No dia 13 de setembro
comemoram-se os cem anos da quinta aparição de Nossa Senhora. Deve-se
ressaltar que nessa quinta aparição compareceram na Cova da Iria entre
15 e 20 mil pessoas. Isso mostra de um lado como essas aparições se
propagaram e, de outro, como Nossa Senhora já agia no fundo das almas
visando atraí-las para a sua Mensagem salvadora.
Sempre solícita e procurando comover aqueles corações ávidos de Deus,
nessa aparição Nossa Senhora se esmerou em apresentar algo de muito
atraente, conforme relata a Irmã Lúcia em suas memórias: “...o súbito refrescar da
atmosfera, o empalidecer do Sol até ao ponto de se verem as estrelas,
uma espécie de chuva como que de pétalas irisadas ou flocos de neve que
desapareciam antes de pousarem na terra. Em particular, foi notado
desta vez um globo luminoso que se movia lenta e majestosamente pelo
céu, do nascente para o poente e, no fim da
aparição, em sentido contrário”.
Portanto, um cenário maravilhoso para relacionar aquela manifestação
com o Céu e, certamente, com o Triunfo do Imaculado Coração de Maria.
Mais uma vez Nossa Senhora pediu-lhes que rezassem o Terço todos os
dias para alcançar o fim da guerra, prenunciando assim sua misericórdia
com o mundo pela cessação da primeira guerra mundial.
Em seguida, Ela disse: “Em
outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo,
São José com o Menino Jesus, para abençoarem o mundo”. Era
mais um convite estupendo à adesão da humanidade a Ela.
Como não identificar essa aparição de Nossa Senhora como sendo mais uma
enorme manifestação de sua misericórdia?
Nela, Nossa Senhora mostrou outro aspecto particularmente materno de
sua alma, ao dizer às crianças para mitigarem –– não para
suspenderem –– suas penitências: “Deus está contente com os vossos sacrifícios,
mas não quer que durmais com a corda (a qual amarravam
apertada em torno da cintura).
Trazei-a só durante o dia”.
Mas esse aspecto materno não
excluía outro lado de Nossa Senhora que pode desapontar certas almas,
que se recusam a ver esta outra faceta da alma da Santíssima Virgem,
igualmente admirável: o senso de justiça. Zelosa em comunicar os
pedidos das pessoas ali presentes, Lúcia disse:
“Têm-me pedido para
Lhe pedir muitas coisas, a cura de alguns doentes, de um surdo-mudo.
“–– Sim, alguns curarei. Outros não”.
Por que uns sim e outros não? Para certas mentalidades sentimentais,
essa atitude de Nossa Senhora é inexplicável. Por que não curar a
todos? Afinal, a bondade de seu Coração Imaculado não impõe que Ela
cure a todos? Não estaria Ela “discriminando” as pessoas?
Nossa Senhora não pensa assim. Nem sempre uma cura física (o que mais
de pede hoje) é o melhor para certos indivíduos que, uma vez curados,
ficariam com muito mais risco de pecar. Ora, Nossa Senhora abomina o
pecado e não faz cambalachos com quem peca. Por isto, o melhor para
elas é que a cura não seja dada. É o amor materno insuperável de Nossa
Senhora que faz assim. Tudo o que não seja isso é uma falsa
misericórdia, e não um amor autêntico, pois Deus rejeita todo pecado e
não pactua com nenhum.
Ora, se Nossa Senhora trata assim os católicos, que são bons ou maus
filhos d’Ela, como acreditar que não leve em consideração os pecados e
perdoe indiscriminadamente todo mundo de tudo, sem prévio
arrependimento nem firme propósito? –– Ilusão sentimental e avaliação
distorcida da mentalidade de Nossa Senhora e do próprio Deus.
Entre esses católicos sentimentais e relativistas há aqueles que, por
exemplo, consideram natural pertencer a outras religiões, mesmo pagãs,
fato que não impediria Nossa Senhora de tratar tais pessoas da mesma
forma que aos católicos, pois, oh blasfêmia, Nossa Senhora seria
“ecumênica”. Nada de mais falso. O falso ecumenismo de hoje visa fazer
Nossa Senhora desaparecer gradualmente até do cenário católico, pois as
outras religiões não simpatizam com o papel ímpar d’Ela nos planos de
Deus, que são por assim dizer exclusivamente católicos, apostólicos,
romanos.
Antes de se retirar para o Céu, Nossa Senhora disse ainda as seguintes
palavras: “Em
Outubro farei o milagre para que todos acreditem”.
No entanto, até em altíssimos escalões há muita gente que não leva a
sério a Mensagem de Nossa Senhora, mesmo diante do milagre colossal
operado diante de 70 mil pessoas, que se comemorará em outubro!
Que Nossa Senhora tenha pena de nós e dos nossos, e também daqueles que
poderiam mudar a face do mundo se levassem a sério a Mensagem de
Fátima, mas que preferem desprezá-la, ignorá-la, negá-la.
Vinde Senhora de Fátima, não tardeis mais!
Olhai compassivamente para os vossos filhos, que lutam isolados,
perseguidos, mas cheios de Fé e confiança em Vós.
( * ) Marcos Luiz Garcia é
escritor, conferencista e colaborador da ABIM
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