quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O Amor


O amor, juntamente com a tolerância e a humildade formam os três reinos de nossa natureza. De origem divina, são as ações, e não apenas as palavras, que traduzem esse sentimento grandioso, fazendo com que o Homem eleve suas vibrações e consiga caminhar para o resgate de seus atos transcendentais.
De modo geral, confundimos nossos atos de controle, desejo, ciúme, apego, paixão e ansiedade como sendo atos de amor. Isso não é amor! Amor é ser espontâneo entre os espíritos mais evoluídos, proporcionando ternura, aconchego aos dois seres que compartilham o espaço físico e a emoção de suas almas
Viver e sofrer, ajudar e compartilhar, alegrar-se com a felicidade dos outros, perdoar e saber pedir perdão, dinamizar o amor no serviço aos necessitados, pela caridade, na Lei do Auxílio, enfim, viver com toda a intensidade a vida nas vidas, ampliando os próprios limites - são algumas das funções do amor.
O amor é impulsionado pelos nossos esforços, que nos levam a superar as barreiras que criamos em nossa própria mente, por força de preconceitos e religiões, e tornam nossos atos reconhecidos. Por isso, não basta desejar amar: é preciso expressar nosso amor. Sem isso, nossa jornada se torna destrutiva para nós mesmos, abalando nossa estrutura e diminuindo nossa auto-estima. Com o maior respeito pela individualidade do ser amado, devemos nos entregar ao amor, à plenitude de suas necessidades de intimidade, proximidade, carícia e sonho, não importando a idade ou a aparência física, porque isso é ignorado pelos amantes que são dominados pelas emoções e prazeres dos atos amorosos, na sublime união de corpos e almas.
Mira y López disse “Em presença do amor a pessoa ou coisa amada sofre ante o olhar do amante uma verdadeira transfiguração. O olhar amoroso vê qualidade e valores que permanecem ocultos ao olhar indiferente. O amor é, portanto, claridade e luz!”
Segundo Tia Neiva, o amor corresponde a três fases:
§ AMOR ESPIRITUAL - o que o Homem traz impregnado em seu espírito, através das várias encarnações, aprimorando-se;
§ AMOR CONDICIONAL - o sentimento equilibrado por um débito transcendental, amor por nossas vítimas do passado e que hoje estão ao nosso redor, como cônjuge, pais ou filhos, familiares, enfim, espíritos encarnados para os reajustes cármicos; e
§ AMOR INCONDICIONAL - com tolerância, sem demagogia, sem resignação, nada esperando em troca, dando ao espírito plenas condições de lutar contra o sofrimento e contra as Trevas, usando toda a sua sabedoria e as suas forças dentro da Lei Crística - a Lei do Auxílio.
O amor transforma o ódio em alegria. Não é uma simples emoção provocada por um impulso. É um sentimento que deve ser direcionado, corretamente, pela força de vontade e pela consciência. O amor é que nos permite compartilhar a alegria, a esperança e a felicidade. Devemos fazer da vida um ato de amor! Tudo o que fazemos com amor faz com que recebamos, dos elevados planos espirituais, um raio de Luz. Pela força do amor nós conseguimos muito mais do que aquilo que fazemos por imposições morais ou sociais, pelo dever ou pela razão, e até mesmo pela necessidade puramente instintiva. Para nós, Jaguares, o essencial não é nos preocuparmos com evitar o Mal mas, sim, amar, porque amando estaremos isentos do erro.
Aceitar as pessoas, mesmo quando elas nos desapontam, quando se desviam do ideal que temos para elas, quando nos ferem com palavras ásperas ou ações impensadas - isso é amor!
Devemos ouvir, não só pelos ouvidos, mas com nossa alma e nosso coração, as queixas e angústias, descobrindo entre as palavras corriqueiras e superficiais, a tristeza da insegurança e da solidão. Entender o coração dolorido que encobre seu sofrimento pela exteriorização da alegria simulada, do sorriso fingido ou das façanhas inexistentes - isso é amor!
