terça-feira, 31 de maio de 2016

A Grécia


Entre os povos de iniciativa, nenhum há cuja missão se manifeste com maior brilho do que o da Hélade. A Grécia iniciou a Europa em todos os esplendores do belo. De sua mão aberta saiu a, civilização ocidental, e o seu gênio de vinte séculos atrás ainda hoje se irradia sobre as nações.

Por isso é que, apesar de seus desmembramentos, de suas lutas intestinas, de sua queda final, ela tem sido admirada em todas as épocas. A Grécia soube traduzir, em linguagem clara, as belezas obscuras da sabedoria oriental. Exprimiu-as a princípio com o adjutório dessas duas harmonias celestes que tornou humanas: a Música e a Poesia.

Orfeu e Homero foram os primeiros que fizeram ouvir seus acordes à terra embevecida. Mais tarde, esse ritmo, essa harmonia que o gênio nascente da Grécia havia introduzido na palavra e no canto, Pitágoras, o iniciado dos templos egípcios, observou-os por toda parte do Universo, na marcha dos astros que se movem, futuras moradas da Humanidade, no seio dos espaços, na concordância dos três mundos, natural, humano e divino, que se sustentam, se equilibram, se completam, para produzirem a vida em sua corrente ascensional e em sua espiral infinita.


Dessa visão estupenda decorria para ele a idéia de uma tríplice iniciação, pela qual o homem, conhecedor dos princípios eternos, aprendia, depurando-se, a libertar-se dos males terrestres e a elevar-se para a perfeição. Daí um sistema de educação e de reforma a que Pitágoras deixou o seu nome, e que tantos sábios e heróis produziu.


Enfim, Sócrates e Platão, popularizando os mesmos princípios, derramando os em círculo mais lato, inauguraram o reinado da ciência franca, que veio substituir o ensino secreto. Tal foi o papel representado pela Grécia na história da evolução do pensamento.


Em todos os tempos, a iniciação exerceu uma influência capital sobre os destinos desse país. Não é nas flutuações políticas, agitadas nessa raça inconstante e impressionável, que se devem procurar as mais altas manifestações do gênio helênico.


A iniciação não tinha seu foco na sombria e brutal Esparta, nem na brilhante e frivola Atenas, mas, sim, em Delfos, em Olímpia, em Elêusis, refúgios sagrados da pura doutrina. Era ali que, pela celebração dos mistérios, ela se revelava em toda a sua pujança. Ali, pensadores, poetas e artistas iam colher o ensino oculto, que depois traduziam à multidão em imagens vivas e em versos inflamados.


Acima das cidades turbulentas, sempre prontos a se dilacerarem, acima das oscilações políticas, passando alternativamente da aristocracia à democracia e ao reinado dos tiranos, um poder supremo dominava a Grécia: o tribunal dos Anfitriões, que tinha Delfos por sede, e que se compunha de iniciados de grau superior.


Por si só, ele salvara a Hélade nas horas de perigo, impondo silêncio às rivalidades de Esparta e de Atenas. Já no tempo de Orfeu os templos possuíam a ciência secreta.
“Escuta, dizia o mestre ao neófito, escuta as verdades que convém ocultar à multidão, e que fazem a força dos santuários. Deus é um, e sempre semelhante a si mesmo; porém, os deuses são inumeráveis e diversos, porque a divindade é eterna e infinita. Os maiores são as aluías dos astros, etc.


“Entraste com o coração puro no seio dos Mistérios. Chegou a hora suprema em que te vou fazer penetrar até às fontes da vida e da luz. Os que não levantam o véu espesso que esconde aos olhos dos homens as maravilhas invisíveis não se tornarão filhos dos Deuses”.


Aos místicos e aos iniciados: “Vinde gozar, vós que tendes sofrido; vinde repousar, vós que tendes lutado. Pelos sofrimentos passados, pelo esforço que vos conduz, vencereis, e, se acreditais nas palavras divinas, já vencestes, porque, depois do longo circuito das existências tenebrosas, saireis, enfim, do círculo doloroso das gerações, e, como uma só alma, vos encontrareis na luz de Dionisos”.


“Amai, porque tudo ama; amai, porém, a luz e não as trevas. Durante a vossa viagem tende sempre em mira esse alvo. Quando as almas voltam ao espaço, trazem, como hediondas manchas, todas as faltas da sua vida estampadas no corpo etéreo... E, para apagá-las, cumpre que expiem e voltem à Terra. Entretanto, os puros, os fortes, vão para o sol de Dionisos”.


Domina o grupo dos filósofos gregos uma imponente figura. É Pitágoras, esse filho de Iônia que melhor soube coordenar e pôr em evidência as doutrinas secretas do Oriente, e melhor soube fazer delas uma vasta síntese, que ao mesmo tempo abraçasse a moral, a ciência e a religião.


A sua Academia de Crotona foi uma escola admirável de iniciação laica, e sua obra, o prelúdio desse grande movimento de idéias que, com Platão e Jesus, iam agitar as camadas profundas da sociedade antiga, impelindo suas torrentes até às extremidades do continente.


Pitágoras havia estudado durante trinta anos no Egito. Aos seus vastos conhecimentos juntava uma intuição maravilhosa, sem a qual nem sempre bastam a observação e o raciocínio para descobrir a verdade. Graças a tais qualidades, pôde levantar o magnífico monumento da ciência esotérica, cujas linhas essenciais não podemos deixar de aqui traçar:


“A essência em si escapa ao homem, dizia a doutrina pitagórica, pois ele só pode conhecer as coisas deste mundo, em que o finito se combina com o infinito. Como conhecê-las? Há entre ele e as coisas uma harmonia, uma relação, um princípio comum, e esse princípio é dado a tudo pelo Uno que, com a essência, fornece também a sua medida e inteligibilidade”.


“Vosso ser, vossa alma é um pequeno universo, mas está cheio de tempestades e de discórdias. Trata-se de realizar aí a unidade na harmonia. Somente então descerá Deus até vossa consciência, participareis assim do seu poder, e da vossa vontade fareis a pedra da ladeira, o altar de Hestia, o trono de Júpiter”.


Os pitagóricos chamavam Espírito ou inteligência à parte ativa e imortal do ser humano. A alma era para eles o Espírito envolvido em seu corpo fluídico e etéreo. O destino da Psique, a alma humana, sua queda e cativeiro na carne, seus sofrimentos e lutas, sua reascensão gradual, seu triunfo sobre as paixões e sua volta final à luz, tudo isto constituía o drama da vida, representado nos Mistérios de Elêusis como sendo o ensino por excelência.


Segundo Pitágoras, a evolução material dos mundos e a evolução espiritual das almas são paralelas, concordantes, e explicam-se uma pela outra. A grande alma, espalhada na Natureza, anima a substância que vibra sob seu impulso, e produz todas as formas e todos os seres.


Os seres conscientes, por seus longos esforços, desprendem-se da matéria, que dominam e governam a seu turno, libertam-se e aperfeiçoam-se através de existências inumeráveis. Assim, o invisível explica o visível, e o desenvolvimento das criações materiais é a manifestação do Espírito Divino.


Procurando-se nos tratados de Física dos antigos a opinião deles sobre a estrutura do Universo, enfrentam-se dados grosseiros e atrasados; esses não são, porém, mais que alegorias. O ensino secreto dava, sobre as leis do Universo, noções muito mais elevadas.


Diz-nos Aristóteles que os pitagóricos conheciam o movimento da Terra em torno do Sol. A idéia da rotação terrestre veio a Copérnico pela leitura de uma passagem de Cícero, que lhe ensinou ter Hicetas, discípulo de Pitágoras, falado do movimento diurno do globo. No terceiro grau de iniciação aprendia-se o duplo movimento da Terra.


Como os sacerdotes do Egito, seus mestres, Pitágoras sabia que os planetas nasceram do Sol, em torno do qual giram, e que cada estrela é um sol iluminando outros mundos, e que compõe, com seu cortejo de esferas, outros tantos sistemas siderais, outros tantos universos regidos pelas mesmas leis que o nosso.


Essas noções, porém, jamais eram confiadas ao papel; constituíam o ensino oral comunicado sob sigilo. O vulgo não as compreenderia; considerá-las-ia como contrárias à mitologia, e, por conseguinte, sacrílegas.


A ciência secreta também ensinava que um fluído imponderável se estende por toda parte, e tudo penetra. Agente sutil, sob a ação da vontade ele se modifica, se transforma, se rarefaz e se condensa segundo a potência e elevação das almas que o empregam, tecendo com essa substância o seu vestuário astral.


É o traço de união entre o Espírito e a matéria, tudo gravando se nele, refletindo-se como imagens em um espelho, sejam pensamentos ou acontecimentos. Pelas propriedades deste fluído, pela ação que a vontade sobre ele exerce, explicam-se os fenômenos da sugestão e da transmissão do pensamento.


Os antigos chamavam-lhe, por alegoria, véu misterioso de Ísis ou manto de Cibele, que envolve tudo o que existe. Esse mesmo fluído serve de veículo de comunicação entre o visível e o invisível, entre os homens e as almas desencarnadas.


A ciência do mundo invisível constituía um dos ramos mais importantes do ensino reservado. Por ela se havia sabido deduzir, do conjunto dos fenômenos, a lei das relações que unem o mundo terrestre ao mundo dos Espíritos; desenvolviam-se com método as faculdades transcendentais da alma humana, tornando possível a leitura do pensamento e a vista a distância.


Os fatos de clarividência e de adivinhação, produzidos pelas sibilas e pitonisas, oráculos dos templos gregos, são atestados pela História. Muitos espíritos fortes os consideram apócrifos.


Sem dúvida, cumpre levar em conta a exageração e a lenda; mas, as recentes descobertas da psicologia experimental têm-nos demonstrado que nesse domínio havia alguma coisa mais do que vã superstição, e convidam-nos a estudar mais atentamente um conjunto de fatos que, na antigüidade, repousava sobre princípios fixos e fazia parte de uma ciência profunda e grandiosa.


Em geral, não se encontram essas faculdades senão em seres de pureza e elevação de sentimento extraordinária; exigem preparo longo e minucioso. Os oráculos referidos por Heródoto, a propósito de Creso e da batalha de Salamina, provam que Delfos possuiu pessoas assim dotadas. Mais tarde, imiscuíram-se abusos nessa prática.


A raridade das pessoas assim felizmente dotadas tornou os sacerdotes menos escrupulosos na sua escolha. Corrompeu-se e caiu em desuso a ciência adivinhatória. Segundo Plutarco, a desaparição dessa ciência foi considerada por toda a sociedade antiga como uma grande desgraça.


Toda a Grécia acreditava na intervenção dos Espíritos em coisas humanas. Sócrates tinha o seu Daimon ou Gênio familiar. Exaltados pela convicção de que potências invisíveis animavam seus esforços, os gregos, em Maratona e Salanina, repeliram pelas armas a terrível invasão dos persas.


Em Maratona, os atenienses acreditaram ver dois guerreiros, brilhantes de luz, combaterem em suas fileiras. Dez anos mais tarde, Pítia, sacerdotisa de Apolo, sob a inspiração dum Espírito, indicou a Temístocles, do alto da sua trípode, os meios de salvar a Grécia. Se Xerxes caísse vencedor, os asiáticos bárbaros apoderar-se-iam de toda a Hélade, abafando o seu gênio criador, fazendo recuar, dois mil anos talvez, o desabrochar da ideal beleza do pensamento.


Os gregos, com um punhado de homens, derrotaram o imenso exército asiático, e, conscientes do socorro oculto que os assistia, rendiam suas homenagens a Palas-Ateneu, divindade tutelar, símbolo da potência espiritual, nessa sublime rocha da Acrópole, moldurada pelo mar brilhante e pelas linhas grandiosas do Pentéllco e do Himeto.


