segunda-feira, 7 de novembro de 2016

EVANGELHO QUOTIDIANO


"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68

 Carta aos Filipenses 4,10-19.
Irmãos: Muito me alegrei no Senhor, por ter finalmente reflorescido o vosso interesse por mim. Ele estava vivo entre vós, mas não tínheis tido ocasião de o manifestar.
Não é por causa das minhas privações que o digo, pois aprendi a contentar-me com o que tenho.
Sei viver na pobreza e sei viver na abundância. Em todo o tempo e em todas as circunstâncias, tenho aprendido a ter fartura e a passar fome, a viver desafogadamente e a padecer necessidade.
Tudo posso n’Aquele que me conforta.
No entanto, fizestes bem em tomar parte na minha aflição.
Vós bem sabeis, filipenses, que no início da pregação do Evangelho, quando saí da Macedónia, nenhuma Igreja abriu uma conta corrente a meu favor, senão vós.
Já quando estava em Tessalónica, me enviastes por duas vezes o que me era necessário.
Não é que eu procure dádivas; o que eu procuro é que tireis delas muito fruto.
Agora tenho tudo o que me é necessário; e até tenho de sobra. Fiquei bem provido, ao receber de Epafrodito o que me enviastes: é perfume de suave fragrância, sacrifício aceite, agradável a Deus.
O meu Deus proverá com abundância a todas as vossas necessidades, segundo a sua riqueza e magnificência, em Cristo Jesus.

Livro de Salmos 112(111),1-2.5-6.8a.9.
Feliz o homem que teme o Senhor
e ama ardentemente os seus preceitos.
A sua descendência será poderosa sobre a terra,
será abençoada a geração dos justos.

Ditoso o homem que se compadece e empresta
e dispõe das suas coisas com justiça.
Este jamais será abalado;
o justo deixará memória eterna.

O seu coração é inabalável e nada teme,
reparte com largueza pelos pobres;
a sua generosidade permanece para sempre
e pode levantar a sua fronte com dignidade.



Evangelho segundo S. Lucas 16,9-15.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Arranjai amigos com o vil dinheiro, para que, quando este vier a faltar, eles vos recebam nas moradas eternas.
Quem é fiel nas coisas pequenas também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas coisas pequenas, também é injusto nas grandes.
Se não fostes fiéis no que se refere ao vil dinheiro, quem vos confiará o verdadeiro bem?
E se não fostes fiéis no bem alheio, quem vos entregará o que é vosso?
Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque, ou não gosta de um deles e estima o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro».
Os fariseus, que eram amigos de dinheiro, ouviam tudo isto e escarneciam de Jesus.
Então Jesus disse-lhes: «Vós quereis passar por justos aos olhos dos homens, mas Deus conhece os vossos corações. O que vale muito para os homens nada vale aos olhos de Deus».

Comentário do dia:

São Gregório de Nazianzo (330-390), bispo, doutor da Igreja
Sermão 14 sobre o amor aos pobres, 24-25 (trad. Breviário: segunda-feira da I semana da Quaresma)
«Se não fostes fiéis no que se refere ao vil dinheiro, quem vos confiará o verdadeiro bem?»

Não, meus irmãos e amigos, não sejamos maus administradores dos bens que a misericórdia divina nos concedeu (Lc 16,1s), se não queremos merecer a repreensão de Pedro: «Tende vergonha, vós que vos apoderais do que não é vosso; imitai a bondade de Deus, e assim ninguém será pobre». Não nos preocupemos em acumular e conservar riquezas, enquanto outros sofrem necessidade, para não merecermos aquelas duras e ameaçadoras palavras do profeta Amós: «Escutai, vós que dizeis: 'Quando passará a lua nova para vendermos o trigo, e o sábado para abrirmos os celeiros?'» (8,5).

Imitemos aquela suprema e primordial lei de Deus, que faz chover sobre justos e pecadores e faz nascer o sol igualmente para todos (Mt 5,45); que oferece a todos os animais terrestres os campos, as fontes, os rios e as florestas; que dá às aves a amplidão dos céus e aos animais aquáticos a vastidão das águas; que proporciona a todos liberalmente os meios necessários para a sua subsistência, sem restrições, sem condições, sem fronteiras, que tudo põe em comum à disposição de todos eles, com abundância e generosidade, sem que nada lhes falte. Assim procede Deus para com as suas criaturas, a fim de conceder a cada um os bens de que necessita segundo a sua natureza e dignidade, e manifestar a todos a magnificência da sua bondade.

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