“Pensando no convite de um amigo eis que escrevo para que tenhas o que pensar durante os próximos dias.
Cristo vestido de Jesus sabendo que o Pai tudo entregara nas Suas mãos, e que Ele saíra de Deus e ia para Deus, e que ele o Deus era a Totalidade, levantou-se da ceia, tirou suas vestes e tomando uma toalha, cingiu-Se. Depois deitou água na bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido. Estaria Ele louco? Sem suas vestes, de cabeça baixa, ali lavando os pés imundos das pessoas. Que filho de Deus é esse, que lava os pés de todos? Consegue imaginar a cena? Pois é, sempre achamos que as pessoas “importantes” não devem fazer pequenas coisas. Quem você conhece hoje na condição de líder espiritual que seja capaz disso?
Simão Pedro. Este Lhe disse: Senhor, Tu me lavas os pés? Respondeu-lhe Jesus: O que Eu faço, tu não o sabes agora, mas compreendê-lo-ás depois. Disse-Lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se Eu não te lavar, não tens parte Comigo. Simão Pedro Lhe disse: Senhor, não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça. Declarou-lhe Jesus: Quem já se banhou não tem necessidade de lavar senão os pés, mas está todo limpo”.
Ele o Cristo Jesus, nos trouxe e deixou entre tantos ensinamentos este que é significativo: a humildade – sim, ser humilde é um caminho, uma busca, uma obrigação. Ele não fazia distinção, entre rico, pobre, idoso, prostituta, ladrões e por ai em diante. Ele veio para chamar a todos a sua mesa. Não fazia no passado como muitos ditos “puros e escolhidos” o fazem nos dias de hoje. Que se vestem de mensageiros do amor e que se sentem o meio entre a terra e Deus. Ninguém pode nos levar até Deus.
Somente nosso amor e o conhecimento do caminho de volta ao pai que é a Totalidade. Cristo e o Jesus nos ensinaram o caminho de volta. E sua lição começa nos amor ao próximo, não na fé. O amor é o combustível e a fé será o resultado final desse caminho. Então o aprendizado da “humildade” nos leva ao caminho da centelha Divina. O ato do lavar-os-pés que Ele vivificou é de fato um ato deveras significativo.
Nossos pés teimam em destruir cegamente todas as oportunidades da vida. São eles que nos levam para perto e/ou para longe de nossos acertos e erros. Trazemos toda a poeira de nossas buscas neles. Então temos que fazer deles o ato significante de uma vida. Quando lavamos os pés uns dos outros restauramos uns aos outros. Igualamos-nos em nossa humanidade, essa é a questão: seja em que credo religioso você se encontre, ou até mesmo na condição de ateu. Todos somos filhos do mesmo Pai. Assim, todos somos irmãos. Ademais, o Pai Nosso é um exemplo de humildade – “Pai Nosso que estais no Céu”. Verifique a responsabilidade destas palavras ditas. Se Ele é Pai Nosso, Eu e você e/ou outros sujeitos somos de fato irmãos. E assim o Pai não será mais por um do que pelo outro. Cuidado ao rezar, meditar, orar o Pai Nosso, você está assinando uma declaração de irmandade e igualdade com toda a criação.
Qual o desejo do Cristo e Jesus no ato do lava pé? Seria nos lembrar que temos que ser humildes de fato?
“Declarou-lhes Cristo Jesus: Quem já se banhou não tem necessidade de lavar senão os pés, mas está todo limpo”.
Meu convite de hoje se forja em que você medite sobre a importância da humildade e do sentimento de nos igualarmos em nossa humanidade com todos os nossos companheiros de viagem. Antes de darmos os próximos passos pensemos se realmente estamos prontos para tentar ajudar ao próximo. Lavemo-nos não somente os pés, mas toda nossa alma, todo nosso espírito, todo o nosso corpo, todo nosso viver/existir. E estejamos prontos para convidar a todos que sigam conosco adiante e assim pratiquemos de fato a caridade e o exercício da compaixão.
Ter compaixão não é dar esmolas, ajudar as pessoas, a compaixão é nos colocarmos no lugar do outro, tentar observar o mundo a partir das possibilidades do outro. Será que se você tivesse tido as mesmas condições de uma pessoa carente de tudo você não faria as mesmas coisas erradas que ela? Ou até piores?
A questão não é passar a mão na cabeça dos errados, mas nos colocarmos no lugar deles, e então entendermos os motivos deles. Mesmo que não aceitemos seus atos, teremos antes que olhar o mundo a partir dos olhos deles. Assim, estaremos sendo humildes, em dizer: não concordo com tuas ações, com os teus erros, mas entendo os teus motivos. Entender os motivos dos outros é mais do que perdoar, é antes de tudo um exercício de humildade e caridade, sem falar na compaixão”. Miguel Hermógenes
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