quarta-feira, 22 de junho de 2011

Mansos de coração

          Quando Jesus proclamou a felicidade dos mansos de coração, não se propunha, de certo, exaltar a ociosidade, a hesitação e a fraqueza.
          Muita gente, a pretexto de merecer o elogio evangélico, foge aos mais altos deveres da vida e abandona-se à preguiça ou à fé inoperante, acreditando cultivar a humildade.
          O Mestre desejava destacar as almas equilibradas, os homens compreensivos e as criaturas de boa vontade que, alcançando o valor do tempo, sabem plantar o bem e esperar-lhe a colheita, sem desespero e sem violência.
          A cortesia é o primeiro passo da caridade.
          A gentileza é o princípio do amor.
          Ninguém precisa, pois, aguardar o futuro, a fim de possuir a Terra. É possível orientá-la hoje mesmo, detendo-lhe os favores e talentos, entre os nossos semelhantes, cultuando a bondade fraternal.
          As melhores oportunidades de cada dia no mundo pertencem àqueles que melhores de fazem para quantos lhes rodeiam os passos. E ninguém se faz melhor, arremessando pedras de irritação ou espinhos de amargura na senda dos companheiros.
          A sabedoria é calma e operosa, humilde e confiante.
          O espírito de quem ara a terra com Jesus compreende que o pântano pede socorro, que a planta frágil espera defesa, que o mato inculto reclama cuidado e que os detritos do temporal podem ser convertidos em valioso adubo, no silêncio do chão.
          Se pretendes, pois, a subida evangélica, aprende a auxiliar sem distinção.
          A pretexto de venerar a verdade, não aniquiles as promessas do amor. Abraça o teu roteiro, com a alegria de quem trabalha por fidelidade ao Sumo Bem, estendendo a graça da esperança, a benefício de todos, e, um dia, todos os que te cercam e te acompanham entoarão o cântico dos bem-aventurados que o teu coração escreveu e compôs nos teus atos, aparentemente pequeninos de fraternidade e sacrifício, em favor dos outros, em tua jornada de ascensão à Divina Luz.
(De “Escrínio de Luz”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel)

Paz e Luz

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