segunda-feira, 13 de junho de 2016

Técnica da Mediunidade – 3 parte

Corrente Direta: A corrente direta (também chamadacontínua), é a que corre de um lado para outro do fio, sempre na mesma direção; ou seja, os elétrons entram por um lado do fio e saem pelo outro lado.


Segundo a convenção entre os cientistas, eles caminham do polo negativo para o polo positivo(embora o certo seja o contrário: mas os nomes dados aos polos foram errados desde o início, e os cientistas ainda não quiseram consertar as coisas, não se sabe por que).




Corrente Alternada: Na corrente alternada os elétrons não caminham, mas simplesmente se agitam, sem sair do mesmo lugar. E como a vibração é um vaivém constante, para a direita e para a esquerda, dizemos que a direção da corrente é alternada.



Abastecimento: Para que haja uma corrente, de qualquer tipo, é indispensável que os fios estejam ligados a um abastecedor, seja ele um acumulador, uma bateria ou um gerador de eletricidade.




Ligação com o Alto: Todas as criaturas humanas têm uma capacidade elétrica, como vimos, porque o próprio corpo é um eletrólito. Essa eletricidade estática pode ser transformada em corrente, seja ela direta ou alternada, se o indivíduo se ligar a um abastecedor de força.


Temos assim que a corrente elétrica poderá ter curso se a pessoa se ligar a um acumulador (unir‐se a outra pessoa com vibração suficientemente forte), a umabateria (reunir‐se a uma corrente de pessoas) ou a umgerador (à Força Cósmica, por meio da prece).


Uma vez excitada a corrente na criatura (quando esta, entra em estado de transe) com seus elétrons em forte vibração, sua sensibilidade fica aumentada de muito, e suas válvulas (certas glândulas) conseguem fazer passar as comunicações telepáticas de outros Espíritos –encarnados ou desencarnados.


A ligação, que comparamos a um acumulador, é feita de dois modos: direta por contato, ligando‐se os fios a uma pessoa (encarnada ou desencarnada), ou por indução, quando a criatura (encarnada ou desencarnada), sendo possuidora de forte campo elétrico e magnético, envolve o médium nesse campo, excitando‐lhe os elétrons e produzindo a corrente.


Evidentemente, a ligação será muito fraca quando se tratar de um simples acumulador; mais forte quando for uma bateria, e fortíssima quando se tratar de umgerador.


Daí haver necessidade, nas reuniões desse gênero, de que a corrente mediúnica da mesa seja firme, segura, que haja, como se diz vulgarmenteconcentração, ou seja, que todos ajudem, com um pensamento uníssono, a formação do campo elétricoque permita, àquele aparelho que deverá registrar os sinais telepáticos enviados de fora, uma sensibilidade apurada e uma seleção de sinais (evitando assim interferências).


Intensidade: Logicamente, a corrente poderá ter maior ou menor intensidade, dependendo, portanto, da fonte alimentadora. Medimos a intensidade em ampères.


Assim, a quantidade da corrente que percorre um fio será tanto maior, quanto mais ampères tiver. E o ampère é medido pelo aquecimento do fio. Certos fios não resistem a amperagem alta; outros resistem melhor e permitem um acréscimo de quantidade de corrente.


Ligação com os Espíritos: Assim medimos a capacidade mediúnica de uma pessoa; algumas possuem capacidade para receber Espíritos de alta energia; outras só podem receber comunicações de Espíritos afins em força. Raros são os aparelhos que suportam quantidades grandes de fluidos elétricos, sem lhes opor resistência.


Resistência: Qualquer condutor de eletricidade, por melhor que seja, opõe uma resistência (faz uma oposição) à passagem da corrente. Essa resistência é medida em ohms, e há leis estabelecidas para medi‐la: o comprimento do fio, sua grossura, a temperatura e o material de que é construído.


Assim, a resistência será maior: a) se o fio for mais comprido; b) se o fio for mais fino; c) se a temperatura for mais elevada, e vice‐versa. Quanto ao material, um exemplo: o ferro opõe 6 vezes mais resistência que o cobre.


Impedância: Na corrente alternada, a resistência da bobina tem um nome especial, é a impedância. O fio se opõe muito mais à corrente alternada que à correntedireta. Isto porque, na corrente direta os elétrons simplesmente atravessam o fio de um lado para outro, então a resistência é uma constante.


Já na corrente alternada, os próprios elétrons do fio são agitados num campo magnético que varia continuamente; e essa variação do campo magnético“sufoca” e diminui a corrente, em sua intensidade.


Resistência dos médiuns: No fato mediúnico observamos com frequência tanto a resistência quanto a impedância dos aparelhos (médiuns). A resistência é oposta às comunicações telepáticas que lhes chegam. Sentado a uma mesa de trabalhos, com a bateria boa, o médium sente os sinais elétricos que lhe chegam à mente, e resiste, nada manifestando, por causa do temor de que esses sinais não venham de fora, mas de dentro dele mesmo.


Isto é, que não seja a comunicação de um Espírito desencarnado, mas apenas de seu espírito encarnado. Em outras palavras: teme, que não seja uma comunicação, mas simplesmente um caso de animismo.


