quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Espírito Encouraçado














Salve Deus!
Dizemos Salve Deus, mas na verdade ele só sai da boca para fora.
Esta noite foi uma amostra do que somos e do que seremos em nossa missão de amor ou de ódio, porque nós viemos para a terra em busca de uma realização que nos mostrasse o caminho certo a seguir e não nos perdêssemos na ignorância mediúnica cármica que tapa nossos olhos diante da presença dos Santos e Anjos Espíritos, nossos mentores que nos regem neste terceiro plano.
Diga-me, adianta alguma coisa você vestir seu uniforme, ir trabalhar com seus mentores carregando ódio no coração! Alguma coisa está errada nesta história, isso é ser falso profeta, é não acreditar em si mesmo e no astral superior.
Esta noite foi três episódios que me mostraram o quanto o espírito pode se endividar em sua vida, porque não basta dizer eu sou missionário e desconhecer o que seja um missionário, qual a sua função e sua evolução. Isso é uma forma de mistificar ou enganar até a si mesmo.
Eu fui numa viagem, numa missão. Era um tempo chuvoso, encoberto por uma nuvem cinza e tinha muitas pessoas cavando um grande buraco cheio de lama. Cheguei perto e vi que havia ali muitos corpos soterrados e mortos. Conforme eles cavavam eles iam aparecendo, eram homens, mulheres e crianças. Era uma grande extensão, tudo enlameado e sujo, mas eles não paravam de trabalhar. Os corpos iam sendo amontoados ao lado, uns em cima dos outros. Fiquei olhando para aquela cena terrível de dor e desespero, pensei, o que seria aquilo que estava acontecendo. Seria um desastre da natureza! Não! Eu estava em outro mundo, um mundo onde a regência é dos espíritos. Eu estava num mundo de dor e sofrimento, onde os espíritos que não obedeceram a voz de Deus estavam presos pelos seus desvios de conduta. Por isso devemos tomar cuidado com nossas palavras e ações, tudo é uma porta de entrada para outros planos.
Este mundo inferior é para onde vão os espíritos que mais endividaram os outros na terra, eles tornaram a vida do próximo um inferno, então ali eles eram como mortos vivos, eles tinham que desenterrar os que morreram pela falta de compreensão. O castigo deles era este, viver cavando o lodo em busca dos corpos desiludidos, mortos em virtude da falta de respeito e amor uns pelos outros. A cada corpo achado eles o empilhavam, mas logo todos iam afundando de novo no lodo, sumindo.
Meu Deus! Viver o seu próprio mundo de aflição e dor, saber que as suas vitimas são as mesmas de ontem que viveram juntas, eram felizes até que alguma coisa mudou o destino.
Voltei deste mundo trazendo esta passagem como forma de instrução e valorização da vida humana, da vida que Deus criou. Ninguém pode tomar a vida dos outros e tentar mergulha-la na escravidão sentimental. Depois quando cair neste mundo é que sua consciência irá passar pelas provações do arrependimento. Mas com o tempo elas acabam esquecendo o que fizeram e só vão recobrar quando alguém vos mostrar a verdade. Os missionários estavam conversando com eles, uns ouviam e outros eram surdos, uns viam e outros eram cegos. Os que ouviam recebiam o choque da verdade, mas não podiam arredar deste lugar até que sua vitima se levantasse daquele pântano. Então a missão deles era acordar estes espíritos adormecidos para que pudessem sair dali. Uma missão difícil e ainda sem ter o conhecimento da ciência espiritual para poder mudar a sua história.
Isso já está a milhares de anos de nossa transição.
Cheguei em casa e logo recebi a visita espiritual de umas freiras. Elas chegaram, todas com suas vestimentas azuis foram entrando aqui no vale. Eu estava aqui no meu quarto ainda me limpando dos resíduos que ficam no espírito. As freiras estavam sorridentes, menos uma a qual veio pedir minha ajuda. Era uma freira antiga, tinha lágrimas em seus olhos, eram de um convento de Curitiba. Esta que veio, a mais velha, eu a reconheci. Era uma tia freira que morreu muitos anos atrás, era irmã de minha avó por parte de pai.
_ Fernando! Eu vim pedir sua ajuda! Ajude-me!
Salve Deus! Seus olhos rasos de lágrimas demonstravam a sua precisão. Sua vida sempre foi o convento, largando seus familiares para trás. Isso foi o que causou este problema de ordem emocional, porque seu espírito ainda tinha laços de afinidades com a terra e eles a prendiam neste plano. Seu único irmão ainda é vivo na terra, mas toda a família se prendeu pelo materialismo, acho que pelas dificuldades que eles passaram quando vieram da Europa para o Brasil. No começo de suas vidas longe de suas pátrias amadas, eles passaram por tantas coisas, tantas provações, que não os culpo, foi isso que os levaram a desacreditar no mundo espiritual. Fecharam as suas próprias portas e dos demais que precisavam estar unidos.
