segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Saudades




Ah! Esta saudade intraduzível que invade nossas mentes de espíritos distantes de  casa. Comprometidos com nossas missões, com nossas juras transcendentais e com nossos reajustes.

Ah! Esta saudade de algum lugar que não recordamos, de pessoas que não sabemos se conhecemos.

Ah! Este amor contido que deseja ser revelado, traduzido, sentido, vivido.

Assim é o coração do Jaguar! Que se sente apaixonado e ao mesmo tempo não identifica o objeto desta paixão.

Somos espíritos exilados! Distantes de casa e dos que amamos. Assumimos uma missão de amor e por amor, mas nem sempre conseguimos ocultar uma certa melancolia proveniente deste exílio.

O lar distante, a alma gêmea em algum ponto do Universo vibrando por nós...

Não podemos nos afligir, baixar o padrão, nos entregar... Devemos vestir a capa de super-homem e seguir adiante! Cumprir nosso papel, criteriosamente escolhido para esta passagem pelo grande palco terrestre.

Somos protagonistas de nossa própria jornada e o sorriso da plateia que nos rodeia será a aprovação de nossa encenação, garantindo o regresso ao camarim e a nossa vida real.

Todos, todos os grandes missionários um dia sentiram-se muito pequenos para o papel desempenhado. Sentiram a melancolia de não poder ver os rostos da plateia e assim saber como verdadeiramente está sua jornada.

Até mesmo Tia Neiva tinha seus momentos em que a “Neiva” preocupava-se pelos filhos, pela solidão, pelo sentimento de estar ao lado de um grande missionário, como o Trino Tumuchy, e ainda assim ser incompreendida...

Este seu irmão igualmente exilado lhes entende e sabe exatamente o quê se sente nestas horas. Quisera poder parar tudo e transporta-me até cada um de vocês, para dar-lhes o fraterno abraço que eu mesmo necessito nas horas minhas de solidão.

Mas ainda falta!!! Ainda temos muito o quê fazer neste palco, nesta apresentação, nesta jornada, nesta missão!

Mereceremos, nas horas corretas, um pouco do bálsamo de amor das vibrações de nossos seres queridos, de nossa família espiritual.

Nos desprenderemos do corpo, em nossos sonhos e chegaremos até nossa alma gêmea, recebendo um pouco do consolo e uma frase: “falta pouco!”.

O tom poético é mera intuição!

Do irmão em Cristo,
Kazagrande

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