“O vazio absoluto existe em alguma parte no espaço universal”?
Não, nada é vazio. “O que imaginais como vazio é ocupado por uma matéria que escapa aos vossos sentidos e aos vossos instrumentos." (Questão 36 do Livro dos Espíritos)
O Momento de Luz de hoje, portanto, tece algumas considerações sobre o Fluido Cósmico Universal, o fluido elementar imponderável que serve como intermediário entre o Espírito e a matéria.
Fazendo um breve passeio pela ciência, o texto leva a várias reflexões.
Esperamos que elas ocorram.
Um dia de muita luz para todos.
"Fluido Cósmico Universal" (FCU) foi o nome dado pelos Espíritos ao fluido elementar imponderável que serve como intermediário entre o Espírito e a matéria, que funciona como uma "veste" para o princípio inteligente do Espírito e permite a adesão das partículas de matéria e apresenta inúmeras combinações que são observadas como campo eletromagnético e como fluido vital, sendo ainda o princípio da matéria, como a conhecemos.
Nas questões 17 a 36 do Livro dos Espíritos, os espíritos codificadores tratam deste assunto:
"Esse fluido universal, primitivo, ou elementar, sendo o agente que o Espírito utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de dispersão e nunca adquiriria as propriedades que a força da gravidade lhe dá".
Dizem ainda que os sabores, os odores, as cores, e os sons não passam de modificações de uma única molécula primitiva, acrescentando que "aquilo que chamais molécula ainda está longe da molécula elementar".
Assim como a matéria visível se combina para formar o opaco e o transparente, também o FCU forma "a matéria etérea e sutil que é imponderável para vós, mas nem por isso deixa de ser o princípio de vossa matéria pesada".
"É o que se deve entender quando dizemos que tudo está em tudo"
(Questão 33 de O Livro dos Espíritos)
Comparando com os conceitos da Física, poderíamos associar o FCU ao éter, ao campo, ao espaço e à energia.
Entretanto esses conceitos da ciência são limitados porque só são válidos no contexto particular ou teoria em que são mencionados.
Por outro lado, os conceitos da Física têm variado com o passar do tempo. Por exemplo:
- O conceito de campo teve diferentes significados dado por Mach, Maxwell, e Einstein.
Na física clássica do século XIX o campo só existia no interior dos corpos materiais, sendo um conceito auxiliar.
Na virada do século XX verificou-se que os fenômenos de interferência e propagação da luz podiam ser mais bem explicados se considerássemos a luz se propagando num campo capaz de existir também no espaço vazio, o que implicava na existência do éter como um espaço em repouso absoluto.
Mas a Teoria da Relatividade Especial tornou insustentável a hipótese de um éter em repouso.
O campo passou então a ser um elemento irredutível da descrição física, tendo sido necessário renunciar à ideia de que o campo eletromagnético deva ser considerado como um estado de um substrato material.
Hoje, com a teoria do campo quântico, a palavra campo representa algo bem diverso do seu significado inicial, possuindo propriedades mecânico-quânticas e partículas associadas.
- A palavra fluido também variou muito desde a época de Kardec quando o éter era pensado como um fluido em repouso. Hoje, em Física, a palavra fluido é um nome associado apenas a substâncias materiais como os gases e os líquidos, indicando a possibilidade de movimento relativo interno.
- Mesmo o conceito de espaço mudou com a teoria da Relatividade Especial, passando a ser um contínuo quadridimensional onde tempo e espaço, passaram a ser equivalentes, e depois mudou com a Teoria da Relatividade Geral pois foi dotado de curvatura, que depende da quantidade de matéria presente.
Na atualidade já foi detectado o arrastamento da estrutura do espaço próximo de buracos negros, deixando o espaço assim de ser considerado como tendo existência independente, ou de ser apenas uma entidade matemática, para ter uma existência objetiva, solidária com a matéria.
Mas, diferentemente dos físicos relativistas, os físicos de partículas vêm o espaço-tempo como um cenário de fundo fixo no qual os grávitons (partículas do campo gravitacional) e outros quanta (como os fótons do campo eletromagnético) podem interagir e se propagar.
Para os físicos que estudam a teoria das cordas supersimétricas (hoje denominado "Teoria M") o espaço-tempo deve ter pelo menos onze dimensões, sendo essas dimensões extras "invisíveis" porque elas se enrolam em círculos muito pequenos, do tamanho do comprimento de Planck (10-35 m!).
Para os físicos que estudam a teoria das cordas supersimétricas (hoje denominado "Teoria M") o espaço-tempo deve ter pelo menos onze dimensões, sendo essas dimensões extras "invisíveis" porque elas se enrolam em círculos muito pequenos, do tamanho do comprimento de Planck (10-35 m!).
E assim foram mudando os conceitos da Física, ao sabor das descobertas, dos avanços tecnológicos que permitiam novos modelos de análise e experimentações.
São "Teorias" justamente por não terem uma comprovação definitiva e irrefutável, que as torne "Lei". E por isso mudam, como agora:
ESPAÇO-TEMPO PODE SER FLUIDO
ESPAÇO-TEMPO PODE SER FLUIDO
A edição deste mês de Scientific American Brasil traz estudos que indicam que o tempo-espaço pode se comportar como um fluido, ao contrário do que Albert Einstein afirmava.
A matéria de capa "Propagação nos buracos negros", assinada pelos físicos Theodore A. Jacobson e Renaud Parentani, descreve simulações com ondas sonoras em meios fluidos, sugerindo que o espaço-tempo pode ter estrutura vagamente semelhante ao éter da física pré relativista.
Os pesquisadores contam que, quando Albert Einstein propôs a teoria da relatividade em 1905, rejeitou a ideia, comum no século XIX, de que a luz resultava de vibrações em um meio hipotético chamado "éter".
Em vez disso, argumentou que as ondas de luz podem viajar no vácuo sem apoio de nenhum material.
Contudo, as simulações com ondas sonoras em fluidos – que se comportam de maneira similar à luz no espaço – vêm indicando que o próprio espaço-tempo pode ter uma estrutura "molecular".
- Nosso trabalho sugere que o espaço-tempo pode ser granular e ter um sistema de referência preferencial, que se manifesta em pequena escala - afirmam os pesquisadores.
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