Para a difusão dessas idéias muito havia contribuído a participação nos Mistérios, pois desenvolvia nos iniciados o sentimento do invisível, que, então, sob formas diversas, se espalhava entre o povo. Na Grécia, no Egito e na Índia, consistiam os Mistérios em uma mesma coisa: o conhecimento do segredo da morte, a revelação das vidas sucessivas e a comunicação com o mundo oculto.


Esse ensino, essas práticas, produziam nas almas impressões profundas; infundiam-lhes uma paz, uma serenidade, uma força moral incomparável. Sófocles chama aos Mistérios “esperança da morte”, e Aristófanes diz que passavam uma vida mais santa e pura os que neles tomavam parte. Recusava-se a admitir os conspiradores, os perjuros e os debochados.


Porfiro escreveu: “Nossa alma, no momento da morte, deve achar-se como durante os Mistérios, isto é, isenta de paixão, de cólera e de ócio”. Pelos seguintes termos, Plutarco afirma que, nesse mesmo estado, conversava-se com as almas dos defuntos: “Na maior parte das vezes, intervinham nos Mistérios excelentes Espíritos, embora, em algumas outras, procurassem os perversos ali se introduzirem”.


Proclo também acrescenta: “Em todos os Mistérios, os deuses (aqui, significa esta palavra todas as ordens de espíritos) mostram-se de muitas maneiras, aparecem sob grande variedade de figuras e revestem a forma humana”.


A doutrina esotérica era um laço de união entre o filósofo e o padre. Eis o que explica a sua harmonia em comum e a ação medíocre que o sacerdócio teve na civilização helênica. Essa doutrina ensinava os homens a dominarem as suas paixões, e desenvolvia neles a vontade e a intuição.


Por um exercício progressivo, os adeptos de grau superior conseguiam penetrar todos os segredos da Natureza, dirigir à vontade as forças em ação no mundo, produzir fenômenos de aparição sobrenatural, mas que, entretanto, eram simplesmente a manifestação natural das leis desconhecidas pelo vulgo.


Sócrates e, mais tarde, Platão continuaram na Atica a obra de Pitágoras. Sócrates não quis jamais fazer-se iniciar, porque preferia a liberdade de ensinar a toda gente as verdades que a sua razão lhe havia feito descobrir. Depois da morte deste, Platão transportou-se ao Egito e ali foi admitido nos Mistérios. Voltando a conferenciar com os pitagóricos, fundou, então, a sua academia. Mas, a sua qualidade de iniciado não mais lhe permitia falar livremente, e, nas suas obras, a grande doutrina aparece um tanto velada.


Não obstante isso, encontram-se no Fedon e no Banquete a teoria das emigrações da alma e suas reencarnações, assim como a das relações entre os vivos e os mortos. Conhece-se, igualmente, a cena alegórica que Platão colocou no fim da sua República.


Um gênio tira, de sobre os joelhos das Parcas, os destinos, as diversas condições humanas, e exclama: “Almas divinas! Entrai em corpos mortais; ide começar uma nova carreira. Eis aqui todos os destinos da vida. Escolhei livremente; a escolha é irrevogável. Se for má, não acuseis por isso a Deus”.


Essas crenças tinham penetrado no mundo romano, pois Cícero a elas se refere, no Sonho de Cipião (capítulo III), bem como Ovídio, nas suas Metamorfoses (capítulo XV). No sexto livro da Eneida, de Virgílio, vê-se que Enéias encontra nos Campos Elíseos seu pai Anquises, e aprende deste a lei dos renascimentos. Todos os grandes autores latinos dizem que os Gênios familiares assistem e inspiram os homens de talento.


Lucano, Tácito, Apuleio, e bem assim Filóstrato, o grego, em suas obras falam freqüentemente de sonhos, aparições e evocações de mortos. Em resumo, a doutrina secreta, mãe das religiões e das filosofias, reveste aparências diversas no correr das idades, mas sua base permanece imutável em toda parte.


Nascida simultaneamente na Índia e no Egito, passa daí para o Ocidente com a onda das migrações. Encontramo-la em todos os países ocupados pelos celtas. Oculta na Grécia pelos Mistérios, ela se revela no ensino de mestres tais como Pitágoras e Platão, debaixo de formas cheias de sedução e poesia. Os mitos pagãos são como um véu de ouro que esconde em suas dobras as linhas puras da sabedoria délfica.


A escola de Alexandria recolhe os seus princípios e infunde-os no sangue jovem e impetuoso do Cristianismo. Já o Evangelho, como a abóbada das florestas sob um sol brilhante, era iluminado pela ciência esotérica dos essênios, outro ramo dos iniciados. A palavra do Cristo havia bebido nessa fonte de água viva e inesgotável as suas imagens variadas e os seus encantos poderosos.


Assim é que, por toda parte, através da sucessão dos tempos e do rasto dos povos, se afirmam a existência e a perpetuidade de um ensino secreto que se encontra idêntico no fundo de todas as grandes concepções religiosas ou filosóficas.


Os sábios, os pensadores, os profetas dos templos e dos países mais diversos, nele acharam a inspiração e a energia que fazem empreender grandes coisas e transformar almas e sociedades, impelindo-as para a frente na estrada evolutiva do progresso.


Há aí como que uma grande corrente espiritual que se desenrola misteriosamente nas profundezas da História, e parece sair desse mundo invisível que nos domina, nos envolve, e onde vivem e atuam ainda os grandes Espíritos que têm servido de guias à Humanidade, e que jamais cessaram de com ela comunicar-se.


Compilado do livro: Depois da Morte

Autor: Leon Denis

domingo, 29 de maio de 2016

Novas enfermidades,


vícios antigos...


Atualmente vive-se o surgimento de novas doenças em uma velocidade espantosa. Zika vírus, chikungunya e outros males preocupam a sociedade. Alguns estudos apontam que o Zika vírus tem relação com a microcefalia, o que deixa muitos pais atônitos com a possibilidade de que seus rebentos venham nascer portadores do mal acima citado.
Recentemente um colega, grávido de trigêmeos, lotou as prateleiras de sua casa com repelentes para evitar que a esposa corresse o perigo de ser picada pelo mosquito aedes aegypt, transmissor do Zika. Pernas pra que te quero e repelente no corpo, disse ele. Fato é que as novidades, sejam em qualquer campo, causam curiosidade e, a priori, assustam, principalmente as novidades que dizem respeito à saúde do corpo, algo que todos prezam tanto.
Estima-se que o ser humano acumula atualmente um novo elemento patogênico por ano. E muitos fatores colaboram para isso. O homem mudou seu estilo de vida, hoje interage muito mais com os animais em seus ambientes, além das viagens internacionais, a globalização e, também, a criação de animais exóticos, tudo isso e mais outros fatores geram condições para que se desenvolvam novos elementos patogênicos.
Novas doenças, chance de o homem exercitar sua inteligência – Cada nova doença representa para o homem de ciência desafio ao seu intelecto e oportunidade de progresso, pois deve ele – o homem de ciência – entregar-se de corpo e alma ao estudo e pesquisa para oferecer à sociedade uma resposta. E essa entrega o leva a novas descobertas, ou ao menos abre caminho para que outros desbravem os horizontes da cura para os males do corpo.
Portanto, o trabalho duro em torno da cura de uma determinada doença afia a inteligência daqueles que se debruçam em estudá-la e os leva ao progresso. Como evoluiria o homem sem os desafios naturais que o convidam a pular sempre mais alto? É nas aparentes adversidades que Deus vai dando oportunidade para o crescimento de seus filhos.
Quando o tempo passa e olhamos para trás constatamos as conquistas advindas daquele embate contra esta ou aquela patologia e entendemos o salto que foi dado pelo ser humano a mostrar que mais uma etapa foi vencida.
Enfermidade educativa – Segundo o Espiritismo a Terra pertence à categoria de mundos de provas e expiações. Habitantes de planetas deste nível já tiveram algum progresso, basta observar os avanços, principalmente nas questões pertinentes à ciência e tecnologia, entretanto, o comportamento moral ainda atrasado demonstra uma inferioridade que deve, naturalmente, ser vencida.
Uma das formas de vencer a inferioridade moral, claro que não a única, é a provação por meio da enfermidade. A enfermidade não raro atua como um freio e, também, como um meio para educar o indivíduo.
Um fumante inveterado recebe o alerta médico de que é preciso parar com o vício, entretanto, faz ouvidos moucos. Então, pela lei de causa e efeito colhe um problema em seus pulmões; problema este que o educará mostrando que é necessário domar aquela inclinação ao tabaco. Seja este homem um teimoso e prossiga com seu vício, os apertos orgânicos serão ainda maiores a imputar-lhe dores e sofrimento, não com o objetivo de puni-lo, mas com o único intuito de fazê-lo compreender que o corpo físico é sagrado templo do Espírito imortal para suas vivências terrenas, logo, não pode ser massacrado pelo fumo.
Este homem lesará seu corpo espiritual e, por consequência da lesão no perispírito, seu corpo físico, em posterior existência (quando não na mesma), apresentará alguns problemas decorrentes de seu vício de outrora. Aprenderá, por meio dos dissabores que orientam, a tratar-se com o devido respeito.
Perceba, porém, que este é apenas um dos infinitos exemplos que podem ser citados para a ilustração de como a enfermidade tem o caráter de educar, mas não o de punir.
Entretanto, para crescer pela dor e pelas enfermidades não basta apenas estar portador delas, algo mais se faz necessário. É preciso ter resignação e aceitar a condição temporária do estar portador desta ou daquela doença. Eis a grande questão. A condição de enfermo é apenas temporária, jamais definitiva. Não somos Zika, estamos com Zika, não somos HIV positivo, estamos com HIV positivo. Tudo passa, e com as enfermidades não é diferente.
Jesus disse: A verdade liberta. Pois sim, conhecendo a verdade, ou seja, que estamos num mundo de provas e expiações, saberemos que as aflições virão, mas é possível vencê-las.
Em O livro dos Espíritos Allan Kardec indaga aos mentores se podemos vencer as provações da existência. A resposta é clara. Dizem os sábios espirituais que podemos vencer qualquer desafio, mas é imperioso o esforço. E informam que poucos se empenham para vencer os desafios. Uma mensagem repleta de otimismo a dizer-nos:
Vão em frente, cresçam, prossigam, depende de vocês!
E nascemos para vencer e não para perder.
E as indagações, como não poderiam deixar de ser, na busca pela verdade, sucedem-se: Por que o homem está submetido a antigas e novas formas de doença? Por que alguns adoecem com mais facilidade do que outros?
Perguntas interessantes, mas que só terão resposta satisfatória quando analisadas sob o prisma da imortalidade da alma.
Submetido está a antigas e novas doenças porque vive num mundo de provas e expiações, em que por conta de seu pouco desenvolvimento moral ainda encontra-se subordinado a aprendizados, digamos, dolorosos.
Melhore o homem moralmente e suas existências ficarão mais leves, sem a pesada e densa equação da dor para resolver.
Quando o foco está apenas na existência atual, de fato as novas patologias chocam, pois demonstram estar reinando num mundo onde Deus deveria existir e, portanto, fazer-se soberano, haja vista seus atributos.
Mas quando mudamos o foco e enxergamos a imortalidade da alma e as existências sucessivas, a coisa muda de figura, e tudo faz sentido porque tem uma explicação palatável.
Basta, como ensinam os Espíritos, o homem fazer uma reflexão profunda das razões pelas quais determinada patologia o visita. Se ele for sincero e não encontrar razões nesta existência, fatalmente a causa estará no passado.
E se hoje ele passa por isso é porque Deus sabe que tem condições de resgatar esse débito e sair vencedor de sua jornada.
Oportunidade de exercitar o amor – Um outro ponto interessante a anotar é o de que as enfermidades, sejam elas novas ou antigas, servem para despertar no homem o amor pelo seu semelhante. Ao praticar a lei de amor e caridade o ser humano faz de tudo para suavizar as dores do próximo, não caminhando por ele, mas socorrendo-o diante da dolorosa provação da enfermidade física.
São os casos das famílias saudáveis fisicamente, mas que recebem em seu seio um indivíduo com graves problemas de saúde. Quando situações assim ocorrem vale lembrar que a prova é para toda a família e não apenas para um único indivíduo.
Ensinam os Espíritos que numa sociedade que pratica a lei de amor o forte ampara o fraco, portanto, o familiar com saúde debilitada é no momento alguém que se encontra fragilizado a requerer nossa atenção e cuidados.
Recordo-me de uma família composta por 3 filhos, marido e esposa, total de 5 pessoas. A mãe com os meninos ainda adolescentes teve trombose cerebral e ficou inválida na cama. Os papéis se inverteram, ao invés dela cuidar dos filhos, os filhos tiveram de, ainda jovens, abraçar a tarefa. Complicado, é verdade. Mas, não obstante suas limitações, todos encararam o dever e o cumpriram com zelo. Mais interessante: não viam a mãe como um fardo, mas, sim, como alguém necessitando ainda mais de amor.
O que está por trás disso?
Não sabemos no momento, contudo, é fato que o impossível é Deus errar, logo, há alguma causa razoável para esta provação e que neste instante escapa-nos a ciência.
A provação teve pouco mais de 27 anos de duração. Após o desencarne da mãe todos se sentiram liberados para tocarem suas vidas de maneira, digamos, um pouco mais livre.
A realidade é que tudo passa nesta vida e cabe-nos enfrentar toda e qualquer situação com coragem e certeza de que Deus não nos abandona jamais. Este, aliás, um grande alento saber que estamos sendo cuidados pela inteligência suprema. Não há nada mais competente do que isso.
Portanto, em face de qualquer enfermidade, seja nova ou antiga, utilizemos do exercício da serenidade, este bem tão precioso que nos proporcionará passar por qualquer desafio existencial de forma mais leve.
Sem serenidade não se atravessa a rua, com serenidade damos a volta ao mundo.
Pois é, caro leitor, novas doenças, porém os vícios são antigos, ainda são os mesmos...

