Apesar de ser muito inteligente e de ter todas as condições para aprender, Mateus não gostava de estudar.
Para ele era um verdadeiro sacrifício abandonar as brincadeiras e ir para a escola.
Gostava mesmo era de andar pelos matos caçando passarinhos e colhendo frutos silvestres, brincar com seus brinquedos ou jogar bola na rua com os amigos e vizinhos.
Nunca achava tempo para fazer os deveres de casa. Na escola, não prestava atenção ao que a professora ensinava e nem se dava ao trabalho de copiar o que ela passava no quadro-negro.
No final do ano, como não poderia deixar de ser, o resultado desse comportamento: todos os colegas passaram de ano e só Mateus foi reprovado.
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Ficou muito triste, chorou, mas nada adiantou. Teria que repetir a mesma série na escola e procurar aproveitar as aulas. |
No entanto, Mateus continuava levando a mesma vida de sempre, sem se preocupar com os estudos.
No aniversário ele ganhou de alguém um pião e interessou-se pelo brinquedo. Ele enrolava a cordinha cuidadosamente em torno do pião e depois soltava com gesto brusco, e era com satisfação que via o brinquedinho rodar, rodar, rodar sobre si mesmo.
Um dia, observando o pião que rodava sem cessar, ele comentou com o pai, que lia o jornal ali perto:
– Que engraçado é o pião, não é papai? Como será que ele gira sempre e não sai do lugar?
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O pai, que estava preocupado com o comportamento do filho, aproveitou o momento para informar:
– É verdade, meu filho. E você sabe que não é só com o pião que acontece isso?
– Como assim, papai? – perguntou Mateus sem entender o que seu pai dizia.
– Sim, meu filho. Também muitas pessoas, como o pião, ficam girando apenas em torno de si mesmas e não saem do lugar. Nunca aprendem nada porque não se interessam em ver o mundo que existe em derredor. São egoístas. Só pensam na própria pessoa.
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E, nesse caso, são pessoas que nem sequer pensam no próprio bem, ou saberiam que só aprendendo e participando do mundo é que conseguem progredir na vida. |
Mateus fitou o pai interrogativamente e em seguida olhou para o pião que ainda rodava, rodava, rodava, sem parar.
Ficou calado, pensando...
Entendera a lição.
No dia seguinte, para surpresa de sua mãe, ninguém precisou chamá-lo para ir à escola. Quando ela levantou, Mateus já estava pronto.
Tomou o café da manhã sem dizer nada, e saiu para as aulas.
A partir desse dia, Mateus começou a dedicar-se aos estudos. Fazia os deveres de casa e depois ainda pegava um livro para ler. E, ainda assim, sobrava muito tempo para brincar e se divertir.
Nunca mais se esqueceu da lição do pião e, quando alguém não queria estudar, ele alertava:
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– Quer ser como um pião, rodando em torno de si mesmo sem nunca sair do lugar?
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