
pessoal." (EG 93).
É uma tremenda corrupção, com aparências de
bem. Devemos evitá-lo, pondo a Igreja em movimento de saída de si mesma, de
missão centrada em Jesus Cristo, de entrega aos pobres. Deus nos livre de uma
Igreja mundana sob vestes espirituais ou pastorais! Este mundanismo asfixiante
cura-se saboreando o ar puro do Espírito Santo, que nos liberta de estarmos
centrados em nós mesmos, escondidos numa aparência religiosa vazia de Deus. Não
deixemos que nos roubem o Evangelho! (EG 97)
Sobre Deus não sabemos muitas coisas. O que
sabemos nos ensinou Jesus. Quando nos deixamos tocar por Deus,
descobrimos que ele é paz. Quando nos deixamos nos iluminar pelo Evangelho
enxergamos grande Luz.
3.
Oração (Vida)
-
O que a Palavra nos leva a dizer a Deus?
Façamo-nos
agora, presentes na sinagoga de Nazaré. Deixemo-nos embeber pela presença
de Jesus. Deixemo-nos envolver pelas palavras e gestos de Jesus. E nos
perguntemos: como Jesus, a minha presença desperta amor no
coração das pessoas? Desperta nelas o gosto por viver? (pausa)
Deus, nosso Pai,
fonte da vida e princípio do bem viver,
criastes
o ser humano e lhe confiastes o mundo como um jardim a ser cultivado com amor.
Dai-nos
um coração acolhedor para assumir a vida como dom e compromisso.
Abri
nossos olhos para ver as necessidades dos nossos irmãos e irmãs,
sobretudo dos mais
pobres e marginalizados.
Ensinai-nos a
sentir verdadeira compaixão expressa no cuidado fraterno,
próprio
de quem reconhece no próximo o rosto do vosso Filho.
Inspirai-nos
palavras e ações para sermos construtores de uma nova sociedade,
reconciliada no amor.
4.
Contemplação(Vida/ Missão)
- Qual o nosso novo
olhar a partir da Palavra?
Hoje,
na Sinagoga com Jesus, temos o coração aberto ao verdadeiro amor, abraçamos a
proposta de Jesus , e para sermos fieis passo a passo com Ele,
recebemos a bênção
do cardeal Sérgio da Rocha
Bênção do
cardeal Dom SÉRGIO DA ROCHA:
Senhor,
nosso Deus, concedei-nos nesta quaresma a graça da conversão e da reconciliação
por meio da oração, da penitencia e da caridade. Dai-nos a graça de aprender
convosco a ser livres para amar, acolhendo a vida como dom e compromisso,
valorizando e defendendo a vida, especialmente onde ela se encontra mais
fragilizada e sofrida. Isto vos pedimos, em nome do Pai, e do Filho e do
Espirito Santo. Amém.
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