quinta-feira, 26 de maio de 2016

O VALE DO AMANHECER




Origem atual

O movimento doutrinário e religioso, conhecido como “Vale do Amanhecer”, tem dois aspectos distintos, duas maneiras de ser visto: a primeira, é em sua origem remota, o caminho percorrido pelos espíritos que o compõem; a das circunstâncias que presidiram sua formação atual. Em primeira instância, trata-se de um grupo de espíritos veteranos deste planeta, todos com 19 ou mais encarnações, juramentados ao Cristo e que se especializaram no trabalho de socorro, em períodos de confusão e insegurança. Tais situações surgem, sempre, no fim dos ciclos civilizatórios, quando a Humanidade passa de uma fase planetária para a seguinte. Esses ciclos, embora variáveis em termos de contagem do tempo, se apresentam à visão intelectual da História como tendo mais ou menos 2.000 anos. A cada dois milênios termina uma etapa e começa outra. Porém, por alguns séculos, as duas fases coexistem. Podemos tomar, como exemplo, o período que antecedeu o nascimento de Jesus e os três ou quatro séculos que se seguiram. Um exame acurado dos acontecimentos históricos registrados explica essa mistura de duas etapas. O mesmo está acontecendo em nossa época, desde o Século XVIII, em que o mundo como que explodiu em fantásticas conquistas sócio-econômicas, ao mesmo tempo em que começou a declinar no que poderia se chamar de “humanismo”. Esse fenômeno é particularmente verificável nesta Segunda metade do Século XX, no qual as conquistas científicas, por exemplo, coexistem com a desvalorização progressiva do ser humano. A característica de nossa civilização atual é de descrença e desesperança nas instituições, nos marcos civilizatórios que regem nossas atitudes. Num paradoxo aparente, essa “morte civilizatória” produz na mente do Homem a ansiedade por bases mentais mais firmes, mais calcadas na imortalidade da civilização. A descrença nas instituições regentes leva à busca de instituições mais biológicas, seguras, mais transcendentais. Isso pode ser facilmente percebido pela procura atual de soluções religiosas e de novas formas do encontro com o espírito. Atender a essa necessidade é exatamente a finalidade e a missão desse grupo de espíritos que aparecem sob a égide do “Vale do Amanhecer”. Sua missão é oferecer ao Homem angustiado e inseguro uma explicação de si mesmo e um roteiro para sua vida imediata. Para que isso fosse possível, e a missão cumprida com autenticidade, o trabalho não poderia ser feito seguindo-se as velhas fórmulas de religiosidade, considerando-se “velhas fórmulas” os documentos escritos, as revelações de iluminados, de profetas, das tradições, das doutrinas secretas e da dogmática de modo geral, empregada na base da fé e do medo. O Homem só adquire segurança quando o equacionamento de sua vida se apresenta verificável, para ele individualmente, qualquer que seja sua posição sócio-econômica. Se num primeiro momento as instituições lhe oferecem proteção e segurança, isso logo se desfaz na vivência dentro das mesmas, quando seu próprio juízo entra em contradição com elas. Nesse ponto, ele poderá não se afastar, por medo ou por falta de algo melhor, mas sempre, inevitavelmente, ele viverá em angústia. Por esse motivo fundamental, o movimento “Vale do Amanhecer” foi calcado na existência de um espírito clarividente, cujas afirmações e ensinamentos pudessem ser testados e verificados, individualmente, pela experiência de cada participante, sem jamais dar margens a dúvidas ou incertezas. Essa é a origem atual do Vale do Amanhecer, ou seja, a existência da Clarividência de Tia Neiva. Em 1959, ela era uma cidadã comum, embora com traços de personalidade incomum. Viúva, com quatro filhos, dedicou-se à estranha profissão, para uma mulher, de motorista, dirigindo seu próprio caminhão e competindo com outros profissionais. Sem nenhuma tendência religiosa, nunca, até 1959, quando completou 33 anos de idade, revelou propósitos de liderança de espécie alguma. A partir dessa data, começaram a suceder, com ela, estranhos fenômenos na área do paranormal, da percepção extrasensorial, para os quais nem a ciência nem a religião locais forneceram explicação. O único amparo razoável foi encontrado na área do espiritismo, uma vez que as manifestações se pareciam coma fenomenologia habitual dessa doutrina. Os problemas foram se acentuando contra a sua vontade, e o acanhamento das concepções doutrinárias que a cercavam a levaram a uma inevitável solidão. Não havia realmente quem a entendesse, e isso a obrigou à aceitação das manifestações de sua clarividência. Incompreendida pelos Homens, ela teve que se voltar para o que lhe diziam os espíritos. Só neles ela começou a encontrar a coerência necessária para não perder o juízo e ter se tornado apenas mais uma doida a ser internada. A partir daí ela deixou de obedecer aos “entendidos” e se tornou dócil às instruções dos seres, invisíveis aos olhos comuns, mas para ela não só visíveis como também audíveis. Desde então, ela teve que abandonar parcialmente sua vida profissional e se dedicar à implantação do sistema que hoje se chama Vale do Amanhecer. A primeira fase foi de adaptação e aprendizado, embora, desde o começo, seu fenômeno obrigasse a uma atitude prática de prestação de serviços. Isso garantiu, sempre, a autenticidade da Doutrina do Amanhecer, desde seus primórdios. Tudo o que foi e é recebido dos planos espirituais se traduz em aplicações imediatas e é testado na prática. Logo que Neiva dominou a técnica do transporte consciente, isto é, a capacidade de sair do corpo conscientemente, deixá-lo em estado de suspensão, semelhante ao sono natural, e se deslocar em outros planos vibratórios, ela começou seu aprendizado iniciático. O transporte é um fenômeno natural – todos os seres humanos o fazem quando dormem – mas o que há de diferente na clarividência de Tia Neiva é o registro claro do que acontece, durante o fenômeno, na sua consciência normal. Todos nos transportamos durante o sono, mas as coisas que vemos ou fazemos só irão se traduzir na ação em nossas vidas inconscientemente, ou seja, nós não sabemos que fazemos coisas em nossa vida com base nesse fenômeno. Nesse período, que durou de 1959 até 1964, ela se deslocava diariamente até o Tibete e lá recebia as instruções iniciáticas de um mestre tibetano. Esse mestre, que ainda está vivo, chama-se, traduzido em nossa linguagem, HUMAHÀ. Dadas as condições específicas que isso exigia de seu organismo físico, ela contraiu uma deficiência respiratória que, em 1963, a levou quase em estado de coma para um sanatório de tuberculosos, em Belo Horizonte. Três meses depois, ela teve alta e deu prosseguimento à sua missão, embora portadora de menor área respiratória, que limita sua vida física até hoje. Esse, entretanto, é apenas um aspecto das manifestações de sua clarividência. Ela se transporta para vários planos, toma conhecimento do passado remoto dela e do grupo espiritual a que pertence, recebe instruções de Seta Branca e de seus Ministros e as transmite praticamente para as ações do grupo. A comunidade da Serra do Ouro chamava-se “União Espiritualista Seta Branca” (UESB). Na UESB, no plano físico, o que existia era, apenas, um grupo de médiuns atendendo a pessoas doentes e angustiadas, tendo sempre à frente a figura de Tia Neiva. Havia um templo iniciático e algumas construções rústicas, tudo feito em madeira e palha. Existia e existem, pois, dois aspectos distintos, que é preciso compreender para explicar o atual fenômeno “Vale do Amanhecer”: o humano, como grupamento de pessoas dedicadas à assistência espiritual a outras pessoas, mediante as normas trazidas pela Clarividente Neiva do plano espiritual; e essas mesmas normas, que foram constituindo a Doutrina, ou seja, um conjunto doutrinário. Na proporção em que o conjunto humano cresce, ele aumenta seu poder de obtenção, controle e manipulação de energias, ou seja, sua força cresce e amplia sua base doutrinária. Por isso a Doutrina do Amanhecer apresenta um aspecto dinâmico, de contínuo fazimento, que se adapta, a cada momento, às necessidades dos seres humanos que são atendidos. Todas as instruções para as atitudes, construções, rituais e planos de trabalho continuam vindo por intermédio de Tia Neiva. Com relação ao futuro, quando ela desencarnar, haverá, naturalmente, algum outro processo de instruções. Isso, entretanto, está fora de nossas cogitações, uma vez que não nos compete decidir. O ciclo atual está prestes a terminar, o mundo irá passar por grandes transformações, que já se tornam evidentes ao senso comum e, naturalmente, os responsáveis pelo comando da missão do Vale do Amanhecer – Pai Seta Branca e seus Ministros –, já terão planos prontos para funcionar. 

