Quando minha primeira
filha nasceu meu coração mudou. Aquele pequeno ser tão delicado, tão linda!
Nunca consegui ver cara de joelho nela, sempre a considerei o bebê mais lindo
do mundo!
Sentia um peso enorme,
uma responsabilidade incalculável. Amava desesperadamente, creio que é a
melhor descrição! Porque também ficava desesperado ao pensar se seria capaz
de dar a ela tudo que não havia tido, se conseguiria fazê-la feliz, poupá-la
do quê já havia passado na vida... Se ia conseguir fazer ela me amar!!!
Não queria outro filho
de jeito nenhum, pois sequer me considerava capaz de poder dividir o imenso
amor que sentia por ela!
Acordava durante a
noite para ficar acariciando-a dormindo... Olhava embasbacado aquela criança
que me reconhecia e me amava sinceramente!
Passados cinco anos,
minha esposa teve um problema no ovário e passou por uma cirurgia. O Médico
disse que caso desejássemos ter outro filho, teria que ser já, pois com o
tempo poderia ficar arriscado. Minha esposa então teve toda a argumentação
necessária para vencer minha resistência.
Então, seis anos
depois do nascimento da primeira, veio a segunda!
Como me enganei! Não,
eu não dividia aquele amor imenso! Ele se multiplicava de uma forma que
julgava não ser possível!
Minha Estrelinha da
Sorte! A segunda filha, com personalidade totalmente diferente desde muito
cedo.
Ah! Como foi boa este
descoberta que o amor se multiplica! Que o amor de pai é protetor, é forte, é
seguro! Que muitos se distanciam sob o peso da responsabilidade gritante
despertada no espírito, mas que a ternura do olhar destes pequenos frutos da
ligação com a mulher, é maior que seu amor próprio!
Os filhos crescem e
vamos descobrindo que não podemos esperar recompensas por qualquer coisa que
possamos ter feito para agradar ou facilitar a vida. É claro que a felicidade
transborda no coração se este reconhecimento chegar, mas não podemos esperar.
Cuidando destes
espíritos que nos são confiados em forma de filhos, aprendemos errando,
refletimos os erros de nossos pais e descobrimos que muitas vezes também não
estavam tão errados assim.
Vamos aprendendo com o
passar do tempo, que os filhos são os atores principais, mesmo quando ainda
dependem de nós na direção do filme de suas vidas. Somos o homem por trás das
câmeras, que não precisa aparecer, e que se aparecer, pode até envergonhar.
A tolerância é
exercitada, a compreensão dos erros uma constante. É ser o super-homem em
nome de tudo que eles ainda precisarão passar. Que esta experiência só
servirá se a vivermos intensamente!
Também é preciso como
Jaguar, entender a dor necessária que têm ou terão que passar em função de
seus carmas próprios aos quais infelizmente não podemos carregar!
Ser pai é abrir mão de
sua própria carência! É preciso ser forte e deixar o carinho que tanto nos
realiza para a doçura mãe... Afinal nós somos o porto seguro e nem sempre o
aconchego dos braços.
Compreender mais do
que ser compreendido... Parece que a frase de Francisco de Assis foi escrita
para nós: Pais!
Para nossas crianças
temos que ser o herói, para nossos jovens o exemplo e para os pais de nossos
netos seremos o amigo.
A maior vitória será
quando conseguirmos justamente o que mais nos assombra: Quando pudermos
perceber que nossos filhos já não precisam mais de nós para viver.
Kazagrande
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SALVE DEUS! FAÇAM O FAVOR DE SEREM FELIZES. COMAM E BEBAM; A MESA ESTÁ POSTA! SALVE DEUS
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
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