terça-feira, 6 de setembro de 2016

EVANGELHO QUOTIDIANO

"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna". João 6, 68


1ª Carta aos Coríntios 6,1-11.
Irmãos: Quando algum de vós entra em litígio com outro, como é que se atreve a submetê-lo ao juízo dos injustos e não ao dos santos?
Ou não sabeis que os santos é que hão-de julgar o mundo? E, se é por vós que o mundo há-de ser julgado, sereis indignos de julgar questões menores?
Não sabeis que havemos de julgar os anjos? Quanto mais, as pequenas coisas da vida!
Quando, pois, tendes questões menores, porque escolheis como juízes aqueles que a Igreja menospreza?
Digo isto para vossa vergonha. Não haverá, entre vós, ninguém suficientemente sábio para poder julgar entre irmãos?
No entanto, um irmão processa o seu irmão, e isto diante dos não crentes!
Ora, a existência de questões entre vós é já um sinal de inferioridade. Porque não preferis, antes, sofrer uma injustiça? Porque não preferis ser prejudicados?
Mas, pelo contrário, sois vós que cometeis injustiças e causais danos, e isto contra os próprios irmãos!
Ou não sabeis que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não vos iludais: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os pedófilos,
nem os ladrões, nem os avarentos, nem os beberrões, nem os caluniadores, nem os salteadores herdarão o Reino de Deus.
E alguns de vós eram assim. Mas vós cuidastes de vos purificar; fostes santificados, fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus.

Livro de Salmos 149(148),1-2.3-4.5-6a.9b.
Cantai ao Senhor um cântico novo,

cantai ao Senhor na assembleia dos santos.
Alegre-se Israel em seu Criador,

rejubilem os filhos de Sião em seu Rei.
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara,

porque o Senhor ama o seu povo,
coroa os humildes com a vitória.
Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas;

em sua boca os louvores de Deus.
Esta é a glória de todos os seus fiéis.


Evangelho segundo S. Lucas 6,12-19.
Naqueles dias, Jesus subiu ao monte para rezar e passou a noite em oração a Deus.
Quando amanheceu, chamou os discípulos e escolheu doze entre eles, a quem deu o nome de apóstolos:
Simão, a quem deu também o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu,
Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelota;
Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor.
Depois desceu com eles do monte e deteve-Se num sítio plano, com numerosos discípulos e uma grande multidão de pessoas de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidónia.
Tinham vindo para ouvir Jesus e serem curados das suas doenças. Os que eram atormentados por espíritos impuros também ficavam curados.
Toda a multidão procurava tocar Jesus, porque saía d’Ele uma força que a todos sarava.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (norte de África), doutor da Igreja
Carta a Proba sobre a oração, 9-10
«Passou a noite em oração a Deus»

Diz o apóstolo Paulo: «Apresentai os vossos pedidos diante de Deus» (Fil 4,6); o que não significa que os damos a conhecer a Deus, que os conhecia ainda antes de eles existirem; mas que é pela paciência e pela perseverança diante de Deus, e não pela conversa diante dos homens, que saberemos se as nossas orações são válidas. […] Não é, pois, nem proibido, nem inútil rezar durante muito tempo quando tal é possível, isto é, quando tal não impede a realização de outras ocupações, boas e necessárias; aliás, ao realizar estas ocupações, devemos continuar a rezar pelo desejo, como já expliquei.

Porque não é por rezarmos durante muito tempo que estamos a fazer, como pensam alguns, uma oração de repetição (Mt 6,7). Uma coisa é falar abundantemente, outra coisa é amar longamente. Com efeito, está escrito que o próprio Senhor «passou a noite em oração» e que «pôs-Se a orar mais instantemente» (Lc 22,44). Não terá querido dar-nos o exemplo, ao rezar por nós no tempo, Ele que, na eternidade, acolhe favoravelmente as nossas orações juntamente com o Pai?

Dizem que os monges do Egito fazem orações frequentes, mas muito curtas, lançadas como setas, para evitar que, prolongando-se excessivamente, a atenção vigilante necessária a quem reza se disperse e se dissipe. […] A oração não deve comportar muitas palavras, mas muita súplica; desse modo, poderá prolongar-se numa atenção fervorosa. […] Rezar muito é bater durante muito tempo e com todo o coração à porta daquele a quem rezamos (Lc 11,5ss.). Com efeito, a oração consiste mais em gemidos e lágrimas do que em discursos e palavras.


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