O atual Vale do Amanhecer 
A primeira comunidade funcionou na Serra do Ouro, próximo da cidade de Alexânia, Goiás. De lá mudou-se para Taguatinga, cidade satélite de Brasília, e, em 1969, foi instalada no atual local, que passou a se chamar Vale do Amanhecer, na zona rural da cidade satélite de Planaltina. O Vale ocupa uma área pertencente ao Governo do Distrito Federal, nela residindo cerca de 500 pessoas, em sua maioria menores abandonados que foram abrigados por Tia Neiva. Para esse fim, foi criada uma entidade jurídica chamada “Lar das Crianças de Matildes”, que garante a legalidade desse tipo de trabalho. Dentre os residentes estão os dirigentes que cercam Tia Neiva, algumas famílias de médiuns, os que participam da manutenção, do atendimento de emergências no Templo e ocasionais abrigados para tratamento de alcoolismo. O ponto focal da comunidade é o Templo do Amanhecer, construído em pedra, no formato de uma elipse, com uma área coberta de 2.400 metros quadrados. Distante cerca de 300 metros, existe um conjunto iniciático, construído a céu aberto, chamado Solar dos Médiuns ou Estrela Candente. Nele existem cachoeiras artificiais, um espelho d’água em forma de uma estrela, com raio de 79 metros, lagos, escadarias de pedra e cabanas de palha. O Templo do Amanhecer destina-se ao atendimento do público. O trabalho abre, todos os dias, às 10 horas da manhã, e se prolonga até às 10 da noite, com plantões chamados de Retiros. O Solar dos Médiuns também funciona todos os dias, com início às 12 horas e 30 minutos. Nele, porém, os rituais se destinam à manipulação das energias, havendo atendimento de público apenas em alguns casos especiais. O Vale dispõe de água encanada, eletricidade e uma linha de ônibus que o liga a Planaltina, distante 6 km. Possui uma escola primária, dirigida pela Secretaria de Educação do GDF, atualmente com 200 alunos, duas lanchonetes, oficina mecânica, salão de costura, pomar, lavoura e uma livraria especializada em obras religiosas e espiritualistas. As atividades diárias do Vale são muito intensas, o dia de trabalho se encerrando altas horas da noite. Para o visitante que vem pela primeira vez, o aspecto é de bucolismo e tranqüilidade rural. Essa impressão, entretanto, se desfaz rapidamente, quando se percebe a intensa atividade desenvolvida para amainar o sofrimento dos que, diariamente, procuram o Vale. Todos os dias, às 10 horas da manhã, uma sirene toca três vezes, e é aberto o Retiro dos Médiuns, obedecendo uma tradição que é mantida desde 1959. Os médiuns que participam nesse dia permanecem em plantão até às 10 horas da noite. Cada dia, entretanto, é diferente dos outros, sempre havendo uma programação intensa de instrução e desenvolvimento. Certos dias, principalmente nos fins de semana, vários acontecimentos ritualísticos são executados simultaneamente. Tanto pode acontecer um casamento solene, uma cerimônia de Iniciação, uma festa de aniversário como um velório iniciático por algum médium que tenha desencarnado. Isso, entretanto, sucede sem interrupção do atendimento dos clientes, do andamento das construções, do trabalho das oficinas ou do lazer dos abrigados. É comum a gente ver uma cerimônia iniciática, feita com toda a solenidade no Templo, e, ao passar pela Casa Grande, onde funciona o Lar das Crianças de Matildes, deparar com um baile de rapazes e moças animado por um conjunto local de roque... No Vale só existem duas classes de pessoas: Médiuns e Clientes, sendo essa a maneira mais simples de conceituar as pessoas sem incorrer no perigo da descriminação. Médium é o antigo cliente que, devido a seus compromissos transcendentais, sente necessidade de participar da Corrente, ou seja, trabalhar mediunicamente. Na verdade, eles representam, apenas, a média de ½% dos freqüentadores, ou seja, dentre cada grupo de 200 pessoas que procuram o Vale, apenas uma tem necessidade de desenvolver sua mediunidade. Depois que o último cliente se retira, fato que raramente acontece antes de meia-noite, surge sempre alguma atividade instrutiva, uma comunicação dos planos espirituais ou uma discussão doutrinária em torno de Tia Neiva. Com exceção dos Retiros e das Escaladas na Estrela, cujos horários são rígidos, não existem horas marcadas para as coisas que acontecem. As atividades flutuam ao sabor dos acontecimentos. O dia inteiro chegam pessoas em busca de auxílio, cuja natureza varia ao infinito. Os dias típicos que mais caracterizam a vida no Vale são os chamados dias de Trabalho Oficial, atualmente às quartas, sábados e domingos. Nesses dias, chegam a trafegar no Vale entre 3 e 4 mil pessoas. O Trabalho Oficial começa à 10 horas, com a abertura da Corrente. A partir daí, os médiuns vão se colocando nos seus postos de serviço, na media em que vão se mediunizando, ou seja, que completam os seus rituais e se sentem prontos para o atendimento. As portas do Templo permanecem abertas e os clientes vão sendo acomodados nos bancos de pedra, que correm ao longo do Templo, no lado esquerdo de quem entra. O primeiro contato é com os médiuns da Falange dos Recepcionistas. Eles, discretamente, vão acomodando os clientes e movimentando as filas. Os pacientes sentam e levantam, e vão se aproximando dos Tronos, onde é feito o atendimento individual. Os Tronos são pequenas mesas, com apenas um lado disponível, onde se sentam o Apará (médium de incorporação) e o cliente. Por trás do Apará, permanece de pé o Doutrinador. Este, cuja mediunização torna seus sentidos mais alertas (ao contrário do Apará, que fica semiconsciente), é o responsável por tudo que decorrer no atendimento. Ele acompanha o trabalho do Preto Velho ou do Caboclo, esclarece o cliente, doutrina os sofredores que o Preto Velho puxa do cliente e garante, ao máximo possível, a satisfação do atendido. O Apará incorporado permanece com os olhos fechados e apenas entra em contato com o cliente segurando levemente suas mãos ou tocando, na sua cabeça, com a ponta dos dedos. Conforme o médium ou a entidade-guia, a linguagem é pouco inteligível pelo paciente. Isso, entretanto, não é de muita importância, uma vez que a vocalização é apenas a maneira da entidade entrar em sintonia com o paciente. Quando se torna necessário um conselho ou indicação, o Doutrinador serve de intérprete. Na verdade, o importante não é o que a entidade fala, mas, sim, o que ela faz durante o atendimento. É a manipulação de energias que irá resolver os problemas do consulente, podendo suceder que nem ele saiba, às vezes, quais são eles. Por isso, a comunicação é secundária, principalmente pelos perigos que encerra, devido às possíveis interpretações errôneas. O freqüentador do Vale do Amanhecer acaba por se habituar a avaliar a autenticidade do trabalho pelo resultado, fato esse de que só ele pode ser o juiz. Se ele chega tenso e cheio de cargas negativas, o Preto Velho as atrai para o Apará. O médium recebe essas cargas e, devido à natureza dessas energias e sua localização no seu plexo solar, ele se contrai. O quadro dessa incorporação é o do médium com o rosto contraído, as mãos crispadas e, às vezes, falando em tom agressivo. Isso tanto pode significar que ele está recebendo a carga magnética do cliente como algum espírito sofredor, um desencarnado ou um obsessor. Qualquer que seja a situação, o Doutrinador faz sua doutrina e, mediante uma chave iniciática, faz a entrega a outro plano, outra dimensão. O médium, então, volta para sua incorporação suave do Preto Velho ou à expressão do Caboclo. Conseguido o reequilíbrio do tônus do paciente, a entidade sugere seu encaminhamento para outros trabalhos no Templo, dá-lhe algum conselho ou palavra de encorajamento, sugere sua volta ou lhe delineia algumas sugestões para equilibrar sua vida. Nunca, porém, interfere no seu livre arbítrio ou toma alguma decisão por ele. Após esse atendimento, o cliente tem várias alternativas: vai para a Sala de Cura se tiver algum distúrbio físico, para a Indução se seu problema for de ordem econômica, puramente de situação material, ou apenas para a Linha de Passes se não tiver problemas dessa natureza. A “cura”, em termos da Doutrina do Amanhecer, não envolve diagnóstico ou receita de remédios. Nada ali é feito que possa ser resolvido pelo médico terreno. Em todos os casos sempre se sugere que o paciente procure o médico, ou continue com o tratamento que porventura esteja fazendo. Nossa cura é puramente espiritual, na área invisível do paciente, que é inacessível ao médico físico. Se o cliente apresenta sintomas de mediunidade excessiva, é aconselhado o seu desenvolvimento, porém sempre é chamada sua atenção que isso tanto pode ser feito aqui como em qualquer outro lugar de sua preferência, Alguns clientes chegam pensando que todo atendimento é feito pessoalmente por Tia Neiva, e fazem questão de enfrentar o difícil problema da espera que isso suscita. Nos dias de Trabalho Oficial, o Templo atende entre 3 e 5 mil pessoas e, é lógico, apenas uma pequena parcela consegue falar pessoalmente com a Clarividente. De modo geral, o atendimento se caracteriza pela descontração e informalidade. O cliente entra e sai à vontade, ninguém lhe pede coisa alguma e ele só sai de sua incógnita se assim o desejar. Só tem que declinar seu nome e sua idade na hora de ser atendido pela entidade incorporada no médium. Tanto os médiuns como os dirigentes preferem ignorar o problema pessoal de cada um, e só se interessam pela natureza do problema. Geralmente, quando procurado, o recepcionista pergunta ao cliente se o problema dele é de saúde, da vida material ou de ordem familiar, para poder encaminhá-lo ao setor adequado. Na verdade, a técnica empregada no atendimento dispensa a confidência da pessoa. O trabalho de passa numa outra dimensão, que é invisível aos sentidos até mesmo dos médiuns. Mesmo a conversa das entidades, incorporadas no médium, escapa, em grande parte, aos seus ouvidos ou à sua percepção, embora ele não esteja realmente inconsciente. O diálogo é necessário para manter a sintonia entre o cliente e a entidade. Enquanto o Preto Velho conversa, ele está, na verdade, manipulando energias e resolvendo problemas da pessoa que, às vezes, nem ela suspeita que tem. Em alguns segundos do relógio, a entidade percorre os ambientes onde a pessoa vive, verifica problemas de suas outras encarnações, atende a pessoas que lhe são queridas, não importa a distância física onde estiverem, e faz até mesmo sua caridade para os inimigos do atendido. O ponto alto desse trabalho é que o cliente não assume compromisso algum, nem mesmo de ser um crente ou adepto. A confiança surge depois, com os resultados obtidos e é por isso que os clientes do Vale, em sua maioria, acabam por voltar outras vezes e se tornam amigos. Os clientes do Vale são de todas as classes sociais. Alguns vêm apenas para visitar ou por curiosidade. Outros, gostam de pesquisar. Porém, muitos, talvez a maioria, vêm em busca de algo que falta em suas vidas. Todos se sentem à vontade, uma vez que nada lhes é solicitado, pois não têm obrigação alguma. Os médiuns, esses sim, têm sempre a obrigação de fazerem tudo que for possível pelos que procuram o Templo. Não se concebe uma pessoa sair do Vale sem ter sido atendida ou sair insatisfeita. É lógico que o Vale não faz milagres, nem resolve todos os problemas das pessoas, mas sempre abre uma esperança, alivia uma dor e amplia as perspectivas daqueles que o procuram. 

As técnicas empregadas no Vale 
Todo o trabalho do Vale é com base na técnica de manipulação de energias. A força que permite controlar as energias de origens e teores diversos é a mediunidade. A força mediúnica é alimentada pela energia animal, produzida no organismo, chamada ectoplasma, fluido ou magnético animal. Trata-se de uma energia sutil, que todos os organismos da Terra produzem, mas que, no ser humano, atinge teor diferente, quantidade elevada e cuja propriedade fundamental é a de colocar em contato dois planos vibracionais diferentes, duas dimensões. É, portanto, o ectoplasma o responsável pelos contatos entre o mundo sensorial e palpável com os outros planos da vida, normalmente imperceptíveis aos sentidos. Por se tratar de energia produzida à revelia da vontade, os efeitos que ela produz nos atos humanos independem da crença, religião ou posicionamento no meio social. O desconhecimento desse fato simples e biológico, ou a sua conceituação inadequada, está na raiz da maioria das dificuldades humanas, sendo, como é, a maior fonte de dor, qualquer que seja sua natureza. O médium é uma pessoa que admite e conhece essa energia pela experiência, e procura se habilitar para a controlar conscientemente. Com isso, ele aprende que o Homem alivia muito seu sofrimento quando conhece suas forças. Na primeira fase, o novato desenvolve sua mediunidade para obter seu equilíbrio pessoal, para se colocar numa posição de harmonia com o mundo que o cerca. Uma vez conseguido isso, ele é credenciado para o atendimento, o qual, na verdade, é apenas a continuação do seu desenvolvimento. Quanto mais o médium trabalha, mais ele aprende e melhor fica conhecendo como usar suas energias. O progresso constante traz sua realização pessoal. Consideradas apenas pelo aspecto biopsicofísico, as energias são chamadas de “cristãs” ou “forças da Terra”. O conhecimento desse fato remonta à mais longínqua antigüidade, e é simbolizado pela figura de um felino como, por exemplo, a figura que existe bem no centro da travessa superior da misteriosa Porta do Sol, nos altiplanos dos Andes. Essa figura do jaguar é a mesma adotada pelo Vale do Amanhecer, cujos médiuns são chamados de “Jaguares”. Em contraposição das “energias cristãs” existem as “energias crísticas”, ou seja, a manipulação feita com o terceiro polo do ser humano – o espírito – e não apenas com as forças psicofísicas. No conjunto, as energias crísticas e as energias cristãs formam múltiplos de 7, sendo chamadas de “positivas” ou “negativas”. Porém, essas classificações não se referem à idéia de bem ou de mal. Negativas, no caso, são as energias que, a partir da superfície, atuam como fio terra; positivas são aquelas que partem dos planos vibracionais mais sutis. O ser humano equilibrado é aquele que mantém a proporção certa de energias negativas e positivas. Enquanto o espírito ainda está na Terra, isto é, ele é um espírito encarnado, um homem comum, ele tem 3 forças positivas e 4 negativas. Isso quer dizer que sua tônica está na vida da Terra, no plano da economia planetária. Se ele inverter essa posição, sublimar uma delas, ele passa a ser um ser humano “desligado”, desequilibrado em relação às leis do mundo. Esse conhecimento técnico é que permite aos médiuns a capacidade de curar, isto é, de equilibrar ou reequilibrar a pessoa, de acordo com os planos da natureza e dessa mesma pessoa. 

