A verdadeira e mesmo a única paz das almas neste mundo consiste em estarmos repletos do amor divino e animados com a esperança do céu, a ponto de considerarmos de pouca importância os sucessos e as tribulações deste mundo; em nos despojarmos completamente dos desejos e das cobiças deste mundo; e em nos regozijarmos com as injúrias e perseguições sofridas por causa de Cristo, de tal forma que possamos dizer com o apóstolo Paulo: «Estamos firmes na esperança da glória de Deus. E não só. Estamos firmes nas tribulações» (Rom 5,2).
Engana-se aquele que imagina encontrar a paz no gozo dos bens deste mundo e nas riquezas. As frequentes provações cá de baixo e o próprio fim deste mundo deveriam convencer esse homem de que assentou os fundamentos da sua paz na areia (Mt 7,26). Pelo contrário, todos aqueles que, tocados pelo sopro do Espírito divino, tomaram sobre si o jugo do amor de Deus e, seguindo o exemplo de Cristo, aprenderam a ser mansos e humildes de coração, gozam desde já de uma paz que é a imagem do repouso eterno.
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