Falar de
religião é algo complexo e que geralmente acaba refletindo a opinião pessoal.
Pois bem, não vou tentar me omitir de dar minha opinião. Resolvi abordar esse
tema depois de ver uma discussão no facebook, na qual um participante dizia que
a religião escraviza; já outro disse que a doutrina escraviza. Mas, qual a
diferença entre doutrina e religião?
Religião é um conjunto de crenças, que reúne indivíduos simpatizantes, para eventos de culto, comemorações e participação na sociedade. A religião é o elo entre o crente (aquele que crê) e o divino; também torna os membros mais unidos em torno do mesmo propósito. Já a doutrina é o conjunto de ensinamentos e regras que é passado aos indivíduos de uma instituição. A doutrina não é só religiosa, podendo ser militar, política, filosófica, etc.; mas é na religião que ela acaba sendo mais poderosa, pois têm a função de disciplinar (não é bem esse o termo) os fiéis e fazê-los obedecer aos mandamentos da instituição religiosa. A igreja usa o conceito de pecado para definir o que é lícito ou não fazer; o pecado está para a igreja assim como as leis estão para a sociedade. Mas é meio difícil dizer o que é pecado, assim como é perigoso dizer que ele não existe, como pregam alguns. O que é moralmente condenável na nossa sociedade pode não ser em outras, e cada pessoa tem sua própria opinião sobre o que é decente fazer de sua vida. Coisas que até pouco tempo atrás escandalizavam a sociedade, agora são consideradas normais, consequências da vida moderna. Lembro que quando era criança, não se comia carne na quaresma, porque era pecado, mas hoje são pouquíssimas pessoas que mantêm esse costume e até os padres já não condenam mais a desobediência dos fiéis. E a doutrina não é exclusiva na igreja católica, outras igrejas de diversas denominações costumam doutrinar os fiéis para que esses sigam à risca as regras e não questionem sua legitimidade; e isso é um dos fatores determinantes da doutrina, pois até os militares a usam para garantir que suas ordens sejam seguidas, pois questionar significa não acatar e resulta em punição ou exclusão. Se você questiona os ensinamentos de uma doutrina religiosa, você está indo contra o propósito "de Deus" e então não é merecedor da graça, resultando em repreensão ou o desligamento da comunidade religiosa. Também, nunca vamos ver uma religião admitir que outra pode estar certa também, pois isso daria margem para que seus seguidores pudessem escolher entre uma ou outra. A doutrina sempre vai pregar que essa é a única religião correta e que não há salvação em nenhuma outra, e isso acaba criando um preconceito, uma ideia de superioridade que muitas vezes culmina em intolerância religiosa. Por mais que não se veja aqui em nosso país pessoas matando por causa de diferenças religiosas, existem situações que causam grande constrangimento e são motivadas pela intolerância a diferenças, de orientação sexual, por exemplo, como o caso da "cura" de homossexuais, proposta por uma igreja. Ora, porque nunca vi igreja curar calvície, nanismo ou gigantismo, e outras características físicas que se apresentam de nascença. Talvez porque essas características não entrem em conflito com a doutrina religiosa dessas instituições. Sendo radical, vejo aí uma semelhança com a teoria da "raça superior", pregada por Hitler durante o regime nazista e que não admitia diferenças raciais, promovendo uma limpeza étnica que resultou no maior genocídio já visto pela humanidade. Parece um tanto presunçoso dizer quem está certo ou errado em suas crenças ou quem vai ou não vai pro céu.
Religião é um conjunto de crenças, que reúne indivíduos simpatizantes, para eventos de culto, comemorações e participação na sociedade. A religião é o elo entre o crente (aquele que crê) e o divino; também torna os membros mais unidos em torno do mesmo propósito. Já a doutrina é o conjunto de ensinamentos e regras que é passado aos indivíduos de uma instituição. A doutrina não é só religiosa, podendo ser militar, política, filosófica, etc.; mas é na religião que ela acaba sendo mais poderosa, pois têm a função de disciplinar (não é bem esse o termo) os fiéis e fazê-los obedecer aos mandamentos da instituição religiosa. A igreja usa o conceito de pecado para definir o que é lícito ou não fazer; o pecado está para a igreja assim como as leis estão para a sociedade. Mas é meio difícil dizer o que é pecado, assim como é perigoso dizer que ele não existe, como pregam alguns. O que é moralmente condenável na nossa sociedade pode não ser em outras, e cada pessoa tem sua própria opinião sobre o que é decente fazer de sua vida. Coisas que até pouco tempo atrás escandalizavam a sociedade, agora são consideradas normais, consequências da vida moderna. Lembro que quando era criança, não se comia carne na quaresma, porque era pecado, mas hoje são pouquíssimas pessoas que mantêm esse costume e até os padres já não condenam mais a desobediência dos fiéis. E a doutrina não é exclusiva na igreja católica, outras igrejas de diversas denominações costumam doutrinar os fiéis para que esses sigam à risca as regras e não questionem sua legitimidade; e isso é um dos fatores determinantes da doutrina, pois até os militares a usam para garantir que suas ordens sejam seguidas, pois questionar significa não acatar e resulta em punição ou exclusão. Se você questiona os ensinamentos de uma doutrina religiosa, você está indo contra o propósito "de Deus" e então não é merecedor da graça, resultando em repreensão ou o desligamento da comunidade religiosa. Também, nunca vamos ver uma religião admitir que outra pode estar certa também, pois isso daria margem para que seus seguidores pudessem escolher entre uma ou outra. A doutrina sempre vai pregar que essa é a única religião correta e que não há salvação em nenhuma outra, e isso acaba criando um preconceito, uma ideia de superioridade que muitas vezes culmina em intolerância religiosa. Por mais que não se veja aqui em nosso país pessoas matando por causa de diferenças religiosas, existem situações que causam grande constrangimento e são motivadas pela intolerância a diferenças, de orientação sexual, por exemplo, como o caso da "cura" de homossexuais, proposta por uma igreja. Ora, porque nunca vi igreja curar calvície, nanismo ou gigantismo, e outras características físicas que se apresentam de nascença. Talvez porque essas características não entrem em conflito com a doutrina religiosa dessas instituições. Sendo radical, vejo aí uma semelhança com a teoria da "raça superior", pregada por Hitler durante o regime nazista e que não admitia diferenças raciais, promovendo uma limpeza étnica que resultou no maior genocídio já visto pela humanidade. Parece um tanto presunçoso dizer quem está certo ou errado em suas crenças ou quem vai ou não vai pro céu.
A religião
é, em sua essência, algo muito bom para o ser humano, pois dela derivou a
ética, a noção de moral e convívio em sociedade e também é ela que procura dar
sentido à vida. Sem ela seria difícil um indivíduo que "não tem nada a
perder" não sair por aí fazendo um monte de besteiras. A religião nos
coloca mais próximos de Deus e dos nossos semelhantes, mas não devemos achar
que só quem é da mesma religião é merecedor de nosso respeito, e também devemos
respeitar a escolha de cada um, mesmo sem concordar, pois não temos o direito
de julgar. Não sabemos quase nada sobre Deus, exceto o que outros humanos
falaram, e cada um fala de suas experiências próprias, sua convicção de estar
no caminho certo, sem se dar conta que pode ser um cego guiando outro cego. E,
como disse Antoine de Saint-Exupérie, no livro O Pequeno Príncipe: "Somos
eternamente responsáveis por aquilo que cativamos."
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