A filosofia básica do Vale 
A idéia mais simples e mais de acordo com a realidade que se pode ter do Vale do Amanhecer, é a de que se trata de um grupo humano, de pessoas comuns, as quais, mercê de suas dores e da busca de um lenitivo para elas, decidiram trabalhar para si e para seu próximo, baseadas nas exortações do Mestre Jesus, resumidas numa série de conceitos sob o título de “Doutrina do Amanhecer”, que é também chamada de “O Evangelho do Vale do Amanhecer”. Para que não haja a mínima dúvida quanto a essa Doutrina, os ensinamentos do Mestre são colocados de forma acessível a qualquer mente, independente de cultura intelectual ou escolaridade. A Doutrina do Amanhecer se resume em três propostas básicas de Jesus: o amor, a tolerância e a humildade. Com essas três posições, é possível a qualquer ser humano reformular sua existência, adquirir visão mais ampla da vida e equacionar seus problemas desta Terra. Alicerçada neste triângulo, a Escola do Caminho, do Mestre Jesus, permite compreender e analisar tudo que se passa em nosso mundo, e abrir caminho para as soluções da vida. A primeira resultante dessa filosofia básica é que a verdade só é percebida individualmente, por cada pessoa. Logo, o mundo não é como é, mas, sim, como cada pessoa o vê. Essa posição é diametralmente oposta aos conceitos vigentes nas bases da fase atual de nossa civilização, cuja posição é a de que o mundo é como é e não como nós o vemos. Por essas duas maneiras de ver, pode-se conceituar as coisas e as pessoas. No primeiro caso, o mundo e o universo estão de acordo com o dimensionamento da consciência do observador, e ele está em paz com o quê o cerca. No segundo caso, o homem vive em angústia, porque não tem certeza de nada que o cerca e vive em desacordo com a realidade, porque supõe que o mundo é algo diferente daquilo que registra. Nessa posição, o Homem é inteiramente dependente do que lhe é dito e ensinado. Logo, ele não tem individualidade, sendo, apenas, uma parte do coletivo. Na sua mente predomina a personalidade padronizada. Para que essa posição crística possa ser entendida, sem restar margem a dúvidas, o Vale ensina que o ser humano, o Homem, toma suas decisões com base nos estímulos, que partem de três diferentes fontes, existentes em si mesmo: a física, a psicológica e a espiritual. Resumindo: o Homem é composto de corpo, alma e espírito, separando objetivamente a idéia de alma (psique) da idéia de espírito. Tais conceitos podem ser encontrados mais detalhadamente nos livros publicados sob a responsabilidade da Ordem Espiritualista Cristã, entidade jurídica que rege o Vale do Amanhecer, particularmente “No Limiar do Terceiro Milênio” e “Instruções Práticas Para os Médiuns”, sendo este último publicado em fascículos. 

A missão do Vale 
O Vale do Amanhecer tem um programa de trabalho no qual podem ser distinguidos dois aspectos fundamentais: o atendimento direto, físico, pessoal e, por outro lado, a influência indireta, à distância. No primeiro caso estão os Templos físicos que, além do Vale do Amanhecer, já existem em Unaí, MG; Alvorada do Norte, GO; Olinda, PE; Manaus, AM; Luziânia, GO; Anápolis, GO; e outros que estão se formando em Abaeté, MG; Pirapora, MG; e em outros lugares. No segundo caso, no que pode ser chamado de “atendimento indireto”, está o acervo de quase dois decênios de contínuo atendimento, com milhares de pessoas que equilibraram suas vidas nos Templos do Amanhecer, e de obras publicadas. Essas pessoas e os livros vão levando uma mensagem de esperança e ajudando na formação de idéias e perspectivas do ser humano mais coerentes com a realidade, que explicam o Homem para si mesmo, despertando-lhe o interesse pela Vida e não para a Morte. A Doutrina do Amanhecer não trabalha somente para ajudar a pessoa para o após morte; ela trabalha para ajudá-lo a viver a vida. Com esse propósito, e com base no preceito de Jesus do não julgamento, o Vale não preconiza forma alguma de comportamento, mas aceita a pessoa como ela é, sem discriminação. Quanto pior for a situação do paciente, tanto em relação a si mesmo como ao meio em que vive, maior é a sua necessidade de ser recebido com amor e tolerância. Só essa aceitação, sem julgamento, sem críticas e sem recriminações, é que podem permitir o reequilíbrio do Homem. Só o amor pode despertar a capacidade de amar e só a tolerância irrestrita abre a oportunidade de um ser humano se encontrar. Para que o amor e a tolerância sejam possíveis concretamente, é necessário haver humildade, sem, naturalmente, confundir-se humildade com humilhação. Por isso, o Vale é simples nas suas pretensões, sem querer reformar o mundo ou se achando o dono da verdade. Para que essa posição possa ser autêntica, emprega-se uma forma hábil de trabalho: ali só existem duas qualidades de gente – clientes ou médiuns. O Vale nada tem a ver com as pessoas fora do recinto, sejam elas médiuns ou clientes. Porém, uma vez adentradas, as pessoas são convidadas a tomar uma ou outra posição. Se ela é médium da Corrente, fica obrigada a seguir os rituais e a atender a quem quer que seja, nada podendo aceitar em troca. Se ela é cliente, tem o direito de ser atendida e nada fica a dever, nem sequer a obrigação de se tornar adepta da Doutrina. A única coisa que é exigida dos médiuns é a abstenção do álcool, mesmo fora do recinto, condição essa indispensável para ele praticar seu mediunismo no Vale. 

