sexta-feira, 29 de março de 2013

Semana Santa


    Comer carne...   Mestre, não somos católicos e nem cultuamos o Jesus Crucificado, e sim o “Caminheiro”, por tanto não deve ter problema comer carne na Sexta-Feira Santa, estou certo?   

Salve Deus! Essa dúvida um dia já foi minha, e sei que ainda é a de diversos médiuns novatos, e até antigos de Doutrina do Amanhecer. Por isso resolvi postar diretamente aqui, no “Exílio do Jaguar”, esta resposta.

Tia Neiva sempre guardou um profundo respeito pela Igreja Católica, berço de sua educação espiritual. Sentia-se emocionada sempre que um padre a visitava, fazendo questão de uma especial deferência por parte de todos.

Em nossa Doutrina, levamos em consideração toda a jornada missionária de Jesus, mesmo sem fazermos uso da imagem do “Cristo Crucificado”, ensangüentado e sofrido.

A mensagem de Jesus, o Caminheiro, traduzida em Amor, Humildade e Tolerância, suplanta a mensagem de martírio tão necessária para comover os embrutecidos por sofrimentos menores. Jesus, quando encarnado, sofreu verdadeiramente as dores do corpo físico, e somente a consciência de sua missão é que o fazia suportar. Não tinha um elixir milagroso contra as chibatadas, e seu corpo não era etérico. Era carne como a nossa. Sentiu as dores como nós sentiríamos.

Para responder a pergunta vou transcrever um trecho da Carta “Partida Evangélica”, escrita por Tia, em 27 de abril de 1983, relatando um fato de 1958, quando iniciava sua descoberta missionária.

“...Entramos no Maracangalha, um restaurante da Cidade Livre. Trouxeram uma travessa de bifes, por sinal muitos, e era Sexta-Feira da Paixão. Eu tinha o princípio da Igreja Católica, não levei nada em consideração, e coloquei um bife no prato.

Naquele instante (na vibração e na desarmonia em que eu vivia), ouvi uns estampidos, era Mãe Yara. “Filha, disse ela, continuas como eras. Já estás tão desajustada que te esqueces dos princípios da Igreja Católica Apostólica Romana? Alerta-te, cuida dos teus sentimentos. O dia de hoje representa, em todos os planos, os mesmos sentimentos por Jesus crucificado. Em todos os planos deste Universo que nos é conhecido, sentimos respeito. Filha, está na hora, devolves o teu bife para a travessa do restaurante.” Eu estava na companhia de três pessoas, como já disse e, vi que não comiam carne. Eles ainda não acreditavam em mim, entre a mediunidade e a loucura. “Como amanhã" – continuou Mãe Yara – “não irás festejar as incompreensões, as fraquezas daquele pobre instrumento que foi Judas”...

...Meu filho entre os diversos conceitos da Igreja que nós respeitamos e, como tornou-se uma tradição em quase todos os sacerdócios, digo: nós não comemos carne às quintas e sextas-feiras da semana santa, nós respeitamos estes conceitos. Eles não nos atrapalham em nossa vida evangélica. E respeitamos as tradições da Igreja Católica, que foi a base de todas as religiões."

Texto integral desta carta em: 

Não é preciso acrescentar nada...

No Templo do Vale do Amanhecer, somente na Sexta-Feira da Paixão, ocorre uma alteração na rotina dos trabalhos:

No 1º Intercâmbio, abre-se a Corrente Mestra e o Intercâmbio, fazendo-se a leitura do Evangelho; os faróis se posicionam na Mesa Evangélica, mas esta não é aberta. Caso haja pacientes abre-se uma Linha de Passes. Da mesma forma se procede no 2º Intercâmbio, exceto no que se refere à pacientes, porque não se abre a Linha de Passes. Às 16 horas abre-se a Mesa Evangélica e, a seguir, os demais trabalhos para atendimento ao público.

Entre 10 e 16 horas, os mestres e ninfas ficam de honra e guarda, buscando permanecer no interior do Templo, emitindo mantras e buscando concentração e meditação.

Kazagrande

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