O amor sabe também perdoar, apagando as mágoas, as cicatrizes que a incompreensão e a insensibilidade gravam no coração ferido, extinguindo todos os traços de dor.
O amor descobre os segredos e o valor da vida, mesmo os que estão relegados pela rejeição, pela falta de carinho, de compreensão e de aceitação, pelo cansaço das duras experiências vividas em acidentadas jornadas, pelo próprio nível espiritual e por seus débitos transcendentais.
Quem ama, aprende a se sobrepor à sua própria dor, a seus interesses, ao seu orgulho e a suas ambições quando isso é necessário ao bem estar e à felicidade de alguém. Vive dentro da conduta doutrinária, sem mentiras e sem camuflar sentimentos, em vivência autêntica, cristalina e harmonizada.
O amor elimina o exercício do poder entre os casais, desaparecendo a opressão e estabelecendo a perfeita harmonia de ideias, de compreensão e de ação. Quando não se consegue este clima, surge o sofrimento e o baixo padrão vital.
Vive o Homem uma era de Ciência e Tecnologia avançadas, esquecido de que já viveu momentos iguais em outras vidas, em outras eras, que se perderam pela falta do amor. O amor não pode ser superado pelos avanços do conhecimento e da técnica e, ao contrário, tem que estar presente nas realizações do Homem, para que este se sinta realmente realizado. Sem amor, um lar ou uma fábrica, uma família ou uma universidade, perde sua luz, sua razão de existir, e, pela força da rotina e da insatisfação, vai-se acabando.
Na realidade, no momento atual, neste primeiro decénio do Século XXI, vive o ser humano uma nova visão do amor, uma atualização para a união que se estrutura na individualidade, no respeito mútuo, na alegria e no prazer de estar junto, deixando a velha ideia da dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar. A mulher já não precisa se despersonalizar para se adaptar ao homem. Está terminando a ligação com elos de sobrevivência e se firmando a estrutura de parceria, do companheirismo bem equilibrado, da troca do amor de necessidades pelo amor do desejo sincero e das realizações. Acabou-se a ficção da dependência de duas metades para a realização de uma unidade: temos a convicção de que homem e mulher são duas personalidades inteiras e com sentimentos e ideias próprias que, pelo amor, se unem e, sem fantasias seculares, traçam seus caminhos de forma homogénea e harmoniosa, guiados pelos sentimentos avivados pela chama do amor.
As vibrações de amor são portadoras das forças divinas, da energia que supera todas as outras, curando, ajudando, libertando. Manifestando-se nos atos carinhosos, na harmonia e no entendimento, na bondade e na compaixão, essas vibrações evoluem o ser humano em seu caminho para Deus.
Assim, mostrou Jesus a importância do amor a si mesmo. Não o egoísmo, que só quer receber, só quer sua satisfação, mas sim o amor, que é dádiva, é doação. Quem não ama a si mesmo não tem condições de amar os outros.
O amor de nossos corações nos permite receber, em toda a plenitude, a ajuda espiritual para os nossos trabalhos com nossos irmãos encarnados e desencarnados.
O amor é a energia de cura em sua maior potencialização e poderosa arma para a transformação de tudo o que estiver ao nosso alcance.
Geralmente estamos incapacitados para amar a nós mesmos e isso gera emoções (*) ligadas a falsas perceções de humilhação, rejeição e abandono que nos levam a estados de enfermidades, a ansiedades, alienações e solidão.
O amor é união, é relacionamento com alguém, com algum lugar, com algum objeto, e, na sua forma incondicional, se relaciona com o Eu, com o Universo e com o próprio Deus!
Tia Neiva dizia que feliz era quem tem um amor sincero, alguém ligado ao seu coração e ao seu espírito, porque até mesmo os espíritos negativos respeitam os eflúvios de amor que cercam uma pessoa, seja esse amor de uma mãe, de um irmão ou de um companheiro.
Na religião e no amor unirás todas as pérolas, e com elas enfeitarás o caminho onde, um dia, caminharás junto a quem tanto suspiras!” (Pai Seta Branca, 30.12.78)

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