Origem remota do Vale do Amanhecer 
Há 32.000 anos – trezentos e vinte séculos atrás – , uma frota de naves extraplanetárias pousou na Terra, e dela desembarcaram homens e mulheres, duas ou três vezes maiores do que o tamanho médio do Homem atual. Sua missão era a de preparar o planeta para futuras civilizações. Para isso, mudaram a topografia e a fauna, trouxeram técnicas de aproveitamento dos metais, além de outras coisas essenciais para aquele período e os que se seguiram. Chamavam-se Equitumans, e seu domínio do planeta durou 2.000 anos. Depois disso, o núcleo central desses missionários foi destruído por uma estranha catástrofe, e a região em que viviam se transformou no que hoje se chama Lago Titicaca. Em nosso livro “2.000 – Conjunção de Dois Planos”, os Equitumans são descritos com mais detalhes. Depois disso – de 30 a 25 mil anos – existiram outros missionários, que se chamaram Tumuchys. Esses eram predominantemente cientistas, que estabeleceram avançada tecnologia, cujo principal objetivo era a captação de energias planetárias e extraplanetárias. Foram esses cientistas que construíram as pirâmides, ainda existentes em várias partes da Terra, incluindo as do Egito. Esses e outros monumentos megalíticos foram construídos de acordo com um planejamento para todo o planeta. Posteriormente, esses gigantescos edifícios foram utilizados pelos povos que vieram depois, com outras finalidades. E os métodos científicos se transformaram em tabus e religiões. Mas, a energia armazenada até hoje se conserva, preenchendo os propósitos a que foi destinada. Depois dos Tumuchys – entre 25 e 15 mil anos atrás – vieram os Jaguares. Estes foram os manipuladores das forças sociais que estabeleceram as bases dos povos e nações. Mais numerosos que os Equitumans e os Tumuchys, eles deixaram suas marcas em todos os povos, e é por isso que a figura desse felino aparece em tantos monumentos antigos. Aos poucos, esses espíritos foram deixando para trás essas identificações, e foram nascendo em meio aos povos e nações que eles haviam ajudado a criar. A partir daí, podemos entrar na História e identificar, razoavelmente, as civilizações que se seguiram até nossa época. Nomes como chineses, caldeus, assírios, persas, hititas, fenícios, dórios, incas, astecas, gregos, etc. já nos são familiares pela História. Nessas raças e povos, através de milhares de anos, esses experimentados espíritos acabavam, sempre, ocupando posições de mando e se destacavam como reis, nobres, ditadores, cientistas, artistas e políticos. Nessa movimentação gigantesca, no tempo e no espaço, podemos traçar as origens mais próximas dos espíritos que, hoje, fazem parte da missão chamada Vale do Amanhecer, a partir dos hititas, depois os jônios e os dórios. Mais tarde, vamos encontrá-los em Esparta, Atenas, Egito e Roma. Principalmente em Esparta e na Macedônia, teve início o percurso que se poderia chamar a “Era Moderna” dos Jaguares. A partir dessa origem, os destinos dos Jaguares foram convergindo para a Era de Peixes, para o nascimento de Jesus. Aqueles que eram da falange do Jaguar, que no século XVI tomou o nome de Seta Branca, fizeram seu juramento e iniciaram sua nova fase, agora sob a bandeira de Jesus e sua Lei do Perdão. Jesus inaugurou a fase de redenção cármica do Sistema Crístico, chamada Escola do Caminho, e, desde então, esse grupo de Jaguares passou a agir de acordo com ela. Assim, no decorrer desses quase vinte séculos, os ciclos civilizatórios têm sido orientados no sentido da redenção, do ressarcimento e do retorno dos espíritos para sua origem, a caminho de Deus. A partir dessa idéia, as guerras, as catástrofes e os desenganos passaram a ter um sentido, uma razão de ser, servindo como escola e liça de treinamento para os espíritos, individualmente. Com Jesus nasceu a abertura para a individualidade, onde, antes, só havia caminho para a personalidade. Na Escola do Caminho, o artista é mais importante que o personagem que ele representa. Isso explica porque a visão do mundo só é válida em termos do indivíduo, e não de acordo com padrões condicionadores. As encarnações são como papéis, em peças previamente escritas e ensaiadas. Cada artista tem seu papel e seu desempenho: pode melhorar ou piorar a cena. A peça torna-se boa ou má, de acordo com o conjunto do desempenho. E, como no teatro, também o público tem o seu papel, pois não se concebe representação sem público. Cada peça tem sua mensagem, e o artista é considerado bom ou não, de acordo com sua capacidade de contribuir para que ela seja perfeita. Assim, dentre as muitas peças apresentadas no palco da vida, nesses 2.000 anos, surgiu a estória da escravidão e o nascimento da didática dos “Pretos Velhos”. Os Jaguares da falange que hoje compõem o movimento do Vale do Amanhecer, são espíritos evoluídos, que já ocuparam personalidades importantes entre os Equitumans, Tumuchys e Jaguares. Na sua maioria, foram líderes nas ciências, nas artes, nas guerras e na direção dos povos e nações. Isso os tornara orgulhosos e soberbos, e, como conseqüência, eles haviam se endividado muito. Surgida a Era de Jesus, teriam que passar pelo crivo da Humildade, da Tolerância e do Amor, como, aliás, todos os espíritos que iriam compor a humanidade desses dois milênios. Mas, para eles, habituados às lideranças, seu papel teria que ser de destaque. E assim aconteceu... Portugal dominava os mares, nos séculos XV e XVI. Seus navios singravam as águas dos continentes, e iam deixando colônias onde acostavam. Dessas colônias, em países considerados exóticos pelos europeus, iam para a Europa as mercadorias especiais, as “especiarias”. Com essas mercadorias vieram, também, os escravos. Os europeus estavam habituados, desde tempos remotos, com a idéia da escravidão de prisioneiros de guerra ou devedores de dinheiro. A idéia do escravo pela simples escravização existia, nessa época, mais na África e no Oriente. Com a vinda dos primeiros escravos negros importados, nasceu sua comercialização, que se tornou importante na Era dos Descobrimentos. No decorrer dos anos, a escravidão se tornou uma instituição, um hábito normal de vida, aceito, inclusive, pelas religiões. Assim era quando o Brasil foi descoberto. Pouco depois do descobrimento, já começaram a vir os primeiros escravos para a lavoura de cana de açúcar. Esse comércio durou até 1888. Para a História, a escravidão ficou registrada como apenas um episódio, às vezes chamado de “mancha negra da História do Brasil” ou como resultante dos fatos econômicos da época. Para o plano espiritual, a escravidão foi, na realidade, o movimento redentor, a grande prova dos espíritos missionários, dos individados, dos orgulhosos, pois tinha o mais profundo sentido iniciático: a morte, a eliminação da personalidade, com isso obrigando a emersão da individualidade. Como no teatro, em que, às vezes, o artista sobrepõe-se ao personagem, certo número de escravos lançou as bases da etapa final da Escola do Caminho, criando raízes na religiosidade brasileira. Dentre esses escravos estavam um sem número de Jaguares que, por sua vez, haviam sido Equitumans e Tumuchys. Dois velhos líderes se destacaram, dois espíritos excelsos que, na qualidade de missionários, se submeteram à difícil prova, duas individualidades que representaram os personagens Pai Zé Pedro e Pai João. Nos 372 anos que durou a escravidão no Brasil, eles foram escravos em duas encarnações. A escravidão tinha o mais profundo sentido iniciático: a morte, a eliminação da PERSONALIDADE e o conseqüente nascimento, ainda na Terra, da INDIVIDUALIDADE. A pessoa humana perdia sua identidade ao ser escravizada, ou já nascia sem ela, se nascesse filha de escravo. A conseqüência doutrinária desse fato é de grande importância: não podendo impor as exigências do corpo e da alma, o escravo era praticamente obrigado a ceder às exigências de seu espírito. Daí nascerem as práticas mediúnicas entre os escravos no Brasil. Numa primeira encarnação, Pai Zé Pedro e Pai João eram escravos vindos da África. Como bons missionários, foram os primeiros a sentir na carne os rigores da dolorosa experiência encarnatória. Ao envelhecer e serem considerados pelos seus senhores como inúteis, ele, aproveitando a nostalgia natural dos seus companheiros de escravidão, criaram a prática dos “encantos”. Esses tradicionais espíritos de grandes chefes, agora reduzidos às figuras de míseros escravos, tinham, também, pertencido a civilizações em que praticamente não se utilizara a escrita no cotidiano. As ordens eram transmitidas e recebidas pelo som, pelo comando da voz, pelas senhas secretas, pela magia vibratória. Suas memórias estavam treinadas, nesses milhares de anos, pela gravação dos fatos narrados, cantados, expressos pelo som. Quando o som não se tornava possível, a comunicação era pelo gesto, pela mímica. E assim os escravos se comunicavam, davam vazão aos anseios de seus espíritos, pelo gesto, pela dança, pelos cânticos e pelos gemidos... O instrumento mais simples e mais prático foi o ATABAQUE. Pai João sentava-se num toco e tocava seu atabaque. Seu som cadenciado ia formando os MANTRAS, que se espalhavam misteriosamente nas florestas e nas almas dos homens. E assim, lentamente, através do enredo dramático, num palco privilegiado adrede preparado, chamado Brasil, foram nascendo os chamados cultos afro-brasileiros. Como espíritos veteranos deste planeta e integrantes da missão do Cristo Jesus, Pai João e Pai Zé Pedro eram possuidores da necessária bagagem mediúnica e iniciática que lhes facilitava a tarefa. Embora pertencentes a fazendas distantes uma da outra, eles se transportavam e conversavam entre si. Pai João, mais habituado que Pai Zé Pedro aos reinados e comandos, era o executivo. Pai Zé Pedro, mais místico, executava a Magia. E foram acontecendo coisas extraordinárias nas relações dos escravos com seus senhores. A História do Brasil está cheia de lances emocionantes que envolveram não só os escravos como, também, os brancos. É preciso lembrar que nem todos os espíritos a serem redimidos haviam nascido como escravos. Todos, porém, tinham uma parte no enredo, todos participavam, de uma forma ou de outra, do gigantesco drama cármico. Enquanto isso, as práticas de Magia, os cultos misteriosos e mediúnicos, iam se desenvolvendo entre os escravos, em muitos aspectos envolvendo, também, os brancos senhores. Sob a orientação dos Mentores e a execução de espíritos missionários encarnados, surgiram as práticas religiosas miscigenadoras. Mais tarde, Pai João e Pai Zé Pedro voltaram em novas encarnações, ainda como escravos, mas, desta vez, nascidos na Índia. A partir desse retorno as práticas foram evoluindo, agora com o lastro místico da Índia e do Tibete. Nasceu a mediunidade iniciática e, com ela, a passagem de espíritos sofredores, a redenção mediúnica. Os cultos foram se misturando e fazendo parte de uma sociedade brasileira ainda incipiente. Na Europa, nascia o Espiritismo de Kardec e as práticas se misturavam com o catolicismo oficial. Essa é a razão da dificuldade na separação das raízes dos cultos no Brasil. Os historiadores nunca vão encontrar uma linha pura e com sua origem determinada. Mas, no mundo espiritual, os planos prosseguiram com naturalidade, objetivamente. Enquanto os conflitos sociais agitavam a superfície dos males da alma e do corpo, o espírito prosseguia tranqüilo nas suas tarefas de reajustes. Nesse período surgiu o episódio das Princesas de Mãe Yara. Havia sete espíritos de mulheres que haviam participado ativamente de muitas encarnações dos Jaguares. Numa dessas encarnações, elas haviam morado na mesma cidade de Pompéia. Essa cidade do império romano tinha sido um balneário, cidade recreio dos ricos romanos e, no período de decadência, se transformado em uma cidade cheia de vícios. Um dia, houve uma erupção de um vulcão, o Vesúvio, e Pompéia ficou coberta de cinzas. As sete moças morreram nessa tragédia e seus espíritos permaneceram no recolhimento e na revolta. Depois disso, elas encarnaram várias vezes, até atingir a evolução. Mas, elas conservavam, ainda, os resíduos de seus compromissos, assumidos na vida leviana que haviam tido anteriormente. Com isso, elas foram incluídas no plano redentor da escravidão. Seis delas nasceram como filhas de escravos e uma numa família de colonizadores portugueses. Embora não se conhecessem, pois viviam em fazendas diferentes, elas tinham um traço em comum: não se adaptavam, não aceitavam a sua condição de crioulas escravas. A sétima moça, aquela que havia nascido como branca, também era inconformada com a vida daquele Brasil Colônia e, sempre que podia, procurava a senzala, para conviver com as escravas. Uma a uma, as crioulas foram fugindo de suas senzalas e, orientadas pelo plano espiritual, foram se encontrando numa determinada região. Nesse lugar havia uma cachoeira que escondia um ponto da floresta de difícil acesso, e lá elas estabeleceram seu lar. Pai João e Pai Zé Pedro, com o conhecimento da missão reservada para aqueles espíritos missionários, encobriam, com suas astúcias de velhos escravos, a escalada das crioulas. A branca e loura sinhazinha, estimulada pelos velhos laços espirituais, também buscou a companhia das crioulas. Certo dia, ela apareceu num barco e trouxe consigo uma enorme bagagem de objetos e alimentos. E, assim, a falange ficou completa. A região da cachoeira das crioulas passou a ser um local de encontro de escravos e escravas, que buscavam o lenitivo para sua vida de dores e sofrimentos. Os pretos velhos montavam guarda e usavam todo seu conhecimento da Magia para que os planos tivessem prosseguimento. Os atabaques percutiam nas noites de lua cheia e os escravos dançavam e cantavam. Aos poucos, a energia extraetérica foi se juntando com a força mediúnica e as bases da futura religiosidade foram se firmando. A Magia dos pretos velhos produzia os fenômenos de contato entre os planos. Usando seus conhecimentos das ervas e das resinas, os velhos escravos materializavam espíritos e faziam profecias dos acontecimentos. A cachoeira das crioulas passou a ser um ponto de irradiação de forças espirituais. Tanto os espíritos encarnados como os desencarnados iam se impregnando da Doutrina e formando falanges de futuros trabalhadores na seara do Cristo. Enquanto na parte litorânea do Brasil Colônia surgia uma religiosidade nova, calcada nas tradições dos Pretos Velhos e dos Caboclos, no interior e no oeste brasileiro, ainda não penetrados pelos brancos, havia acontecimentos semelhantes, mas de uma ordem diferente. Ali, as tribos nômades, em guerras permanentes, percorriam as florestas repletas de energias deixadas pelas antigas civilizações desta parte do mundo, das vanguardas dos Tumuchys e dos Jaguares de milhares de anos anteriores. Usinas de forças cósmicas e extraetéricas, desativadas e cobertas pela vegetação bravia, eram e são veneradas pelos índios como lugares sagrados. Bem para o oeste, nas fronteiras então inexistentes com a América hispânica, nos contrafortes dos Andes, havia um poderoso cacique, cujo exército era composto por cerca de 800 guerreiros. Nesse tempo, enquanto os portugueses, franceses e holandeses disputavam a conquista do litoral leste da América do Sul, os espanhóis penetravam ao sul e ao norte, em direção ao centro-oeste. Munidos de armas de fogo e de cavalos, sedentos de ouro e pedras preciosas, esses guerreiros desembarcados foram conquistando os territórios andinos e derrotando os Incas desprevenidos. Numa dessas batalhas desiguais, uma tribo Inca, sentindo-se ameaçada de extermínio, pediu ajuda ao poderoso cacique da floresta. Este, com seus 800 guerreiros, atendeu ao apelo e foi enfrentar os espanhóis. Poucos da tribo o sabiam, mas o grande cacique, como Pai João e Pai Zé Pedro, era o espírito reencarnado de um grande mestre planetário, que já havia sido um Jaguar, um espartano, um faraó e, já na Idade Média européia, o espírito que se chamou Francisco, canonizado pela Igreja Católica como São Francisco de Assis. Sua missão, no comando da tribo de guerreiros, era a de levar aqueles velhos espartanos à evolução. Enquanto esses sofriam as agruras do índio nômade, outros passavam pelo crivo doloroso da escravidão negra. Mas, tanto num lado como no noutro, havia muitos dos espíritos dos velhos Equitumans, dos Tumuchys e dos Jaguares, que haviam prestado seu juramento ao Mestre Jesus dois mil anos antes. O grande cacique enfrentou os espanhóis com muita diplomacia, evitou o derramamento de sangue, sem deixar de salvar aquela tribo Inca e, por esse feito, acrescentado à sua atuação humanitária, ganhou o nome de Cacique Seta Branca. E, assim, os episódios de verdadeiro heroísmo espiritual foram sucedendo de um lado e de outro. Do Brasil Colônia ao Brasil Império, no litoral escravocrata e no oeste selvagem, o Sistema Crístico foi sendo implantado, com rotulagem diferente, mas igual no seu cerne, preparando o advento do próximo milênio. É preciso se ter em conta esses fatos e muitos outros, impossíveis de serem relatados aqui, para se entender o fenômeno “Vale do Amanhecer”. A partir da Segunda metade do Século XIX, os velhos Equitumans e Espartanos começaram a se reunir no Brasil ainda imperial, mas já independente. O local escolhido foi um ponto do território brasileiro, no sul da Bahia, composto de duas enormes fazendas e um arraial, chamado Angical. Para lá convergiam escravos recém libertos, políticos exilados da Corte, aventureiros e pessoas em busca de riqueza fácil, longe dos olhos administrativos da Corte. O ponto focal desse encontro era uma velha casa de fazenda, chefiada por uma ex-escrava chamada Matildes, conhecida por nós como o “Congá de Mãe Tildes”. Essa foi a última encarnação da maioria dos espíritos, antes da atual, que compõe a falange dos Jaguares de Pai Seta Branca. Essa falange é composta por cerca de 30.000 espíritos, identificados através dos milênios com as mesmas tendências e, atualmente, absolutamente integrados no Sistema Crístico. Alguns desses espíritos já se redimiram na Lei Cármica, e estão no comando da missão, junto ao Pai Seta Branca, o responsável por ela. Outros estão encarnados, ainda na fase de redenção cármica, e cumprem sua missão no Vale do Amanhecer. Outros ainda estão para chegar, aguardando sua vez nos planos etéricos. 