Numa sessão bem orientada, o que se quer é coisa boa, não importando a fonte de onde provenha. Se a comunicação é boa, sensata, lógica, construtiva, que importa se vem de um Espírito encarnado ou desencarnado? Se nada vale a comunicação, deve ser rejeitada, venha ela de uma ou de outra fonte. A razão é que deve ter a última palavra.


Mas além dessa resistência à corrente direta, e que geralmente é consciente, existe também aimpedância, ou seja, a resistência quase sempreinconsciente à passagem da corrente. O médium não faz de propósito: ao contrário, conscientemente se coloca “à disposição”.


Mas sem querer e sem saber, não deixa que seus órgãos especializados vibrem suficientemente para permitir a eletrificação do fio. E a comunicação não se dá.


Pode ser que essa resistência (ou melhor, impedância) seja resultado de fatores estranhos: a questão do material que lhe constitui o corpo físico e que torna difícil a eletrificação. Se, por exemplo, se trata de uma pessoa frígida e indiferente, haverá muito mais dificuldade do que com uma pessoa sensível e amorosa, sobretudo se estiver “apaixonada”.


Assim o comprimento do fio: se a comunicação é feita de longa distância, é mais dificilmente recebida. Se a temperatura da sala é quente, a comunicabilidade é mais imperfeita. E também a temperatura do corpo do médium influi. Tanto assim que os melhores aparelhos registram baixa temperatura do corpo, além de baixa pressão sanguínea: é típica do médium a hipotensão.


Outro fator de impedância é a variação do campo magnético, isto é, quando a corrente mediúnica está fraca ou insegura: quando seus componentes se distraem com facilidade. Quando há elementos fracos, diminuindo a capacidade da bateria.


Um acumulador pifado inutiliza a bateria: uma pessoa distraída quebra a corrente. Conforme estamos vendo, um curso de eletrônica, mesmo simples e elementar, esclarece e explica os fenômenos cientificamente, sem necessidade de recorrer ao “sobrenatural” para os fenômenos mediúnicos, que são naturais e se efetuam em diversos planos: no plano material (eletricidade), no plano emocional (arte), no plano intelectual (mediunidade), no plano espiritual (inspiração).


A) as resistências, ligadas de seguida, se somam. Por isso, quanto mais numerosos forem os descrentes de má vontade, numa reunião, menos possibilidade há de se obterem comunicações.


B) ao resistir à corrente, o fio pode ficar “ao rubro” (por exemplo, no ferro de engomar). É a razão de o médium que resiste à comunicação quase sempre sentir mal-estar, que persiste mesmo depois da reunião.


C) quanto mais aquecido o fio, maior sua resistência à corrente. Daí serem mais difíceis as comunicações em ambientes quentes e abafados.


D) a resistência depende do material de que o fio é construído (o ferro é seis vezes mais resistente que o cobre). Em vista disso é que se aconselha aos médiuns não se alimentarem excessivamente, nem ingerirem álcool, nem carne em demasia, para que oponham menor resistência às comunicações.


Corrente Parasita: A corrente parasita ou de Foucault, ocorre quando o núcleo de metal do rotor (gerador) é construído de uma só peça sólida e inteiriça.


Sendo os condutores enrolados em torno desse núcleo de metal, este pode desenvolver uma corrente parasita, que interfere nas linhas do campo magnético. Essas correntes, além de não terem utilidade, produzem calor no núcleo, baixando o rendimento da máquina.


Para diminuir a intensidade da corrente parasita, ao invés de um bloco inteiriço, são usadas finas chapas separadas por matéria isolante. Assim, em lugar de corrente parasita única de intensidade forte, teremos uma série de pequenas e inofensivas correntes, que só circulam individualmente em cada lâmina.


Formação da mesa mediúnica: O conhecimento desse efeito é de grande utilidade para constituição da mesa mediúnica; e explica por que, desde os primórdios, os bons dirigentes de sessões fazem sentar os médiuns intercalando‐os com não médiuns. A razão dada é queos não‐médiuns servem para sustentar a corrente.


Perfeitamente lógico e verdadeiro. Mas agora, pela comparação com a corrente de Foucault, podemos perceber o motivo científico: se os médiuns se sentam todos de seguida na mesa, forma‐se a corrente parasita, que pode provocar interferências no campo magnético da mesa, fazendo que a vibração recebida por um médium repercuta nos que lhe estão ao lado, perturbando‐os.


Além disso, ao envolver outro médium essa vibração, pode levá‐lo a enganar‐se: supondo tratar‐se dos fluidos de um desencarnado, talvez force a manifestação, resultando daí mistificação involuntária e inconsciente.


Formando o bloco monolítico de médiuns um grupo inteiriço, a intensidade da manifestação é maior, enfraquecendo as resistências dos médiuns (pela corrente parasita) e a ação dos Espíritos se fará com muito mais violência.


Se os médiuns (sensitivos) forem intercalados com não‐médiuns (não sensitivos = isolantes) cada um deles dará sua manifestação com a intensidade normal, sem perigo de influenciar os vizinhos e com maior possibilidade de conter a violência dos manifestantes.



Formar‐se‐á, dessa forma, uma corrente normal, sem perigo de parasitismo, de influências mútuas, de violências acrescidas. Dentro do possível, pois, formem os dirigentes a mesa com essa alternância de médiuns e não‐médiuns.


TÉCNICA DA MEDIUNIDADE
Carlos Torres Pastorino
Originalmente publicado em 1968

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