_ Salve Deus minha querida tia! Fico feliz que tenha vindo me procurar! Vou fazer tudo que posso para transformar seu caminho em pérolas divinas de Jesus. Nosso Pai Seta Branca, São Francisco de Assis, é quem vai vos receber neste caminho da nova era. Acredite! Suas orações, naquelas clausuras, criaram uma força especial que alimentou seu espírito até agora, mas pela falta de conhecimento não conseguiu ainda se levantar do seu tumulo. Conhecimento este que eu vou lhe mostrar para que possa subir e ter com seus superiores. Sei que a vida deste povo não foi fácil, sei que sua escolha pelo seu habito também foi por muitas dores passadas em terra, fez tudo pela regeneração do eu, mas você esqueceu do seu compromisso que era ensinar teus irmãos a fé e o amor pelos menos esclarecidos. Todos se perderam no materialismo, e até hoje só falam em poder do dinheiro, riqueza e prosperidade. Ta certo! Eles até podem ter os anseios diante de tanta necessidade, mas tudo que é demais pode destruír a evolução.
Seus olhos se enchiam de mais lágrimas. Ela sabia de tudo, pois ali estava consciente de sua missão, sendo cristã e ainda se entregando ao Cristo ela não podia negar os erros deixados para trás. Como podemos ver, nem todos os caminhos levam a Deus, porque se não houver conhecimento da ciência espiritual de nada valerão o céu e a terra. Sem este caminho os espíritos ficam estacionados, nem sobem e nem descem.
Cumprimentei as demais irmãs que tinham vindo juntas. Elas ouviram este sermão, como elas mesmas diziam entre si, o sermão da evolução. Não era discriminação por ideologia, mas a verdade que o Mestre Jesus nos disse para ensinar, porque somente ela irá libertar todos de suas condições espirituais.
Elas se foram, talvez ainda tenha outro reencontro com as freiras do Sagrada Família de Curitiba, Paraná. Eu espero que elas tenham recebido esta passagem com amor e compreensão, que pelo menos esta visita tenha servido para lhes mostrar que o mundo espiritual existe, que não se morre eternamente, mas que somente nos revestimos da luz que criamos quando em vida. Se esta luz for linda ela irá nos acompanhar, se ela for escura, Salve Deus!
Quando elas partiram, eu me vi em outro lugar. Havia uma família muito especial, eles eram felizes. Havia duas jovens que eram irmãs gêmeas. Mas algo estava errado nesta contagem, algo não estava bem. Uma estava mais alegre e a outra triste. Uma era mais assediada pela sua mãe e a outra menos valorizada. Este quadro era o inicio de uma terrível tragédia, pois ali estavam duas vitimas que juraram se reencontrar em terra, para terminarem o que havia começado há muito tempo atrás. Uma sempre matando a outra. Vida após vida elas nunca se perdoaram. Mas agora era diferente, havia uma ligação entre as duas que se uma matasse a outra a outra morreria em seguida. Era algo que foi deixado explicado quando vieram reencarnar. Haveria que ter amor uma pela outra. Então elas nasceram da mesma mãe que as recebeu com carinho. Esta mãe era a antiga mãe que deu origem delas chegarem na terra pela primeira vez. A mãe iria amar uma mais do que a outra, não que fosse este destino, mas era para provocar o ciúme e colocar em pratica a cobrança cármica. Tudo como forma de chamar a razão o sentimento de morte, aflorar este lado, pois somente o perdão acabaria com esta grande bola de neve que crescia a cada reencarnação. Elas só seriam livres a partir do momento que as duas se ligassem espiritualmente. Sem isso elas não teriam mais oportunidades de evolução e seriam as duas arrastadas para mundos mais tristes, mais terríveis como forma de doutrinar seus espíritos, o mundo das razões.
O mundo das razões é um vasto mundo, lá cada um se reencontra consigo mesmo. Ele é dividido em faixas que variam conforme cada espírito em seu grau de compreensão. Se o espírito ainda não se conscientizou ele é levado para uma faixa difícil, de testes e mais testes. Se ele já tem uma consciência dependendo dela ele é levado para outra faixa. Todos que seguem pela força deste mundo das razões são chamados em sua individualidade. Lá não existem os mentores para dar a mão, para amenizar seu caminho. Eles sabem que é preciso que o espírito aprenda a sua disciplina e que compreenda a si mesmo.
Estas duas jovens não se amavam de jeito nenhum, dava para notar nelas pelas atitudes. Uma era feliz porque assim sentia que estava infernizando a vida da outra. A outra era triste porque não tinha amparo de sua mãe. Mas uma não podia atentar contra a vida da outra, sob o ponto de vista encarnatório, a morte das duas e o recolhimento delas para este mundo das razões.
Voltei!
Meu Deus! Como é complicada esta estruturação espiritual. A gente pensa que conhece tudo, mas sempre uma nova porta se abre e novos princípios são difundidos.
Por isso eu fico em sintonia comigo mesmo, pelo que posso entender a missão é algo especial, é algo divino, que todos devem ter o máximo de respeito, porque não é brincadeira se dizer missionário e esquecer qual é a sua função.
A nossa vida é feita de alto e baixo, sim, por isso que se torna mais bela ainda. Já imaginou se tudo fosse azul ou verde, então as outras cores chegaram para nos mostrar que temos outros compromissos a resolver.
Ame a sua vida e respeite a do seu próximo.
Salve Deus!

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