Posições no Vale do Amanhecer 
Doutrinas religiosas Não é permitido, aos médiuns da Corrente, fazer críticas ou censuras a quaisquer doutrinas ou religiões. Tanto que, na livraria existente no Vale, são vendidos livros de quaisquer religiões ou doutrinas, selecionados, apenas, pela seriedade com que abordam o problema. O Vale do Amanhecer não é ligado a qualquer organização doutrinária ou religiosa da Terra. Identifica-se com o Espiritismo, pela crença básica na reencarnação. Na verdade, o reencarnacionismo não é privativo do Espiritismo, mas pertence à mais remota tradição iniciática. 

Ritual 
A prática doutrinária dos Templos do Amanhecer é feita mediante rituais, com o uso da imagem, do som, da movimentação, da cor, dos objetos e tudo o mais que tenha sentido ritualístico. Algumas dessas práticas se parecem com usos de outros grupos doutrinários, mas isso é apenas coincidência, sem implicações filiativas. Na verdade, o ritual do Vale é muito original, e apenas se assemelha, em algumas facetas, com rituais conhecidos. Na essência, entretanto, tais rituais têm um sentido às vezes muito diferente. 

Pretos Velhos e Caboclos 
O Vale só trabalha e aceita auxílio de espíritos que já atingiram o estágio da Luz, que já superaram a faixa cármica, que estão acima do Bem e do Mal, conforme conceito da Terra. Tais espíritos, no Vale chamados de Mentores, se apresentam com as roupagens que proporcionam melhor resultado no seu trabalho através dos médiuns. Por isso, eles usam os “macacões” de Pretos Velhos, ou os “penachos” dos Caboclos. Mesmo assim, esses espíritos dispensam o “personalismo” habitual dessas figuras e jamais interferem no livre arbítrio dos espíritos encarnados. Também não fazem uso de objetos, bebidas, charutos etc., pois seu trabalho é iniciático. A Doutrina do Amanhecer não é Umbanda, Candomblé, Quimbanda, Kardecismo, Induísmo, Teosofia ou Catolicismo. É, apenas, uma Doutrina com sentido universal, com base no Sistema Crístico. 

Assistência social 
O Vale do Amanhecer não se propõe a fazer serviço social ou de assistência aos pobres. Por isso, sua organização formal é muito simples, não havendo convênios, ambulatórios, escolas e as coisas habituais para esse tipo de trabalho. O Vale proporciona, apenas, assistência espiritual, que dê às pessoas a oportunidade de se reequilibrar e se adaptar ao meio. Também, não tem serviço de internamento de doentes, fazendo apenas exceção ao tratamento em pequena escala do alcoolismo, mediante internamento por períodos curtos. Outra exceção é em relação a menores abandonados, que são aceitos em pequeno número, dentro das possibilidades de um orçamento limitado. Na verdade, as crianças do Vale – ou “os meus meninos e meninas”, como diz Tia Neiva – são os casos excepcionais, que resultam de algumas consultas ou pedidos pessoais a ela. Ela os considera como seus filhos e sua permanência não se compara aos sistemas de orfanatos habituais. Eles têm as mesmas regalias de quaisquer outros menores, vivem sem regimes rígidos ou coerções de qualquer espécie, e encontram, no Vale, um ambiente físico e social que lhes permite reformular suas personalidades e corrigir seus traumas. 

Seres e veículos extraterrestres 
A Doutrina do Amanhecer considera o relacionamento interplanetário, entre a Terra e os outros corpos celestes, como coisa natural e própria da mecânica do universo. Através dos milhões de anos, seres e coisas de todos os tipos, concebíveis e inconcebíveis, viajam, chegam até a Terra e dela partem, no que poderia se chamar de “osmose cósmica”, na qual não existe descontinuidade ou vazios. No presente ciclo, com base na sensatez do Sistema Crístico, traduzido na Escola do Caminho do Mestre Jesus, cujas assertivas não fogem, necessariamente, ao senso comum e à verificação de nossa consciência, o quadro se apresenta assim: existem comunicações entre os espíritos encarnados na Terra (que, nesse caso, poderiam ser chamados “terráqueos”) e espíritos “encarnados” num conjunto planetário, existente no outro lado do Sol. Por razões que ainda não foram convenientemente explicadas, dá-se a esse conjunto o nome de Capela, que é a maior estrela da constelação do Cocheiro, de nossas cartas celestes. Pela nossa visão do problema, todos os espíritos encarnados na Terra vieram de Capela, e, algum dia, retornarão para aquele mundo. Os Capelinos são físicos, embora não se possa afirmar que sejam da nossa natureza física. Sabemos, apenas, que sua forma é semelhante à nossa, ou melhor, nós nos assemelhamos a eles. Entre Capela e a Terra existem planos intermediários, que também poderiam ser chamados de “lugares” ou “etapas”, da trajetória dos espíritos que vêm ou que vão, nesse percurso entre dois pontos físicos. Nesses pontos intermediários, os espíritos se revestem de corpos adequados às leis que regem esses planos. Dada à quase impossibilidade da descrição desses estados da matéria espiritual, nós os descrevemos, generalizadamente, de “corpos etéricos” ou “estado etérico”. Conclui-se, então, que os espíritos viajam, mas os seus corpos físicos não. Para os espíritos se deslocarem, eles deixam seus corpos físicos e se revestem de corpos etéricos. Assim, todos os fenômenos de contatos extraterrestres seriam feitos “em etérico”, cuja organização molecular não é perceptível aos sentidos normais, razão pela qual eles são chamados de “extrasensoriais” ou “paranormais”. O registro, no campo consciencional, das atividades etéricas, é feito de maneira diferente das atividades sensoriais; ele é feito e traduzido para a percepção e elaboração mental de acordo com os dados preexistentes no banco de memória cerebral. Por este fato básico é que as coisas do Céu são concebidas de acordo com as coisas da Terra. Portanto, não existe coisa mais terráquea do que os discos voadores que, comprovadamente, são vistos. Com isso, voltamos à proposição básica de que “o mundo não é como é e, sim, como nós o vemos”... Nessa tentativa de explicar o que é normalmente inexplicável, deve ser destacado um dado básico: existe um etérico terrestre, sujeito às leis do planeta, dentro dos seus círculos gravitacionais, e o extraetérico, ou seja, as camadas etéricas de Capela. Aceitando-se o fato de ser Capela o nosso “Céu”, ou destino final, seu etérico seria o mundo espiritual, enquanto o etérico da Terra seria o mundo psicológico, ambos tendo, também, um mundo físico. Por essa razão é que muitos fenômenos considerados extraterrestres deveriam ser encarados, apenas, como extrafísicos. Sabendo-se, como se sabe, das propriedades extraordinárias do ectoplasma, e tendo-se em conta a tendência natural para o antropomorfismo humano, será relativamente fácil de se presumir a existência de fenômenos extrasensoriais que passam por extraterrestres. Nesse sentido, aqui fica a última posição do Vale do Amanhecer: Se os seres que se apresentam com suas naves forem apenas espíritos da Terra, isto é, espíritos desencarnados que habitam o etérico da Terra, eles são os construtores dessas naves e podem ser vistos e palpados, uma vez que são materiais ou materializados; se, porém, forem seres de Capela, eles serão vistos, apenas, pela visão etérica – também chamada de mediúnica – uma vez que essa é a maneira natural de se relacionarem conosco, maneira essa que não interfere com a Lei da Terra e respeita o livre arbítrio do Homem. A confusão entre os dois fenômenos apenas existe porque o Homem conhece pouco de si mesmo e sua ciência ainda ser limitada pelo conceito bipolarizado de positivo e negativo, e não sabendo que esses dois pólos se fundem num só, chamado espírito. Eventualmente, e mediante a manipulação de energias mais sutis que o ectoplasma, os Capelinos podem se manifestar fisicamente, como já o fizeram no passado remoto. Esse dispêndio energético, entretanto, não é feito, pelo simples fato de que sua mensagem é transmitida pelo processo mediúnico, como foi dito acima, o qual não dispensa a participação voluntária do Homem, não interferindo, assim, no livre arbítrio. Pelo que nos diz Tia Neiva de seus transportes, as naves de Capela, no Vale do Amanhecer chamadas chalanas ou estufas, são bem diferentes, na forma e na constituição, dos chamados discos voadores. 

A Cruz e a Elipse 
Ao chegar ao Vale do Amanhecer, logo depois do portão de entrada, o visitante se deparava com uma cruz envolta com um pano branco. Chamada a “Cruz do Cristianismo”, estava plantada ao nível do chão. Logo depois, na porta do Templo do Amanhecer, existe uma elipse de ferro. Na Estrela Candente do Solar dos Médiuns, existe uma igual e outra fixada no alto dum morro. Além da função captadora de energias, a elipse nos traz uma importante mensagem: a evolução do Cristianismo, de sua fase do martírio para sua fase científica. O martírio se relaciona diretamente com o carma, e a necessidade de sua redenção pela dor. Entretanto, já estamos no limiar do próximo milênio, no qual a razão e a atitude científica predominarão sobre a dor e o sofrimento. Esse fato é verificado, experimentalmente, pelos mestres do Vale do Amanhecer. 

Mediunidade
 Essa atitude científica é que faz com que os médiuns do Vale sejam considerados cientistas espirituais. Isso se tornou possível graças à criação, pela Clarividente Neiva, da figura do Doutrinador. Até então, confundia-se mediunidade com incorporação, fato esse que conceituava de médium somente a pessoa que manifestasse fenômenos visíveis de relacionamento com a outra dimensão. Com a criação do Doutrinador, o médium que trabalha com o sistema nervoso ativo e cujas manifestações mediúnicas se fazem através de sua expressão sensorial normal, essa interpretação da mediunidade tende a desaparecer. Todos os seres humanos são médiuns, isto é, todos são intermediários entre os diferentes campos vibratórios que compõem o mundo. Existem múltiplas formas de mediunidade, que vão desde o transformismo energético dos alimentos até as mais altas manifestações de sensibilidade espiritual. Faltava, apenas, a demonstração viva do Doutrinador e a admissão de que os planetas e corpos celestes não são apenas o físico denso, concreto e palpável, mas são compostos de várias camadas vibratórias. 

