terça-feira, 6 de dezembro de 2016

EVANGELHO QUOTIDIANO

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


Livro de Isaías 35,1-10.
Alegrem-se o deserto e o descampado, rejubile e floresça a terra árida,
cubra-se de flores como o narciso, exulte com brados de alegria. Ser-lhe-á dada a glória do Líbano, o esplendor do Carmelo e do Sáron. Verão a glória do Senhor, o esplendor do nosso Deus.
Fortalecei as mãos fatigadas e robustecei os joelhos vacilantes.
Dizei aos corações perturbados: «Tende coragem, não temais: Aí está o vosso Deus, vem para fazer justiça e dar a recompensa. Ele próprio vem salvar-vos».
Então se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos surdos.
Então o coxo saltará como um veado e a língua do mudo cantará de alegria. As águas brotarão no deserto e as torrentes na aridez da planície;
a terra seca transformar-se-á em lago e a terra sequiosa em nascentes de água.No covil dos chacais crescerão canas e juncos.
Aí haverá uma estrada, que se chamará «caminho sagrado»; nenhum homem impuro passará por ele e nele os insensatos não se perderão.
Nesse caminho não haverá leões, nem andarão por ali animais ferozes
Voltarão os que o Senhor libertar, hão-de chegar a Sião com brados de alegria, com eterna felicidade a iluminar-lhes o rosto. Reinarão o prazer e o contentamento, e acabarão a dor e os gemidos.

Livro de Salmos 85(84),9ab-10.11-12.13-14.
Escutemos o que diz o Senhor:
Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis.
A sua salvação está perto dos que O temem
e a sua glória habitará na nossa terra.

Encontraram-se a misericórdia e a fidelidade,
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra
e a justiça descerá do Céu.

O Senhor dará ainda o que é bom
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente
e a paz seguirá os seus passos.



Evangelho segundo S. Lucas 5,17-26.
Certo dia, enquanto Jesus ensinava, estavam entre a assistência fariseus e doutores da Lei, que tinham vindo de todas as povoações da Galileia, da Judeia e de Jerusalém; e Ele tinha o poder do Senhor para operar curas.
Apareceram então uns homens, trazendo num catre um paralítico; tentavam levá-lo para dentro e colocá-lo diante de Jesus.
Como não encontraram modo de o introduzir, por causa da multidão, subiram ao terraço e, através das telhas, desceram-no com o catre, deixando-o no meio da assistência, diante de Jesus.
Ao ver a fé daquela gente, Jesus disse: «Homem, os teus pecados estão perdoados».
Os escribas e fariseus começaram a pensar: «Quem é este que profere blasfémias? Não é só Deus que pode perdoar os pecados?»
Mas Jesus, que lia nos seus pensamentos, tomou a palavra e disse-lhes: «Que estais a pensar nos vossos corações?
Que é mais fácil dizer: ‘Os teus pecados estão perdoados’ ou ‘Levanta-te e anda’?
Pois bem, para saberdes que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados, Eu te ordeno — disse Ele ao paralítico — levanta-te, toma a tua enxerga e vai para casa».
Logo ele se levantou à vista de todos, tomou a enxerga em que estivera deitado e foi para casa, dando glória a Deus.
Ficaram todos muito admirados e davam glória a Deus; e, cheios de temor, diziam: «Hoje vimos maravilhas».


Tradução litúrgica da Bíblia



Comentário do dia:

São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 50; PL 52, 339
«Que estais a pensar nos vossos corações?»

Por causa da fé de outrem, a alma do paralítico ia ser curada antes do seu corpo. «Ao ver a fé daquela gente», diz o evangelho. Notai aqui, irmãos, que Deus não Se preocupa com o que querem os homens insensatos, nem espera encontrar fé entre os ignorantes [...], ou entre os que se portam mal. Pelo contrário, não recusa vir em socorro da fé de outrem. Esta fé é um presente da graça e está de acordo com a vontade de Deus. [...] Na sua divina bondade, este médico que é Cristo tenta atrair à salvação, mesmo contra a vontade, aqueles que foram atingidos pelas doenças da alma, esmagados até ao delírio pelo peso dos seus pecados e das suas faltas. Mas eles não querem deixar-se mover.

Ó meus irmãos, se nós quiséssemos, se quiséssemos todos ver até ao fundo a paralisia da nossa alma! Notaríamos que, privada de forças, ela jaz num leito de pecados. A ação de Cristo seria para nós uma fonte de luz. Compreenderíamos que Ele olha todos os dias para a nossa falta de fé, que nos é tão prejudicial, que Ele nos conduz para os remédios da salvação e pressiona veementemente a nossa vontade rebelde. «Meu filho», diz Ele, «os teus pecados estão perdoados.»

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