quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Jesus, Benfeitor nosso!


Enquanto o planeta amado estertora no seu processo de aprimoramento evolutivo, padecendo rudes provas e expiações, arrebatando os seus habitantes em direção a sofrimentos inenarráveis, aqueles que aqui estamos reunidos e Te amamos, suplicamos misericórdia, em face da inferioridade moral que predomina em a nossa natureza espiritual.


Desde há milênios que a todos nos convocas para a construção do reino espiritual nas mentes e nos corações, sem que hajamos atendido corretamente ao Teu chamado.


Nas culturas e civilizações antigas, desde o período dos sumérios, alguns de nos demo-nos conta do alto significado da existência terrestre, deixando-nos, porém, anestesiar pelos vapores da matéria enganosa...


Mais tarde, na Pérsia e em Nínive, tomamos conhecimento da Verdade e dos seus mistérios, para logo os abandonarmos, seguindo as tubas guerreiras de Dario ou de Salmanasar, conquistando terras e disseminando a morte.


A nossa foi, então, a sementeira de sangue, de orfandade, de viuvez, de ódio, e a colheita foram as dores acerbas e sem nome na Babilônia e no Egito, que nos fascinaram com os seus templos faustosos, arrastando-nos depois para as derrotas sangrentas com Astiages e o assassinato de Akenaton...


Transitamos pelos montes do Tibet e as planuras da Índia, repetindo as lições do Mahabarata que nos emocionavam, sem que conseguíssemos alterar a belicosidade infeliz que nos assinalava...


A China veneranda com Fo-Hi e os seus filósofos ensinou-nos sabedoria, entretanto não nos arrefeceu a sede alucinada de poder sobre a Manchúria e os povos vizinhos, que também a destroçaram várias vezes com os seus carros de destruição...


Atravessamos o deserto com Moises, como o faríamos depois com Esdra, por nobreza de Ciro para reconstruir o Templo e reerguer Jerusalém, e atacamos os filisteus e outros povos, semeando o terror, malsinando, destruindo...


Atenas encantou-nos, desde os dias de Anaxágoras, depois, com as lições de Sócrates, não impedindo, porém, que nos entregássemos, em Esparta, a hediondez e as lutas incessantes...


Acompanhamos Ciprião, o africano, como o fizéramos com Alexandre Magno, o macedônio, e Aníbal, o cartaginês, embora conhecedores da filosofia em torno da imortalidade e da interferência dos deuses em nossas vidas...


E contigo, após ouvir-Te as lições de incomparável beleza, abandonamos a fidelidade e convertemos a Tua doutrina em poder de mentira, luxuria, hipocrisia e desventura...


Assim, atravessamos a noite medieval, advertidos for mártires e santos, apegados a infâmia e ao horror. Morremos e renascemos, vezes sem conto, despertando realmente para a vida em abundancia quando as claridades do Espiritismo nos arrancaram da densa treva interior, da ignorância e do abismo da loucura egotista...


Compilado do livro Transição Planetária
Manoel P. de Miranda (espírito) e Divaldo Franco

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