Ciência do Homem 
A Doutrina do Amanhecer é, apenas, a Doutrina de Jesus adequada aos tempos atuais. Como resultante dessa atualização, ela forma nova perspectiva, uma visão mais objetiva da realidade humana. Para o caro leitor e eventual visitante do Vale do Amanhecer, é importante ter isso em mira, se quiser realmente conhecer o Vale. O conceito trinário do Homem – corpo, alma e espírito – abre, automaticamente, para a Ciência, uma nova possibilidade de interpretação correta dos fenômenos psicológicos. Na verdade esse conceito é transmitido aos médiuns de forma mais técnica, mais científica, do que a Doutrina apresentada ao visitante ou ao corpo mediúnico em massa. A vida humana é controlada pelos chamados centros coronários, que se localizam na região do umbigo, no plexo solar. Também chamado de sistema coronário, esse núcleo de comando da vida é organizado pelo sistema universal do átomo, tomado nos seus aspectos básicos de três partículas: o ANION, o NEUTRON e o CATION. O perispírito é o espírito revestido de energia adequada à sua permanência na Terra. A alma é o microcosmo, ou seja, o princípio ativo coordenador, modelador, redutor, que determina o ”estar” do espírito na situação de encarnado. É ela que modifica o estado de “ser” do espírito para a situação de “estar” desse mesmo espírito. Ela é a barreira entre os vários planos vibratórios do SER e que mantém esse SER na posição planejada, que busca, pesquisa, informa e fornece elementos de decisão para o EU, ao mesmo tempo em que estabelece os limites da movimentação do ser humano. É por isso que o centro coronário da alma é portador dos sentidos, da mente, do mecanismo da razão e tem, como base, o sistema nervoso. O centro coronário do corpo é o mundo da energia condensada, o controlador do quantum físico, o plano da matéria. É ele que determina a Lei Física e regula os aspectos quantitativos e qualitativos da organização celular. Há, portanto, uma lei do espírito e uma lei do corpo, mas é a alma que determina a Lei do Homem. Homem é sinônimo de espírito encarnado. O espírito-ion, ou o espírito ionizado, ou, ainda, o perispírito, age no campo da influência controlado pela alma-neutron ou alma neutronizadora. O centro coronário espiritual exerce sua ação limitada pelo centro coronário anímico. O mesmo acontece com o corpo-cation ou centro coronário físico, que atende às exigências do centro coronário neutron ou centro coronário da alma. O Homem equilibrado é o que tem seus três centros coronários em harmonia, ou seja, que recebe a proporção exata de influência de cada um dos dois outros centros coronários – do espírito e do corpo – nos limites estabelecidos pelo centro coronário da alma, ou seja, do neutron. 

A Ciência do cosmos 
“Assim na Terra como no Céu...” nos diz o Pai Nosso. O microcosmos tem a mesma organização do macrocosmos. O sistema atômico tanto se aplica à menor unidade da matéria que se possa conceber, como se aplica à maior unidade, ou seja, o maior concebível, o cosmos, o universo. Na visão astronômica, por exemplo, podemos conceber uma região anion, outra neutron e outra cation. Assim é o relacionamento interplanetário, no qual sempre existe uma zona neutrônica, uma aniônica e outra catiônica, sendo esta última o mundo físico de cada planeta. Isto nos leva a outra premissa, uma analogia muito plausível: a existência de um espírito, de uma alma e de um corpo da Terra. Temos, assim, um mundo espiritual (anion), um mundo anímico (neutron) e um mundo físico (cation), todos englobados num mundo único, ou seja, a Terra. Se aplicarmos o mesmo princípio aos outros corpos do universo, podemos conceber um relacionamento no plano do espírito, outro no plano da alma e outro no plano físico, cada um regulado pelas suas próprias limitações ou áreas de influência, controladas pelo neutron. Isso explica a autonomia de cada unidade e, também, o porque não existe relacionamento físico entre os corpos astronômicos físicos, uma vez que não é possível ultrapassar a barreira do neutron. Se, por uma hipótese absurda, se eliminasse o neutron, o anion pulverizaria o cation, e vice-versa, se o cation ultrapassasse a barreira do neutron e atingisse o anion, seria pulverizado, desintegrado por ele. Assim, o espírito chega ao corpo neutronizado, o mesmo acontecendo com o corpo em relação ao espírito. É nossa alma que age, busca, informa e possibilita ao nosso EU as decisões. Aceito esse princípio, lógico e verificável individualmente, nós temos que admitir, por extrapolação, que nenhuma partícula física, formada no princípio do mundo físico, portanto na Terra física, pode atingir outro mundo físico, a não ser que, depois de neutronizado, tome nova organização, de acordo com esse outro mundo. Isso explica, inclusive, porque os meteoros e meteoritos, se oriundos de outros corpos celestes, chegam à superfície com a mesma composição físico-química da Terra física. Ao penetrarem na zona neutrônica da Terra, eles são desintegrados e se reintegram nas leis da zona catiônica da Terra. Ou, talvez, sejam os meteoros e meteoritos partículas oriundas da própria Terra física, que se desprendem, atingem os limites neutrônicos, e voltam para sua zona catiônica de origem. Com isso, temos chegado à explicação do fenômeno da desintegração, integração e reintegração. Entretanto, a Lei da Conservação da Matéria nunca foi violada, nem mesmo quando seres extraterrestres, em épocas de vácuos civilizatórios do planeta Terra, aqui chegaram fisicamente. Eles chegaram, é verdade, mediante o sistema de desintegração, integração e reintegração. Os limites neutrônicos foram sempre obedecidos. Seres extraplanetários aqui na Terra tiveram corpos físicos, mas da física terrena. As diferenças, como no caso dos Equitumans (vide “2.000 – Conjunção de Dois Planos”, Ed. Vale do Amanhecer) foram preestabelecidas a priori, antes da vinda (eles não nasceram como nós outros), de acordo com a época e a missão. 

O invisível da Terra 
A zona neutrônica da Terra é a fonte das especulações de religiões, filosofias e teologia de todos os tempos. A linguagem mais comum (que no Brasil se usa até mesmo para ironizar estados psicológicos) é se falar em “astral”. Segundo o “Grande Dicionário Etimológico Prosódico”, de Silveira Bueno (Ed. Saraiva, 1963), astral é um adjetivo, espécie de véu que envolve a alma, doutrina de Paracelso retomada pelos espíritas (do Latim, astralis ou astrale – corpus). Paracelso foi um alquimista do Século XV, que estabeleceu certa relação entre partes do organismo humano e os astros, dentre suas várias teorias. Por outro lado, a palavra astral significa, também, corpos celestes – do Céu. Na qualidade de “um véu que envolve a alma”, pode-se perceber a natureza neutrônica do que chamamos de astral. As divisões que fazemos, de astral superior e astral inferior, ou baixo astral, indicam, somente, as posições entre o núcleo e a periferia do neutron, que é uma energia contrátil e expansiva (forças centrípeta e centrífuga). Da mesma forma que a palavra astral, se usa a palavra etérica, que seria um fluido sutilíssimo (admitido pelos físicos), espalhado por todo o universo (vide o mesmo dicionário). A similitude com a descrição do neutron é a mesma que a do astral. Por esse motivo, e por uma questão de semântica, consideramos as descrições de planos astrais e planos etéricos úteis para nos servir como adjetivação – maneira de dar nomes, qualificar as coisas – mas, nunca como “coisas”. O principal, porém, é não confundir os planos vibracionais do neutron e do anion, fazendo passar por espiritual o que é apenas invisível. 

O proselitismo 
O Vale do Amanhecer é muito rígido nessa questão de proselitismo, evitando, sempre que possível, ter que “vender” suas idéias a respeito de como as pessoas devem se comportar em termos religiosos. É preciso que não se confunda a posição do cliente que apenas vai ai Vale para receber assistência espiritual e, com isso resolve seus problemas, e aquele outro que apresenta uma situação de anormalidade mediúnica. Esse último está num quadro de patologia mediúnica e precisa, por uma questão de honestidade, ser advertido disso. Nesse caso, ele é aconselhado a se desenvolver onde ele achar melhor, sem que se afaste a possibilidade de isso acontecer no Vale. Isso acontece, entretanto, com apenas meio por cento dos freqüentadores. Uma em cada duzentas pessoas apresenta sintomas de mediunidade aflorada, que precisa de cuidados técnico-mediúnicos. 

A Estrela Candente 
Esse trabalho ritualístico do Vale do Amanhecer merece uma explicação à parte, uma vez que mais chama a atenção do visitante pela sua originalidade. O conjunto, chamado Solar dos Médiuns, que inclui uma estrela de seis pontas – dois triângulos equiláteros cruzados, invertidos – , é a base física adequada para a manipulação de energias diversas. Cada detalhe ou divisão representa uma linha de força espiritual, todas se reunindo na cerimônia final da Estrela Candente. A base dessa manipulação de forças é o médium em grau de Mestrado, o qual é desenvolvido e iniciado para esse fim. Toda a cerimônia é executada pelos Mestres Sol (Doutrinadores e Doutrinadoras) e os Mestres Lua (Aparás positivos e negativos). O princípio do ritual, chamado de Consagração, é a concentração. Os mestres, em número mínimo de quatorze pares, se concentram nos bancos, em frente ao Radar de Comando. O Comandante dá início ao ritual. Os Mestres Lua sobem a rampa e aguardam ao lado do Radar. Em seguida, os Mestres Sol sobem a escada e apanham as suas ou os seus Mestres Lua. Descem com eles, segurando as pontas dos dedos. Todos os pares se juntam atrás dos bancos e, quando todos tiverem terminado o Coroamento (o ato de subir a escada e apanhar o seu par), dão início à Jornada. Sobem a rampa, à esquerda da Cachoeira, e cada par faz sua preparação em frente ao Triângulo da Cachoeira. Passam por trás do Comandante e descem em direção à Estrela. Divididos em partes iguais, os pares se colocam nos Esquifes. O Mestre Sol fica de pé na parte mais baixa do Esquife, e o Mestre Lua senta-se no banquinho de alvenaria ao lado. Os dirigentes se colocam nos dois Tronos, nas pontas dos triângulos: o Mestre Sol na ponta do amarelo e o Mestre Lua na ponta do azul. O Comandante ordena a preparação e todos os Mestres Sol dão as mãos. Depois, deitam-se nos Esquifes e permanecem alguns minutos, até que se completem os cantos ritualísticos. Depois, fazem a invocação dos espíritos que irão passar naquele trabalho e, em seguida, fazem a entrega deles ao outro plano. Depois isso, os Mestres Lua incorporam as entidades das águas, e fazem a impregnação da Estrela. Esse mesmo ritual, ampliado, envolvendo o Lago do Jaguar, ou Lago de Yemanjá, chama-se Unificação. Esse trabalho ritualístico é feito para a desintegração de energias carregadas negativamente, e para espíritos que não teriam condições de passar num simples trabalho mediúnico. Como complemento, são manipuladas energias dos planos superiores, que são dirigidas para beneficiar a coletividade, principalmente os hospitais, os presídios e as concentrações administrativas do governo. Esse trabalho é realizado todos os dias, nas faixas: 12,30 até 13,30; 14,30 até 15,30; e 18,30 até 19,30 horas. Na faixa da Lua Cheia, o trabalho é obrigatório (uma vez cada Lua) para todos os mestres e, nesse caso, se chama Anodização. 

CONCLUSÃO 
Caro visitante: Procuramos, aqui, sintetizar ao máximo as bases doutrinárias do Vale do Amanhecer. Sabemos das dificuldades que existem nas pessoas para saírem dos conceitos tradicionais e se acostumarem com fatos novos. Sabemos, também, que não basta a simples interpretação intelectual para se avaliar as coisas. Por esse motivo é que sugerimos a experiência pessoal de contato com o nosso trabalho. Dificilmente a gente fica sabendo o que realmente é o Vale, a menos que se tenha um contato direto, físico e, ao mesmo tempo, se tenha algum problema que possa dar a oportunidade de verificação.


Elaborado pelo
1º Mestre Sol Tumuchy Mário Sassi
em 1979