terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

O Mestre do Sorvete



Era um dia de festa no Templo! Após o almoço bem servido, os médiuns se enfileiravam no balcão da cantina para receber o sorvete de sobremesa, doado por um dos Jaguares do Templo.

- Rapaiiz! Me dê um desse de coco queimado!

- Não tem coco queimado, meu irmão.

- Como não? E este aí na sua mão? Deixa de frescura e me dá logo!

- Este é de doce de leite, não quer nenhum outro?

- Eu sei que este é de coco queimado, que lembra a minha infância. Me dê o sorvete hómi!

- Meu irmão, já disse que é de doce de leite, mas se você acha que é coco queimado, pode levar!

- Você se entrouxe com este sorvete então, animal! _ E saiu espraguejando outras barbaridades. Deixando estarrecidos, o mestre que o atendia e sua esposa, que dedicavam-se voluntariamente a servir a sobremesa.

Muitas vezes choques energéticos, entre Jaguares, acontecem sob égide de uma necessária passagem de um irmãozinho. Inesperadamente, e até mesmo inexplicavelmente, sob um ponto de vista meramente físico, passamos situações em que uma agressão gratuita libera a energia necessária, aproveitada pelos nossos Mentores, para o restabelecimento de um espírito, de modo que possa ser conduzido até nossos trabalhos.

Vejamos o quê se passou com o casal da cantina e o “mestre do sorvete”. A energia em desequilíbrio dele, agregada a natural disposição em servir do casal, pode ter sido aproveitada, naquele instante, para dar o quê um irmãozinho precisava e ter condições de ser conduzido ao Templo.

Liberamos nossa energia mediúnica de duas formas: positiva ou negativa. Nos trabalhos mediúnicos e em nossa emanação em favor de alguém; ou nas explosões emotivas (in)justificadas por pequenas coisas do dia a dia.

Os choques podem acontecer até mesmo dentro de casa, sob a proteção dos nossos Mentores, que nos inspiram à reflexão imediata após o triste episódio, para que não comprometa nossos relacionamentos.

Estes choques, quando assistidos espiritualmente, levam o agredido a refletir imediatamente e desconsiderar o fato, exercitando sua tolerância e superando mais um passo de sua jornada.

O espírito, auxiliado naquela passagem, é conduzido ao Templo, para que possa receber a Doutrina e o encaminhamento.

O promotor do desequilíbrio pelo seu padrão vibratório, conscientizando-se de sua intolerância, pode ter a feliz oportunidade de procurar semear o perdão. Do contrário, resta relembrar: “O escândalo há de vir, mas ai de quem for seu instrumento”.

Finalizando, consideremos que os pequenos choques entre médiuns, às vezes de uma forma injustificada, podem ser aproveitados pela Espiritualidade e também para os encarnados envolvidos, se estes compreenderem o momento vivenciado e exercitarem a humildade, em busca do perdão; e a tolerância, com a incompreensão alheia.

Que este texto não sirva de desculpa para os mal-educados! Mas sim de alerta para o exercício constante da fraternidade! Somos verdadeiramente irmãos, e como tais, os choques acontecem, mas até estes podem nos levar a algo bom e produtivo. Salve Deus!

Kazagrande

Obs.: A História acima é real, mas teve alterações para evitar a identificação de seus personagens.

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