quarta-feira, 28 de outubro de 2015

VAMOS MEDITAR... O SENTIDO DAS SAGRADAS PALAVRAS...

O chamado dos Doze

Jesus tem longos tempos de oração. Ele sabe, e nos ensina, que sem essa intimidade com Deus não há como conhecer a sua vontade nem se manter firme, sem se desviar, na missão confiada por Deus. O chamado dos Doze não aconteceu de uma só vez.

É por isso que, no evangelho, temos três relatos da vocação dos primeiros discípulos: o primeiro, junto ao mar da Galileia, o segundo sobre a montanha e, ainda, o chamado de Levi, sentado na coletoria de impostos. Que tenha constituído um grupo de doze apóstolos revela a intenção de significar com isso o novo Israel ou, se preferirem, o Israel transfigurado. Segundo o nosso relato, a escolha dos Doze é fruto de uma revelação e eleição divinas. A montanha é o lugar do encontro e da revelação de Deus (Ex 3,1-6.13-15) e dos desígnios de Deus (Ex 3,6-12). É na oração de Jesus que é concebida a escolha dos Doze entre os discípulos. O autor do relato já conhece o desfecho da história terrestre de Jesus, por isso ao nome de Judas ele acrescenta o motivo do seu mal: traiu Jesus entregando-o nas mãos dos chefes do povo. Descendo da montanha com os Doze e os demais discípulos, Jesus se depara com a carência e a miséria da multidão que o espera. Todos queriam tocá-lo, pois dele saía uma força que curava a todos. Trata-se da comunicação do Espírito Santo pelo qual o ser humano é santificado.

Oração

Pai, transforma-me em apóstolo de teu Filho Jesus para que, movido pelo Espírito, eu possa ser sinal da presença dele neste mundo tão carente de salvação.

Reflexão

Jesus não quis realizar sozinho a obra do Reino, mas chamou apóstolos e discípulos para serem seus colaboradores. Nós, ao contrário, muitas vezes queremos fazer tudo sozinhos e afirmamos que os outros mais atrapalham que ajudam. Com isso, negamos a principal característica da obra evangelizadora que é a sua dimensão comunitário-participativa, além de nos fazermos auto-suficientes, perfeccionistas e maquiavélicos, pois em nome do resultado do trabalho evangelizador, excluímos os próprios evangelizadores, fazendo com que os fins justifiquem os meios e vivendo a mentalidade do mundo moderno da política de resultados, isto porque muitas vezes não somos evangelizadores, mas adoradores de nós mesmos.

APÓSTOLOS – DISCÍPULOS – MULTIDÃO
(Decrescente)

O Evangelho distingue com precisão três níveis no círculo dos que acompanhavam Jesus. O primeiro e mais próximo era o grupo formado pelos doze apóstolos, um punhado de discípulos escolhidos por Jesus, após ter passado uma noite inteira em oração a Deus. A palavra apóstolo vem do vocábulo grego e significa enviado. Tratava-se de um termo de caráter jurídico bastante comum no judaísmo da época. O apóstolo era o representante plenipotenciário de quem o enviava. No caso de Jesus, ele conferia a seus enviados plenos poderes para representá-lo. Daí a importância de escolhê-los com muito discernimento. O sucesso de sua obra dependia do bom desempenho deste grupo seleto.

Os discípulos formavam um círculo mais amplo, composto por todos quantos aderiram a Jesus e se esforçavam por conformar suas vidas com os seus ensinamentos. Os discípulos do Senhor distinguiam-se dos discípulos dos rabinos. Supunha-se haver entre eles e o Mestre uma profunda comunhão de vida. Eram instruídos pela contemplação do comportamento do Mestre, que ensinava com seu exemplo. Casuísmos e teorias não tinham sentido na escola de Jesus.

A multidão era o círculo dos curiosos que esperavam ser beneficiados pelo Mestre, sem, contudo, a intenção de se comprometerem mais profundamente com ele. É desta multidão que surgirão novos discípulos que livremente irão optar por seguir o Senhor.

Oração

Pai, transforma-me em apóstolo de teu Filho Jesus para que, movido pelo Espírito, eu possa ser sinal da presença dele neste mundo tão carente de salvação.

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