sexta-feira, 28 de outubro de 2016

EVANGELHO QUOTIDIANO

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


Carta aos Efésios 2,19-22.
Irmãos: Já não sois estrangeiros nem hóspedes, mas sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus,
edificados sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, que tem Cristo como pedra angular.
Em Cristo, toda a construção, bem ajustada, cresce para formar um templo santo do Senhor;
e em união com Ele, também vós sois integrados na construção, para vos tornardes, no Espírito Santo, morada de Deus.

Livro de Salmos 19(18),2-3.4-5.
Os céus proclamam a glória de Deus
e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
O dia transmite ao outro esta mensagem
e a noite a dá a conhecer à outra noite.

Não são palavras nem linguagem
cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra
e a sua notícia até aos confins do mundo.



Evangelho segundo S. Lucas 6,12-19.
Naqueles dias, Jesus subiu ao monte para rezar e passou a noite em oração a Deus.
Quando amanheceu, chamou os discípulos e escolheu doze entre eles, a quem deu o nome de apóstolos:
Simão, a quem deu também o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu,
Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelota;
Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor.
Depois desceu com eles do monte e deteve-Se num sítio plano, com numerosos discípulos e uma grande multidão de pessoas de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidónia.
Tinham vindo para ouvir Jesus e serem curados das suas doenças. Os que eram atormentados por espíritos impuros também ficavam curados.
Toda a multidão procurava tocar Jesus, porque saía d’Ele uma força que a todos sarava.


Comentário do dia:

Bento XVI, papa de 2005 a 2013
Audiência geral de 11/10/2006 (© Libreria Editrice Vaticana)
A unidade dos Doze, unidade da Igreja

Hoje tomamos em consideração dois dos doze Apóstolos: Simão o Cananeu e Judas Tadeu (que não se deve confundir com Judas Iscariotes). Consideramo-los juntos, não só porque nas listas dos Doze são sempre mencionados um ao lado do outro (cf Mt 10,4; Mc 3,18; Lc 6,15; At 1,13), mas também porque as notícias que a eles se referem não são muitas, exceto o facto de o cânone neotestamentário conservar uma carta atribuída a Judas Tadeu.

Simão recebe um epíteto que varia nas quatro listas: Mateus qualifica-o como «cananeu», Lucas define-o como «zelote». Na realidade, as duas qualificações equivalem-se, porque significam a mesma coisa; de facto, na língua hebraica, o verbo «qanà'» significa ser zeloso, ser dedicado [...]. Portanto, é possível que este Simão, se não pertencia exatamente ao movimento nacionalista dos Zelotes, tivesse pelo menos como característica um fervoroso zelo pela identidade judaica, por conseguinte, por Deus, pelo seu povo e pela Lei divina. Sendo assim, Simão coloca-se nos antípodas de Mateus que, ao contrário, sendo publicano, provinha de uma atividade considerada totalmente impura.

Sinal evidente de que Jesus chama os seus discípulos e colaboradores das camadas sociais e religiosas mais diversas, sem exclusão alguma. Ele interessa-Se pelas pessoas, não pelas categorias ou pelas atividades sociais! E o mais belo é que no grupo dos seus seguidores, todos, mesmo que diversos, coexistiam, superando as imagináveis dificuldades; de facto, o motivo de coesão era o próprio Jesus, no qual todos se reencontravam unidos. Isto constitui claramente uma lição para nós, com frequência propensos a realçar as diferenças e talvez as contraposições, esquecendo que em Jesus Cristo nos é dada a força para superarmos os nossos conflitos. Tenhamos também presente que o grupo dos Doze é a prefiguração da Igreja, na qual devem ter espaço todos os carismas, povos e raças, todas as qualidades humanas, que encontram a sua composição e a sua unidade na comunhão com Jesus.

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